Não pela primeira vez, a empresa chinesa de fast fashion, Shein, está envolvida em uma polêmica relacionada a plágios de designs de peças. Em meio aos vídeos mostrando os produtos adquiridos no site, vem aumentando no TikTok o número de posts comparando roupas semelhantes e, em determinadas vezes, idênticas, em lojas de renome e na gigante chinesa.

Na rede ao lado, o Instagram, contas têm ganhado seguidores rapidamente também mostrando as peças semelhantes. A empresa de fast fashion já foi denunciada por plagio por marcas como a Levi’s, Ralph Lauren, Dr. Martens, entre outras. As acusações não partem somente de gigantes da indústria, tendo em vista que a hashtag #SheinStoleMyDesign (Shein roubou meu design) ganhou tração com vários pequenos estilistas vindo à tona para denunciar as cópias.

_{Post retirado do Instagram. (Foto: Reprodução/Instagram)}

Recentemente, os internautas perceberam no site do e-commerce uma abundância de modelos idênticos aos da gigante Zara. As contas no Instagram mostrando os “Dupes” já contam com milhares de seguidores, enquanto os vídeos do TikTok já chegam a gigantes números de visualizações, com as hashtags #zaravsshein e #zaradupe.

Em entrevista ao The Guardian, Alex Crumbie, do grupo de campanha Ethical Consumer, disse sobre o assunto: “A imitação parece ser a pedra angular da moda fast fashion. Essas marcas normalmente reproduzem a moda vista em outros lugares e a reproduz em menos de uma semana.”

Sobre o caso, um porta voz da Shein procurado pelo The Guardian alegou: “Os fornecedores da Shein são obrigados a cumprir o código de conduta da empresa e certificar que seus produtos não infringem a propriedade intelectual de terceiros.”

A situação traz luz à uma das diversas faces problemáticas do fast fashion. O plágio, o desperdício e as condições de trabalho oferecidas pela empresa são aspectos que se tornam cada vez mais importantes no atual momento que o mundo da moda vive.

Foto destaque: Site e app da Shein. Reprodução/Shein.

Criada em 1992 por Miuccia Prada, o nome vem do apelido que Miuccia recebeu da família quando criança. Não, o sobrenome não é uma coincidência. Estamos falando da neta do fundador da Prada, a responsável por elevar a grife ao seu status de potência da moda mundial, lançadora de tendências.

Este status foi o que acarretou a criação da Miu Miu. Nunca vista como uma “segunda Prada”, mas sim como uma “sister brand” (marca irmã), ela é uma grife jovial, experimental e criativa, diferente da imagem de sua “irmã mais velha”. Enquanto Prada veste a mulher ousada e inovadora, a Miu Miu veste as jovens descoladas e modernas.

_{Nova coleção Miu Miu. (Foto: reprodução/Instagram/Miu Miu)}

Esta é outra diferença importante: o preço. Obviamente, estamos falando de grifes aqui, nenhuma delas vai ter peças com um preço muito baixo, mas por ter como seu público-alvo os jovens (que em sua maioria não tem um poder de aquisição tão alto quanto o de um adulto estabelecido financeiramente), a Miu Miu tem preços mais acessíveis que o de outras grifes de mesmo renome.

Em sua secção no site do grupo Prada, a jovem grife é descrita como “uma oficina de novas expressões de design, que brincam com a natureza caleidoscópica da moda, onde a experimentação é o playground expressivo para a criatividade espontânea.” Miuccia explicou que ocasionalmente, o processo para criar os designs para a Prada era muito demorado, devido à sofisticação da marca. No caso da Miu Miu, as ideias viriam espontaneamente, acarretando num visual mais espontâneo e descontraído.

Em seu consideravelmente curto tempo de existência, a Miu Miu já garantiu seu espaço no mundo da moda mundial, vestindo desde o elenco de Euforia e Dua Lipa, ao sucesso nacional Maisa, consolidando seu lugar como a grife queridinha dos jovens fashionistas.

Foto destaque: Ready to wear Miu Miu. Reprodução/Miu Miu

Tirando inspiração do mundo musical, algo que não é novidade para a marca, a Rider lança sua nova coleção chamada Flow Colors. Ela entrega a influência do trap, rap e do hip-hop e apresenta como modelos protagonistas quatro grandes nomes dos movimentos. Ebony, Clau, Mc Igu e Yunk Vino trazem em seus pés os sapatos da marca reimaginados em cores outonais, e expressam suas relações com esses universos que estão sempre em uníssono: a moda e a música.

Como dito por Ebony: “Não tem como falar de hip hop sem pensar num estilo de se vestir. Não tem como falar de rock sem pensar num estilo de se vestir. Acho que são coisas que se contemplam e se completam. Eu, pelo menos, vejo assim na minha vida pessoal.” Com apenas 22 anos, ela é uma das principais apostas da nova geração do rap e do trap nacionais. Ela modela os sapatos da marca na cor areia (o famoso bege).

“Estilo é uma extensão do que eu tô sentindo. Durante muito tempo não foi acessível a escolha do que vou vestir”/”/, disse a carioca. “Porque agora as pessoas tão percebendo, por dinheiro ou não, que o estilo de favela, do funk, não é feio, muito pelo contrário. Então agora a gente tá vendo coisas que a galera de favela sempre usou, mas agora tá chegando no ápice”

_{Em ordem: Clau, Yunk Vino, Ebony e Mc Igu (Reprodução: FFW/Divulgação)}

Mc Igu e Yunk Vino já viam a conexão da moda com a música há muito tempo. “Eu, como músico, vejo que a todo momento a gente tá pensando em algo que envolva moda. Ou é uma peça que a gente viu, um show ou clipe que acaba sendo com uma estética de desfile”, comenta o último. “Música e moda sempre andaram juntos. Pra mim, então, tem muito a ver isso daí. Com certeza minhas referências musicais se tornam referências de estilo. É um bagulho do dia a dia, a vivência ali que ‘cê’ tem, vai vendo ali, já vai montando seu próprio estilo ali. Pra mim é isso”, completa Mc Igu. Eles trazem as novas cores Azul e Cobre, respectivamente.

Trazendo a cor jade, a cantora Clau, que tem um estilo mais R&B. A nova coleção com as quatro cores já está à venda no site da Rider.

Foto destaque: Papete Rider na nova cor. Reprodução/Rider

Neste fim de semana, ocorrerá o retorno do festival Coachella, aguardado ansiosamente por muitos após o hiato de três ano causado pela pandemia do Coronavírus. Como em edições anteriores, os olhares do mundo estarão voltados para analisar a moda e as atrações do evento.

Em um passado próximo, o festival já foi sinônimo de tendências. A participação de celebridades em festas exclusivas promovidas por marcas do mundo da moda garantia a imagem estilosa do Coachella. Nos últimos anos, entretanto, o foco na moda deu lugar às polêmicas.

O evento ficou marcado por vários desrespeitos a diversas culturas e etnias, mascarados como “boho chic”. Falsificações de cocares de penas pertencentes a povos nativos, testas adornadas com versões desrespeitosas de bindis (o chamado “/terceiro olho”/ na religião Hindu), dentre outros elementos de outras culturas sendo usados inapropriadamente acabaram virando a imagem do festival. As celebridades não eram exceção na apropriação cultural.

_{Apropriação cultural no Coachella. (Foto: Reprodução/Getty Images)}

Ficando conhecida como “rainha do Coachella”, Vanessa Hudgens já foi mais de uma vez alvo de críticas por apropriar-se de diversas culturas enquanto escondia os incidentes atrás da desculpa do “estilo pessoal”.

Kendall Jenner, em atitude amplamente criticada, mas que infelizmente passou a ser esperada de todo o clã Kardashian-Jenner, apareceu utilizando um Nath indiano (peça matrimonial típica das noivas indianas composta de uma corrente que conecta um piercing no nariz à um na orelha).

A apropriação pode ser encontrada quase que em toda década passada. Alessandra Ambrósio, em 2014, enfrentou a desaprovação de diversos internautas ao postar uma foto vestindo um cocar de penas no Instagram, afirmando na legenda estar se “inspirando para o Coachella”. Entretanto, aparições de variações do item sagrado não tiveram fim com o incidente.

O escritor Dillon Johnsonn, no artigo “Cultural Appropriation at Coachella 2018 No Longer Phases Me as a Black Man” (A apropriação cultural no Coachella em 2018 não mais me surpreende enquanto homem negro), resume com perfeição: “Aqueles que insistem em usar outras culturas como fantasia não tem ideia de seu significado ou da opressão que tais culturas sofrem por utilizarem seus adereços (…)”.

Os participantes do festival não foram os únicos culpados da transgressão, mas a visibilidade e a alta potencialidade do lançamento de tendências no evento acabou colaborando com a transformação do “boho chic” em puro e simples desrespeito.

Foto destaque: Apropriação cultural no Coachella. Reproduçao/Getty Images.