Mais um lamentável caso de racismo aconteceu no futebol, e dessa vez, foi na Copa Libertadores Sub-20. Luighi, atacante do Palmeiras, sofreu ofensas racistas, vindas de torcedores do Cerro Porteño, no Estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo, no Paraguai e foi visto às lágrimas no banco de reservas.
O episódio gerou uma onda de manifestações de torcedores, clubes, dirigentes e personalidades. Leila Pereira afirmou que o Palmeiras já entrou com um pedido junto a Conmebol exigindo a exclusão do Cerro Porteño da competição e aplicação de outras medidas punitivas. A partida foi vencida pelo Verdão por 3 a 0.
Episódio de racismo na Libertadores Sub-20
A partida entre Palmeiras e Cerro Porteño aconteceu na última quinta-feira (6) no Estádio Gunther Vogel. O time brasileiro vencia por 3 a 0, quando aos 79 minutos, os jogadores Figueiredo e Luighi foram substituídos. Ao chegarem na lateral do campo, torcedores da equipe adversária começaram a expressar palavras e gestos ofensivos, inclusive, imitando um macaco. Os jogadores sentaram no banco de reservas e foram às lágrimas com a situação, filmada durante a transmissão oficial do jogo.
O árbitro da partida foi informado do que estava acontecendo, mas optou por dar sequência ao jogo. O sistema de som do estádio chegou a alertar aos torcedores presentes sobre a conduta indevida, contudo, nenhum torcedor foi penalizado pelos atos. Ao término da partida, Luighi se manifestou. "O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando?", disse.
Luighi fala sobre o episódio de racismo que sofreu na Libertadores Sub-20 (Vídeo: reprodução/Instagram/@palmeiras)
Palmeiras se manifesta e pede punição exemplar ao Cerro
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, informou que o clube entregou um documento com 14 páginas à Conmebol, ao qual além de exigir que sanções punitivas sejam impostas ao Cerro Porteño, que o time seja expulso da competição, já que é reincidente em casos de racismo. Isso porque em 2023 o time paraguaio teve que pagar uma multa de US$ 100 mil e mostrar algumas frases que repudiavam o racismo, mas nenhuma conduta punitiva ou educativa foi aplicada aos torcedores, já que no país, crimes como este não são passíveis de prisão.
Para montar o documento enviado a entidade, o Palmeiras teve como base, o próprio Código Disciplinar e o Código de Ética da Conmebol. Entre as cinco medidas protocoladas estão que o clube paraguaio seja desclassificado da Libertadores e pague multa por ser reincidente no mesmo ato, que seja punido por não seguir o regulamento da competição e pelos atos criminosos cometidos por seus torcedores e que ainda, jogue com portões fechados e sem torcida, caso permaneça na competição.
Comunicado Oficial. pic.twitter.com/cXViKu4Qit
Nota oficial do Cerro Porteño após episódio de racismo contra jogadores do Palmeiras (Foto: reprodução: foto/X/@CanteraCCP)
Dirigentes e autoridades se manifestam
O episódio de racismo sofrido por Luighi e Figueiredo gerou grande repercussão no mundo do futebol. A CBF se manifestou apoiando o Palmeiras, e em nota, disse que solicitou à Conmebol, a exclusão do Cerro Porteño da competição.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, também se pronunciou. "É de partir o coração ver um jovem jogador ser levado às lágrimas por um comportamento tão vergonhoso. O futebol deve ser um espaço de respeito, inclusão e união e tudo começa com os jovens e a base".
O presidente da república, Lula, também expressou solidariedade aos jogadores. "Todo apoio ao nosso jovem Luighi, do Palmeiras, vítima de ato racista no Paraguai. O futebol significa trabalho coletivo, superação e respeito. Racismo significa o fracasso da humanidade".
O Cerro Porteño publicou em suas redes sociais, uma nota lamentando o ocorrido durante a partida, mas não informou se haverá alguma punição aos envolvidos no ato de racismo, o que vem gerando muitas críticas ao time paraguaio.
Foto destaque: Luighi, atacante do Palmeiras Sub-20 (Reprodução/Instagram/@luighihanri)
