Sobre Vinicius G. Melo

Jornalista no site Lorena R7.

Françoise Bettencourt Meyers se torna a primeira mulher com fortuna de US$ 100 bilhões

Françoise Bettencourt Meyers, herdeira da L”/Oréal, tornou-se a primeira mulher na história a acumular uma fortuna de US$ 100 bilhões, segundo dados recentes da Forbes e Bloomberg. Aos 70 anos, a francesa é herdeira de uma das maiores fortunas do mundo, derivada de sua participação significativa na gigante de cosméticos L”/Oréal, fundada por seu avô Eugène Schueller.

Lucros da L”/Oréal impulsionam fortuna da bilionária Bettencourt Meyers

A fortuna de Bettencourt Meyers cresceu notavelmente em 2023, em meio ao forte desempenho da L”/Oréal, que registrou vendas de 38,3 bilhões de euros (cerca de US$ 41,9 bilhões) em 2022. Este aumento expressivo deve-se, em parte, ao sucesso contínuo da L”/Oréal no mercado global de cosméticos e beleza, onde a empresa domina com marcas como Lancôme e Garnier.

Herdeira da L’Oréal doou US$ 226 milhões para restauração da Catedral de Notre Dame

Além de sua atuação empresarial, Bettencourt Meyers é conhecida por suas contribuições filantrópicas. Em 2019, ela doou US$ 226 milhões para a restauração da Catedral de Notre Dame, em Paris. Sua paixão por cultura e literatura se reflete em suas publicações sobre a mitologia grega e estudos bíblicos, demonstrando seu compromisso com a educação e as artes.

Controvérsias marcam trajetória da família Bettencourt Meyers


Liliane Bettencourt, Giorgio Armani e Françoise Bettencourt Meyers em 2012 (Foto: reprodução/Purepeople)


O percurso da família Bettencourt Meyers é marcado por controvérsias. Em 2010, a mãe de Françoise, Liliane Bettencourt, foi acusada de doar quantias milionárias ao fotógrafo François-Marie Banier, levantando suspeitas de abuso de fraqueza. O caso foi encerrado em 2015, com Banier condenado a pagar uma indenização de € 158 milhões à família Bettencourt. A série “A Bilionária, o Mordomo e o Namorado”, que estreou na Netflix em novembro, relata o escândalo. Françoise Bettencourt Meyers, única filha e herdeira legal de Liliane Bettencourt, consolidou-se como uma das pessoas mais ricas do mundo após o falecimento da mãe em 2017.

Foto Destaque: Françoise Bettencourt Meyers (Reprodução/X/@JMGlachant)

BC e CMN lançam regras de crédito e de educação financeira

O Banco Central do Brasil (BCB) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaram, em 21 de dezembro, a implementação de novas regulamentações sobre crédito rotativo e educação financeira, com vigência a partir de 1º de julho de 2024. As medidas visam promover transparência nas faturas de cartão de crédito e fortalecer a educação financeira entre os consumidores, para reduzir endividamento.

Medidas educacionais tornam-se obrigatórias para instituições financeiras

A Resolução Conjunta n.º 8 estabelece que as instituições financeiras devem adotar medidas educativas, focando na organização financeira, formação de poupança, e prevenção ao superendividamento. A medida é vista como uma resposta aos desafios da inclusão financeira acelerada e aos riscos associados, como fraudes, inadimplência e endividamento crescente.

A inclusão financeira evoluiu rapidamente nos últimos anos no Brasil. Por meio de inovações tecnológicas e de medidas regulamentares, o número de pessoas com relacionamento com o sistema financeiro nacional passou de 138,5 milhões, em dezembro de 2016, para 175,9 milhões, em outubro do ano em curso. […] O número de pessoas inadimplentes em operações de crédito há mais de noventa dias aumentou de 10,2 milhões, em dezembro de 2016, para 15,9 milhões, em setembro de 2023”, afirma documento da reunião do CMN e do Banco Central.

Transparência e portabilidade no crédito rotativo

A Resolução CMN n.º 5.112, conforme a Lei n.º 14.690/2023 e o programa Desenrola Brasil, define as regras para a portabilidade do crédito rotativo e parcelamento de faturas de cartões de crédito. Segundo esta resolução, a transferência do saldo devedor de cartões de crédito para outra instituição financeira não acarretará custos para o cliente, garantindo a gratuidade desse serviço.


Dívidas dos brasileiros por segmento em novembro (Foto: reprodução/Serasa)


Paralelamente, a Resolução BCB n.º 365 aprimora a transparência nas faturas de cartão de crédito, enfatizando a clareza das informações essenciais e das opções de pagamento disponíveis aos titulares dos cartões.

Foto Destaque: Cliente realiza pagamento no cartão (Reprodução/O Popular)

New York Times processa OpenAI e Microsoft em ação de direitos autorais

Em um movimento histórico que coloca em cheque os limites entre tecnologia e direitos autorais, o jornal The New York Times iniciou uma ação judicial contra a OpenAI e a Microsoft. Aberto na última quarta-feira (27), o processo alega o uso indevido de conteúdo jornalístico para treinar modelos avançados de IA como o GPT-4, levantando questões críticas sobre ética e propriedade intelectual no setor tecnológico.

A queixa está em análise no Tribunal Federal dos EUA em Manhattan, e representa um marco na interação entre grandes meios de comunicação e a inovação em inteligência artificial.

Conflito sobre uso do conteúdo jornalístico e inteligência artificial generativa

O jornal acusa as empresas de usar seu conteúdo extensivamente sem autorização para treinar IAs, principalmente o ChatGPT, violando seus direitos autorais.

Os documentos judiciais indicam que o domínio www.nytimes.com é uma das principais fontes do Common Crawl, vital para desenvolver tecnologias como o GPT-4 da OpenAI, alegadamente com 1,8 trilhão de parâmetros, treinado com um volume massivo de dados.

O domínio www.nytimes.com é a fonte proprietária mais representada (e a terceira no geral, atrás apenas da Wikipedia e de uma base de dados de documentos de patentes dos EUA) em um subconjunto filtrado de língua inglesa de um registro de 2019 do Common Crawl, contabilizando 100 milhões de tokens […] O conjunto de dados do Common Crawl inclui pelo menos 16 milhões de registros únicos de conteúdo do The Times em Notícias, Culinária, Wirecutter e The Athletic, e mais de 66 milhões de registros totais de conteúdo do The Times”.


Os CEOs da Microsoft e da OpenAI Satya Nadella e Sam Altman (Foto: reprodução/LinkedIn/Satya Nadella)


A questão jurídica reflete também o impacto econômico da IA para empresas como OpenAI e Microsoft, que lucraram bilhões com produtos como Bing e Copilot da Microsoft, e ChatGPT Enterprise da OpenAI em 2023: “Cada Réu se beneficiou substancialmente de sua conduta ilícita de várias maneiras. […] A OpenAI estava a caminho de gerar mais de US$ 1 bilhão em receita nos próximos doze meses, ou US$ 80 milhões por mês. […] A integração do GPT-4 no Bing aumentou o uso do motor de busca e as receitas publicitárias associadas”. Em contrapartida, o NYT não foi compensado pelo uso de seu conteúdo.

Implicações financeiras e crise interna na OpenAI

A disputa legal ocorre em um momento crítico para a OpenAI, marcado por uma crise de governança e a demissão e reintegração do CEO Sam Altman. A empresa, com receitas projetadas na casa dos bilhões devido a tecnologias como ChatGPT, enfrenta desafios que ultrapassam o financeiro, adentrando em questões éticas e legais.

Por parte do NYT, o processo busca compensações financeiras não especificadas, possivelmente bilionárias, e a destruição de quaisquer modelos de IA que utilizem seu conteúdo: “A conduta ilícita dos Réus também causou, e continuará a causar, danos substanciais ao Times. O Times investe significativamente na criação de conteúdo para informar seus leitores, que compram assinaturas ou interagem com os sites e aplicações móveis do Times, gerando receita”.

O caso ressalta preocupações sobre desinformação e atribuição errônea de conteúdo ao NYT pelas IA, destacando desafios éticos na criação de tecnologias que respeitem direitos autorais e integridade jornalística.

Processo é um marco nos direitos autorais e no uso de IA

Esta ação judicial segue outras iniciativas, como uma ação coletiva em novembro, liderada pelo autor Julian Sancton, contra OpenAI e Microsoft, por supostamente utilizar obras de autores para treinar suas IA.

A postura do NYT difere de outros grupos de mídia, como Axel Springer e Associated Press, que firmaram acordos de conteúdo com a OpenAI. A ação pode estabelecer precedentes significativos para o futuro das interações entre IA e direitos autorais, impactando não só empresas de tecnologia, mas também meios de comunicação e usos sociais da tecnologia.

Foto Destaque: Fachada da sede do jornal New York Times em Manhatan (Reprodução/X/@nowthisnews)

Governança e liquidez são a tônica dos maiores fracassos corporativos de 2023

O ano de 2023 destacou-se pelos colapsos dramáticos no cenário corporativo, desde a crise regulatória da Binance até os desafios de governança na OpenAI e o inesperado colapso do Silicon Valley Bank, além das crises na WeWork e Bed Bath & Beyond, ilustrando desafios críticos de liquidez, governança e conformidade regulatória.

Crise regulatória e impactos globais com a queda da Binance

Liderada por Changpeng Zhao, a corretora de criptomoedas Binance anunciou em outubro a venda de tokens FTT, catalisando a falência da FTX. A crise culminou em novembro, com Zhao se declarando culpado e a Binance sendo multada em US$ 4,3 bilhões pelo Departamento de Justiça dos EUA, devido a violações da Lei de Sigilo Bancário norte-americana e sanções econômicas dos EUA, levando a uma queda nos preços das criptomoedas e a saques de mais de US$ 1 bilhão da plataforma em apenas 24 horas.

Reviravoltas na liderança da OpenAI e os desafios éticos da IA


O CEO e co-fundador da OpenAI Sam Altman, demitido e reintegrado à empresa em novembro (Foto: reprodução/X/@dseetharaman)


A OpenAI, carro-chefe nos avanços em inteligência artificial (IA), enfrentou sua própria crise de liderança em 2023. A saída e subsequente retorno de Sam Altman como CEO em novembro, em meio a discordâncias internas e pressão dos investidores, destaca as complexidades da governança corporativa em empresas de tecnologia de rápido crescimento.

Silicon Valley Bank e outras crises em um ano turbulento

Além da Binance e OpenAI, o colapso do Silicon Valley Bank em março, com uma crise de liquidez, ressalta os riscos financeiros no setor bancário e de startups. A startup de escritórios para coworking WeWork, enfrentando dívidas de mais de US$ 18 bilhões, declarou falência em novembro, enquanto a rede varejista Bed Bath & Beyond evitou a falência com um empréstimo de US$ 500 milhões em junho, após lutar com dívidas crescentes e fechamento de lojas.

Reflexões estratégicas após os fracassos corporativos de 2023

Os eventos de 2023 enfatizam a importância da gestão eficaz, da adaptação estratégica e da conformidade regulatória no ambiente de negócios atual. A análise desses colapsos oferece insights cruciais para a resiliência e inovação necessárias para o sucesso empresarial sustentável em um mercado global competitivo, de altos e baixos.

Foto Destaque: O CEO da Binance Changpeng Zhao (Reprodução/X/@kowsmann)

Indústria brasileira de games se destaca novamente no cenário mundial em 2023

A indústria de games brasileira continua crescendo em 2023, superando mercados como Estados Unidos e Japão. Com um aumento de demanda de 3% em 2022, mais de 1000 estúdios ativos e uma força de trabalho diversificada com crescente participação feminina, o Brasil reafirma sua posição de liderança na produção de jogos.

Brasil lidera o mercado de games na América Latina com destaque para mobile

Daniel Konstantinovic, analista na Insider Intelligence, especializado em mídia digital, falou para a Forbes Brasil sobre o impacto da pandemia no setor de games, especialmente em dispositivos móveis. Aproximadamente 38% dos jogos desenvolvidos no Brasil são para dispositivos móveis, uma tendência reforçada pelo isolamento social.


Em 2020, a Wildlife, fundada pelos irmãos Victor e Arthur Lazarte, foi avaliada em US$ 3 bilhões (Foto: reprodução/Wildlife)


Conforme dados da Insider Intelligence, a indústria de games na América Latina cresceu 4,35% em 2023, com o Brasil emergindo como líder regional. Com cerca de 104 milhões de jogadores, o país tem uma participação significativa no mercado latino-americano, que conta com 284,7 milhões de jogadores.

Avanços e diversidade impulsionam os games brasileiros

De acordo com a Abragames e ApexBrasil, a indústria brasileira de games teve um crescimento de 3% em 2022, destacando-se mesmo com a queda global do setor. Metade das desenvolvedoras nacionais com atuação internacional obteve mais de 70% do seu faturamento no exterior.


Em abril, a Epic adquiriu o estúdio brasileiro AQUIRIS, criando a Epic Brasil (Foto: reprodução/Epic Games)


A Epic Games adquiriu o estúdio brasileiro Aquiris em abril, tornando-o a Epic Brasil, seu primeiro estúdio na América Latina.

O setor empregou cerca de 13.225 pessoas em 2022, com 24,3% de participação feminina entre os colaboradores e 14,3% entre sócias. Cerca de 80% dos estúdios brasileiros usaram a engine Unity em 2022, indicando a modernização tecnológica na indústria de jogos do país.

Foto Destaque: BIG Festival 2023, em junho, maior evento de games no Brasil (Reprodução/Meu Playstation)

Programa Celular Seguro protege usuários brasileiros contra roubos e perdas

Lançamento nesta terça-feira (19) do programa Celular Seguro, uma colaboração do Ministério da Justiça com ANATEL, FEBRABAN, ABR Telecom e instituições financeiras, traz segurança aprimorada para celulares, com cadastro via aplicativo ou plataforma web.

Iniciativa do Ministério da Justiça visa proteger dados dos usuários em furtos, roubos ou perdas de celulares

O aplicativo Celular Seguro, disponível para Android e iOS, e a plataforma web possibilitam o cadastro centralizado de dispositivos móveis e pessoas de confiança, além de oferecerem mecanismos de bloqueio rápido em casos de furto, roubo ou perda.

A integração do serviço com operadoras de telefonia e instituições financeiras garante uma resposta rápida e abrangente em situações emergenciais.


Anúncio do Ministério da Justiça sobre o lançamento do Programa Celular Seguro (Foto: reprodução/X/@mjspgov) 


O registro de ocorrências no aplicativo não substitui a necessidade de informar incidentes às autoridades policiais.

Os usuários são responsáveis pela precisão dos dados e pela manutenção da confidencialidade de login e senha. O Ministério da Justiça assegura a proteção dos dados pessoais dos usuários.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou quase um milhão (999.223 ocorrências) de roubos e furtos de celulares em 2022.

Guia de instalação e uso do Celular Seguro

Para instalar e o usar o Celular Seguro, os usuários devem seguir os seguintes passos:


Aplicativo Celular Seguro estará disponível no Android e iPhone a partir desta terça-feira, 19 (Foto: reprodução/Governo Federal)


  • Instalação: Baixe o aplicativo Celular Seguro nas lojas App Store ou Play Store, ou acesse a plataforma web do serviço;
  • Login: Utilize o sistema gov.br para acessar o aplicativo ou a plataforma web;

Usuários poderão registrar seus números e pessoas de confiança no aplicativo ou na plataforma web do Celular Seguro (Foto: reprodução/Governo Federal)


  • Cadastro: Forneça dados como nome, número de telefone, informações do dispositivo móvel e os dados de uma pessoa de confiança, que poderá criar uma ocorrência por meio do site ou aplicativo;

Ocorrências de furtos, roubos ou perdas de celulares poderão ser registradas no Celular Seguro (Foto: reprodução/Governo Federal)


  • Registro de Ocorrências: Em caso de roubo ou perda, acione o bloqueio do dispositivo através do aplicativo ou site.”

Foto Destaque: aplicativo Celular Seguro estará disponível para Android e iOS (Reprodução/Blog do iPhone)

IBM lidera avanços em IA generativa para negócios com plataforma WatsonX

Em um cenário de significativos avanços em Inteligência Artificial (IA), a IBM se destaca na aplicação dessa tecnologia em negócios. Dados recentes da pesquisa Global Anual da McKinsey indicam que um terço das organizações já adota IA generativa. O CEO Study da IBM revela que 60% dos líderes executivos no Brasil consideram a computação em nuvem e a IA fundamentais nos próximos três anos. A IBM também colabora com a NASA no desenvolvimento de modelos de IA geoespaciais para monitoramento climático e implementou a plataforma IBM WatsonX no Bradesco no Brasil.

A IBM e a IA generativa

Segundo o CEO Study 2023 da IBM, 41% dos líderes no Brasil enfrentam desafios em extrair insights de IA, uma preocupação também global, com uma média de 40%. O WatsonX é a resposta da IBM a essa demanda crescente por IA generativa focada em negócios. A plataforma compreende três componentes: o WatsonX.data, para gerenciamento de dados; o WatsonX.governance, lançado na última quarta-feira (13) para tarefas de governança; e o WatsonX.ai, um estúdio de IA. 

A plataforma oferece os modelos de IA da IBM, Granite e Slate, otimizados para tarefas corporativas. O Granite-13b-chat, um modelo de 13 bilhões de parâmetros, é voltado para diálogos e criação de texto, enquanto o Granite-13b-instruct, também de 13 bilhões de parâmetros, foca em instruções e elaboração de relatórios. Os modelos Slate, multilíngues com 153 milhões de parâmetros, são eficientes em processamento de linguagem natural, incluindo análise de sentimentos e extração de dados. 


Plataforma WatsonX oferece diferentes modelos de IA da IBM e de terceiros, otimizados para negócios (Foto: Reprodução/IBM)


Além disso, a empresa incluiu no ecossistema WatsonX.ai modelos de código aberto, como o Llama-2-70b-chat da Meta e o Flan-T5-XXL-11B da Google, garantindo flexibilidade e adaptabilidade para diferentes requisitos empresariais.

Parceria com a Nasa para IA geoespacial

Um outro marco importante na jornada da IBM em IA é a parceria com a NASA para o desenvolvimento de modelos de IA geoespaciais para monitoramento climático. Anunciados em agosto, esses modelos têm potencial para transformar a forma como entendemos e lidamos com questões climáticas críticas, oferecendo insights valiosos a partir de dados de satélites.

Adoção do WatsonX pelo Bradesco

O Bradesco, uma das principais instituições financeiras do Brasil, está entre os primeiros a adotar a plataforma IBM WatsonX. A parceria entre o Bradesco e a IBM, iniciada em 2016, resultou na criação da assistente virtual BIA, a primeira grande aplicação de IA no Brasil. BIA evoluiu de uma ferramenta de informação para realizar transações financeiras e agora atende 21 milhões de clientes, segundo matéria do Valor Econômico de novembro. Em junho, as empresas também lançaram o E-agro, uma solução de IA para o agronegócio.

Foto Destaque: o produto watsonx.ai, que integra a plataforma corporativa WatsonX da IBM (Reprodução/IBM)

SBI Holdings e Saudi Aramco firmam parceria para investir em ativos digitais e semicondutores

A SBI Holdings, o maior grupo de criptomoedas do Japão, e a Saudi Aramco, estatal saudita de petróleo e gás, e segunda maior empresa do mundo, anunciaram uma parceria estratégica neste mês para investir em ativos digitais e semicondutores.

SBI Holdings e Saudi Aramco se unem para impulsionar inovação em ativos digitais e semicondutores

Na última quinta-feira (7), a SBI Holdings, liderada por Yoshitaka Kitao, anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a Saudi Aramco, comandada por Amin H. Nasser, para a colaboração em várias áreas de interesse tecnológico e financeiro. O acordo visa impulsionar a cooperação em ativos digitais, apoiar startups japonesas de ativos digitais para expansão na Arábia Saudita, e fomentar investimentos em semicondutores, incluindo a construção de fábricas em ambos os países. 

Através desta parceria com a Aramco, as partes, juntas, utilizarão seus conhecimentos e recursos mútuos para discutir mais oportunidades de negócios em campos de tecnologia avançada”. A parceria entre a SBI Holdings e a Saudi Aramco representa um passo significativo no fortalecimento das relações comerciais e tecnológicas entre o Japão e a Arábia Saudita.

Acordo entre gigante saudita e SBI Holdings envolve parcerias com a empresa de semicondutores taiwanesa PSMC


Yoshitaka Kitao (à esquerda), diretor representante, presidente e CEO da SBI Holdings, e Frank Huang (à direita), Presidente do Conselho de Administração da PSMC (Foto: reprodução/EE Times Asia)


O acordo também visa desenvolver projetos em semicondutores, destacando a parceria da SBI com a fundição taiwanesa Powerchip Semiconductor Manufacturing Corporation (PSMC). Em 31 de outubro, a SMI anunciou que as empresas vão construir uma fábrica em Miyagi Prefecture, no Japão, com foco na produção de semicondutores para o setor automotivo; a iniciativa, com planos de produção mensal de 40.000 wafers ao mês, responde à demanda crescente por semicondutores avançados.

 

Foto Destaque: bandeiras da Arábia Saudita e do Japão (Reprodução/X/@edward_farina)

COP28: acordo reconhece urgência de reduzir emissões, mas enfrenta desafios orçamentários e indefinições

Durante a COP28, realizada de 30 de novembro até terça-feira (12) em Dubai, nos Emirados Árabes, quase 200 países concordaram em intensificar esforços para a transição dos combustíveis fósseis e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, em acordo climático histórico. Autoridades criticaram a falta de metas explícitas para eliminação de combustíveis fósseis e os desafios orçamentários do acordo.


Conferência do clima aconteceu em Dubai e terminou na última terça-feira, 12 (Foto: reprodução/X/@TheElders)


Texto final de acordo da COP28 não define eliminação de combustíveis fósseis

O acordo firmado em 12 de dezembro na COP28 estabeleceu o objetivo de triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030. Esses avanços são cruciais para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050, reconhecendo a urgência de reduzir significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas. Apesar do progresso, o texto final não pediu explicitamente a eliminação progressiva do uso de petróleo e gás, devido à oposição da Arábia Saudita e outros países da OPEP, ponto criticado pelo Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres e pela AOSIS (Aliança dos Pequenos Estados Insulares).

Secretário do clima da ONU admite desafios orçamentários e necessidade de compromissos das nações

O Secretário da Convenção sobre Mudança do Clima da ONU (UNFCCC), Simon Stiell, reconheceu o desafio orçamentário enfrentado pela UN Climate Change, entidade das Nações Unidas responsável por coordenar a resposta global às mudanças climáticas. Stiell também enfatizou a necessidade de “colocar o Acordo de Paris [adotado em 2015 por 196 países] em pleno funcionamento” e destacou a relevância das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromissos específicos feitos por cada país para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se às mudanças climáticas. “No início de 2025, os países devem entregar novas NDCs. Cada compromisso — seja sobre financiamento, adaptação ou mitigação — deve nos alinhar com um mundo de 1,5 grau [máximo de aumento da temperatura global acima dos níveis pré-industriais]”.

Países em desenvolvimento precisam de financiamento para ações climáticas

Conforme o relatório oficial da COP28, os países em desenvolvimento enfrentam uma demanda de financiamento estimada entre US$ 5,8 e 5,9 trilhões para ações climáticas, e precisarão de US$ 215 a 387 bilhões anualmente para adaptação climática até 2030. Em um desenvolvimento positivo, o relatório aponta que o financiamento climático providenciado por nações desenvolvidas atingiu um total de US$ 89,6 bilhões em 2021, com um aumento significativo em comparação aos anos anteriores.

 

Foto Destaque: O secretário da ONU Simon Stiell, o presidente da COP28 Ahmed Al Jaber e outras autoridades na conferência (Reprodução/X/@AlexSteffen)

Ministério da Ciência e Tecnologia anuncia revisão da estratégia brasileira de IA

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciou na última segunda-feira (11) o início da revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), que deve ser concluída até maio de 2024. Lançada em 2021, a estratégia define os objetivos e ações do governo federal para o desenvolvimento e aplicação da IA no Brasil.

Revisão deve priorizar dinamização da pesquisa e inovação, e impacto da IA em diferentes setores

A revisão da EBIA, conforme divulgado pelo MCTI, focará na dinamização da pesquisa e inovação em IA, avaliando seu impacto em setores-chave como saúde, educação, agricultura e energia. Destaca-se a colaboração do MCTI com entidades como o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, a FINEP e a ENAP na criação de soluções de IA para o setor público. Até o momento, dez Centros de Pesquisa Aplicada em IA foram estabelecidos no Brasil, reforçando a infraestrutura nacional para o desenvolvimento da IA.

É preciso que a gente compreenda a transversalidade da Inteligência Artificial nos serviços e na indústria e o impacto que terá nas relações de produção”, afirmou a ministra na cerimônia de lançamento.

EBIA original, lançada em 2021, tem foco em desenvolvimento tecnológico, ética e governança

A EBIA, lançada em abril de 2021, foi elaborada em três etapas: consultoria especializada com a UNESCO em 2019, benchmarking nacional e internacional e consulta pública. A estratégia se alinha com os objetivos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e estabelece nove eixos temáticos, que abrangem desde a legislação e regulação da IA até sua aplicação em setores produtivos e no poder público.


Eixos temáticos da estratégia do Brasil para a IA lançada em 2021 (reprodução/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)


Entre os objetivos da EBIA estão:

  • Elaboração de princípios éticos para o uso responsável da IA;
  • Promoção de investimentos em pesquisa e desenvolvimento;
  • Remoção de barreiras à inovação;
  • Capacitação de profissionais para o ecossistema da IA;
  • Fomento ao ambiente de cooperação entre entes públicos e privados.

A EBIA original também destaca a importância da IA para o desenvolvimento nacional e a competitividade global do Brasil. A revisão em andamento visa atualizar esses objetivos e eixos, considerando o crescimento do mercado global de IA, cujo total de investimentos deve chegar a US$ 200 bilhões, segundo a Goldman Sachs, em 2025.

Foto Destaque: de costas, o secretário Ciência e Tecnologia para a Transformação Digital do MCTI Henrique Miguel e a ministra Luciana Santos no lançamento da revisão (Reprodução/Rodrigo Cabral/MCTI)