Em um cenário futebolístico brasileiro tão diverso e apaixonado, alcançar consenso é desafiador. No entanto, existem talentos tão evidentes que conseguem superar essa barreira. É exatamente o caso de Endrick, um atacante de apenas 17 anos que se destacou como elemento crucial para o sucesso do Palmeiras na busca pelo 12º título de Série A. A equipe de Esportes do GLOBO e jornalistas convidados o elegeram de forma unânime como a maior revelação do Campeonato Brasileiro de 2023.
As expectativas em torno de Endrick eram elevadas mesmo antes de sua transição da base para o time principal do Palmeiras. No ano passado, ao estrear no Campeonato Brasileiro como profissional, ele não só confirmou as altas expectativas, mas também impressionou o suficiente para garantir uma transferência para o Real Madrid. A mudança para o clube espanhol está programada para ocorrer quando ele completar 18 anos, em julho próximo.
Na atual temporada, marcada pela irregularidade de muitos clubes, incluindo o Palmeiras, Endrick se destacou nos momentos cruciais. Encerrou a Série A com quatro assistências e 11 gols, sendo seis deles nas últimas oito rodadas. Esse desempenho foi crucial para a reviravolta liderada por Abel Ferreira, resultando na conquista do título em detrimento do Botafogo.
O técnico português, Abel, disse a rede Globo que em momentos de oscilação proporcionou a Endrick a calmaria para seguir evoluindo, hoje o aponta como uma referência. Não só dentro de campo, mas também quanto aos “valores que um jogador de futebol deve passar à sociedade brasileira”, afirma Abel.
Os frutos continuam a ser colhidos. No mês passado, Endrick estreou pela seleção profissional em partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo. E foi descrito pelo treinador Fernando Diniz em coletiva de imprensa para vários veículos de comunicação, como um jogador que “pode se tornar lendário”.
Safra diversa
Esta é a sétima vez em que O GLOBO promove uma eleição, a partir das opiniões de jornalistas de Esportes da Redação e convidados, para apontar as principais revelações do campeonato nacional. São elegíveis os jogadores sub-23 que tenham disputado ao menos um terço das partidas do último Brasileirão (13 rodadas) e que não tenham atingido esse número de jogos em edições anteriores de Série A (Veja no fim da matéria o que aconteceu nas carreiras dos escolhidos nas últimas temporadas).
Menos badalados que Endrick, mas ainda assim importantíssimos para suas equipes, o zagueiro Lucas Beraldo, do São Paulo, e o volante Gabriel Moscardo, do Corinthians, fecham um pódio 100% paulistano.
Na sequência, vêm representantes de três dos quatro principais clubes do Rio: o meio-campista e ala tricolor Alexsander e o meia vascaíno Marlon Gomes, além do lateral Wesley e do goleiro Matheus Cunha, ambos do Flamengo. Entre altos e baixos, naturais nessa etapa do desenvolvimento, eles deixam bons sinais para o futuro, no campo e nos cofres.
Arthur (2017)
Arthur Melo em jogo pela seleção brasileira, há 4 anos atrás. (Foto: reprodução/Instagram/@arthurhmelo)
Arthur, um meio-campista de notável habilidade no passe, tornou-se uma figura proeminente no Grêmio durante a conquista da Libertadores de 2017 sob o comando de Renato Gaúcho. Além disso, contribuiu para que a equipe encerrasse o Brasileirão no G4. Sua convocação para a seleção brasileira e posterior venda ao Barcelona marcam sua trajetória, e atualmente ele está emprestado à Fiorentina.
Pedro (2018)
Pedro Guilherme, em jogo pela seleção da Copa do Mundo, Qatar 2022. (Foto: reprodução/Instagram/@pedroguilherme)
Revelado nas categorias de base de Xerém, o atacante Pedro destacou-se no Fluminense, que o negociou com a Fiorentina. Apesar de uma passagem discreta na Europa, retornou ao Brasil para integrar o Flamengo, onde se firmou como titular, acumulando conquistas. Além disso, representou a seleção brasileira na Copa do Mundo no Catar.
Michael (2019)
Michael em jogo pelo Al-Hilal, em campeonato no Oriente Médio. (Foto: reprodução/Instagram/@michael19)
A história de superação de Michael decolou ao brilhar pelo Goiás no Brasileirão de 2019. Sua venda para o Flamengo marcou a transição para o cenário nacional, seguida por uma passagem com altos e baixos pela Gávea. Atualmente, ele joga no Al-Hilal, na Arábia Saudita, compartilhando o ataque com Neymar.
Gabriel Menino (2020)
Gabriel Menino com medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, 2020 (Foto: reprodução/Instagram/@gabrielmenino00)
A polivalência foi o diferencial para Gabriel Menino se destacar tanto na lateral direita quanto no meio-campo do Palmeiras. Sua participação na campanha vitoriosa da seleção nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, reforça sua versatilidade. Atualmente, ele permanece no Palmeiras, enfrentando altos e baixos, mas acumulando títulos.
André (2021)
André, jogador do Fluminense, em última convocação feita pelo técnico Fernando Diniz. (Foto: reprodução/Instagram/@andre7)
André, meio-campista dominante no Fluminense, destacou-se na Libertadores deste ano, exercendo um papel de protagonismo desde tenra idade. Sua versatilidade o levou a ser frequentemente utilizado como zagueiro. Após amadurecer no tricolor, espera-se que seja vendido em breve.
Vitor Roque (2022)
Vitor Roque, atualmente vendido ao Barcelona (Espanha), em jogo pela seleção brasileira. (Foto: reprodução/Instagram/@vitor_roque9)
O atacante Vitor Roque impressiona com um repertório de habilidades que incluem força, rapidez, inteligência e decisão. Destacou-se no Athletico a ponto de ser adquirido pelo Barcelona, mesmo sendo menor de idade, e defenderá o clube espanhol a partir de janeiro.
(Contribuíram para a votação Ana Thaís Matos, Bernardo Coimbra, Breno Angrisani, Carlos Eduardo Mansur, Davi Ferreira, João Pedro Fonseca, João Pedro Fragoso, Laís Malek, Leonardo Miranda, Tatiana Furtado, Thales Machado e Vitor Seta). Os pontos altos de temporadas anteriores.
Foto Destaque: Endrick no banco de reservas da seleção brasileira, em sua primeira convocação (Reprodução/Instagram/@endrick)
