Segundo o Omelete, a família Tuohy, cuja história inspirou o filme 'Um Sonho Possível', afirmou que os lucros gerados pela produção cinematográfica foram distribuídos igualmente entre seus membros, inclusive Michael Oher, o ex-jogador da NFL acolhido pela família. O advogado Steven Farese explicou: "Cada membro da família recebeu a mesma quantia de dinheiro, incluindo Sean, Leigh Anne, seus dois filhos biológicos e o Sr. Oher. Podemos imaginar isso como uma torta dividida em cinco partes, certo? Calculamos que, após a divisão, cada membro da família ficou com US$ 100 mil.".
Porém, isso contradiz o que foi falado por Sean Tuohy anteriormente, que alegou ao Daily Memphian que a família não recebeu pelo filme, e sim pelo livro que inspirou o filme, e que todos receberam uma parte igual (inclusive Michael Oher) de US$ 14 mil.
Durante a mesma coletiva de imprensa, via People, os advogados dos Tuohy anunciaram a intenção da família de liberar Michael Oher da tutela legal que administra suas finanças. Quanto ao motivo pelo qual essa tutela não foi encerrada anteriormente, foi respondido que isso não havia sido considerado por ninguém até aquele momento.
O advogado ainda observou: "Os Tuohy não restringiam o acesso de Oher ao seu dinheiro. Eles não controlavam contratos de publicidade ou qualquer outra coisa do gênero. Tratavam-no como um filho, e esse processo tem sido devastador para eles."
Os verdadeiros Michael Oher, Leigh Anne Tuohy e Sean Tuohy. (Foto: reprodução/People/Matthew Sharpe)
Entenda o caso
A controvérsia começou quando Michael Oher, ex-jogador da NFL cuja história inspirou o filme indicado ao Oscar de 2010, 'Um Sonho Possível', processou a família Tuohy, responsável por levar sua história às telonas. O jogador alega que nunca foi legalmente adotado pelos Tuohy, que os supostos parentes se aproveitaram financeiramente dele e que nunca recebeu qualquer compensação pela adaptação de sua biografia para o cinema.
Em um processo apresentado em um tribunal em Tennessee, Oher alega que a família distorceu a história para obter ganhos pessoais às suas custas. O jogador afirma que o casal o persuadiu a assinar um documento que concedia a eles autoridade para agir em seu nome, o designando como seu "guardião legal", um termo que ele alega ter sido erroneamente apresentado como equivalente a "pai adotivo". O processo contra os Tuohy sustenta que eles permitiram que Michael e o público acreditassem que eram seus pais adotivos, tudo com o intuito de obter benefícios financeiros.
Segundo Oher, o acordo para a adaptação de sua história em livro e filme foi dividido entre o casal Tuohy e seus dois filhos biológicos, que receberam US$ 225 mil cada, além de 2,5% dos ganhos não especificados provenientes da obra. Oher, o próprio protagonista do filme, afirma que nunca recebeu qualquer compensação pela produção.
Oher relata que, devido ao início de sua carreira na NFL em 2009, não teve tempo para avaliar os detalhes do processo naquela época. Somente após sua aposentadoria, em 2016, ele teve a oportunidade de revisar os acontecimentos e analisar os documentos relacionados. O jogador também conta sua versão do caso em seu livro autobiográfico, que foi lançado dia 8 de agosto, "When Your Back's Against The Wall" (“Quando Suas Costas Ficam Contra a Parede”).
Sobre o filme “Um Sonho Possível”
Sandra Bullock, Tim McGraw e Quinton Aaron são os protagonistas do filme lançado em 2009, interpretando Leigh Anne Tuohy, Sean Tuohy e Michael Oher, respectivamente.
No filme, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Sandra Bullock, além de uma indicação ao prêmio de melhor filme em 2010, Leigh Anne Tuohy e Sean Tuohy, papéis de Bullock e McGraw, acolhem e adotam Michael Oher (Quinton Aaron), o tirando das ruas e o apoiando em seu sonho de se tornar jogador profissional de futebol americano.
Foto destaque: Cena do filme "Um Sonho Possível" com Sandra Bullock e Quinton Aaron. Reprodução/IndieWire/The Blind Side.