Em jogo um movimentado na noite desta quarta-feira (18), o Botafogo empatou com São Paulo, apesar de ser dominante principalmente na primeira etapa. Não transformou as chances que teve em gols, e levantou um grande questionamento sobre o seu aproveitamento em campo.
Desde a chegada de Artur Jorge em abril, o ataque do Botafogo subiu de produção. O técnico já chamava a atenção quando treinava o Braga, de Portugal, por seu time ser de alta intensidade e sempre buscar o gol. Esse foi um dos fatores que levou o dono da SAF Botafogo, John Textor, a contratá-lo, e desde então, em 39 jogos, são 23 vitórias, 9 empates e 7 derrotas.
Botafogo em comemoração (Foto: reprodução/GettyImages/Ruano Carneiro)
Chegada de Artur Jorge
O time vinha de um péssimo futebol jogado em campo e abalado psicologicamente, devido à queda abrupta na temporada passada. Comandado por Tiago Nunes, o aproveitamento foi muito baixo, e o técnico sofreu críticas por seu esquema tático e falta de gols, foi demitido. Em seu lugar, ficou o interino Fábio Matias, que conseguiu recuperar a confiança dos jogadores e a classificação para a fase de grupos da Libertadores. Sob seu comando, foram 10 jogos, 8 vitórias, 1 empate e uma derrota. Logo após a derrota para o Junior Barranquilla, foi demitido e o técnico português chegou ao clube.
Sua estreia foi na derrota para a LDU, pela segunda da rodada da Libertadores. Ali já se via como seu trabalho iria caminhar, em tese jogando num 4-4-2. Com quatro jogadores de ataque na frente, a impressão era de que o time ficaria sem o meio-campo. Porém, durante o jogo, os pontas, muitas das vezes, caem para o meio para ajudar o meio-campo, e na saída o primeiro volante vira um terceiro zagueiro para ajudar recompor. Assim, os laterais, tem muita liberdade também para ajudar na saída com os volantes.
Além do esquema variar para um 4-3-3, a chegada de Almada ajuda nessa saída, fazendo boas tramas com os jogadores da frente. Tendo liberdade para fazer a função de um camisa 10 e jogando aberto pelo lado esquerdo, troca muito de posição com Savarino, que antes da chegada do argentino fazia essa função. Devido à lesão do artilheiro da temporada, Junior Santos, o técnico readaptou o seu sistema.
Thiago Almada atuando pelo Botafogo (Foto:reprodução/Jorge Rodrigues/AGIF)
Alta intensidade no ataque
Ofensivamente o time oferece muitas chances para o gol. Desde que chegou ao comando, o ataque é o que mais cria chances de gols por finalização em todos os times da Série A no ano. O Botafogo precisa 7,67 para chegar a meta, tanto que atualmente é melhor ataque com 45 gols pelo Brasileirão, não só pela competição nacional. Na Libertadores, por exemplo, durante a fase de grupos em casa, ganhou por 6 a 0 da equipe do Aurora, e já mostrava um ataque com muito potencial.
O coletivo também chama a atenção. Até mesmo jogadores que entram na segunda etapa, entram e ajudam o time. Um destaque é Igor Jesus, que chegou no meio do ano e já se tornou titular rapidamente, com 6 participações em gols. Luis Henrique, recentemente convocado para a Seleção Brasileira, e Savarino, que joga pela Venezuela, são outros destaques do ataque alvinegro.
Uma crítica que alguns vem fazendo é a alta produtividade, mas sem de fato transformar isso em gols. Isso ficou evidente nos últimos três jogos, na qual contra São Paulo, Corinthians e Fortaleza, foram 64 finalizações, quatro gols marcados, sendo uma média de um gol a cada 16 tentativas. Em entrevista após o jogo, Artur Jorge foi enfático. "Hoje o problema que tivemos foi porque tivemos uma equipe que veio procurar apenas isso, defender o resultado, jogar com 11 homens atrás", afirmou.
O próximo duelo do Botafogo será no próximo sábado (21) contra o Fluminense, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, e o foco, é manter a liderança da competição.
Foto destaque: Luis Henrique em ação (Foto: repodução/Vitor Silva/Botafogo)