O universo encantado da Disney mais uma vez ganha os holofotes com o lançamento de mais um remake em live-action. Desta vez, a icônica história de "A Pequena Sereia" retorna às telas sob uma nova roupagem, porém não sem suscitar controvérsias e críticas. O diretor por trás da animação original, John Musker, não poupou palavras ao expressar seu descontentamento com a nova versão, liderada por Rob Marshall.
Musker revela insatisfação
Em uma entrevista exclusiva à Variety, Musker abriu o jogo sobre suas impressões em relação ao remake. Sua voz ecoou com uma mistura de nostalgia e preocupação com o rumo que a obra tomou. Ele destacou que, embora a indústria cinematográfica esteja sempre em busca de reinvenções e novas abordagens, há elementos essenciais que não devem ser perdidos no processo de adaptação.
John Musker diretor do filme de 1989 (Foto: reprodução/Jeff Spicer/ Getty Images Embed)
"As empresas estão sempre pensando 'Como podemos reduzir nosso risco? Eles gostam disso, certo? Vamos refazer esse filme, mas de um jeito diferente' ou então eles pensam 'Bem, nós podemos fazer isso, só que melhor!'", lamentou o cineasta. Para ele, a relação entre pai e filha, que serviu como o coração pulsante da animação original, não foi devidamente explorada na versão live-action. Além disso, Musker criticou a falta de expressividade dos personagens animais, apontando que até mesmo animais reais parecem transmitir mais emoção do que suas contrapartes digitais.
Elenco e sucesso não são o suficiente
Apesar de contar com um elenco de peso, incluindo nomes como Halle Bailey, Melissa McCarthy e Javier Bardem, e de ter arrecadado impressionantes US$564 milhões nas bilheterias mundiais, o remake de "A Pequena Sereia" parece não ter conseguido capturar o verdadeiro espírito e encanto da obra original. A parceria entre Alan Menken e Lin-Manuel Miranda na trilha sonora, embora promissora, não foi capaz de compensar as lacunas apontadas por Musker.
O legado de "A Pequena Sereia" permanece intacto na memória dos fãs, como um marco da animação clássica da Disney. No entanto, este novo capítulo na história da princesa Ariel e suas aventuras subaquáticas levanta questões sobre a linha tênue entre honrar o passado e buscar inovação. Talvez, como Musker sugere, o verdadeiro apelo das animações da Disney resida não apenas na tecnologia ou no elenco, mas na capacidade de tocar os corações das pessoas, algo que nem sempre pode ser replicado em uma tela digital.
Foto Destaque: pôster de "A Pequena Sereia" (Reprodução/Disney)
