Sobre Leonardo Torrisi

Jornalista no site Lorena R7.

IBGE propõe uso de dados digitais em estatística nacional

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), liderado por Marcio Pochmann, propôs uma inovação significativa no campo da estatística. Nesta quinta-feira, 16 de novembro de 2023, em Parada de Lucas, Rio de Janeiro, durante o “1º Encontro Diálogos IBGE 90 Anos”, o presidente sugeriu a utilização de dados pessoais digitais da população nas pesquisas estatísticas. Essa iniciativa, segundo ele, se alinha com práticas atuais de grandes empresas tecnológicas.

Novas perspectivas em estatística

Atualmente, empresas de tecnologia coletam e utilizam vastas quantidades de dados pessoais, incluindo fotografias, mensagens e informações de compras. Pochmann destacou essa realidade e sublinhou a necessidade do IBGE de adotar métodos semelhantes. Segundo ele, isso não apenas modernizaria as operações do instituto, mas também garantiria maior eficácia e relevância nos estudos estatísticos realizados.

O futuro da informação nacional

O presidente do IBGE também mencionou que já foram iniciados diálogos com importantes entidades, como a Anatel, visando desenvolver um sistema nacional autônomo de estatística e dados. Esse sistema, explicou, seria autônomo no sentido de integrar e manter informações sem apropriação pelo IBGE. Ele enfatizou a importância desse avanço para a autonomia nacional, tanto política quanto econômica, e especialmente no âmbito da informação.


Entenda como funciona e porque o censo do IBGE se faz necessário (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Pochmann ressaltou que o Brasil está passando por uma mudança de época. A era da informação trouxe mudanças significativas na maneira como os dados são coletados e utilizados. Ele alertou sobre o domínio de empresas estrangeiras sobre esses dados, o que pode impactar o conhecimento sobre o Brasil. Segundo ele, é fundamental que o IBGE adapte-se a essa realidade para manter sua relevância e eficácia.

As declarações de Pochmann foram feitas no início do evento, que está estabelecendo diretrizes para a atuação do IBGE nos próximos três anos, até 2026. Este período coincide com o final do mandato atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento, que é um marco para o futuro do IBGE, está ocorrendo em um formato fechado, mas com transmissão virtual para o público.

 

Foto Destaque: Agente do IBGE em coleta de informações na rua. Reprodução/Roberto Custódio/Folha de Londrina

Americanas registra perda bilionária e revisa estratégias

A Americanas, uma das maiores redes varejistas do Brasil, reportou uma perda significativa em seu balanço financeiro. Em 2021, a empresa enfrentou um prejuízo de R$ 6,2 bilhões, seguido por uma perda ainda maior de R$ 12,9 bilhões em 2022. Este revés financeiro ocorreu principalmente devido a um desempenho operacional abaixo do esperado, despesas financeiras elevadas e lançamentos extraordinários significativos. A empresa, que antes relatava lucros, viu uma reversão dramática em sua saúde financeira.

Revisão de resultados e projeções futuras

A Americanas passou por uma revisão profunda de seus resultados financeiros. Originalmente, a empresa havia reportado um lucro líquido de R$ 544 milhões em 2021, mas revisões recentes apontaram para um cenário bem diferente. A mudança dramática nas finanças da empresa foi atribuída a uma combinação de fatores, incluindo fraude sofisticada e uma gestão anterior que não conseguiu antecipar e mitigar riscos efetivamente.

Estratégias de recuperação e expectativas para 2025

Como parte de sua estratégia de recuperação, a Americanas divulgou um plano detalhado, que inclui uma capitalização de R$ 12 bilhões. Este plano visa fortalecer a posição da empresa no mercado, apoiado por investimentos significativos de seus acionistas principais. A Americanas espera alcançar um Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões até 2025 e reduzir sua alavancagem para menos de 0,75 vezes a relação dívida líquida/Ebitda.


Entenda melhor a crise financeira nas Lojas Americanas (Vídeo: reprodução/YouTube/BBC Brasil)


Este plano de recuperação também se concentra na complementação de operações de lojas físicas com eficiências digitais, uma estratégia já adotada por concorrentes como Casas Bahia e Magazine Luiza. A Americanas também planeja expandir seu portfólio de serviços financeiros por meio da fintech Ame, além de aumentar sua presença no setor de publicidade digital.

A Americanas terminou o ano de 2022 com uma dívida líquida de R$ 26,3 bilhões, um aumento significativo em relação a 2021, e um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões. Apesar desses números desafiadores, a empresa mantém uma visão otimista de recuperação e espera retornar a um patrimônio líquido positivo até o final de 2025.

 

Foto Destaque: Fachada de uma franquia das Lojas Americanas. Reprodução/Shopping Jardim Norte/O Popular

Tanques israelenses invadem complexo hospitalar em Gaza

Na última quarta-feira (08), tanques israelenses entraram no maior complexo hospitalar de Gaza, o Al-Shifa, conforme reportado por Khader Al Za’anoun, jornalista da agência de notícias palestina Wafa. A invasão, segundo o repórter, incluiu tanques apontando canhões para o hospital, embora não fosse claro se soldados israelenses estavam dentro dos edifícios. Tiros foram ouvidos no local, e algumas janelas do complexo estavam abertas, adicionando tensão ao cenário já crítico.

Operação militar e acusações cruzadas

As Forças de Defesa de Israel declararam que a ação era uma “operação precisa e direcionada” no hospital. O governo israelense alega que o Hamas, acusado de usar o hospital como centro de comando e controle, recebeu tempo suficiente para cessar suas atividades no local. Essas alegações, no entanto, foram rejeitadas pelos funcionários do hospital. Este cenário complicado se agrava com a presença de centenas de funcionários e pacientes ainda no hospital, além de milhares buscando abrigo.

Em paralelo, os Estados Unidos apontaram que o Hamas estaria utilizando o hospital para armazenar armas e realizar operações. A tensão aumenta com o relato de que palestinos cavaram uma vala comum no complexo para enterrar pacientes mortos. Estes desenvolvimentos ocorrem em meio a um conflito que já resultou em um número significativo de baixas de ambos os lados, de acordo com fontes do governo do Hamas.


Há um mês, o Estado de Israel atacava o primeiro hospital na faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Brasil Urgente)


Contexto internacional e repercussões

A situação em Gaza chamou atenção internacional. O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu proteção ao hospital Al-Shifa, enquanto autoridades israelenses sustentam que o Hamas utiliza hospitais como escudos. A crise foi agravada com a chegada de repatriados em Brasília, incluindo Shahed al-Banna, que expressou alívio ao chegar ao Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação com a perda de contato com médicos do hospital Al-Shifa, visto como um indicativo da gravidade da situação. Adicionalmente, Israel anunciou uma operação contra o Hamas dentro do hospital e aprovou combustível para caminhões da ONU em Gaza, em um esforço para mitigar as consequências do conflito.

Foto Destaque: Soldados israelenses avançando sobre Gaza. Reprodução/Reuters/CNN

Onda de calor extremo impacta cidades brasileiras

O Brasil enfrenta uma onda de calor histórica, com cidades registrando temperaturas acima dos 40ºC. Agências meteorológicas alertam para “grande perigo” em 15 estados e no Distrito Federal. O fenômeno, influenciado por fatores como El Niño, “domo de calor”, e mudanças climáticas, sugere um futuro de eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos.

Impacto da onda de calor nas cidades

Relatórios do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia indicam recordes de temperaturas nos últimos meses. Estes eventos não são isolados, estando conectados a um padrão global de aquecimento. Estudos apontam para o aumento na frequência e intensidade das ondas de calor no Brasil e em todo o mundo.

Os efeitos das mudanças climáticas são evidentes na alteração dos padrões de temperatura e precipitação. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) destaca o aumento de eventos climáticos extremos no Brasil desde 1960. Análises revelam elevações significativas nas temperaturas máximas, especialmente no Nordeste, e mudanças nos regimes de chuvas em várias regiões.


Entenda melhor a onda de calor que assola o Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/GeoBrasil)


Recordes de temperatura e análises científicas

Especialistas apontam para a necessidade urgente de discussões sobre planos de mitigação e adaptação a estes eventos climáticos extremos. A transição para fontes de energia menos poluentes e a preservação de florestas tropicais são essenciais para combater o aquecimento global. Além disso, é necessário repensar o planejamento urbano, aumentando a vegetação e melhorando a infraestrutura para enfrentar as altas temperaturas.

A situação atual destaca a importância de se monitorar e entender as mudanças climáticas. Especialistas reforçam a necessidade de estratégias de mitigação e adaptação, considerando os impactos climáticos crescentes. O foco se direciona para ações práticas e políticas públicas voltadas para a preservação ambiental e a reestruturação urbana, visando lidar com fenômenos climáticos extremos.

 

Foto Destaque: termômetro registrando recorde de temperatura em cidade brasileira (Reprodução/Getty Images/BBC Brasil)

Empresas dos EUA enfrentam alta em falências em 2023

Nos primeiros nove meses de 2023, os Estados Unidos vivenciaram um aumento significativo no número de falências corporativas. Em comparação com o mesmo período de 2022, as falências cresceram mais de 60%, totalizando 516 casos. Este fenômeno financeiro afeta desde grandes corporações até startups, refletindo um cenário econômico desafiador.

Crescimento nas falências

A WeWork, conhecida por seus espaços de escritório compartilhados, entrou com pedido de recuperação judicial em 2023. Sua avaliação despencou de US$ 47 bilhões para menos de US$ 50 milhões, marcando um declínio acentuado. O primeiro trimestre de 2023 foi particularmente intenso, com o segundo maior número de pedidos de falência desde 2010, superado apenas pelo pico da pandemia de Covid-19 em 2020. As altas taxas de juros, que aumentaram os custos de empréstimos e obrigações de dívida, foram um dos principais fatores para este aumento. Outras causas incluem má gestão e excesso de alavancagem financeira.


Entenda melhor o pedido de recuperação judicial da We Work (Vídeo: reprodução/YouTube/Olhar Digital)


Impacto no setor de criptomoedas

Em março, a crise no setor de criptomoedas exacerbou a situação. A SVB Financial, controladora do Silicon Valley Bank, declarou falência, tornando-se a maior quebra de empresa em ativos desde 2022. A Silvergate Capital, focada em criptomoedas, também buscou proteção contra falência após problemas de liquidez. A onda de falências no setor de criptomoedas incluiu grandes nomes como Three Arrow Capital, Voyager, Celsius, BlockFi e FTX. O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, enfrenta acusações de fraude, ilustrando a turbulência no setor.

Outras grandes corporações afetadas

Diversas cadeias físicas também sofreram com falências. Empresas notáveis como Cineworld, Bed Bath & Beyond, Party City e RiteAid declararam falência. Além disso, várias corporações com passivos acima de US$ 1 bilhão faliram. Entre elas, a Yellow Corp., responsável pelo desemprego de 30 mil funcionários, Bally Sports, ameaçando os direitos de transmissão de 42 equipes esportivas, e a SmileDirectClub, que viu sua capitalização de mercado despencar de US$ 8,9 bilhões para US$ 160 milhões.

 

Foto Destaque: Fachada do prédio da We Work, que entrou com pedido de recuperação judicial. (Reprodução/Bloomberg/O Globo)

Debate sobre imposto de US$ 50 gera dúvidas no Brasil

No cenário econômico brasileiro, um tema tem despertado debates acalorados: a possível mudança na isenção de impostos para compras internacionais de até US$ 50. Este assunto, especialmente relevante para consumidores de e-commerces internacionais como Shein, Shopee e AliExpress, encontra-se em uma encruzilhada legislativa e econômica.

Imposto de importação e o remessa conforme

A situação atual, conhecida como Remessa Conforme, isenta de impostos as compras de até US$ 50. Contudo, um projeto de lei apoiado por varejistas nacionais e parlamentares de diversos partidos, incluindo PT, PP, PSD e PL, pode alterar esse cenário. O governo, juntamente com o Ministério da Fazenda e o Congresso, espera que o Remessa Conforme alcance 100% das compras declaradas antes de introduzir uma nova alíquota tributária.

Mudanças à vista

Representantes da indústria têxtil, em reunião com o ministro da Fazenda Fernando Haddad, discutiram a possibilidade de taxar novamente produtos importados de valor inferior a US$ 50. Embora o Ministério da Fazenda não confirme tais planos, rumores sobre a revisão da isenção fiscal circulam há algum tempo. Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda, mencionou a busca por uma solução equitativa, considerando até mesmo a elevação do ICMS dos produtos importados.


Entenda melhor a isenção de imposto para compras internacionais (Vídeo: reprodução/YouTube/Wendy Miller)


Consequências e perspectivas futuras

Essa possível revogação da isenção fiscal levanta questões sobre a concorrência e a equidade no mercado. A equipe econômica do governo expressou a intenção de manter a isenção até que se avalie completamente o impacto da medida sobre a concorrência. Vale destacar que o programa Remessa Conforme já oferece dados detalhados sobre as importações, o que pode influenciar na decisão final.

Paralelamente, na Câmara dos Deputados, discute-se um projeto que sugere elevar o limite de isenção para importações até US$ 100. Luiz Philippe de Orleans e Bragança, autor da proposta, argumenta que o limite atual está defasado, e um aumento poderia beneficiar economicamente os Correios e empresas de remessa expressa brasileiras.

 

Foto Destaque: Sacolas de compras da gigante chinesa, Shein. (Reprodução/Divulgação/WeetHub)

Descoberta de buraco negro distante revoluciona astronomia

Astrônomos anunciaram uma descoberta revolucionária: o buraco negro mais distante já observado. Localizado na galáxia UHZ1, este fenômeno espacial está a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz da Terra. A equipe, utilizando dados do observatório Chandra e do telescópio espacial James Webb da NASA, identificou o buraco negro na útlima segunda-feira (06).

Tecnologia e pesquisa espacial

O observatório Chandra, especializado em raios-x, e o telescópio espacial James Webb desempenharam papéis cruciais. Com o Webb, a galáxia hospedeira foi localizad e, com o Chandra, o buraco negro supermassivo foi identificado. Este buraco negro possui uma massa equivalente à de sua galáxia, tornando-o um objeto de estudo significativo para a comunidade científica.

Características e implicações

A galáxia UHZ1, lar deste buraco negro, surgiu aproximadamente 470 milhões de anos após o Big Bang. Os astrônomos acreditam que este buraco negro supermassivo se formou a partir de uma nuvem de gás e poeira, crescendo até alcançar uma massa estimada entre 10 e 100 milhões de sóis.

Este buraco negro não apenas desafia o entendimento atual sobre a formação de buracos negros supermassivos, mas também abre novas perspectivas sobre a evolução do universo. Há duas teorias principais: a primeira sugere que eles se originam do colapso de estrelas mortas, enquanto a segunda aponta para o colapso direto de nuvens gigantes de gás e poeira.


Conheça mais detalhes do buraco negro na galáxia UHZ1 (Vídeo: reprodução/YouTube/SpaceToday)


Impacto na comunidade científica

A pesquisa resultou em dois artigos significativos. Um foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters, e outro está prestes a ser veiculado na revista Nature Astronomy. Este último já está disponível em versão prévia no site AirXiv.

Andy Goulding, da Universidade de Princeton e coautor do estudo da Nature Astronomy, compara o processo de crescimento dos buracos negros a plantar uma muda: aqueles que nascem maiores têm uma vantagem inicial em seu crescimento.

 

Foto Destaque: Imagem do buraco negro gerada pelo telescópio espacial James Webb (Reprodução/NASA, Ákos Bogdán/CNN)

Google enfrenta acusações de funcionários sobre projeto em Israel

Funcionários do Google denunciam perseguição interna e pedem cancelamento de projeto com Israel. Em uma revelação impactante, empregados da gigante tecnológica Google levantam acusações graves sobre a cultura interna da empresa e seus negócios externos. Esta situação complexa veio à luz nesta quinta-feira (09), gerando debates intensos.

Denúncias internas agravam tensões

Funcionários, identificando-se como muçulmanos, palestinos, árabes e judeus antissionistas, divulgaram uma carta anônima detalhando experiências de perseguição e hostilidade no ambiente de trabalho. Eles alegam que ao expressarem apoio aos palestinos, são submetidos a ofensas e retaliação. Alegações específicas incluem serem rotulados como apoiadores do terrorismo e serem desumanizados em plataformas oficiais da empresa.

Exigências e reações

O grupo exige que líderes da empresa, incluindo o CEO do Google, Sundar Pichai, e o CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, condenem as ações de Israel em Gaza. Além disso, solicitam o cancelamento do Projeto Nimbus, um contrato de US$ 1,2 bilhão com o governo israelense para fornecer tecnologias avançadas. Sarmad Gilani, engenheiro de software do Google, ressalta a necessidade de cautela ao criticar Israel na empresa, mencionando uma atmosfera que facilmente associa críticas ao antissemitismo.

A empresa, representada pela porta-voz Courtenay Mencini, respondeu às acusações, enfatizando a delicadeza do tópico e o compromisso com a segurança dos funcionários. Mencini também mencionou que as queixas envolvem uma minoria e que a empresa incentiva a expressão de preocupações através de canais apropriados.


Conheça melhor quem é o CEO do Google, Sundar Pichai (Vídeo: reprodução/YouTube/Passo a Passo Empreendedor)


Projeto Nimbus no centro das controvérsias

O Projeto Nimbus, uma parceria entre Google, Amazon e o governo israelense, é central para as tensões atuais. O projeto, que já havia sido objeto de críticas em 2021, envolve a prestação de serviços de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas. Os críticos argumentam que tal parceria contribui para a vigilância e obtenção de dados dos palestinos de forma ilegal.

Em defesa do projeto, Mencini afirma que o contrato se aplica a cargas de trabalho de ministérios governamentais israelenses em áreas como finanças, saúde e educação, e não está direcionado a operações militares sensíveis.

 

Foto Destaque: Bandeiras da Palestina e Israel (Reprodução/Getty Images/Brasil de Fato)

Justiça determina vigilância na gestão das Lojas Americanas

A loja Americanas S.A. enfrentará uma supervisão especializada, conforme a decisão da Justiça do Rio de Janeiro emitida na última terça-feira (07), às 19h57. O tribunal autorizou a contratação de um observador externo, conhecido como watchdog, para monitorar a gestão da empresa em recuperação judicial. Este fato ocorre após a varejista, que se encontra em crise financeira desde janeiro de 2023 devido a um déficit contábil de mais de R$ 20 bilhões, não divulgar seus balanços financeiros desde o ano passado. A sede da Americanas, localizada na capital fluminense, será o centro das atenções do observador contratado.

Crise financeira provoca mudança

Os credores da Americanas, preocupados com a falta de transparência nas informações fornecidas até o momento, solicitaram a intervenção de um observador externo. As partes interessadas argumentam que os relatórios mensais do administrador judicial não oferecem dados suficientes para análise. A desembargadora Leila Santos reconheceu o apelo e determinou a contratação do Observador Judicial CCC Monitoramento. A Americanas, que tem entre seus acionistas, três dos homens mais ricos do Brasil, arcará com os custos, desembolsando R$ 300 mil mensais em honorários.

O processo de venda da Hortifruti Natural da Terra foi interrompido pela varejista. A decisão foi tomada para que a empresa se concentre na elaboração do balanço atrasado. A expectativa é que os resultados financeiros de 2022 sejam anunciados na próxima segunda-feira (13), após vários adiamentos.


Entenda melhor a crise nas Lojas Americanas e suas consequências (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)


Assembleia de credores e expectativas futuras

A Assembleia de credores está agendada para o dia 19 de dezembro, onde será discutido o plano de recuperação da empresa. A permanência do observador será limitada até a decisão da assembleia poder rever a contratação. A medida busca oferecer maior transparência e prevenir fraudes durante o processo de recuperação.

A iniciativa de solicitar a supervisão partiu do Special Renda Fixa Referenciado DI Fundo de Investimento, administrado pelo Banco Itaú, entre outros credores. Eles acreditam que a atuação do observador será essencial para garantir a integridade do processo.

 

Foto Destaque: Fachada de uma das lojas da rede Americanas. (Reprodução/Divulgação/iSardinha)

Operadora da Starbucks Brasil obtém proteção judicial temporária

No dia 7 de novembro de 2023, a Justiça de São Paulo concedeu à SouthRock Capital, operadora da rede Starbucks no Brasil, a antecipação dos efeitos da recuperação judicial. O juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências, determinou a proteção temporária de parte do patrimônio da empresa. Esse evento ocorreu em São Paulo, especificamente em um contexto onde R$ 5 milhões haviam sido bloqueados após o pedido de recuperação da companhia, destacando a urgência da medida.

Detalhes da decisão judicial

A decisão visa suspender qualquer ato que represente constrição patrimonial sobre os bens da SouthRock até a resolução do processo. Ainda que não signifique uma aceitação da recuperação judicial, o magistrado ressaltou a existência de uma “probabilidade concreta” para o deferimento do pedido. Segundo Brenno Mussolin Nogueira, especialista em insolvência, o valor bloqueado fica agora em uma conta judicial, disponível para discussões entre as partes envolvidas.

Contexto econômico e recuperação judicial

A recuperação judicial da SouthRock, iniciada em 31 de outubro de 2023, com dívidas somando R$ 1,8 bilhão, reflete um cenário de desafios exacerbados pela crise econômica e pela pandemia de Covid-19. A empresa, que enfrentou uma redução drástica nas vendas desde 2020, aponta a instabilidade econômica e a volatilidade do mercado como fatores impactantes em seu desempenho. A reestruturação em curso busca adaptar o modelo de negócios à nova realidade econômica, incluindo ajustes em sua rede de lojas e relações com fornecedores e stakeholders.


Saiba mais do processo de falência da operadora do Starbucks no Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/Nanda Guardian)


Futuro da SouthRock e comprometimento

Apesar das mudanças estratégicas e dos desafios econômicos, a SouthRock se mantém firme em seu compromisso com a operação das marcas que representa no Brasil. A empresa afirma estar trabalhando em colaboração com parceiros comerciais para assegurar o desenvolvimento contínuo e a expansão de suas atividades no país, mantendo o foco em oferecer produtos exclusivos e experiências únicas aos seus consumidores.

Foto Destaque: Copo de café da rede internacional, Starbucks. Reprodução/Saul Loeb/AFP