Neste sábado (8), os atos golpistas do dia 08 de janeiro realizados pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede dos três poderes em Brasília completaram 6 meses, e mesmo após todo esse período as investigações continuam.

Através da chamada “Lei de acesso à informação”, foi sabido que as invasões resultaram em danos que, se colocados na ponta do lápis, serão contados em 20,6 milhões de reais. O STF veio a ser o órgão mais afetado, acarretando prejuízos de R$ 11,4 milhões, logo atrás está o congresso, com R$ 4,9 milhões (sendo R$ 2,7 milhões na Câmara dos Deputados e R$ 2,2 milhões no Senado) e o Planalto, com os R$ 4,3 milhões restantes.

Contudo, tais valores podem chegar a ser ainda mais altos tendo em vista que há custos que, mesmo após meio ano do evento, ainda não possuem seu valor estimado. Um desses exemplos trata-se do relógio francês do século XVIII, presente da corte francesa a D. João VI, que acabou sendo arremessado ao chão duas vezes durante os ataques. Segundo informações dadas um mês após os atos pela Ministra da Cultura, Margareth Menezes, a peça será restaurada com a ajuda do governo suíço.

_{Após derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro, vândalos realixam ato golpista em Brasilia (Foto/reprodução:Marcelo Camargo/Agência Brasil)}

Sobre as investigações:

O trabalho para identificar todos os participantes diretos ou indiretos dos atos golpistas em 08 de janeiro não tem data prevista para terminar. É sabido que, até o momento, cerca de 211 pessoas continuam detidas em Brasília, sendo que 147 homens estão presos no Centro de Detenção Provisória, também chamado de Papuda, enquanto 64 mulheres seguem na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

A Procuradoria Geral da Republica já denunciou cerca de 1.295 pessoas, e o próprio STF protocolou 617 ações penais contra aqueles que são acusados de participarem ou incitarem o ato criminoso. Uma CPI também foi criada no dia 25 de maio para apurar o que aconteceu naquele dia e assim punir os responsáveis, no entanto, até agora apenas sete reuniões ocorreram, com a oitava de 8 participantes.

Os trabalhos deverão ser pausados nas próximas semanas em decorrência do recesso parlamentar que segue até o dia  1° de agosto.

Foto destaque: Ato antidemocrátio de 8 de janeiro (Foto/reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi julgado e condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a oito anos de inelegibilidade. O julgamento, que durou oito dias, teve início no dia 22 de junho e só foi definido na última sexta-feira (30).

Após o parecer da justiça, Bolsonaro ainda sinalizou temer uma nova ação de busca e apreensão semelhante a que ocorreu em maio desse ano em sua casa em Brasília. O ex-militar declarou “Ninguém sabe o que vem desses inquéritos”, fazendo referência às investigações das quais é alvo desde agosto de 2021, quando começou a colocar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro à prova.

_{O julgamento do ex-presidente durou oito dias e a maioria votou a favor da condenação (Foto/Reprodução TSE)}

O ex-ministro da casa civil, Walter Braga Netto, ex-vice-presidente da chapa de Jair Bolsonaro, também foi colocado sob julgamento pelo TSE, porém, foi absolvido por unanimidade nos votos.

Cada um dos sete ministros da Corte se posicionou da seguinte forma:

Benedito Gonçalves, relator: pela condenação;

Raul Araújo: pela absolvição;

Floriano de Azevedo Marques: pela condenação;

André Ramos Tavares: pela condenação;

Cármen Lúcia: pela condenação;

Nunes Marques: pela absolvição;

Alexandre de Moraes: pela condenação.

Em contrapartida, os apoiadores do político acreditam que o veredito do TSE pela inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 é uma decisão impensada, pois, segundo eles, tal atitude garante holofotes ao estadista pelos próximos anos.

O governador de São Paulo e principal nome cotado para substituir Bolsonaro em 2026, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, disse em suas redes sociais que a liderança do ex-chefe de estado como representante da chamada direita brasileira é algo inquestionável e que se conserva, reafirmando assim seu apoio e lealdade ao político que o apoiou durante a última eleição.

Ainda pensando numa campanha de apoio ao ex-militar reformado, parlamentares criaram um projeto de lei para tirá-lo da inelegibilidade e garantir a segurança dos poderes políticos dele. O texto de autoria do deputado Ubiratan (PL) ainda necessita passar por algumas comissões na Câmera dos deputados para saber se seguirá adiante ou não.   

Foto destaque: Ex-presidente Jair Bosonaro (Reprodução/instagram) 

Após inúmeras polêmicas, o empresário Neymar Santos da Silva, pai do jogador Neymar Jr, conquista liminar que libera a construção do lago artificial na mansão de Mangaratiba, no Rio de Janeiro.

_{Neymar Jr. no lago Magaratiba. Reprodução/Instagram}

A construção do lago foi vetada no dia 22 de junho, quando a Secretaria do Meio Ambiente da cidade constatou que o pai do jogador não possuía uma licença para construir algo desse porte na propriedade.

O juiz da vara única de Mangaratiba, Richard Robert Fairclough, atendeu nessa sexta-feira (30), à solicitação do pai do atleta, entendendo que autos da interdição são de natureza administrativa, ou seja, não poderiam acarretar numa interdição como foi pretendido, concedendo assim a autorização que o empresário precisava para dá continuidade ao empreendimento.

No documento elaborado pelo magistrado, ele ainda disse que uma infração ambiental não aconteceu, em vez disso o que houve foi uma infração administrativa, tendo em vista que o interessado não possuía autorização para realizar a construção do açude.

Após aceitar o pedido do pai do atleta e conceder a liminar, o juiz Fairclough ainda declarou: “Defiro o pedido liminar para suspender os efeitos do ato administrativo sancionatório de interdição, até decisão em contrário.”

Vale lembrar que que mesmo após ter sido alvo de denúncias, o lago artificial ainda chegou a ser oferecido como uma das experiencias em leilão que o jogador realizou em seu instituto e mesmo após a interdição, algumas pessoas, inclusive o jogador do PSG, postaram fotos tiradas na região do lado, o que fez com que a secretária retomasse ao local no dia 24 de junho.

Um lago artificial, também conhecido como açude ou albufeira, é um lago de origem artificial, localizado a jusante de uma barragem ou represa, normalmente concebido para armazenar água numa região seca, para dar mais vida a um ambiente ou que resulta da construção de uma uma hidrelétrica, cobrindo as áreas costeiras às margens de um rio.

Foto Destaque: Empresário Neymar dos Santos (Reprodução/Brazil News)