Após ter chamado a atenção positivamente do público e da crítica, a distribuidora norte-americana Neon adquiriu os direitos autorais do filme brasileiro "O Agente Secreto". A empresa possui grande renome no mercado, sendo responsável, por exemplo, por desenvolver o longa-metragem “Anora”, que faturou o último Oscar de Melhor Filme do Ano, além de vencer as cinco últimas "Palmas de Ouro" do Festival de Cannes. Com a compra, a empresa americana poderá lançar o filme de Kléber Mendonça nos cinemas do país.
Sem tranquilidade
Ambientado nos anos 70, "O Agente Secreto" conta a história do professor de tecnologia Marcelo, personagem vívido Wagner Moura, que decide deixar São Paulo para voltar à cidade de Recife em busca de tranquilidade. O que parecia ser um ambiente de tranquilidade para o professor se transforma em um campo de tensão. Sem saber, ele está sendo monitorado, e o local passa de refúgio a cenário de conflito pessoal. O professor sente na pele o que ocorria no país naquele período, como a perseguição e a repressão governamental. Além de Wagner Moura, o filme dirigido por Kléber Mendonça conta em seu elenco com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Izabel Zuaa, Hermila Guedes e Alice Carvalho.
Wagner Moura, Alice Carvalho e Robério Diógenes falam durante coletiva de imprensa "O Agente Secreto" no 78º Festival de Cannes (Reprodução/Monica Schipper/Getty Images Embed)
Bem avaliado
"O Agente Secreto" tem sido motivo de elogios por aqueles que assistem ao longa-metragem. A produção brasileira foi reproduzida por 13 minutos nas telas do Festival de Cannes no último domingo (18), chamando a atenção da crítica especializada. No Rotten Tomatoes, site que conta com análises críticas de cinema, o filme recebeu nota máxima de aprovação.
Dentre alguns aspectos, os críticos observaram a capacidade do diretor Kléber Mendonça em guiar o público para a época em que o filme se desenvolve. Para David Ehrlich, o diretor do longa poderia usar a ficção como um veículo que mais mudou da realidade do que a levou. A crítica Wendy Ide descreve o filme como uma produção frenética e intensa, marcada por uma energia caótica e falhas que lembram os excessos de uma festa prolongada. Steve Pond segue a mesma linha de Ide, e acredita que a bagunça presente no filme é parte do charme e do objetivo, pois se a trama fosse mais séria, não seria possível que um tiroteio se transformasse em um show de respingos.
Foto destaque: Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho em premiação (Reprodução/ Daniele Venturelli /Getty Images Embed)