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[Crítica] “Rivais” te convida para um jogo entre desejo e ego

Luca Guadagnino põe na quadra Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor para uma partida intensa e quente, que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas

21 Abr 2024 - 20h50 | Atualizado em 21 Abr 2024 - 20h50
[Crítica] “Rivais” te convida para um jogo entre desejo e ego Lorena Bueri

“Tênis é um relacionamento” - Tashi Duncan, “Rivais” (2024)

Muito pouco em “Rivais”, novo filme de Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”, “Até os Ossos”), estrelado por Zendaya (“Duna: Parte 2”), Mike Faist (“Amor, Sublime Amor”) e Josh O’Connor (“La Chimera”), é, de fato, sobre tênis. O longa-metragem usa do esporte quase como uma metáfora para um jogo desafiador, aquecido por ego, tesão e pura intensidade. 

Trama de “Rivais” 

O longa se passa majoritariamente entre presente (2019) e passado (2006). Nele, acompanhamos Tashi Duncan (Zendaya), uma ex-tenista, que tinha um futuro brilhante pela frente, mas vê a carreira escorrer pelos dedos por conta de uma lesão. Ela é esposa e treinadora de Art Donaldson (Mike Faist), um tenista prodígio que foi do estrelato à uma fase cinzenta da carreira, acumulando derrotas. 

Para recuperar a confiança do marido, Tashi o inscreve em um torneio classificatório chamado Challenger. Os 100 primeiros colocados já estavam classificados, e Art estava entre eles. Mas Patrick Zweig (Josh O'Connor), ex-melhor amigo de Art e ex-namorado de Tashi, busca uma vaga, disputando com Donaldson no confronto final. Através dos lances frenéticos da partida, somos conduzidos a um duelo entre um passado entrelaçado e conturbado e um presente indefinido. Tudo isso, banhado por uma sonoplastia poderosa e seduzente, a clássica fotografia de detalhes de Guadagnino, um humor ácido e uma trilha sonora que gruda na mente, como a batistaca de uma discoteca. 


Trailer legendado de "Rivais" (Reprodução/YouTube/Warner Bros. Pictures Brasil)


Química intensa que te convida pra partida

“Rivais” é um filme magnético. Como um imã, a química instigante do trio te puxa para dentro do campo e te convida a ser um voyeur para o prazer transparente na tela. Guadagnino conduz os detalhes de uma forma extremamente convincente. Cada gota de suor, cada beijo estalado, cada grunhido nas tacadas, cada pico de raiva e adrenalina, tudo provoca sensações, das mais diversas, no espectador. Tudo é de propósito. 

Com os protagonistas, o filme entra em uma dinâmica clássica em um melodrama, em que não há vilões ou mocinhos. São três pessoas sendo guiadas ora pela razão, ora pelo desejo, com deslizes pra lá de humanos e libidinosos. A propósito, Tashi cita que o tênis é um relacionamento. Portanto, o esporte que permeia a trama, requer vontade, tesão dentro de quadra. Tênis, em “Rivais”, também é sobre fervor e entrega. 

Luca é astucioso ao focar na tensão construída através do trisal. As faíscas são soltas com as possíveis configurações de casais, mas é no trio que a explosão acontece, e é nele, que o filme tem sua maior força, usando o esporte como plano de fundo, sem, de fato, desfocá-lo. 


Pôster de "Rivais" para IMAX (Foto: Divulgação/IMAX/Warner Bros. Pictures)


A técnica de Guadagnino te seduz

O filme se apoia no equilíbrio entre exagero e detalhe. Há quem possa ver com tom negativo, mas os slow motions frequentemente utilizados e os diferentes jogos de câmera, traçam uma mecânica ainda mais lascívia. Até mesmo o suor pinga devagar. 

A trilha sonora e a sonoplastia também colaboram para a atmosfera sexy. A associação por repetição é muito utilizada em “Rivais”, a ponto de, ao ouvir um trecho das batidas de boate, sabermos quem aparecerá em seguida. 

Luca nos coloca novamente no eterno verão de seus filmes, mais quente e ensolarado que nunca. O diretor tem construído sua marca autoral, com cenas tão características, que até fazem lembrar o já clássico “Me Chame Pelo Seu Nome”. Ver um filme de Guadagnino é notar logo de cara que é uma obra dele. 

Conclusão 

Intensidade, excitação e um cadinho de tênis: esse é “Rivais”, um filme que tem o coração batendo na ponta dos dedos e te causa uma ansiedade gostosa de sentir, com uma trama bem desenvolvida, personagens atraentes, recursos bem utilizados e um final a altura do frenesi que desenvolve no público. E, por falar em final, “Rivais” aposta em um clímax grandioso, para finalizar em uma quebra de expectativas pra lá de satisfatória e esclarecedora. Tashi tem o que sempre sonhou. 

 

Nota: ★★★★★

 

Foto destaque: Pôster de "Rivais" (Reprodução/YouTube/Warner Bros. Pictures Brasil)

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