As declarações definitivas de Carlo Ancelotti sobre seu futuro foram o tópico principal desta terça-feira (2). O treinador italiano, que firmou a renovação de seu contrato com o Real Madrid até 2026, confirmou as investidas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para tê-lo à frente da seleção. Após uma longa ‘novela’ e poucas manifestações públicas sobre um possível acordo, comemorou o desfecho favorável aos merengues.
Diante de um ano abaixo, a seleção brasileira acenou para uma possível resolução quanto à ausência de um treinador desde a saída de Tite: o experiente treinador Carlo Ancelotti. O simples cenário foi estruturado na ideia de esperar pelo italiano, sob contrato vigente com o Real Madrid até junho de 2024, enquanto se valia de comandos interinos – como foi o caso dos treinadores Ramon Menezes e Fernando Diniz – e da promessa de que Ancelotti já estava praticamente acertado nos bastidores.
No fim, a guerra política interna que destituiu o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, parece ter tido algum peso no desfecho da história. Semana passada, Ancelotti optou pela renovação do seu contrato com o clube espanhol por mais dois anos, até 2026. “A realidade é a que todo mundo sabe, o Real Madrid também, que eu tive contato com o presidente naquele período (Ednaldo Rodrigues). Quero agradecê-lo porque demonstrou carinho e interesse para que eu treinasse a seleção Brasileira”, declarou o treinador em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira.
Se por um lado o nome do italiano era dado como certo, pelo ex-presidente Ednaldo Rodrigues, por outro, Ancelotti buscava evitar o assunto quando era perguntado publicamente. “Me deixou muito honrado, mas dependia da minha situação no Real Madrid. Que isso fique claro para todos. Nos últimos meses, aconteceu que o Ednaldo não é mais presidente da confederação. No fim das contas, as coisas foram como eu queria, que era continuar aqui”, resumiu o treinador sobre todo o processo.
Ancelotti também não se tolheu de responder sobre um possível acerto com a seleção brasileira em um horizonte distante. “Ser técnico da seleção é um grande sonho, mas não sei se em 2026 o Brasil vai me querer. Não sei se estão contentes com a minha decisão”, afirmou.
O italiano renovou contrato com o clube espanhol até o ano de 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@realmadrid)
Ambiente conturbado
A CBF vive um vazio político desde que Ednaldo Rodrigues foi destituído do cargo de presidente, no dia 7 de dezembro de 2023. O desdobramento decorreu de uma decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que considerou ilegítimo um acordo realizado entre a Confederação e o Ministério Público.
A anulação, no entanto, não é reconhecida pela Fifa ou pela Conmebol. As duas entidades realizarão uma visita ao Brasil em janeiro, quando uma nova eleição deve ser marcada. Os pré-candidatos são Reinaldo Carneiro e Flávio Zveiter.
Futuro no Real Madrid
Está é a segunda passagem de Ancelotti pelo clube merengue. Até aqui, ostenta uma lista de conquistas extensa: são duas Champions League, dois Mundiais de Clube, duas Supercopas da Europa, uma La Liga, duas Copas do Rei e uma Supercopa da Espanha.
Em 260 partidas à frente do clube espanhol, acumula 188 vitórias, 41 empates e apenas 31 derrotas. Em sua coletiva mais recente, também comentou sobre a possibilidade, após expirada a renovação até 2026, de continuar no Real Madrid, mas em outra função. “É o meu último trabalho. Quando acabar não sei. Creio que 2026 pode ser algo parcial e eu siga depois disso. Depende do sucesso que tivermos. Pode ser o último ano em que eu treine mas posso seguir aqui”, declarou o italiano.
Segundo informações do portal “The Athletic”, existe uma cláusula no contrato que abriria precedente para que o profissional, a fim de manter seu vínculo com o clube, possa migrar para a função de diretor de futebol – ou outro cargo.
Foto destaque: Ancelotti comanda treino do Real Madrid (Reprodução/GE/Helios de la Rubia/Real Madrid)