Sobre Vinicius G. Melo

Jornalista no site Lorena R7.

Cliente que perdeu US$ 100 mil testemunha contra ex-CEO da FTX

O colapso financeiro da bolsa de criptomoedas FTX em novembro do ano passado não abalou apenas o mercado de cripto, mas levou a julgamento seu ex-CEO, Sam Bankman-Fried, acusado de fraude e lavagem de dinheiro. Mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas. Marc-Antoine Julliard foi a primeira testemunha a falar contra Bankman-Fried em tribunal, na última quarta-feira (4). Ele perdeu cerca de US$ 100 mil com a falência da FTX.

 

Mais de 1 milhão de clientes foram afetados pelo colapso da FTX

Lee Rees, um trader de criptomoedas de Londres, é uma das mais de 1 milhão de pessoas afetadas pelo colapso da FTX. Ele perdeu cerca de US$ 100 mil, metade de sua renda anual, quando a plataforma de negociação de criptoativos declarou falência. “É como se o seu chefe não te pagasse. Você não consegue viver“, disse Rees à Reuters.


Marc-Antoine Julliard perdeu US$ 100 mil com falência da FTX. (Foto: reprodução/Adam Gray/dailymail.com)


O fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, é acusado de desviar US$ 8 bi dos clientes para financiar seu fundo de hedge Alameda Research, a compra de propriedades de luxo e doações políticas. O julgamento começou em Nova York nesta semana e Bankman-Fried se declara inocente das acusações.

Os clientes da FTX enfrentam um complicado processo de reivindicação de falência que deve se estender até 2024. Marc-Antoine Julliard, negociante de cacau, foi a primeira testemunha a falar pela acusação, na última quarta-feira (4). Julliard descreveu como tentou tirar parte dos US$ 100 mil que tinha na FTX, sem sucesso.

Em abril, a FTX recuperou US$ 7,3 bilhões dos fundos desaparecidos, mas muitos clientes ainda não receberam seu dinheiro de volta.

 

Julgamento de Bankman-Fried deve durar 6 semanas

Sam Bankman-Fried é acusado de desviar US$ 8 bi de fundos de clientes da FTX para a Alameda Research. Ele também é acusado de usar o dinheiro para despesas pessoais e contribuições políticas para democratas e republicanos. O processo alega que a fraude ocorreu de 2019 a novembro de 2022. Bankman-Fried enfrenta sete acusações, incluindo fraude e conspiração; se condenado, o ex-bilionário das criptomoedas pode pegar até 110 anos de prisão.


Ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried pode pegar prisão perpétua. (Foto: reprodução/X/@BenWeiserNYT)


O julgamento teve início em Manhattan na terça-feira (3), com a seleção do júri, e deve durar 6 semanas. As declarações de abertura foram feitas na quarta-feira (4); o juiz Lewis A. Kaplan é responsável pelo caso.

 

Co-fundador da FTX e ex-namorada de Bankman-Fried testemunham no caso

Três executivos da FTX próximos a Bankman-Fried se declararam culpados e concordaram em testemunhar contra ele. Gary Wang, ex-CTO e co-fundador da FTX, testemunhou ontem e hoje (5 e 6) pela acusação. Wang afirmou que Bankman-Fried estava ciente do déficit de US$ 8 bi em ativos de clientes em 7 de novembro de 2022, quando tuitou que os ativos e a FTX estavam bem.

Na terça (10), a acusação deve chamar Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research e ex-namorada de Sam Bankman-Fried. Nishad Singh, ex-diretor de engenharia da FTX, também testemunhará no caso.

 

Entenda o caso e a falência da FTX

  • 2019: A FTX é fundada por Sam Bankman-Fried.
  • 2020: A FTX se torna uma das maiores e mais populares bolsas de criptomoedas do mundo.
  • Novembro de 2022:
    • Artigo da CoinDesk levanta preocupações sobre a solvência da Alameda Research, uma empresa afiliada à FTX.
    • O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, anuncia que a Binance venderia seus tokens FTT, o token nativo da FTX.
    • Os usuários da FTX começam a sacar seus fundos da bolsa em massa, levando a uma crise de liquidez.
    • A Binance desiste de um acordo não vinculativo para adquirir a FTX.
    • A FTX entra com pedido de proteção contra falência conforme o Capítulo 11 da lei de falências americana.

 

Foto destaque: Mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas por colapso da bolsa de criptomoedas FTX, em novembro de 2022. Reprodução/X/@Kr00ney.

Dell aposta em IA para impulsionar crescimento

A Dell Technologies está apostando na inteligência artificial (IA) para impulsionar seu crescimento. A empresa, que já foi dominante no mercado de PCs, está reinventando seu foco estratégico para a divisão responsável por servidores, armazenamento de dados e outras infraestruturas de escritório. No entanto, apesar da alta demanda por IA, números divulgados pela Dell sugerem que o impacto nas receitas pode levar mais tempo para se materializar.

Dell vê IA como motor de crescimento, mas receita é abaixo das expectativas

A Dell, anteriormente dominante no mercado de PCs, vê agora o setor de servidores e data centers como seu principal motor de crescimento, com expectativa de crescimento de 7% nos próximos anos. Essa projeção é parcialmente impulsionada pela Inteligência Artificial e servidores equipados com processadores gráficos da Nvidia.


Yvonne McGill, Diretora Financeira e VP Executiva da Dell, anunciou no blog da Dell expectativa de crescimento da receita da empresa entre 3% e 4%, abaixo do esperado por investidores. (Foto: Reprodução/dell.com)


Publicado em 5 de outubro de 2023, um comunicado da Dell Technologies revela uma expectativa de crescimento anual composto da receita entre 3% e 4%, números que frustraram investidores dado o crescimento do mercado de IA. 

A empresa também tem mais de $2 bilhões em pedidos pendentes para servidores voltados para IA, reforçando a aposta no setor.

Mudanças na liderança executiva da Dell em 2023

Em julho, a Dell anunciou a saída do seu co-diretor de operações, Chuck Whitten, que havia assumido o cargo em 2021. Jeff Clarke permanece como único diretor de operações da empresa. 


Chuck Whitten publicou sobre sua saída da Dell em agosto no Linkedin, apenas dois anos após ter assumido o cargo. Na terça-feira (3), a Diretora Global de Canais Rola Dagher também anunciou sua saída da empresa. (Foto: Reprodução/Linkedin/chuckwhitten)


As cargas de trabalho de IA são muito diferentes das aplicações tradicionais. As cargas de trabalho da IA generativa, em particular, exigem uma grande quantidade de processamento de dados em paralelo. Por isso, acreditamos que a IA vai expandir o mercado de tecnologia, com o mercado de hardware e serviços de IA projetando um crescimento de 18% ao ano nos próximos anos, para aproximadamente US$ 124 bi“, escreveu Clarke na quarta-feira (5), no blog da Dell.

Neste ano, outras mudanças na liderança executiva da Dell incluem a saída da Diretora Global de Canais Rola Dagher, anunciada na terça-feira (3), e a aposentadoria de Tom Sweets, substituído em março por Yvonne McGill, atual Diretora Financeira e Vice-Presidente Executiva.

Empresa anuncia recompras de ações e aumento de dividendos

Para apoiar seu crescimento, a Dell planeja recomprar mais US$ 5 bilhões em ações e espera aumentar seu dividendo trimestral em 10% ou mais anualmente até o ano fiscal de 2028. Estes planos vêm após a empresa ter realizado cortes de custos que resultaram na demissão de mais de 6.650 mil funcionários em fevereiro, cerca de 5% da sua força de trabalho.

Apesar dos desafios, as ações da Dell subiram 65% em 2023, recuperando-se de uma queda de quase 30% em 2022.

 

Foto destaque: com queda nas vendas de computadores pessoais após a pandemia, Dell tenta se firmar no mercado de servidores e infraestrutura para IA. Reprodução/dell.com.

Ipea e Uber revelam impacto de apps de transporte no Rio

O seminário “Impacto da Mobilidade Urbana por Aplicativo e Acesso a Oportunidades no Rio de Janeiro”, realizado na quarta-feira (4) no Rio, apresentou um estudo que analisa 152 milhões de viagens de aplicativos de transporte na cidade. A pesquisa foi conduzida pelo Ipea em parceria com a Uber.

Estudo analisa 152 milhões de viagens de aplicativo no Rio

Rafael Pereira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e um dos autores do estudo, afirmou que os dois principais objetivos foram estimar como os serviços de mobilidade por aplicativo afetam o acesso a oportunidades de emprego, e como a combinação desses serviços com o transporte público pode expandir tais oportunidades.

De acordo com o estudo, viagens de aplicativos de transporte de até 60 minutos, quando complementadas pelo transporte público, aumentam a acessibilidade ao emprego em até 75%. Quando se trata de viagens que custam até R$ 24 e duram no máximo 30 minutos, o transporte por aplicativo torna o destino até sete vezes mais acessível do que o transporte público.

Mobilidade por app melhora acesso, mas desafia baixa renda

Mas nem tudo são flores. Segundo Rafael, “em todo lugar, qualquer ganho só é possível para quem pode pagar”. “Para quem tem um salário de R$ 6 mil, R$ 10 mil ou mais, gastar 10% da sua renda já é bastante dinheiro com transporte. Mas para a população de baixa renda, 10%, 20% de pouca coisa é quase nada”, disse o pesquisador no evento, que contou com o gerente de políticas públicas da Uber Pedro Santos e o gerente do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) Bernardo Serra.


Seminário com pesquisador do Ipea e gerente da Uber apresentou na quarta-feira (4) resultados da pesquisa “Acessibilidade Urbana por Ride-Hailing e Transporte Público Considerando o Trade-Off entre Custo Monetário e Tempo de Viagem”. (Foto: reprodução/X/@ipeaonline)


O custo monetário é a principal barreira de acesso ao transporte no Brasil como um todo, não só por aplicativo (…) Essa barreira financeira faz com que o transporte por aplicativo tenha ganhos de acessibilidade muito maiores para a população de média e alta renda.”


Estudo mostra que melhor acessibilidade por combinação de transporte público e por aplicativo depende da renda. (Foto: reprodução/ipea.gov.br)


Em todos os casos, o ganho de acessibilidade fica muito palpável para a população de alta renda, e para a população de baixa renda esse ganho praticamente não existe.

Pesquisa sugere que políticas públicas integrem apps e transporte público

O estudo aponta para a necessidade de políticas públicas que integrem diferentes modais de transporte, sendo subsidiadas para se tornarem viáveis. “Se o transporte público, como funciona hoje, está precisando de subsídio para se manter, qualquer política pública que vá tentar expandir o serviço também precisa considerar a expansão de subsídios“, afirma Rafael.
À época da pesquisa, entre março e dezembro de 2019, uma viagem por aplicativo custando a partir de R$ 12 era 32,60% mais cara do que a tarifa mais alta de transporte público, que era de R$ 9,05.

 

Foto destaque: pesquisa do Ipea e da Uber aponta que integração entre transporte público e de aplicativo aumenta acessibilidade ao emprego, mas só para os mais ricos. Reprodução/MacMagazine/theneves.com.br.

Meta AI é treinado com dados de usuários do Facebook e Instagram

Em entrevista à Reuters, o presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, disse que a empresa usa dados do Facebook e Instagram no Meta AI. Ele negou que chats e outros conteúdos compartilhados apenas com amigos e familiares sejam usados. Meta e OpenAI enfrentam processos por violação de direitos autorais e uso de dados públicos em seus modelos de inteligência artificial.

Meta nega a utilização de dados privados em novo assistente

Durante a conferência Meta Connect, em 27 e 28 de setembro, Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, discutiu questões relacionadas à privacidade, direitos autorais e segurança no treinamento do novo assistente de IA da empresa. 

Segundo Clegg, a Meta utilizou dados de postagens do Facebook e Instagram para o treinamento dos modelos do Meta AI, seu novo assistente de IA. No entanto, chats e dados privados não foram usados no treinamento dos modelos.


No Fórum da Democracia de Atenas, em 28 de setembro, Clegg afirmou que a regulamentação sempre vem atrás da indústria. Meta enfrenta processos de direitos autorais. (Foto: Reprodução/atticanews.gr)


Clegg também disse esperar “muitas disputas legais” pelo uso de materiais protegidos por direitos autorais no treinamento dos modelos. 

Meta enfrenta processos de direitos autorais no treinamento do Llama

Em julho, Sarah Silverman, Christopher Golden e Richard Kadrey processaram a Meta por violações de direitos autorais, acusando a empresa de usar seus livros para treinar o Llama. 

No mês passado, a defesa da Meta afirmou em tribunal que os autores não conseguiram provar que o texto gerado pelo modelo é semelhante às obras, e pediu o arquivamento do processo. 

A defesa da Meta também afirma que o uso de dados públicos para treinar modelos de IA não é ilegal, dizendo que os autores não compreenderam o escopo dos direitos autorais. Segundo a Meta, o uso das obras em treinamentos de IA é um “uso justo quintessencial”.

Outro grupo de escritores, incluindo Michael Chabon, David Henry Hwang, Matthew Klam, Rachel Louise Snyder e Ayelet Waldman, entrou com uma ação coletiva semelhante contra Meta e OpenAI em setembro.

Assistente de IA não tem previsão de chegada ao Brasil

O Meta AI, lançado em 27 de setembro nos EUA e sem previsão de chegada ao Brasil, está disponível em fase beta no WhatsApp, Messenger e Instagram e chegará em breve aos óculos de realidade virtual Ray-Ban Meta e ao Quest 3. 


O presidente da Meta, Nick Clegg, usando um dos óculos de realidade virtual da empresa no Meta Connect. (Foto: Reprodução/X/@nickclegg)


Utilizando o Llama 2, modelo lançado em julho, e um novo modelo multimodal chamado Emu, o assistente oferece geração de imagens realistas e informações em tempo real, graças à integração com o Bing da Microsoft.

 

Foto destaque: Nick Clegg, presidente da Meta, negou que sejam utilizadas conversas e dados privados no novo Meta AI. Reprodução/Facebook/CGTNGlobalBusiness.

Seca no Amazonas impacta educação, navegação e energia

A seca histórica que atinge o Amazonas levou à antecipação do fim do ano letivo nas escolas ribeirinhas do Rio Negro, em Manaus. A medida anunciada pela prefeitura se dá por dificuldades de locomoção de professores e alunos. Estiagem afeta 60 dos 62 municípios do Amazonas. Nesta quarta-feira (04), o vice-presidente Geraldo Alckmin e comitiva de ministros visitaram Manaus.

Seca severa no Rio Negro antecipa fim do ano letivo em Manaus

A Prefeitura de Manaus decidiu antecipar o fim do ano letivo nas escolas ribeirinhas de 17 de outubro para esta quarta-feira (04), devido às dificuldades de locomoção enfrentadas por professores e alunos causadas pela seca severa no Rio Negro.


50 mil famílias já foram afetadas por estiagem no Amazonas, segundo boletim; 24 municípios decretaram estado de emergência (Foto: reprodução/Instagram/@wilsonlimaam)


Nós já estamos com praticamente 95% do calendário letivo concluído, porque lá as aulas iniciam antes. Então, os alunos das 48 escolas que temos nas 55 comunidades ribeirinhas vão passar a ter o ensino remoto. Nós estaremos também enviando mantimentos nos próximos dias para essas famílias”, explicou ontem (03) o prefeito de Manaus, David Almeida.

O calendário escolar da região é tradicionalmente ajustado às condições climáticas, começando em janeiro e terminando em outubro, conforme previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Alckmin e Marina visitam Manaus para avaliar impactos da seca

O vice-presidente Geraldo Alckmin e uma comitiva de ministros, incluindo a ministra Marina Silva, visitaram hoje (04) Manaus para avaliar os impactos da seca. Durante a visita, estavam previstas inspeções ao nível do Rio Negro, sobrevoo das áreas afetadas e reuniões com lideranças locais.


Vice-presidente Geraldo Alckmin e ministra Marina Silva estão no Amazonas para avaliar impactos e definir medidas de emergência para seca (Foto: reprodução/X/@geraldoalckmin)


Além dos prejuízos à educação, a navegação nos rios do Norte e o escoamento da safra em Mato Grosso também estão sendo dificultados pela seca, com repercussões sociais, ambientais e econômicas. Animais mortos e embarcações encalhadas tornam-se cenas comuns na região.

A estiagem também impactou o setor de energia, com a suspensão momentânea das atividades da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio em Rondônia devido à baixa vazão do Rio Madeira.

 

Foto destaque: Estiagem fez Manaus antecipar o fim do ano letivo para esta quarta-feira (04); ontem, prefeitura distribuiu água potável e alimentos para ribeirinhos. Reprodução/Gildo Smith/Semacc

STF condena mais três réus por atos golpistas de 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais três réus envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Os réus condenados foram Moacir José dos Santos, João Lucas Vale Giffoni e Davis Baek. Eles foram acusados de crimes graves como associação criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. Também foi estipulada uma indenização por danos morais coletivos no valor mínimo de R$ 30 milhões.

O julgamento virtual terminou na segunda-feira (2), às 23h59. Ontem (3), o STF rejeitou as preliminares e julgou procedente a condenação dos réus.

 

Penas variam de 12 a 17 anos de prisão

João Lucas Vale Giffoni 

  • Pena: 14 anos (12 anos e 6 meses de reclusão + 1 ano e 6 meses de detenção) 
  • Dias-multa: 100 (valor de 1/3 do salário mínimo por dia) 
  • Indenização: R$ 30.000.000,00 por danos morais coletivos 
  • Crimes cometidos
    • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 anos e 6 meses de reclusão)
    • Golpe de Estado (5 anos de reclusão)
    • Dano qualificado (1 ano e 6 meses de detenção)
    • Deterioração do Patrimônio tombado (1 ano e 6 meses de reclusão)
    • Associação Criminosa Armada (1 ano e 6 meses de reclusão)

Davis Baek

  • Pena: 12 anos de reclusão 
  • Indenização: R$ 30.000.000,00 por danos morais coletivos 
  • Crimes cometidos
    • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 anos e 6 meses de reclusão)
    • Golpe de Estado (5 anos e 6 meses de reclusão)
    • Associação Criminosa Armada (2 anos de reclusão)

Moacir José dos Santos

  • Pena: 17 anos (15 anos e 6 meses de reclusão + 1 ano e 6 meses de detenção)
  • Dias-multa: 100 (valor de 1/3 do salário mínimo por dia) 
  • Indenização: R$ 30.000.000,00 por danos morais coletivos 
  • Crimes cometidos:
    • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (5 anos e 6 meses de reclusão)
    • Golpe de Estado (6 anos e 6 meses de reclusão)
    • Dano qualificado (1 ano e 6 meses de detenção)
    • Deterioração do Patrimônio tombado (1 ano e 6 meses de reclusão)
    • Associação Criminosa Armada (2 anos de reclusão)

As defesas argumentaram que eles não participaram da depredação. As alegações foram na maioria rejeitadas, e as condenações se mantiveram.


Ontem (3), mais três réus foram condenados por atos golpistas de 8 de janeiro. (Foto: reprodução/gov.br)


Outras duas rés, Jupira Silvana da Cruz Rodrigues e Nilma Lacerda Alves, foram inicialmente condenadas a 14 anos de detenção e reclusão, conforme voto do Ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o Ministro André Mendonça pediu destaque para os casos, que serão submetidos a nova análise pelo plenário físico do tribunal, ainda sem data definida.

 

Alexandre de Moraes tem voto majoritário acompanhado por ministros

O Ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos, teve seu voto majoritariamente acompanhado pelos outros ministros do STF. No entanto, houve divergências dos ministros, especialmente quanto ao crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 


Ministro do STF Alexandre de Moraes é o relator dos processos dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. (Foto: reprodução/jus.br)


Os ministros André Mendonça e Nunes Marques foram os que mais divergiram nas condenações, sugerindo penas menores para os réus.
Luís Roberto Barroso, que tomou posse como presidente do STF na última quinta-feira (28), também teve uma divergência pontual, discordando em relação ao crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

 

Foto destaque: STF condenou mais três réus por atos antidemocráticos de 8 de janeiro, com penas entre 14 e 17 anos. Reprodução/gov.br/Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Perfumes personalizados com IA viram tendência

A indústria da perfumaria, uma arte que remonta há milênios, encontra-se na vanguarda da revolução tecnológica. Com a incorporação de Inteligência Artificial (IA) e neurociência, marcas consagradas e startups estão transformando a maneira como escolhemos e experimentamos fragrâncias. L”/Oréal e Yves Saint Laurent já adotam as inovações.

Marcas de luxo abraçam a revolução tecnológica em perfumes

Segundo Hugo Ferreira, pesquisador no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica em Lisboa, o olfato é o sentido mais diversificado, com cerca de 400 diferentes famílias de genes de receptores olfativos. “Essa diversidade pode explicar como podemos sentir “/o cheiro do medo”/ ou o “/cheiro da vitória“, disse ele ao The Guardian.


Clientes de lojas da Yves Saint Laurent usaram neste ano o dispositivo de EEG para encontrar a fragrância perfeita. (Foto: reprodução/emotiv.com)


Em março de 2022, a L”/Oréal, gigante da beleza, aliou-se à Emotiv, líder em neurotecnologia, para criar uma experiência de seleção de fragrâncias baseada em EEG (eletroencefalograma).

É a primeira vez que os consumidores terão acesso a uma experiência de última geração nas lojas, que utiliza a neurociência para fornecer orientações de fragrâncias personalizadas e precisas“, afirmou Guive Balooch, Presidente de Inovação e Beleza da L”/Oréal, à época do lançamento da parceria.


Dispositivo de eletroencefalograma da Emotiv. (Foto: reprodução/womenofwearables.com)


O dispositivo, desenvolvido em conjunto com a marca de luxo Yves Saint Laurent, utiliza algoritmos de aprendizado de máquina para interpretar o EEG do usuário. O resultado? 95% dos clientes que usaram o dispositivo encontraram o perfume certo para eles. Em 2023, lojas da Yves Saint Laurent, ao redor do mundo, começaram a oferecer o dispositivo de EEG para descobrir as fragrâncias que mais agradam aos clientes.

Estudos e parcerias moldam o futuro da perfumaria

Já a Puig, adotou uma abordagem de “inovação aberta“, coletando 45 milhões de leituras cerebrais de homens entre 18 e 35 anos para aprimorar a colônia Phantom by Paco Rabanne, segundo o The Guardian. Este compromisso com a inovação rendeu à Puig cinco prêmios no Digital Beauty Awards no ano passado, incluindo “Best Digital Innovation” e “Best Sustainable Digital Innovation”.


Perfumaria algorítmica da EveryHuman visa apresentar a clientes perfumes personalizados com IA. (Foto: reprodução/everyhuman.com)


Empresas menores e perfumarias de nicho, como a EveryHuman, também usam algoritmos e IA para criar fragrâncias ultra-personalizadas em questão de minutos.

Usamos a IA como uma ferramenta para nos ajudar a resolver o grande enigma de por que gostamos do que gostamos quando se trata de aroma”, afirma a EveryHuman em seu site.

Nova pesquisa revela como a IA pode prever o cheiro

A IA não está apenas transformando a indústria de perfumes. Um estudo recente publicado na revista Nature, no final de agosto, revela como a IA pode prever o cheiro de compostos químicos com base em suas estruturas moleculares. Esta descoberta tem o potencial de impactar diversas indústrias, incluindo a alimentícia e de produtos de limpeza.

Apesar do entusiasmo em torno da tecnologia, críticos questionam a perda da arte e da criatividade na perfumaria.

Katie Puckrik, que escreve sobre perfumes e é apresentadora, ponderou ao The Guardian: “Deixe a magia para os artistas. Por que precisamos de um computador para nos dizer o que nosso nariz já sabe?

 

Foto destaque: L”/Oréal, Yves Saint Laurent e Paco Rabanne adotam Inteligência Artificial para produzir e vender perfumes. Reprodução/perfumerflavorist.com.

Brasil registra superávit comercial recorde em setembro

Em um cenário de incertezas e instabilidades globais, o Brasil atingiu um superávit recorde em setembro de 2023. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 8,904 bi, maior marca desde 1989. O superávit acumulado até setembro atingiu US$ 71,3 bi. A Secex também atualizou sua projeção para o superávit em 2023 para US$ 93 bi.


Brasil registrou superávit comercial de US$ 8,904 bi em setembro de 2023, segundo o MDIC (Foto: reprodução/gov.br)


Agropecuária e indústria extrativa impulsionam exportações

Até setembro de 2023, as exportações brasileiras alcançaram a marca de US$ 253 bi, um crescimento modesto de 0,4% em relação a setembro de 2022. O aumento foi especialmente notável nos setores de Agropecuária e Indústria Extrativa. Em setembro, a Agropecuária cresceu 22,2%, totalizando US$ 6,54 bi, enquanto a Indústria Extrativa apresentou um incremento de 14,9% nas exportações.


Desaceleração da economia chinesa afetou preço do ferro exportado pelo Brasil (Foto: reprodução/gov.br)


Por outro lado, as importações caíram 11,3% em relação a setembro de 2023, totalizando US$ 181,7 bi. Os produtos que apresentaram maior queda nas importações foram fertilizantes, máquinas e equipamentos. A queda nas importações de bens de capital e bens intermediários sugere uma retração nos investimentos e na produção industrial.

O contexto global também teve um papel fundamental. A guerra entre Rússia e Ucrânia afetou o mercado de commodities, enquanto a desaceleração da economia chinesa teve um impacto direto nos preços do ferro exportado pelo Brasil.

Secex revisa projeção de superávit para US$ 93 bi

O superávit registrado em setembro de 2023 foi de US$ 8,904 bi, recorde para o mês desde o início da série histórica em 1989. Até setembro, o superávit da balança comercial brasileira era de US$ 71,3 bi, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).


Secex revisou sua projeção de superávit da balança brasileira para US$ 93 bi (Foto: reprodução/X/@MDICoficial)


A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) também revisou ontem (02) sua projeção para um superávit histórico de US$ 93 bi em 2023. Essa atualização representa um aumento de 51,2% em relação ao superávit de 2022, que foi de US$ 61,5 bi, e um avanço em relação à projeção anterior de US$ 84,7 bi.

 

Foto destaque: Balança comercial brasileira tem recorde em superávit de setembro e Secex revisa projeção em 2023 para US$ 93 bi. Reprodução/gov.br

Juiz suspende indenização por vazamento de dados do Facebook

O magistrado, Geraldo David Camargo, suspendeu a indenização de R$ 5 mil que seria paga pelo Facebook a cada usuário afetado por vazamentos de dados. A decisão foi tomada pela 29ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte e levanta questões importantes sobre a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.

Decisão judicial suspende Indenizações por usuário

O juiz, Geraldo David Camargo, da 29ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, suspendeu recentemente uma indenização de R$ 5.000,00 que o Facebook deveria pagar a cada usuário afetado por vazamentos de dados. A decisão foi proferida após a análise de duas Ações Civis Públicas movidas pelo Instituto Defesa Coletiva (processos n.º 5064103-55.2019.8.13.0024 e 5127283-45.2019.8.13.0024) contra a Meta, empresa que detém a propriedade do Facebook e WhatsApp.


Ações foram movidas pelo Instituto Defesa Coletiva por dados vazados em 2018 e 2019. (Foto: reprodução/defesacoletiva.org.br)


Em 25 de julho, o Facebook havia sido condenado pelo juiz José Maurício Cantarina Villela a pagar R$ 20 milhões por danos morais coletivos, além dos R$ 5 mil por usuário que formalizasse a ação. Contudo, no final de setembro, Camargo determinou que os dados vazados eram “comuns” e não “sensíveis”, alinhando sua decisão com critérios da LGPD. 


O juiz Geraldo David Camargo suspendeu a decisão que determinava pagamento de indenização de R$ 5 mil a usuários pelo Facebook. (Foto: reprodução/Facebook/TJMGoficial)


A decisão é temporária e aguarda análise da 2ª Instância pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O Instituto de Defesa Coletiva, que havia protocolado o pedido inicial, anunciou que recorrerá da decisão. 

Os vazamentos de dados do Messenger e do WhatsApp ocorreram em 2018 e 2019.

Implicações da decisão judicial para a LGPD

Segundo o juiz, “não há omissão, sendo que para tal pedido e cumprimento de sentença, deve-se observar e provar que teve os dados violados e ainda observar o inciso II do artigo 5º da LGPD como decidido acima, estando bem esclarecida a matéria”.

O inciso da LGPD (lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018) citado pelo magistrado trata da definição de dados sensíveis:

Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
(…)
II — dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural

A LGPD é uma legislação brasileira que visa proteger os dados pessoais dos cidadãos, e essa decisão pode servir como um marco jurídico em sua aplicação. O debate sobre o que constitui um “dado sensível” é crucial para a execução desta lei e pode ter repercussões em outros casos similares.

 

Foto destaque: Meta, dona do Facebook e do WhatsApp, havia sido condenada ao pagamento de R$ 5 mil por usuário. Reprodução/facebook.com

Pesquisa de mRNA de Karikó e Weissman ganha Prêmio Nobel de Medicina

O anúncio do Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2023 trouxe à tona dois nomes: Katalin Karikó e Drew Weissman. A premiação, realizada pela Assembleia Nobel do Instituto Karolinska da Suécia, reconhece as contribuições significativas desses dois pesquisadores na ciência médica, mais especificamente, no desenvolvimento de vacinas de mRNA contra a COVID-19.


Katalin Karikó e Drew Weissman ganharam o Nobel em Medicina em 2023. (Foto: reprodução/Facebook/Study in Szeged)


Nobel em vacinas efetivas contra COVID-19

A comunidade científica e o mundo em geral foram pegos de surpresa com a pandemia de Covid-19. Mas, graças às inovações em biotecnologia, especificamente no campo do RNA mensageiro (mRNA), vacinas eficazes foram desenvolvidas em tempo recorde. Katalin Karikó e Drew Weissman, agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina de 2023 por serem parte importante nessa luta.


Dupla de cientistas desenvolveu pesquisa fundamental para as mais eficazes vacinas contra a COVID-19. (Foto: reprodução/Facebook/Penn Medicine)


Karikó e Weissman não são novatos no campo da ciência. Katalin Karikó já atuou como vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteína de RNA na BioNTech alemã, enquanto Drew Weissman é um professor renomado na área de pesquisa de vacinas na Universidade da Pensilvânia.


Karikó e Weissman foram laureados com o Prêmio Nobel em Medicina nesta segunda-feira (2). (Foto: reprodução/X/@NobelPrize)


A dupla trabalhou na modificação da base de nucleosídeos do mRNA, o que permitiu que o sistema imunológico humano não atacasse o mRNA produzido em laboratório. Essa descoberta foi a chave para o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a Covid-19, que já foram administradas em cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo.

 

Os heróis invisíveis das vacinas de mRNA

Katalin Karikó encontrou uma série de obstáculos em sua carreira, enfrentando demissões, cortes salariais e até ameaças de deportação. “Não estamos trabalhando em busca de qualquer tipo de recompensa. O importante era ter um produto que fosse útil“, declarou Karikó após a premiação, segundo a Reuters.

Drew Weissman, por sua vez, expressou a importância da colaboração em sua trajetória: “Vimos o potencial e não estávamos dispostos a desistir“. “É uma honra incrível. Acho que o importante é que não poderíamos ter chegado ao resultado sem ambos estarmos envolvidos“, disse Weissman para o The New York Times.

Karikó e Weissman iniciaram sua parceria em 1998 e enfrentaram inúmeras adversidades, incluindo desinteresse da comunidade científica e financeira. Drew Weissman expressou isso de forma contundente: “Nossos telefones nunca tocaram. Ninguém se importava“, afirmou Weissman ao The Washington Post, em 2021.


Paper de 2005 de Karikó e Weissman foi fundamental para pesquisa de vacinas de mRNA. (Foto: reprodução/cell.com)


O avanço significativo em suas pesquisas ocorreu em 2005, quando descobriram como modificar o mRNA de uma forma que não desencadeasse a morte celular. Este foi um marco crucial que pavimentou o caminho para o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes.

 

Futuro das vacinas de mRNA além da Covid-19

Até agora, mais de 13 bilhões de doses foram administradas em todo o mundo. “Eles demonstraram que mudar o tipo de nucleotídeos de RNA na vacina alterava como as células a viam, efetivamente aumentando a eficiência da vacinação: mais resposta com menos RNA“, observa John Tregoning, especialista em imunologia, para a revista Nature.

A tecnologia de mRNA está sendo explorada para outras doenças como influenza, HIV, malária e Zika. “Esta descoberta abriu um novo capítulo para a medicina. O investimento em pesquisa básica de longo prazo é muito importante“, afirma Qiang Pan Hammarström, um dos membros do comitê do prêmio.

 

Pesquisa de vacinas de mRNA: um marco histórico na medicina

  • 1961–1990: Descoberta do mRNA e primeiros estudos de seu uso na medicina.
  • 2005: Weissman e Kariko publicam uma pesquisa revolucionária — artigo “Suppression of RNA Recognition by Toll-like Receptors: The Impact of Nucleoside Modification and the Evolutionary Origin of RNA” — mostrando que o mRNA modificado pode entregar instruções às células com segurança, sem sobrecarregar o sistema imunológico.
  • 2005–2016: Pesquisa sobre o uso de lipídios como envelopes para entregar informações às células do corpo.
  • 2016: Colaboração entre cientistas do NIH e da Moderna para o design geral de uma vacina que usa mRNA viral.
  • 2020:
    • Janeiro: A pandemia de COVID-19 começa em Wuhan, China.
    • Março: Os ensaios clínicos do NIH para a vacina de mRNA da Moderna começam.
    • Abril: O NIH lança o Accelerating COVID-19 Therapeutic Interventions and Vaccines (ACTIV), uma parceria público-privada para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas contra COVID-19.
  • 2021:
    • Novembro: Um grande ensaio clínico de Fase 3 da vacina de mRNA da Moderna mostra resultados intermediários promissores.
    • 11 de dezembro: A FDA concede uma autorização de uso emergencial (EUA) à vacina de mRNA da Pfizer-BioNTech para pessoas com 16 anos ou mais.
    • 18 de dezembro: A FDA concede uma EUA à vacina de mRNA da Moderna para pessoas com 18 anos ou mais.
    • 23 de dezembro: As vacinas de mRNA são rapidamente implantadas em todo o mundo, ajudando a salvar milhões de vidas.
  • 2022:
    • Março: O NIH lança ensaios clínicos de Fase 1 para três vacinas de mRNA contra o HIV.

Foto destaque: Katalin Karikó e Drew Weissman foram laureados com o Nobel de Medicina em 2023 por suas pesquisas que viabilizaram resposta rápida à COVID-19. Reprodução/Facebook/Penn Medicine.