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Luiz Bertazzo, antagonista de “Ainda Estou Aqui”, fala sobre esse fenômeno do cinema nacional

Ator é destaque no audiovisual e em breve poderá ser visto no longa “Baby”, onde vive um traficante do mundo LGBT+, e também na série “Cidade de Deus – A Luta Não Para” onde dá vida ao chefe de redação de Buscapé

09 Dez 2024 - 13h54 | Atualizado em 09 Dez 2024 - 13h54
Luiz Bertazzo, antagonista de “Ainda Estou Aqui”, fala sobre esse fenômeno do cinema nacional Lorena Bueri

O ator Luiz Bertazzo celebra um momento marcante em sua carreira ao interpretar Schneider no aclamado longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. Após ganhar destaque na série Betinho: No Fio da Navalha, o artista sul-mato-grossense conquistou elogios por sua atuação no filme, que aborda a violenta ruptura da família Paiva durante a ditadura militar nos anos 70.

“Sem dúvidas, foi a realização de um sonho estar em cena com Fernanda Torres e Selton Mello, sendo dirigido pelo Walter”, conta Bertazzo. Ele relembra ainda o momento em que ouviu do diretor que sua atuação foi “capaz de mudar a temperatura do set”. No filme, sua personagem está presente na sequência que marca a quebra mais importante da família Paiva: a prisão do ex-deputado Rubens Paiva pelos agentes da ditadura.

Fernanda Torres, que interpreta a protagonista Eunice Paiva, destacou o trabalho de Bertazzo durante uma coletiva de imprensa na Mostra SP. “Os agentes da ditadura não são tratados como brutos e burros; pelo contrário, eles eram extremamente gentis na casa. E você vê no Bertazzo, da maneira como ele fez, que é um cara sofisticado. Você não está lidando com uma brutalidade burra”, disse.

O ator lembra que, para conquistar o papel, precisou passar por testes quase um ano antes das filmagens, e que escolheu explorar o contraste entre a gentileza e a violência, inspirado pelo livro de Marcelo Rubens Paiva.

“Fui por esse caminho durante o teste, e acho que isso foi um acerto grande, pois acredito que a violência gráfica ou exagerada costuma afastar o espectador, quase como se transformasse a ditadura e seus agentes em um clichê ficcional, longe da realidade. Quanto mais próxima à violência está da gente, mais sutil ela pode ser. A direção de Walter Salles para essa personagem era justamente a de mostrar o quanto esses agentes poderiam ser nossos vizinhos ou se assemelharem a alguém da nossa própria família. Isso aumenta a sensação de perigo”, reflete.

Bertazzo esteve na estreia mundial de Ainda Estou Aqui no Festival de Veneza e descreveu a experiência como uma das mais emocionantes de sua carreira. “Nos dias seguintes da sessão eu senti uma coisa esquisita, que nunca havia sentido na vida, eu fiquei com saudades do filme”, conta ainda que tem percebido esse sentimento também nas postagens dos amigos. Para ele, ver o filme em uma das maiores plataformas do cinema mundial foi um momento de grande orgulho nacional, especialmente por se tratar de uma obra que reflete a história passada e presente do Brasil.


Luiz Bertazzo (Foto: reprodução/Toni Pereira)


“O país segue assombrado por esse fantasma da ditadura, fruto da impunidade dos mesmos homens que assassinaram Rubens e o que eles representam. Esse filme é importante para que a gente nunca esqueça dessas atrocidades”, relata.

Essa não é a primeira vez que o ator e roteirista participa de um festival internacional importante. Em 2020, seu primeiro longa-metragem como roteirista, Alice Júnior, foi selecionado para o Festival de Berlim. Em 2024, também teve sua imagem projetada no Festival de Cannes, no filme Baby, de Marcelo Caetano, que estreia em 9 de janeiro de 2025. Em Baby, ele mantém sua figura antagonista em um registro um pouco mais perverso, mas também muito elaborado.

“Quando li o roteiro de Baby, terminei aos prantos. Talvez seja a história de amor mais linda que já vi se passando em São Paulo, ainda que mergulhada num universo de muita dureza e vulnerabilidade. Para interpretar o Torres, um traficante do mundo LGBT+, Marcelo e eu escolhemos o caminho de uma periculosidade lasciva, de ter sempre esse sentimento de libido e ameaça de quando se flerta com o perigo”, diz.

No horizonte, o ator estará em novos projetos: além da série “Cidade de Deus – A Luta Não Para”, onde vive o chefe de redação que vive pressionando Buscapé, protagonista interpretado por Alexandre Rodrigues, por um furo de reportagem na comunidade e cuja segunda temporada está em produção, ele acaba de finalizar as gravações de um longa-metragem em Belém, ainda mantido em sigilo, e se prepara para seu primeiro papel como protagonista na série Iceberg, da produtora Tem Dendê. Filmada em Salvador, a produção promete revelar uma cidade mais fria e profunda, como sugere o título.

“Só agradeço por tudo”, celebra o ator, que vive uma fase marcada por grandes desafios e conquistas no cinema e nos streamings.

Foto destaque: Luiz Bertazzo (reprodução/Caio Lírio)

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