Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

Smartphones “folding” são as novas apostas tecnológicas das grandes fabricantes de celulares

A ideia do celular dobrável não é uma novidade no mercado, levando em consideração que muitos dos primeiros modelos de “telefone celular” eram compostos por duas partes: o teclado numérico e a tela, que podia ser dobrada para fechar o aparelho e protegê-la, a fim de evitar danos. Esse conceito, na época chamado de celular flip, tornou-se particularmente popular aqui no Brasil, com marcas famosas como Motorola e Nokia comercializando esse tipo de aparelho.

No entanto, esses celulares acabaram caindo em desuso e praticamente desapareceram no mercado, sendo substituídos pelos smartphones. A tela que cobre quase toda a extensão do aparelho tornou impraticável a criação de um celular dobrável, o que diminuiu a popularidade dessa tecnologia por muitos anos.

Nos últimos anos, no entanto, algumas das maiores empresas fabricantes de smartphones voltaram a investir na tecnologia do celular dobrável. Entre elas, destacam-se Samsung, Huawei, Motorola, Sony e até mesmo o Google. Curiosamente, a Huawei já anunciou que está produzindo um celular com três dobras, contendo três segmentos de tela.

Esse modelo “tri-folding”, como é chamado internacionalmente, também está sendo desenvolvido pela Samsung, mas a fabricante chinesa parece querer lançar seu produto antes da concorrente.

Uma das maiores vantagens que diferenciam os smartphones dobráveis dos demais é seu formato compacto e ergonômico, algo que pode ser bastante vantajoso em viagens ou por motivos de segurança. Um aparelho que parece ser menor tem menos chances de ser descoberto em caso de furto ou assalto.

Confira abaixo alguns dos modelos mais populares que estão sendo comercializados no Brasil:

Motorola Razr 40 Ultra 5G

O modelo flip da linha Razr 40 comercializado pela Motorola possui uma tela grande de 6,9 polegadas e resolução de 2640×1080 pixels. Além disso, o aparelho conta com tecnologia de internet 5G, proporcionando maior velocidade. Ele também possui uma memória interna de 256 GB, porém não é possível expandi-la.

Um dos maiores destaques desse aparelho é sua câmera de 64 megapixels, que permite tirar fotos com uma resolução de até 9238×6928 pixels e gravar vídeos em 4K.

O preço desse aparelho é de aproximadamente R$ 4.670, mas é possível encontrá-lo por preços menores em promoções.

 


O smartphone Motorola Razr 40 (Foto: reprodução/Motorola)


 

Galaxy Z Fold 5 

A linha de smartphones do tipo fold da Samsung apresenta uma tela de 7,6 polegadas, uma das maiores na categoria, com uma resolução de 2176×1812 pixels. O aparelho também possui a tecnologia 5G e uma memória interna de 1024 GB, sem a possibilidade de expansão.

Considerado uma opção premium no mercado, o aparelho possui uma câmera de 50 megapixels que permite tirar fotos com uma resolução de 8165×6124 pixels e gravar vídeos em 8K. Além disso, o Galaxy Z Fold 5 é um dos celulares mais finos da categoria, com apenas 6,1 milímetros de espessura, proporcionando conforto e praticidade.

No site da fabricante, o aparelho está sendo comercializado por aproximadamente R$ 12.000 à vista.

 


O Galaxy Z Fold 5 apresenta o diferencial de ter a tela dobrável na horizontal, ao contrário de alguns concorrentes (Foto: reprodução/Samsung)


Z Flip5 

Também produzido pela Samsung, esse é um dos modelos mais acessíveis comercializados pela empresa, com uma tela de 6,7 polegadas e uma resolução de 2640×1080 pixels. O valor mais acessível é considerado como a linha de entrada deste segmento.


Menor do que o modelo premium da Samsung, é perfeito para os que procuram um celular mais compacto (Foto: reprodução/Samsung)

Mais sobre o modelo

O aparelho ainda possui 512 GB de memória interna, sem capacidade de expansão, e uma câmera de 12 megapixels, permitindo que tire fotos com uma resolução de até 4000×3000 pixels, além de poder gravar em 4K.

O smartphone está sendo comercializado por R$ 6.999 no site da fabricante.

Foto destaque: Dois modelos de smartphones dobráveis em exibição (Reprodução/Digital Trends/Corey Gaskin)

Grok, novo chatbot de Elon Musk, terá integração com o X

Elon Musk anunciou no sábado (04) em um post no X (antigo Twitter) que o novo chatbot desenvolvido pela xAI, startup de inteligência artificial afiliada ao bilionário, funcionará de maneira integrada com a rede social. O novo serviço terá acesso a informações em tempo real diretamente da plataforma, estando disponível para usuários da assinatura Premium Plus. 

Grok, o novo rival do ChatGPT

Aos que conhecem e acompanham a trajetória de Elon Musk, não é surpreendente que o bilionário tenha optado por entrar na corrida tecnológica pelo desenvolvimento da inteligência artificial. Colocadas as polêmicas de lado, o empresário não parece ter medo de gastar seu amplo capital para expandir e desenvolver os limites da tecnologia. Grok, novo chatbot e modelo de inteligência artificial, está sendo desenvolvido pela xAI com isso em mente.

Segundo o site oficial da startup, o assistente virtual foi inspirado no “Guia do Mochileiro das Galáxias”, popular livro de ficção científica conhecido por seu humor satírico. Ao desenvolver o Grok, a xAI quis trazer inovação ao mercado, criando um chatbot bem-humorado que não apenas consegue responder às perguntas do usuário, como também sugerir temas e até mesmo as próprias indagações. 

A despeito das intenções aparentemente positivas da xAI, que afirma estar desenvolvendo ferramentas de IA para auxiliar a humanidade em sua busca por conhecimento e compreensão, o chatbot sofreu críticas de seus primeiros usuários por conta de seu “humor rebelde”, conforme os próprios criadores. 


“O chatbot Grok da xAI será disponibilizado para todos os assinantes do serviço X Premium+ assim que sair da versão beta”, anunciou Musk no último sábado (Foto: reprodução/X/@elonmusk)


O chatbot está nas fases iniciais de desenvolvimento, após apenas dois meses de treinamento. Portanto, é esperado que problemas acabem surgindo em seu processo gradual de evolução. Mais informações a respeito do sistema não foram reveladas. 

xAI e seu espaço no mercado 

A startup é um dos investimentos mais recentes por parte de Elon Musk, que revelou sua existência apenas em julho deste ano. Exclusivamente focada no desenvolvimento de inteligência artificial, a xAI emprega um quadro de funcionários com renome. Dentre eles, ex-funcionários da Microsoft Research, Google Research, OpenAI e DeepMind. 

Considerando o sucesso de outros investimentos que Elon Musk fez no passado, incluindo a própria OpenAI, da qual o bilionário fazia parte até 2018, muitos entusiastas da inteligência artificial estão ansiosos pelo que o futuro desta nova empreitada trará. O chatbot Grok ainda não está disponível universalmente — apenas um pequeno grupo de usuários nos EUA teve a oportunidade de auxiliar durante a fase de testes, com a xAI disponibilizando uma lista de espera para os interessados. 

Vale lembrar que a assinatura premium do X está disponível no Brasil por R$ 84 mensais e que ela será necessária para utilizar os serviços do assistente no futuro.

Foto destaque: Celular exibindo o logo do novo chatbot Grok, com a rede social X de fundo (Reprodução/Getty Images/NurPhoto/Jaap Arriens)

Solana, criptomoeda mais afetada pela queda da FTX, volta a valorizar desde Setembro

A declaração de falência da FTX prejudicou imensamente o mercado de bitcoins, após o conturbado período de 2022. Como resultado, muitas moedas “secundárias”, que ainda são comparativamente novas e portanto menos confiáveis, acabaram despencando de valor. Enquanto o bitcoin manteve-se em um saldo extremamente positivo, a Solana (SOL) foi uma das mais afetadas pela queda da exchange. 

Ciclo de ascensão e queda

Uma dentre outras inúmeras criptomoedas que surgiram no mercado após a popularização do bitcoin, a Solana se destacou das demais concorrentes por ter um blockchain consideravelmente mais rápido no processamento de transações. Esse foi um dos motivos que levou Sam Bankman-Fried, responsável pela FTX, a investir nessa criptomoeda até elevá-la ao topo. Segundo ele, durante entrevista para a Forbes em meados de 2021, a Solana é um dos poucos blockchains capazes de processar até 50 mil transações por segundo, enquanto o Ethereum (ETH) consegue processar apenas 30. 

No pico mais alto registrado pela cotação da moeda, a Solana chegou a alcançar um marco de R$ 1.385 em novembro de 2021, antes do valor começar a cair aos poucos até culminar numa queda significativa com a falência da FTX, registrando uma baixa de R$ 51 no fim do ano passado. Desde então, a criptomoeda começou a se recuperar aos poucos e, segundo a análise de especialistas, ela parece ter um futuro promissor pela frente. 


Gráfico de valorização da Solana (SOL) conforme apresentado pela CoinMarketCap nos últimos 30 dias (Foto: reprodução/CoinMarketCap)


Aos poucos se desvencilhando da queda de seu maior apoiador, a Solana vem mostrando um índice de crescimento significativo desde Setembro, com uma valorização de aproximadamente 72% no último mês, estabilizando na cotação atual de R$ 198 por moeda, segundo a análise de dados do CoinMarketCap. 

Possível alternativa para o Bitcoin

Embora o Bitcoin permaneça na liderança do mercado, sendo seguido com alguma distância pelo Ethereum, a Solana e outras moedas alternativas podem apresentar uma solução ideal como alternativa para a maior criptomoeda da atualidade, principalmente tendo em vista a animação recente do mercado. 

Inúmeros investidores estão positivos quanto a revitalização do mercado de bitcoins. Dentre eles está Arthur Hayes, fundador da corretora BitMex, que revelou na quinta-feira (2) estar investindo na Solana, através de um post no X. O bilionário prontamente admitiu que a moeda é “horrível” — por conta de seu histórico de queda e a conexão com Sam Bankman-Field, que foi declarado culpado em tribunal das sete acusações feitas contra ele por fraude —, mas que é uma boa oportunidade de investimento por conta de seu preço baixo e seu ritmo crescente de ascensão.

E dentre as moedas presentes no mercado, a Solana é uma das mais interessantes para os investidores justamente por conta da velocidade de seu blockchain, que pode ser útil ao ser aplicada em jogos ou transações avulsas, que costumam necessitar de uma grande quantidade de transações em pouco tempo. 

Atraindo investidores

A criptomoeda também apresentou bons resultados durante a conferência BreakPoint, em Amsterdã. No evento, foi anunciado que a blockchain passaria a utilizar o Google Cloud BigQuery, um data warehouse desenvolvido pelo Google que promete facilitar a vida de programadores na hora de buscar informações relevantes. A Solana também passará a utilizar o Amazon Web Service para processar suas transações, passando o peso da infraestrutura para uma empresa que já é consolidada no mercado.

Enquanto ainda não é possível definir o futuro da Solana e de outras criptomoedas em um mercado que enfrenta constante mudança, é inegável que o aumento significativo em sua cotação nos últimos meses demonstra uma brecha para a recuperação do mercado após a catástrofe de 2022.

Foto destaque: Kaseya Center exibindo logo da FTX durante patrocínio, em Miami, EUA (Reprodução/FTX/FinanceFeeds)

Cientistas descobrem que estrelas-do-mar não têm “torso” em nova pesquisa

Há anos, o estudo da estrela-do-mar, animal marinho pertencente ao grupo dos equinodermos, elude os cientistas em sua conclusão. Recentemente, através do avanço na tecnologia de sequenciação genética, pesquisadores foram capazes de desvendar um pouco mais dos mistérios que envolvem essa espécie marinha tão curiosa.

Sequenciação genética como chave da descoberta

A pesquisa, que foi publicada na quarta-feira (1) pela revista Nature, utilizou uma nova abordagem de microtomografia computadorizada para criar um modelo em 3D da estrela-do-mar, permitindo uma análise mais aprofundada do animal. 

Essa análise se concentrou nos genes do equinodermo, analisando a assinatura genética das células que compõe o corpo do mesmo. Segundo os pesquisadores, isso foi feito para distinguir os genes que são responsáveis pelo desenvolvimento do torso, da cauda e da cabeça, que geralmente estão presentes em todos os grupos de animais.

Segundo o biólogo marinho e professor na Universidade de Stanford, Cristopher Lowe, os pesquisadores optaram por ignorar a configuração anatômica do animal, buscando nos genes a resposta de sua existência como um ser pentarradial, ou seja, um animal que é composto de cinco partes iguais. Nesse caso, os braços equipados com pés tubulares, que ajudam na locomoção embaixo d”/água.

Os dados adquiridos durante esse processo de análise permitiram que os cientistas descobrissem mais a respeito do processo de desenvolvimento do equinodermo, inclusive a formação da pele e do sistema nervoso. Em conclusão, a assinatura genética associada ao desenvolvimento do torso e da cauda não foram encontradas no corpo de nenhuma das estrelas-do-mar analisadas.


Imagem colorizada do sistema nervoso de uma estrela-do-mar jovem sob microscópio (Foto: reprodução/Lawrent Formery)


Ao invés disso, os cientistas descobriram a presença de vestígios genéticos associados com o desenvolvimento da cabeça em todo o corpo do animal, sobretudo no centro e nos cinco membros. 

Segundo o pesquisador da Universidade de Stanford e da Califórnia, Laurent Formery, além de membro do Chan Zuckerberg Biohub que está patrocinando o projeto, esse descoberta torna a estrela-do-mar o caso mais dramático no reino animal de dissociação entre as regiões da cabeça e o tronco que conhecemos hoje. 

Durante o processo de análise, os pesquisadores também concluíram que os genes que normalmente são responsáveis pela padronização do tronco do animal não estão presentes no ectoderma da estrela-do-mar, basicamente tornando seu corpo no equivalente à cabeça de outros animais. 

Descobertas sobre a evolução

O estudo, que foi patrocinado pelo Chan Zuckerberg Biohub — fundado em 2021 em uma parceria entre Mark Zuckerberg e Dra. Priscilla Chan — junto da Nasa, a National Science Foundation e o Leverhulme Trust, está um pouco distante do âmbito de pesquisa comum de cientistas que analisam o reino animal.

Geralmente, esse tipo de pesquisa mais aprofundada está quase que exclusivamente focada em animais que apresentam alguma semelhança significativa com humanos, mas o estudo dos equinodermos está longe de ser inútil para a ciência.

Essa e outras descobertas podem ser uma peça fundamental na análise do processo de evolução da vida na Terra, bem como a maneira que os animais se adaptam para viver de maneira saudável ao longo do processo evolutivo. 

Segundo Lowe, enquanto esses animais marinhos não são um espetáculo digno de nota para pessoas comuns, eles ainda são criaturas intrigantes e que representam o início da vida terrestre em um passado muito distante. 

O estudo de animais incomuns, embora seja mais trabalhoso do que aqueles amplamente documentados pela ciência, também são importantes para a evolução da ecologia e da biomedicina, segundo Daniel Rokhsar, coautor do estudo.

Foto destaque: Estrela-do-mar vermelha em praia da Ilha de Celafônia, Grécia (Reprodução/Freepik/AlikaObraz/CNN)

Governo britânico patrocina novo projeto de computação quântica para combater enchentes

A Multiverse Computing, uma das líderes globais na tecnologia de computação quântica e soluções baseadas em machine learning, ganhou junto de outras duas empresas um investimento de 100 mil libras (R$ 611 mil, em conversão) da Innovate UK para desenvolver, utilizando métodos quânticos, um sistema de previsão em larga escala contra inundações causadas pelas mudanças climáticas que o mundo está vivenciando. 

Colaboração com o governo britânico

O projeto está sendo supervisionado pelo Departamento de Meio-Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA) do Reino Unido, que conta com a parceria de outras duas empresas: a Moody’s Analytics, dos EUA, e a Oxford Quantum Circuits (OQC), sediada em território britânico.

Sendo o patrocinador por trás do projeto, o Reino Unido será o primeiro país a se beneficiar dos novos métodos de prevenção à inundações desenvolvidos pelo trio, que esperançosamente serão capazes de resolver as limitações impostas por métodos mais tradicionais, tornando a tomada de decisões e a análise de riscos para caso de inundações e enchentes algo mais preciso e eficiente. 

A Multiverse Computing figura como a principal contratante do projeto, sendo a fornecedora do software que será utilizado durante o desenvolvimento dos novos modelos de prevenção, além de contribuir com a criação do algoritmo e a formulação técnica do problema. O equipamento quântico será fornecido pela OQC, enquanto a Moody’s Analytics ficará responsável pela análise de dados em eficiência computacional, além de ser uma importante fonte de experiência e informação no setor. 

Algoritmos quânticos são a solução

De acordo com Enrique Lizaso Olmos, fundador e CEO da Multiverse Computing, o uso de algoritmos quânticos para prevenir o dano causado por inundações podem auxiliar significativamente tanto na eficácia quanto na efetividade dos modelos em larga escala, podendo resolver de uma vez por todas o dilema da adaptação contra as mudanças climáticas e o risco de enchentes extremas. 

“Compreender as mudanças no risco de inundações pode nos ajudar contra eventos climáticos exagerados, desde agências governamentais trabalhando para mitigar esses riscos a civis tentando proteger suas casas e propriedades, bem como agências de seguro que quantificam esses riscos”, afirmou Lizaso Olmos durante entrevista.

A modelagem de risco de inundações envolve um complexo modelo hidrodinamico bi-dimensional responsável por solucionar Equações de Água Rasa (SWE), que descrevem o fluxo da água em todos os cenários relevantes em uma inundação, como a quebra de uma barragem, tempestades ou a enchente em um rio. Infelizmente, o custo envolvido com as simulações feitas em computador utilizando modelos mais sofisticados é um fator extremamente limitante. Nesse caso, a computação quântica pode ajudar a resolver o problema. 


O modelo do interior de um computador quântico no Centro de Pesquisa Thomas J. Watson, da IBM, em Yorktown Heights, Nova Iorque. (Foto: reprodução/The New York Times/James Estrin)


De acordo com Sergio Gago, Diretor Geral de Quantum e IA Generativa da Moody’s Analytics, o surgimento de novas tecnologias — tais como a computação quântica usada no projeto — podem auxiliar na diminuição de custos. Em específico, o diretor acredita que há um grande potencial no uso do machine learning quântico (QML) para desenvolver “emuladores”, que serviriam como uma possível alternativa para os modelos tradicionais baseados em física. 

A primeira fase do projeto deve  durar até o dia 30 de Novembro de 2023, com uma segunda fase sendo planejada para Janeiro de 2024 com duração de 15 meses, caso o estudo apresente resultados. 

Foto destaque: Inundação causada pelo aumento do nível de água de rio localizado em Iorque, Inglaterra. Reprodução/Alamy Stock Photo/Gary Calton/Carbonbrief

Tesla é inocentada em julgamento do primeiro acidente fatal envolvendo sistema Autopilot

A Tesla, empresa desenvolvedora de carros elétricos, saiu vitoriosa no primeiro julgamento envolvendo seu sistema de piloto automático nesta terça-feira (31), sendo inocentada do acidente que matou uma pessoa e feriu gravemente duas pessoas em 2019.

Detalhes sobre o ocorrido

O acidente causou a morte de Micah Lee, de 37 anos, enquanto “dirigia” um veículo Model 3 fabricado pela Tesla, junto com outros dois passageiros. O carro estava presente em uma rodovia de Los Angeles a 105 km/h no momento do acidente, quando o piloto automático alegadamente apresentou falhas antes do veículo abruptamente sair da estrada, batendo em uma palmeira. O carro pegou fogo imediatamente, e Lee veio a falecer no local, deixando dois passageiros gravemente feridos.

Acreditando que a empresa tenha sido responsável pela fatalidade, os dois sobreviventes entraram com ação judicial contra a Tesla, pedindo US$ 400 milhões por lesões físicas e mentais, bem como pela morte do motorista. O processo foi iniciado com base na acusação de que a Tesla comercializa ativamente carros com um sistema de piloto automático defeituoso ou, no mínimo, experimental, algo que poderia ter causado o acidente.


Acidente com o carro Model 3 produzido pela Tesla, na Califórnia (Foto: reprodução/KTVU/AP)


Durante o processo de julgamento ocorrido na terça-feira (31), os jurados do tribunal estadual de Riverside, Califórnia, foram convencidos pela defesa da Tesla, que alegou, segundo informações fornecidas pela Reuters, que o motorista havia ingerido quantidades consideráveis de álcool antes do acidente e que não havia forma concreta de afirmar que o sistema de piloto automático estava realmente ativo. Assim, inocentaram a empresa das acusações.

Momento difícil para a Tesla

Esta não é a primeira vez que a Tesla foi levada ao tribunal por conta de seu sistema de piloto automático, mas é o primeiro acidente fatal envolvendo a empresa. Desde então, a companhia entrou no escrutínio do governo norte-americano, sendo investigada pela morte de mais de 17 pessoas desde 2021.

No mesmo ano, a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA) também começou uma investigação envolvendo acidentes causados pelos carros da Tesla contra veículos de emergência estacionados, como ambulâncias.

O sistema Autopilot desenvolvido pela montadora, já foi alvo de muitas controvérsias nos últimos 8 anos, mas Elon Musk — dono da empresa —, alega que a tecnologia na verdade torna os carros desenvolvidos pela Tesla os mais seguros do mundo.

No site oficial da empresa, também há um esclarecimento que indica que o sistema de piloto automático foi criado para o motorista que é atento, com as mãos ao volante, e que está devidamente preparado para assumir a direção do veículo caso seja necessário realizar determinadas manobras.

Foto destaque: Carro elétrico de Model 3 comercializado pela Tesla  (Reprodução/Tesla/Uol)

GenAI conquista papel fundamental no campo da cibersegurança

O surgimento e a popularização da inteligência artificial generativa (GenAI) são eventos que certamente estarão marcados na história de nossa civilização, seja para o bem ou para o mal. 

Riscos para a segurança digital

Sendo um algoritmo que auxilia e facilita o desenvolvimento de uma miríade de tarefas, não é surpreendente que a adoção dessa tecnologia tenha sido tão veloz, principalmente pelas grandes empresas que estão sempre lutando para adquirir uma fatia ainda maior de um mercado tão competitivo. Mas enquanto gigantes como a Google, Microsoft e a Meta parecem estar otimistas a respeito do futuro promissor da GenAI, muitas empresas menores enxergam o algoritmo generativo como um problema em potencial.

Por exemplo, segundo uma pesquisa recente publicada pela ISACA (Information Systems Audit and Control Association), apenas 28% das organizações analisadas pelo estudo permitem o uso formal da inteligência artificial no ambiente de trabalho, com apenas 10% tendo uma política formal a respeito do uso dos softwares de GenAI sendo aplicados. O estudo pinta um cenário de incerteza ante ao uso dessa nova tecnologia, principalmente pelos profissionais de segurança digital ao redor do mundo. 

Vários fatores contribuem para esse receio, dentre eles a falta de treinamento por parte dos utilizados, uma carência de políticas empresariais mais estritas quanto ao uso da tecnologia e, acima de tudo, a possibilidade dos softwares de GenAI serem alvejados por cibercriminosos. Essa é uma preocupação real, já que novas tecnologias tendem a ser mais vulneráveis a ameaças externas, principalmente com os potenciais usos desta nova tecnologia. 

Aos que ainda não entraram em contato com a GenAI, trata-se de um Grande Modelo de Linguagem (LLM) alimentado por um banco de dados contendo informações dos mais variados tipos. A partir dessas informações, essa inteligência artificial é capaz de gerar imagens, textos, códigos de programação e até mesmo imitar a voz de outras pessoas de maneira “automática”, sem que seja necessário um conhecimento mais aprofundado por parte do usuário, além do prompt inicial. Essa facilidade dá espaço para que criminosos consigam participar de scams e outras atividades ilícitas num ritmo ainda mais acelerado. 

Soluções em potencial

Contudo, é impossível negar a praticidade que essa nova tecnologia oferece e, apesar dos receios, não há como escapar de seu papel atual na sociedade, sendo cada vez mais promovida entre os usuários comuns. Mas para implementá-la de maneira segura e com um menor fator de risco, algumas medidas importantes devem ser tomadas de antemão. O uso de criptografia para proteger os dados do usuário é essencial e todos os dispositivos que fazem uso da GenAI precisarão passar por testes rigorosos para evitar possíveis exploits no futuro.


Em junho deste ano, a Open AI, criadora do ChatGPT, patrocinou uma pesquisa a respeito de cibersegurança baseada em IA (Foto: reprodução/X/@OpenAI


A filtragem dos dados nos quais esses grandes modelos de linguagem são treinados também é extremamente importante. Além do fator legal que abrange o infringimento dos direitos autorais de artistas ao redor do mundo, há também o fator ético. Principalmente por não ser “consciente” e “sapiente” da mesma forma que nós, seres humanos, é importante levar em consideração as informações que serão estudadas por tais inteligências artificiais, estabelecendo restrições éticas baseadas no código penal e nos direitos humanos de cada país. 

Livre desses fatores internos, a GenAI pode vir a se tornar uma grande aliada no campo da cibersegurança. Enquanto criminosos podem fazer o uso dela para atos maliciosos e nefastos, nada impede que profissionais do campo também a utilizem para facilitar o processo de detecção e prevenção de problemas, levando em consideração a capacidade superior de processamento de dados que uma máquina possui. Portanto, isso diminuiria o tempo de detecção de ameaças e tornaria a resposta aos possíveis ataques de hackers mais dinâmica e responsiva.

O processo de evolução é ininterrupto e interminável e, enquanto a nova tecnologia apresenta riscos em potencial, ela também pode certamente ser de grande ajuda no futuro, se for administrada da maneira correta.

Foto destaque: Imagem ilustrativa de um homem segurando um cadeado “virtual” representando a cibersegurança. Reprodução/Vecteezy/Thanakorn Lappattara

IGP-M apresenta alta de 0,50% em outubro, segundo FGV

O mês de outubro foi marcado por uma alta de 0,5% no Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), demonstrando uma curva gradual de crescimento em relação ao mês passado, onde apresentou um aumento de 0,37%, segundo as informações fornecidas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (30). 

Levando em consideração o resultado de hoje, o índice acumula um recuo de 4,57% nos últimos 12 meses. Trata-se de uma mudança significativa em relação a outubro de 2022, onde o índice havia demonstrado queda de 0,97%, mas ainda apresentava uma alta de 6,53% em 12 meses. 

Em nota, André Braz — coordenador dos índices de preço da FGV —, ressaltou que as mudanças afetam parcialmente os itens que mais importam para o preço final dos produtos no varejo e podem acabar diminuindo o ritmo de deflação no grupo Alimentação do IPC, indo de -0,60% para -0,39%, sendo um importante elemento estabilizador para evitar a inflação dos produtos que chegam no consumidor. 

Índice de Preços ao Produtor Amplo

O IPA registrou um aumento de 0,60% em outubro, com uma alta de 0,19% em relação a setembro. Segundo a FGV, houve um acréscimo de 0,06% em outubro, contra a queda de 0,03% que ocorreu no mês passado durante os estágios de processamento do grupo de Bens Finais. O fator preponderante na queda é o subgrupo de alimentos processados, cuja taxa subiu de -0,74% para 0,49% nesse espaço de tempo. 

Já a taxa dos Bens Intermediários apresentou uma variação de 0,69% em outubro, com uma desaceleração significativa em relação aos 1,50% registrados no mês passado. Nesse caso, o subgrupo responsável pela mudança foi o de Combustíveis e Lubrificantes, cuja taxa caiu de 15,04% para 2,32%. 


Um dos destaques do mês foi o preço da carne bovina, segundo relatório da FGV (Foto: reprodução/Instagram/@boyfotografo)


As Matérias-Primas Brutas, por outro lado, registraram um aumento de 1,06% em outubro, compensando pelo recuo de 0,38% que haviam sofrido em setembro. Os principais fatores que contribuem para esse avanço são os subgrupos de bovinos, cana-de-açúcar e milho em grão. A alta desses três produtos foi o suficiente para balancear a queda na soja em grão, no minério de ferro e na mandioca/aipim. 

Índice de Preços ao Consumidor

O IPC permaneceu notavelmente estável em outubro, com uma variação de apenas 0,27%, sendo o mesmo valor registrado em setembro. Similarmente, dos oito grupos que fazem parte do índice, cinco apresentaram um avanço nas taxas de variação, dois tiveram uma redução e um se manteve igual ao mês passado. Os subgrupos que apresentaram um aumento na taxa de variação foram os seguintes: Saúde e Cuidados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação, Alimentação, Vestuário e Despesas Diversas. 

E enquanto o grupo Comunicação manteve a mesma taxa de setembro, os grupos Transportes e Habitação apresentaram recuo, principalmente por conta da gasolina e da tarifa de eletricidade residencial, respectivamente.

Índice Nacional de Custo da Construção

O INCC teve uma variação de 0,20% no mês de outubro, com uma ligeira redução em relação aos 0,24% registrados em setembro. Os três grupos que compõem o INCC sofreram as seguintes variações na troca do mês: 

  • Materiais e Equipamentos (0,04% para 0,07%);
  • Serviços (0,38% para 0,79%);
  • Mão de Obra (0,48% para 0,29%).

O relatório da Fundação Getúlio Vargas está publicado no site oficial da organização, sendo de livre acesso para aqueles que estiverem interessados em analisá-lo.

 

Foto destaque: Sede da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Reprodução/Memorial da Resistência/SPGOV/Alessandra Haro

Confira quais são as empresas que mais investiram em startups durante 2023

O conhecido Ranking Top Open Corps, que anualmente categoriza os investimentos de grandes empresas em startups, recentemente publicou uma nova edição, indicando que as companhias brasileiras investiram um total de R$ 6,4 bilhões no mercado de inovação aberta de startups entre julho de 2022 a junho de 2023.

Startups são o centro das atenções

Ainda que o mercado de startups continue apresentando um certo fator de risco para os investidores, as empresas brasileiras parecem estar mais dispostas a gastar dinheiro com ideias promissoras. Em comparação com os R$ 2,7 bilhões investidos entre 2021 e 2022, por exemplo, o capital recebido por novas startups mais do que dobrou. Isso também vale para os contratos firmados entre as grandes companhias e as jovens empresas, totalizando 54 mil parcerias ao longo do ano. 

Os setores de inteligência artificial, análise de dados e produtividade foram os mais procurados pelas empresas, buscando atuar em conjunto com startups, em grande parte por conta da tecnologia emergente de IA generativa que recentemente se popularizou no mercado com o advento do ChatGPT e seus derivados, cabeceado pela OpenAI. 

Como resultado, surgiram inúmeras empresas de startup buscando utilizar essa nova tecnologia para solucionar problemas já antigos no mercado: desde facilitar a análise de dados à escrever e resumir documentos sobre casos jurídicos para advogados. 

O ranking deste ano está sendo novamente liderado pela Ambev, que mantém a posição de empresa que mais investe em startups pela terceira vez consecutiva. Seguindo a pontuação estabelecida pelo Open Startups, a Ambev também está na frente por uma grande margem, com 3031 pontos em relação aos 2005 do segundo colocado, ArcelorMittal. A Vivo, por exemplo, consta na sexta colocação com 1285 pontos, enquanto a Petrobras está em 12º com 940 pontos. 


A Ambev é uma das grandes produtoras de cerveja do Brasil e tem investido pesado para expandir seus negócios (Foto: reprodução/Ambev/G1)


Pode-se dizer que a Ambev é uma das empresas que mais contribuiu para o florescimento de startups no mercado após 2020, onde estava apenas na 22ª colocação, tendo um enorme salto em 2021 ao tomar o primeiro lugar. 

Desde 2018, o ano inaugural do Ranking Top Open Corps, também houve um aumento significativo no investimento. Na primeira edição, por exemplo, o primeiro lugar tinha apenas 534 pontos segundo os parâmetros estabelecidos pela organização e esse número tem subido cada vez mais.

Empresas que mais investem 

Segundo os dados oferecidos pela Open Startups, confira abaixo quais foram as empresas que mais investiram em startups em 2023: 

  1. Ambev, com 3031 pontos
  2. ArcelorMittal, com 2005 pontos
  3. Suzano, com 1560 pontos
  4. Sicredi, com 1360 pontos
  5. Unimed Brasil, com 1285 pontos
  6. Vivo, com 1285 pontos
  7. Banco BV, com 1280 pontos
  8. BASF, com 1221 pontos
  9. Algar Telecom, com 1158 pontos
  10. Gerdau, com 1072 pontos

O sistema de pontuação empregado pela Open Startups é complexo e dinâmico, dando foco as empresas que não apenas investiram dinheiro em startups, mas que também auxiliaram com processos de mentoria e outros recursos não-financeiros.

Foto destaque: Empresários e membros de startup sentados ao redor de uma mesa durante reunião (Reprodução/Getty Images/Tom Werner/Forbes)

Economia dos EUA apresenta maior ritmo de crescimento no 3º tri dos últimos anos

Ao contrário da discussão a respeito de uma possível recessão nos próximos anos, a economia dos Estados Unidos demonstrou um crescimento excepcional no terceiro semestre de 2023, ultrapassando o ritmo habitual dos últimos dois anos; em partes, o crescimento pode ser atribuído às maiores oportunidades de trabalho para os assalariados do país, impulsionando o poder aquisitivo médio da população que, como consequência, acabou movimentando a economia estagnada. 

Boom no setor tecnológico

Um dos fatores responsáveis pelo crescimento significativo da economia norte-americana é o setor de tecnologia, que está passando por uma fase de grande abundância com empresas como a Nvidia, Intel, Microsoft, Meta e outras do ramo se esforçando para adentrar no mercado de inteligência artificial e, como consequência, investindo uma quantidade significativa de capital em recursos humanos, principalmente dada a fase inicial de desenvolvimento extremamente importante pela qual a tecnologia de IA generativa está passando. 


Grace Hopper, novo superchip focado em IA desenvolvido pela Nvidia e um dos exemplos do investimento tecnológico ocorrendo no país (Foto: reprodução/Nvidia)


O presidente Joe Biden também investiu pesado na produção de semicondutores, que são utilizados nos mais diversos componentes tecnológicos. A importância dessas pequenas peças lógicas é tão grande, na realidade, que o déficit de estoque no mercado ocasionado durante as paralisações da pandemia do Covid-19 inflacionaram os preços de produtos tecnológicos — como placas de vídeo para computadores — de maneira nunca antes vista. 

E enquanto a China ainda permanece como a maior produtora de semicondutores do mundo — com cerca de 15% —, os EUA estão logo atrás com uma produção que engloba cerca de 10% de todos os chips de processamento no mundo. 

Consumidores impulsionam o mercado

A verdadeira força motriz por trás do crescimento da economia norte-americana é, sem dúvidas, o consumidor. Ainda que o salário mínimo não tenha crescido além do esperado, esse crescimento está acompanhando o índice de inflação, fator importante para uma economia estável a longo prazo.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA acelerou para uma taxa de 4,9% durante o terceiro trimestre, um ritmo dobrado em comparação com o segundo semestre do ano, segundo dados divulgados pelo governo americano na quinta-feira (26). Esse crescimento está andando de mãos dadas com o índice de gastos pessoais (PCE), que também subiu em 4% no terceiro semestre, sendo o maior crescimento desde meados de 2021. 

De acordo com Sal Guatieri, economista sênior da BMO Capital Markets, os gastos do consumidor americano aumentaram da metade do ano em diante, em grande parte devido a um maior índice de confiança durante o verão, causado pela recuperação do mercado de ações e aos preços mais estáveis da gasolina. Isso impulsionou a compra de veículos automotivos e outros bens de “luxo”, como computadores e smartphones. Segundo estatísticas do mercado, o americano médio também gastou mais dinheiro indo a shows e outros eventos pagos. 

E embora o crescimento significativo da economia não seja algo inerentemente sustentável, ele demonstra que a mesma está longe de sofrer uma recessão, apesar da preocupação dos especialistas do setor nos últimos anos.

Foto destaque: prédio comercial com a bandeira dos Estados Unidos em fachada (Reprodução/Freepik/wirestock/CNN Brasil)