Após estrear na direção do longa “Nasce uma Estrela”, de 2018, Bradley Cooper disputou nove estatuetas e ganhou a de canção original. Agora, o ator apresentará “Maestro” para a tentativa de um novo Oscar, e o longa será exibido neste sábado (02) na competição do 80º Festival de Veneza. Cooper já concorreu nove vezes, quatro delas como ator, uma como roteirista e quatro como produtor, e novamente competirá como produtor, diretor, ator principal e corroteirista com Josh Singer.
Trailer de “Maestro” estrelado por Bradley Cooper e Carey Mulligan (Video: Reprodução/Youtube/Netflix Brasil)
Narrativa
“Maestro” retrata a vida de um dos grandes nomes da música norte-americana, sendo uma cinebiografia do maestro e compositor Leonard Bernstein. Além disso, o longa narra o casamento do musicista com a atriz Felicia Montealegre, interpretada por Carey Mulligan.
A transformação física do ator está sendo um dos processos mais polêmicos, por ele ter realizado a caracterização com o nariz prostético para deixá-lo mais semelhante ao Bernstein. Motivando o ator ainda mais por um prêmio, as atrizes Gary Oldman, Meryl Streep e Nicole Kidman já ganharam Oscar ao viverem personagens com maquiagem prostética. Outro ponto a ser destacado sobre o filme é de que o casamento retratado no longa evita a tendência comum de deixar a mulher em segundo plano.
Bradley e Carey como Leonard e Felicia (Foto: Reprodução/Getty Images/BBC)
A maquiagem
Ainda sobre a arte apresentada no filme, a maquiagem de Kazu Hiro é excepcional, pois não distrai o quanto poderia, especialmente na fase juvenil do maestro. No entanto, os exageros e obsessão pela semelhança deixa a produção do filme fútil, porque Bradley continua não se parecendo com Leonard.
Bradley Cooper caracterizado como Leonard (Foto: Reprodução/Vogue)
Críticas e lacunas
As críticas do Festival de Veneza ressaltam que a tentativa de alcançar décadas da vida de um grande músico em apenas duas horas de filme faz com que muitas lacunas sejam abertas, fazendo Cooper entrar em uma armadilha, mesmo focando no casamento do casal. Se o público almeja conhecer a carreira do maestro, infelizmente sairá da mesma forma, pois umas das músicas mais revolucionárias do maestro, “West Side Story”, é somente citada. Assim também acontece com o romance e importância de Felicia, pois a obra salta alguns momentos em que a esposa fez a diferença na vida do maestro.
A optativa do diretor em ter cenas em preto e branco na juventude do casal faz com que haja dificuldades nas cenas posteriores, como no momento em que eles se conhecem até a chegada do final. Outro ponto a ser enfatizado seria a amostra do primeiro cartaz, onde as costas de Felicia era o foco, dando a entender que o longa teria ela como história principal, porém não há enfoque na personagem, deixando lacunas dela e do relacionamento.
Os críticos do Festival também destacaram que a distância das cenas dificulta na narrativa, fazendo que as investidas nas mais emocionantes sejam boas o suficiente para o Oscar, até mesmo na atuação final de Mulligan, que em nenhum momento conseguiu alcançar o ponto alto da história do relacionamento de Felícia e Leonard.
Bradley foi elogiado pelas cenas sobre a carreira de Bernstein, quando foca no maestro, aos 25 anos, conduzindo a Filarmônica de Nova York, nos Estados Unidos, pela primeira vez, e quando o mesmo executa a obra “Mass”.
Finalizando, os críticos apontam que “Maestro” não é profundo o bastante para premiações por não retratar o suficiente da vida, obra e persona de Bernstein e Felicia, muito menos do casamento. O longa possui momentos bons, que são tecnicamente competentes, porém o que lhe falta para alcançar a excelência é Alma.
Foto destaque: Bradley Cooper recebe críticas desanimadoras no Festival de Veneza. Reprodução/Divulgação/Hollywood Forever TV