Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

O que é “Phishing Bancário” e como evitar essa prática

Phishing bancário, também conhecido como golpe financeiro, teve sua frequência praticamente dobrada entre 2021 e 2022, chegando a um aumento de 97%, segundo um levantamento feito pela PSafe, empresa de cibersegurança.

Entre os meses de janeiro e julho de 2022, foram reportadas mais de 5 milhões de tentativas de phishing bancário. Entretanto, é importante lembrar que embora seja algo comum no segmento financeiro, esse é um problema que também está presente em outros setores, já que envolve o roubo de qualquer informação considerada confidencial. 

O ataque phishing é caracterizado por ser um crime cibernético no qual criminosos tentam obter informações confidenciais — senhas, informações bancárias e outros dados pessoais — se passando por indivíduos ou organizações confiáveis. Tais golpes podem ser feitos, por exemplo, com o golpista assumindo a identidade de um banco, uma empresa de comércio, ou até mesmo provedores de serviços online. 

O principal objetivo de tal prática é enganar vítimas que não tenham conhecimento do golpe, obtendo portanto suas informações privadas ou fazendo com que elas realizem ações prejudiciais; dentre elas, clicar em links maliciosos que podem infectar seus dispositivos com malware. 

Os golpistas costumam utilizar táticas psicológicas para manipular suas vítimas e fazê-las agir de maneira rápida, antes que tenham tempo para suspeitar da identidade dos suspeitos. É comum que essas vítimas sejam colocadas em situações de urgência ou que possam gerar medo, para estimulá-las a agir antes de raciocinar; recompensas irrecusáveis também podem ser oferecidas, algo tão tentador que a vítima sequer pensará duas vezes antes de aceitar. 

Há uma variedade de golpes financeiros diferentes, mas eles podem ser categorizados em três tipos diferentes:

Os scams são ataques generalizados que buscam atingir um grande número de pessoas indiscriminadamente. Nesse tipo de golpe, os criminosos enviam e-mails em massa, se passando pela identidade de autoridades bancárias, empresas de comércio ou órgãos governamentais, pedindo informações pessoais ou detalhes de contas bancárias. Não é incomum que esses tipos de e-mails (ou mensagens através do telefone) contenham erros gramaticais e/ou ortográficos, geralmente dando algum tipo de senso de urgência para as vítimas. 

O whaling é um ataque phishing que mira em indivíduos ou organizações de alto perfil, geralmente pessoas ricas ou que possuem fundos bancários acima da média — como CEOs, executivos de alto escalão ou funcionários-chave de uma empresa. Nesse caso, os golpistas irão assumir o papel de pessoas de confiança, como advogados ou colegas de trabalho, para obter informações confidenciais ou acesso a sistemas privados. Esse tipo de ataque funciona a base de uma pesquisa prévia sobre a vítima, para tornar o e-mail ou conversa mais convincente. 

O spear phishing é um ataque direcionado mais avançado, onde os golpistas buscam informações específicas sobre a vítima, como seu nome, conexões profissionais, cargos e até mesmo hobbies. Baseando-se nesses detalhes, eles personalizam e-mails ou mensagens para passarem a impressão de serem confiáveis e legítimos. Esse golpe financeiro tem o objetivo de enganar a vítima ao fazê-la acreditar estar conversando com um indivíduo autêntico, seja ele um colega, parceiro de negócios, chefe ou cliente, fazendo com que a pessoa forneça informações privadas. 


Computador bloqueado por golpistas através de malware (Foto: Reprodução/iStock)


Embora não seja algo simples, golpes dessa natureza podem ser identificados de antemão. É importante desconfiar de mensagens que aparentam ser boas demais para ser verdade, como ofertas de emprego demasiadamente generosas, prêmios milionários ou patrocínio. Além disso, nunca se deve esquecer de verificar o remetente e o destinatário do e-mail ou da mensagem, para conferir se eles condizem com a pessoa ou organização que o golpista diz representar. Erros ortográficos ou gramaticais também podem indicar um possível golpe, já que pode indicar que a mensagem não foi escrita por um profissional. 

A maneira mais simples, contudo, é evitar clicar em links ou anexos suspeitos ao navegar pela internet, pois tais coisas podem ser portas para malwares ou sites falsos que podem parecer legítimos. 

Foto Destaque: Ilustração de um símbolo de aviso ligado à um anzol, simbolizando o phishing. Reprodução/iStock

Hominídeos de “cérebro pequeno” tinham comportamentos mais complexos do que inicialmente acreditado, aponta estudo

Através de resquícios arqueológicos encontrados em um sistema de cavernas na África do Sul, pesquisadores descobriram evidências de que indivíduos de uma espécie humana arcaica já enterravam seus mortos e esculpiam em paredes muito antes de tais práticas serem adotadas pela humanidade moderna. 

A espécie, que foi nomeada Homo naledi e inicialmente revelada ao conhecimento público em 2015, é distinta pelo tamanho de seu cérebro, que era cerca de dois terços menor do que o cérebro de um humano moderno. 

Essa revelação tem o potencial de mudar completamente o entendimento da evolução humana, já que até então tais comportamentos tidos como mais desenvolvidos só foram associados ao Homo sapiens e aos Neandertais, ambos dotados de cérebros maiores. 

Os resultados da pesquisa estão detalhados em três estudos publicados na revista eLife. Os papers relevantes também estão disponíveis no repositório online BioRxiv, que publica artigos científicos voltados para o campo da Biologia. 

O sistema de cavernas Rising Star, na África do Sul, revelou o primeiro conjunto de fósseis pertencentes ao Homo naledi durante escavações que ocorreram em 2013. Ele faz parte do Berço da Humanidade da África do Sul, que consta como um Patrimônio Mundial pela UNESCO, abrangendo um território onde cientistas encontraram fósseis de diversas espécies ancestrais da humanidade; esses restos mortais são imperativos para ajudar a desvendar o nosso passado. 


Conjunto esquelético do Homo naledi descoberto através das escavações na África do Sul (Foto: Reprodução/John Hawks)


Auxiliado por sua equipe, o doutor Lee Berger, paleoantropólogo de renome, trabalhou no extenso e perigoso sistema de cavernas para poder melhor compreender os extintos hominínios, nossos antigos ancestrais. 

Os restos mortais de adultos e crianças Homo naledi, descobertos dentro de depressões na caverna e cobertos de terra, em posição fetal, são o último achado da equipe de Berger. Esses sepultamentos são mais antigos do que qualquer outro realizado por Homo sapiens em nossos registros, com uma diferença gritante de mais de 100 mil anos entre eventos. 

Durante a identificação dos sepultamentos nas cavernas, os pesquisadores também descobriram alguns símbolos gravados nas paredes rochosas. Eles datam de 241 mil a 335 mil anos atrás. Contudo, novos testes devem ser capazes de oferecer uma datação mais acurada. 

Os símbolos descobertos contam com desenhos esculpidos na rocha à semelhança de cruzes, jogos da velha e outras formas geométricas. Símbolos parecidos encontrados em outros sistemas cavernosos foram esculpidos por neandertais há 60 mil anos e pelo Homo sapiens há 80 mil anos atrás. No campo científico relevante, há consenso de que essas marcações eram usadas como forma de registrar e compartilhar informações. 

De acordo com Berger, autor principal de dois dos estudos publicados na eLife e coautor do terceiro, esses achados recentes sugerem práticas de sepultamento intencionais, bem como sinalizam a imposição de significado aos símbolos gravados pelo Homo naledi. Há evidência de que a espécie relacionada aos humanos modernos, mesmo sendo dotada de um cérebro pequeno, tinha costumes complexos em relação à morte. Portanto, seres humanos não podem somente ser considerados únicos no desenvolvimento de práticas simbólicas, como também é possível que nem mesmo tenham inventado tais comportamentos.

Foto destaque: Paleoantropólogo e pesquisador Lee Berger segurando o crânio restaurado de um hominídeo (Foto: Divulgação/Lee Berger)

A primeira escola feita com impressora 3D está em Madagascar

A primeira escola feita com impressora 3D está em Madagascar, através da iniciativa de uma organização sem fins lucrativos. O projeto foi idealizado para combater a falta de acesso à educação que assola mais de 250 milhões de jovens ao redor do globo.

Originária dos Estados Unidos, a organização fundada por Maggie Grout usa tecnologias para construir escolas sustentáveis e, ainda mais surpreendentemente, ela deu início a esse empreendimento com apenas 15 anos de idade. Colhendo os frutos do trabalho árduo, o grupo conseguiu fundar a primeira escola do mundo inteiro feita por impressora 3D em parceria com o Studio Mortazavi, um escritório de arquitetura com raízes em São Francisco, Lisboa e Paris.

Eu fundei a Thinking Huts depois de me interessar pelo potencial da tecnologia, em específico a de impressão 3D, para criar novas soluções arquitetônicas“, ela disse ao Interesting Engineering.

Maggie também disse que a tecnologia seria “como a lei de Moore“. Conforme for sendo replicada, os custos diminuirão e ela será utilizada de maneira mais ampla. “Por isso pensei que essa seria uma ótima oportunidade para resolver um problema real no mundo“, completou. 


Uma das salas de aula da escola fundada em Madagascar (Foto: Divulgação/Thinking Huts) 


A escola foi fundada em um terreno de 16 mil metros quadrados e está localizada na cidade de Fianarantsoa, em Madagascar. A intenção é que ela atenda alunos locais desde o período de educação infantil ao ensino médio. O país do sudeste africano foi escolhido pela ONG dentre outras sete nações que serviriam como bons pontos de partida para iniciar o experimento. Essa escolha se deu pela estabilidade política e a economia emergente da nação. 

Segundo relatório publicado pela UNESCO, o Madagascar tem uma taxa de alfabetização de 64,5% entre os aldutos e cerca de 64,9% entre os jovens. Somado a isso, a região tem um grande potencial de crescimento e energia renovável, em função de suas condições geográficas. Maggie informou que sua empresa também formou uma parceria com a Universidade de Administração e Inovações Tecnológicas (EMIT) em Madagascar para ajudar na construção dos edifícios da escola. 

A iniciativa atualmente conta com laboratórios, quadras esportivas, bibliotecas, salas de música, informática e arte. A escola tem um design simples, em formato de colmeia, para facilitar possíveis reformas futuras, caso se faça necessário. O local também está equipado com painéis soláres e jardins verticais, para auxiliar em sua sustentabilidade.

Segundo os arquitetos Yash Mehta e Bruno Silva, da Defining Humanity, a escolha dos materiais foi algo bastante deliberado. A impressora usou um tipo de concreto feito para ser justamente usado em impressoras, modificado para que solidifique o bastante para que a próxima camada seja impressa em cima. O telhado é de madeira leve, reduzindo as cargas estruturais de modo a torná-lo mais econômico. 

Cerca de 22 mil salas de aula são necessárias, no momento, para atender todas as crianças do país, já que cerca de 780 mil dos alunos em idade primário ainda não estão matriculados.

Foto destaque: Escola feita com impressora 3D construída em Madagascar (Foto: Divulgação/Thinking Huts)

Fósseis de pterossauro descobertos na Austrália apontam que répteis viveram na região durante a Pré-História

Até onde sabemos, os pterossauros são os répteis voadores mais antigos do mundo, tendo suas arcadas fossilizadas descobertas em inúmeros locais ao redor do globo, principalmente em regiões das Américas e na Ásia, com alguns poucos sendo descobertos ao longo do continente europeu. Na última quarta-feira (31), entretanto, pesquisadores constataram que esses dinossauros já alçaram vôo pela Austrália, mais de 107 milhões de anos atrás. 

Examinando dois pedaços de ossos pré-históricos extraídos de um local chamado Dinosaur Cove, rico em fósseis e outros achados arqueológicos, no estado australiano de Victoria à cerca de três décadas atrás, os paleontólogos foram capazes de chegar a essa conclusão. 

Tais amostras se tratam dos restos mortais de pterossauros mais antigos já recuperados no território do país, segundo o estudo publicado na revista científica History Biology.

O pterossauro foi o primeiro vertebrado a desenvolver a capacidade de voar, vivendo junto dos dinossauros da Era Mesozóica, que teve início cerca de 252 milhões de anos atrás. 

Através da análise dos ossos de dois espécimes, incluindo um osso da asa que pertenceu ao primeiro pterossauro jovem registado na Austrália, especialistas da Curtin University e do Museums Victoria descobriram que um pedaço do osso da pelve veio de um pterossauro com uma envergadura de potencialmente um pouco mais de dois metros. Alguns dos pterossauros já estudados, mais velhos em idade, chegavam a alcançar dez metros de envergadura. 

Esses espécimes foram descobertos, como acima mencionado, através de uma escavação em Dinosaur Cove durante a década de 80, que foi comandada pela dupla de paleontólogos Tom Rich e Pat Vickers-Rich, que também fizeram parte do Museums Victoria. 


Arcada fossilizada de pterossauro em exibição (Foto: Reprodução/ZMEScience)


Em comunicado, a autora principal do estudo publicado na quarta-feira, Adele Pentland, da Curtin University, informou à CNN que a descoberta do estudo mostrou que tais criaturas sobrevoavam a Austrália dezenas de milhões de anos atrás, apesar de viverem no período Cretáceo, que é conhecido por suas duras condições de vida; Victoria, por exemplo, tinha de aguentar escuridão perpétua durante longas semanas. 

“A Austrália ficava mais ao sul do que hoje em dia”, disse a pesquisadora. Segundo ela, o local onde os espécimes foram descobertos estaria mais próximo do círculo polar, na época. 

Desde a década de 1980, menos de 25 conjuntos de restos fossilizados de pterossauros pertencentes a quatro espécies foram descobertos na Austrália, informou Adele. Em contraste, locais como Brasil e Argentina, contam com mais de 100 conjuntos que foram recuperados ao longo dos anos. 

Foto destaque: Imagem de reconstrução da espécie feita por artista (Foto: Reprodução/Xinhua Photo)

Sob decisão da justiça, o “Sheik dos Bitcoins” terá de pagar R$ 17 mi após acusação de fraude

O empresário Francisley Valdevino da Silva, mais conhecido como o Sheik dos Bitcoins, foi condenado recentemente pela juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível de São Paulo, junto de uma rede empresarial comandada por ele a devolverem R$ 17 milhões ao empresário paraibano José Janguiê Bezerra Diniz, que é o fundador do Centro Universitário Maurício de Nassau. 

Janguiê, que é conhecido por ter ter arrematado a mansão de Edemar Cid Ferreira, um ex-funcionnário do Banco Santos em São Paulo, pelo valor de R$ 27,5 milhões, está entre as vítimas do golpe aplicado por Valdevino. 

O empresário está sendo investigado por aparentemente comandar uma organização criminosa de fraudes com criptomoedas no Brasil e no exterior. A decisão foi tomada por meio de uma ação proposta por Janguiê e seus familiares, evocando o Código de Defesa do Consumidor em prol de buscar ressarcimento dos valores investidos com o Sheik, que ainda tem a possibilidade de recorrer a sentença.


O empresário recentemente foi preso em sua casa pela PF, durante investigação. (Foto: Divulgação/Policia Federal) 


José Janguiê diz ter assinado uma série de contratos com o empresário para alugar criptomoedas, mas tanto ele quanto sua família se tornaram vítimas de uma pirâmide financeira.

Analisando o caso, a juíza Almeida concedeu o pedido, levando em consideração a posição de forcenedor da empresa de Francisley e as pessoas atingidas pelos serviços prestados por ela como a posição de consumidor. Segundo a magistrada, houve falha das empresas na execução dos serviços prestados aos consumidores. “Incumbiam aos réus comprovarem a efetiva prestação dos serviços contratados pelos autores, ônus dos quais não se desincumbiram, não havendo qualquer prova que demonstre o pagamento de rendimentos ou a restituição dos criptoativos”, esclareceu.

No despacho assinado em abril, a juíza deixou claro que Valdevino foi preso por suspeita de estelionato e fraudes em inúmeros contratos. Algo que, em sua avaliação, evidencia o desvio de fundos das empresas acionadas no judiciário. O empresário ainda é investigado pela suspeita de comandar uma organização criminosa de fraudes com criptomoedas em território nacional e no exterior, mas sem conclusão por enquanto.

 

Foto destaque: Francisley Valdevino, Sheik das Bitcoins, em festa à fantasia. (Foto: Reprodução/Instagram)

Redes sociais usam inteligência artificial para deletar provas de crimes de guerra, segundo a BBC

A British Broadcasting Corporation, conhecida como BBC, recentemente divulgou os resultados de uma extensa investigação revelando que provas digitais de possíveis violações de direitos humanos estão sendo apagadas permanentemente ao serem excluídas por empresas de tecnologia. 

O foco dessas remoções está em vídeos com violência extremamente gráfica e chocante, por meio do uso de inteligências artificiais para verificar o conteúdo. Contudo, as fotos e filmagens que estão sendo excluídas sem o uso de um backup interno no banco de dados das empresas poderiam ser úteis para ajudar a levar criminosos de guerra à corte. 

Ambas as gigantes de tecnologia atuais, Meta e YouTube, estão no meio disso, mas esclareceram por meio de um comunicado que também estão tentando equilibrar a obrigação cívica de manter provas contra criminosos, ao mesmo tempo que se esforçam para proteger seus usuários de conteúdo potencialmente nocivo. Alan Rusbridger, integrante do Conselho de Supervisão da Meta, por outro lado disse que a indústria está sendo “demasiadamente cautelosa” em moderação.


Alan Rusbridger durante entrevista recente. (Foto: Reprodução/Cherwell)


De acordo com as plataformas, materiais gráficos que são do interesse público têm a permissão de permanecerem circulando por suas redes, mas a BBC logo teve as imagens que publicou para documentar os ataques a civis na Ucrânia rapidamente deletadas pelo algoritmo da inteligência artificial (IA). 

Essa inteligência artificial é capaz de remover conteúdo ilegal e nocivo em ampla escala. Contudo, são incapazes de perceber certas nuances na hora de identificar imagens violentas envolvendo guerras ou conflitos que possam conter violações de direitos humanos, resultando na remoção discriminada dessas provas digitais. 

Algumas organizações de direitos humanos reiteraram que há uma urgente necessidade de que empresas responsáveis por mídias sociais impeçam o desaparecimento de tais informações. 

Segundo Rusbridger, a próxima pergunta que deve ser feita é “como desenvolver nossas máquinas, sejam elas humanas ou de inteligência artificial”, de modo que elas possam tomar decisões mais razoáveis. 

A Embaixadora dos EUA para Justiça Criminal Global, Beth Van Schaak, disse que ninguém negaria o direito dessas empresas de tecnologia de monitorar o conteúdo em suas redes, mas que a verdadeira preocupação está no repentino desaparecimento de tais informações.

 

Foto destaque: Kiev, capital da Ucrânia, devastada durante invasão russa ao país. Reprodução/Pexels.

Impasse quanto ao petróleo traz outra crise para a Wall Street

A última grande dor de cabeça enfrentada por investidores no mundo inteiro — que é o impasse sobre o teto da dívida pública dos EUA — nem mesmo se deu ao trabalho de deixar o palco antes de que um novo problema surgisse para os que apostam no mercado de ações.

Os termos necessários para que o acordo firmado neste fim de semana seja aprovado ainda está em plena discussão no Congresso dos Estados Unidos, sem resolução aparente entre os republicanos e democratas, mas a Wall Street já está enfrentando outra crise, e desta vez no mercado de commodities.


Extração de petróleo na Árabia Saudita (Reprodução/Getty Images)


A queda da demanda chinesa anda causando enormes preocupações aos analistas e investidores, mas não é apenas isso, dois países gigantes na produção de petróleo se juntaram à uma disputa que parece já se alongar através das gerações e não é preciso escutar por muito tempo antes de se começar a ouvir rumores sobre um aparente impasse entre Arábia Saudita e a Rússia.

O reino de Al Saud já avisou aos que andam esperançosos para uma possível queda no preço do petróleo para tomarem cuidado, algo que pode indicar a intenção de pressionar a cotação da commodity no mercado, enquanto a Rússia por outro lado não está disposta a reduzir a produção.

E apesar do recente ânimo no setor tecnológico causado pela emergente tecnologia de inteligência artificial, cada vez mais popular no mercado de desenvolvimento, tenha ajudado a segurar os preços, houve uma queda de mais de 4% na cotação do barril, que contaminou os negócios petrolíficos ao redor do globo.

Outra commodity que anda apresentando um desempenho abaixo do esperado é a dos metais, considerando que a Ibovespa encerrou a quarta-feira (30) numa queda de 1,24% com 108.967 pontos. O dólar à vista, por outro lado, subiu 0,60%, chegando a R$ 5,0423, que é seu maior valor em mais de um mês. 

Foto destaque: Operador trabalhando na bolsa de valores de Nova York (Reprodução/Reuters)

Nova linha de transmissão gera a Taesa milhões em receita

Segundo o documento publicado na terça-feira (30), a Taesa (TAEE11) adquiriu da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) licença para dar início a operação de três linhas de transmissão no estado do Rio Grande do Sul. 

Essas instalações irão adicionar cerca de R$ 28 milhões em receita anual permitida (RAP), de acordo com as informações oferecidas pela empresa. O Sant”/Ana, um ativo adquirido durante o leilão de transmissão que ocorreu em 2018, tem um RAP total de R$ 77,8 milhões para o ciclo atual de 2022-2023. 


Prédio da Taesa no Rio de Janeiro (Reprodução/LexLatin)


E embora a Taesa, até pouco tempo atrás, era tida como favorita no setor elétrico de muitos analistas e investidores, agora começou a deixar a desejar um pouco nos olhos das corretoras e casas de análise. Em um relatório recente, por exemplo, a Genial deixou claro que está pagando caro no papel sem motivo, sendo bastante taxativa quanto a isso. 

O lucro líquido de R$ 215 milhões oferecido pela Taesa, alta de 47% diante do mesmo período no ano passado, ficou dentro das expectativas da corretora, afirmando a qualidade operacional da empresa em termos de entregar o esperado na geração de valor. 

Contudo, os analistas Israel Rodrigues e Vitor Sousa chamaram a atenção para três pontos importantes: 

Dias atrás começou a circular rumores, indicando possível capitalização por parte da empresa, algo que seria negativo na visão da Genial, visto que os altos dividendos que a empresa tem pagado nos últimos anos faz com que a capitalização nesse exato momento possa parecer falha de uma gestão não-eficiente na alocação dos recursos da empresa, pois dilui a base atual de acionistas e dos custos de operação. 

Na visão dos acionistas, a Taesa já é precificada, sendo negociada a um preço premium em relação aos seus semelhantes, mas sem bases superiores ou uma capacidade maior de execução que possa justificar esse preço elevado, tirando o pagamento de dividendos acima dos concorrentes.

Dentre seus semelhantes, a empresa é a mais “alavancada” (3,9x Dívida Líquida/Ebitda) em cenário de juro alto e com um leilão de transmissão prestes a acontecer. Junto disso, 60% da receita da empresa está ligada ao IGPM, que tem esfriado nesses últimos meses.

Foto destaque: Linhas de tramissão de energia sob céu azul. (Reprodução/Energes)

Segundo o Safra, essa é a ação “premium” mais em conta do momento

Indicada pelo banco Safra no setor de varejo de luxo, a Vivara (VIVA3) é a marca mais em conta do momento. Segundo a instituição, trata-se do papel mais barato do segmento, sendo negociado a um múltiplo preço sobre luco (P/L) de 13,8x em 2023, sendo que a projeção do Safra é de 14,6 e o histórico de dois anos é de 15,8x.

Segundo os analistas do banco, a liquidez sempre foi um problema para a Vivara, mas a melhora de quase 70% nos últimos seis meses é algo que deve ser considerado, fazendo com que a Vivara possa ser negociada mais próximo do nível histórico de aproximadamente 20x em relação a outras duas empresas, Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3).

Os analistas ainda seguem com a recomendação de compra a um preço-alvo de R$ 32. O Safra também atualizou as estimativas das ações do Grupo Soma e da Arezzo, a RS$ 14,60 e R$ 97, respectivamente. As duas empresas também estão dentro das recomendações de compra por parte do banco. 


Loja da Vivara em Jacarepaguá (Foto: Divulgação/Park Jacarepaguá)


Na visão do Safra, empresas com público de alta “conseguem provar sua tenacidade apesar do cenário macro atual”. 

A instituição também acrescentou que o Grupo Soma é negociado em um múltiplo mais alto, mas com o maior desconto histórico, chageando a um P/L de 14,9x contra o múltiplo alvo de 17,5x e o histórico de 20,5x. 

O analista também informou que a empresa tem o maior risco de execução, pois precisa reverter a opreção da Hering, sendo a mais beneficiada pelos subsídios dos impostos sobre vendas. 

A Arezzo, por outro lado, tem um P/L atual de 16,2x contra múltiplo alvo de 19,2x e histórico de 20x.

O risco mais relevante a ser monitorado, segundo o Safra, são as discussões da agenda fiscal e o impacto que isso pode ter em benefícios fiscais, subsídios e na execução. Nesse caso, os riscos a se ter em mente são o reconhecimento e a reputação da marca, bem como a adesão à cobranças e a execução e integração de fundos e aquisições, principalmente para Arezzo e o Grupo Soma.

Foto destaque: Ilustração do monitoramento de ações. Reprodução/Ibovespa.

Os anéis de Saturno podem vir a desaparecer no futuro

Segundo os dados obtidos através de uma pesquisa recente, os famosos anéis de Saturno podem não permanecer visíveis no céu estrelado para que futuros astronômos tenham a experiência de observá-los.

Utilizando os dados adquiridos pela missão Cassini da Nasa, que entrou em órbita do gigante gasoso entre os anos de 2004 e 2017, uma nova análise foi feita em busca de descobrir há quanto tempo os anéis existem e quando é possível que eles possam desaparecer. As descobertas dessa pesquisa foram reveladas em três estudos científicos publicadas em maio. 

Enquanto há um certo consenso de que nosso sistema solar e seus planetas se formaram há praticamente 4,6 bilhões de anos, os cientistas ainda discutem a respeito da idade e possível origem dos anéis de Saturno. Alguns astrônomos também argumentam que os anéis mais brilhantes e gelados do planeta sejam mais novos, justamente pela falta de erosão ou do escurecimento causado pela interação com meteoroides ao longo de bilhões de anos. 

Um dos estudos recentes, publicado na revista Icarus em 15 de maio, parece corroborar com a ideia de que os anéis possam ter vindo a aparecer muito depois da formação inicial de Saturno. Outros dois estudos abordando o tópico foram publicados no dia 12 de maio na revista Science Advances e em 15 de maio, novamente na Icarus, alcançando resultados parecidos.

A conclusão inevitável é que os anéis de Saturno aparentam ser relativamente jovens em uma escala astronômica, com apenas algumas centenas de milhões de anos“, informou Richard Durisen, professor de astronomia na Indiana University Bloomington e autor principal de ambos os estudos publicados na Icarus, através de um comunicado. 

De acordo com Durisen, os sistemas de satélites de Saturno dão pistas a respeito de um possível evento dramático que possa ter acontecido nas últimas centenas de milhões de anos. E se os anéis de Saturno não são tão antigos quanto o próprio planeta, isso pode indicar que algo extraordinário tenha acontecido para formar a tão notável estrutura ao redor do gigante gasoso. Segundo pesquisadores, é até mesmo possível que os anéis ainda estivessem sendo formados quando os dinossauros viviam na Terra, centenas de milhões de anos atrás. 

Os anéis de Saturno são majoritariamente compostos por gelo, com uma pequena quantidae de poeira rochosa criada no espaço pelo impacto de asteroides e micrometeoroides. Esses pequenos fragmentos, parecidos com grãos de areia, se chocam contra as partículas nos anéis do planeta, criando detritos flutuantes conforme o material orbita Saturno.

Durante a visita da Cassini ao gigante gasoso, pesquisadores conseguiram obter dados sobre a quantidade de meteoroides poluindo os anéis, bem como a massa destes e a frequência com que os materiais dele caiam sobre o planeta. Todos esses dados parecem corroborar para a descoberta da idade jovem dos anéis de Saturno. 


Ilustração de Cassini acima de Saturno (Foto:Reprodução/NASA)


Ao longo de um período de 13 anos, o Cosmic Dust Analyzer da Cassini coletou 163 grãos de poeira vindos de fora do sistema de Saturno, permitindo que os pesquisadores pudessem analisar quanta poeira cósmica se acumulou nos anéis de gelo. Os resultados indicam que os anéis são inesperadamente limpos, descoberta que indica a existência jovem dos mesmos, já que caso contrário faria mais sentido haver um excesso de poeira cósmica acumulada. 

E enquanto os meteoroides se mesclam com os anéis, eles naturalmente empurram o material interno do mesmo na direção de Saturno rapidamente. Segundo as observações da Cassini, os anéis estavam perdendo toneladas de massa por segundo e, portanto, eles não tem tanto tempo assim sobrando, em escala astronômica. De acordo com estimativas, os anéis podem continuar existindo por apenas mais algumas centenas de milhões de anos, no máximo. 

Foto destaque: Saturno. Reprodução/NASA.