Nesta sexta-feira (19), aconteceu o quarto dia do Festival de Cannes, que contou com a estreia do documentário "Retratos Fantasmas", de Kleber Mendonça Filho ("Bacurau"). Além da première de "Indiana Jones e a Relíquia do Destino", de James Mangold.
Após a exibição de seu filme, o diretor Kleber Mendonça Filho foi aplaudido de pé no 76º Festival de Cannes. A primeira apresentação mundial da produção do cineasta pernambucano ocorreu na Sessão Especial da Seleção Oficial, fora do círculo de competição da noite.
O longa "Retratos Fantasmas" conta a história do centro da cidade de Recife desde o século 20 por meio de suas salas de cinema. A ideia para a obra surgiu em Kleber após se mudar na adolescência para o bairro de Setúbal, fazendo o conto ser a quarta obra-cinematográfica do cineasta exibida no Cannes.
"Retratos Fantasmas", de Kleber Mendonça Filho. (Foto: Reprodução/Sampi)
Ao longo da sessão francesa, Kleber fez questão de prestar uma homenagem à Secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, que estava presente no evento. "Ela é responsável pela política audiovisual do Ministério da Cultura. Pensamos que deveríamos dar está informação por que é bom e é normal ter alguém do governo nos apoiando e basicamente dizendo 'o que vocês estão fazendo é bom'. A gente não teve isso por sete anos. Então, muito obrigado!", comentou Mendonça Filho.
Continuando o première mundial, no último sábado (20) aconteceu o quinto dia do festival e o mestre da noite foi o norte-americano Martin Scorsese, com o excelente longa "Assassinos da Lua das Flores", de 3h27, que deixou os convidados presentes sem fôlego.
Martin Scorsese voltou ao Festival de Cannes após 38 anos, conhecido por ser uma lenda do cinema americano por suas crônicas competentes que retratam a parte mais obscura do país, como a máfia, os dramas sociais, raciais ou os assassinos famosos.
Em sinopse, o longa "Assassinos da Lua das Flores" se passa em Oklahoma, nos Estados Unidos, em 1920. E aborda a história do inesperado boom da descoberta do petrolífero numa reserva indígena nas terras da tribo Osage, fazendo a tribo se tornar milionários do dia para noite, com as concessões para explorar o petróleo. Descoberta as mulheres passaram a ser objeto de cobiça dos homens brancos que estavam dispostos a com todos os meios para ficar com dinheiro.
Elenco de "Assassinos da Lua das Flores", de Martin Scorsese. (Foto: Reprodução/Getty Images)
O longa foi comentado pelos críticos como "marcante", "triunfo" e "obra prima". Além de comentários positivos, houve algumas notas divergentes. O The Times comentou "sátira desoladora", o Little White Lies diz que Scorsese "destitui a história de qualquer coisa que possa manchar a elevada seriedade do tema". A revista Variety comentou que o filme é cativante, porém seria "demolidor" se tivesse uma hora a menos; expõe que lamenta que ninguém tenha controlado o realizador do filme. Outro comentário divergente foi do The Hollywood Reporter, que destacou que o mestre do cinema expandiu seu legado com o "um filme apaixonado que homenageia tanto as vítimas como os sobreviventes".
Scorsese faz de seu novo filme uma denúncia da prática da exploração de povos inocentes com homenagens e respeito a esse povo.
O festival francês de Cannes iniciou na terça-feira (16) e vai até o dia 27 de maio.
A obra "Retrato Fantasmas" está prevista para estrear nos cinemas brasileiros no segundo semestre, até o momento não há uma data exata para o lançamento.
Foto Destaque: Martin Scorsese e Kleber Mendonça Filho no Cannes 2023. Reprodução/Lorena R7.