[Crítica] “A Freira 2” funciona como um filme de transição mas é esquecível dentro do "Invocaverso"

Quatro anos após irmã Irene (Taissa Farmiga) imaginar ter acabado com Valak (Bonnie Aarons), a aguardada continuação de “A Freira”, terror integrante do universo “Invocação do Mal", chega aos cinemas. Mas será que realmente era necessário? Conclui-se tragicamente que não, quando “A Freira 2” se mostra um filme genérico e esquecível dentro da saga, útil apenas como uma peça de transição para uma ligação ainda maior de Irene com os Warren, e apesar da boa fotografia e efeitos visuais, "A Freira 2" consagra o que já era de se imaginar: essa é a ponta mais fraca do 'Invocaverso'. 

_{Assista ao trailer de "A Freira 2" (Reprodução/YouTube/Warner Bros. Pictures Brasil)}

A trama de “A Freira 2”

O ano é 1956, quatro anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, e o local é a França. Em uma paróquia um padre é incendiado e outras mortes misteriosas de clérigos começam a acontecer em diversas igrejas. Diante aos fatos, irmã Irene é procurada para combater a freira Valak novamente, e dessa vez, com o auxílio de irmã Debra (Storm Reid), uma das freiras novatas do convento em que mora. 

Em um internato religioso pacato, vive Maurice (Jonas Bloquet), o rapaz que foi possuído por Valak no final de "A Freira". Aparentemente o desventurado "herói" leva uma rotina tranquila como o faz tudo do colégio, cultivando amizade com a filha da professora por quem é nem tão secretamente apaixonado e sendo hora ou outra humilhado por outras das alunas, mas o ambiente sem graça se torna o central quando Irene e Debra investigam e descobrem o objetivo do demônio, que estaria no antigo monastério, apossado de Maurice, prestes a conseguir o que queria. 

Quebra-cabeças de conveniências e confusões no roteiro 

Durante não só a sequência, mas como no piloto, permeia-se a dúvida: qual é o objetivo da Freira? O que de tão precioso ela quer? E "A Freira 2" se empenha em resolver essa questão, mas de maneira falha e desordenada. Com uma meta nem tão clara assim, Valak se torna ainda mais poderosa e fatal, em detrimento do protagonismo de Taissa Farmiga, que apesar de uma presença mais forte que no longa anterior, se perde no meio de tantas peças no quebra-cabeça montado pela direção de Michael Chaves e roteiro de Akela Cooper. 

No decorrer do longa se torna notória a falta de necessidade de tantos personagens sendo convocados de maneira conveniente para cenas cuja finalidade é apenas impactar por meio de jumpscare e que nada acrescentam na trama central. Com tantos encontros e desencontros pra motivar uma batalha fraca entre Irene e Valak, a trama se torna cansativa e óbvia. Com a tentativa de inovar, trazem um novo demônio para apavorar um pequeno núcleo que também age como peça de impacto. De primeira ele até funciona, mas aí caímos na real de que ele não faz a menor diferença na história, além de disfarçar a falta de enredo para a protagonista e a vilã. 

_{Cena de "A Freira 2" (Foto: reprodução/Warner Bros. Pictures Brasil)}

Conclusão

No final das contas, "A Freira 2" tenta emplacar, em meio à sustos, (até bons) uma trama fraca, genérica e batida que decepciona, pois era possível extrair uma boa limonada desse limão, tendo visto a força e impacto do "Invocaverso". Usando de artifícios como uma realmente boa fotografia e efeitos visuais, o filme se perde no excesso de personagens e linhas que tenta alcançar. Pode e vai impactar parte do público que assiste o gênero apenas para levar sustos, mas não prende quem acompanha o bom desempenho de braços como "Invocação do Mal" e "Annabelle". Com um primeiro filme mediano e o segundo fraco, "A Freira" se torna a peça mais dispensável e esquecível desse multiverso, podendo servir apenas como uma transição para reafirmar a ligação entre os Warren e as outras pontas desse triângulo.

Nota: 5/10 

Foto destaque: Pôster de "A Freira 2". Reprodução/Warner Bros. Pictures