Longa de Antonio Campos foi lançado hoje (16) pelo serviço de streaming da Netflix. Ambientado nos arredores de Ohio na década de 50 o longa apresenta um enredo perfeito e todo concatenado com a trama e o suspense que envolve o telespectador. Cenas bucólicas nos transportam para um ambiente de clima sereno e tranquilo em que um pano de base religioso-cristã nos insere no cotidiano das pessoas. O recurso dos letreiros semelhantes ao início do cinema nos dá uma nostalgia ao relembrar as alegrias da evolução da sétima arte. O ambiente de toda a trama é bem carregada de sotaque rural e clima do Meio-Oeste apresentando até mesmo a forte violência de forma “confortável” (se é que isso seja possível).
("O Diabo de Cada Dia". Foto: Reprodução/Netflix)
Até em que ponto a religião pode ser benéfica, não-violenta e correta? Essa é uma pergunta que nos instiga e incomoda. A trama apresenta uma corrupção de valores morais que, levados a certos níveis de compreensão humana pode iludir e matar. Matar. Literalmente matar. A religião é política em seu discurso mais perverso e cruel. Sempre pautada na política da troca e na teologia da prosperidade, ela faz-nos ludibriar com a realidade concreta da vida que é bem mais perigosa.
Até em que ponto a guerra nos influencia e de que maneira pode nos afetar? Todos os personagens carregam o estigma da guerra, seja no corpo ou na própria vivência. Os elementos prazerosos de uma família reunida e cristã também chamam a nossa atenção. O que pesa e muito na avaliação são as sucessões incontroláveis dos fatos inesperados, pois nos aparentam serem improvisados. A coisa espontânea é boa, no entanto, quando se exagera nesse recurso, fica monótono.
“Algumas pessoas nasceram só para serem enterradas”. De aspecto melancólico, é preciso certa classe para sobreviver às mais de 2 horas de produção. O filme nos presenteia com cenas desenhadas das estradas, parques, florestas e até mesmo o pacato cemitério.
Leia mais: "Mulan", lançamento em plataformas digitais desafia o futuro do cinema
SINOPSE OFICIAL: ambientada entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã, “O Diabo de Cada Dia” acompanha diversos e bizarros personagens num canto esquecido de Ohio, EUA. Cada um deles foi afetado pelos efeitos da guerra de diferentes maneiras. Entre eles, um veterano de guerra perturbado, um casal de serial killers e um falso pregador.
No elenco, temos Tom Holand, Sebastian Stan, Robert Pattinson, Bill Skarsgard e Eliza Scanlen. O longa está disponível na Netflix
(Foto destaque: Robert Pattinson é um pastor macabro e imoral em novo longa da Netflix. Reprodução/Netflix via twitter)