Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

Estudo científico aponta para a possibilidade de IAs se tornarem incontroláveis no futuro

O surgimento e a popularização do ChatGPT, que é um serviço de chatbot baseado em sistemas de inteligência artificial, novamente acendeu a discussão a respeito da possibilidade da humanidade ser dominada pela tecnologia. E a indagação mais comum nessas discussões é se nós temos, como espécie, a capacidade de controlar e regular as atividades de um computador superinteligente. A resposta para essa pergunta, segundo os cálculos de um grupo de pesquisadores europeus, é não. 

A equipe inicialmente revisitou um cálculo feito em meados de 2021, mas a resposta permaneceu imutável. O estudo feito pelo grupo afirma que o maior problema para atingir um grau de controle significativo sobre uma superinteligência artificial é que isso exigiria uma capacidade de raciocínio muito além da compreensão humana. Sem isso, seria impossível criar uma simulação avançada o suficiente para dominar a IA. 


Garota segurando a mão de um robô no mercado de Kuromon Ichiba, Japão (Foto: Reprodução/Unsplash).


“Diretrizes como ‘não causará dano aos seres humanos’ não podem ser corretamente definidas sem entendermos os tipos de cenários que uma inteligência artificial irá criar”, informam os autores do artigo publicado no site Journal of Artificial Intelligence Research, um repositório de informações voltado para a pesquisa de IA. E conforme o grupo, uma vez que um sistema de computador está operando em um nível acima do escopo humano, não há forma de estabelecer limites reais. 

O raciocínio da equipe está em partes fundamentado pelo problema proposto por Alan Turing em 1936, que indaga se é possível saber se um software conseguirá realmente alcançar a resposta para uma pergunta, ou se esse programa ficará eternamente preso em um loop tentando encontrar uma saída. E, conforme os cálculos matemáticos de Turing, embora seja possível encontrar respostas para programas específicos, é logicamente impossível encontrar uma forma de categorizar como cada programa em específico pode agir.

Isso se torna ainda mais complexo no caso de um sistema de computador superinteligente, que teria a possibilidade de manter incontáveis programas e sistemas rodando em sua memória simultaneamente. Dessa forma, nenhum sistema programado por seres humanos para impedir que a IA nos prejudique seria capaz de chegar a uma conclusão, por exemplo. Em conclusão, é matematicamente impossível chegar a uma certeza, o que significa que tal superinteligência não poderia ser contida dentro das limitações humanas.

Foto destaque: “Inteligência Artificial” em inglês, digitado em uma máquina de escrever (Foto: Reprodução/Unsplash).

Intel fecha acordo para abrir nova fábrica de semicondutores em Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou em comunicado oficial neste domingo (18) que a fabricante de chips norte-americana Intel pretende investir US$ 25 bilhões em uma nova fábrica no território israelense. Segundo ele, esse seria o investimento mais ambicioso realizado na história do país. 

A fábrica, com planos de ser construída em Kiryat Gat, deve abrir as portas em 2027, e a intenção é que ela permaneça operacional até pelo menos 2035, oferecendo oportunidades de emprego para milhares de pessoas, segundo o Ministério das Finanças de Israel. Segundo o acordo firmado entre ambas as partes, a Intel terá de pagar uma alíquota de imposto de 7,5%, um pouco acima dos 5%, atualmente cobrados de empresas no país. 


Fab38, a nova fábrica de semicondutores da Intel, em construção (Foto: Reprodução/Reuters).


É importante ressaltar que esta não é a primeira rodada de investimentos por parte da Intel no país. Ela já opera em Israel há mais de cinco décadas e, no presente momento, trata-se da empresa que mais abre oportunidades de emprego em território israelense; ademais, a empresa também é a maior exportadora privada do país, sendo líder da indústria local de eletrônicos. Curiosamente, a fábrica que será construída em Kiryat Gat não está sozinha, pois essa é a segunda fábrica focada na construção de semicondutores que a Intel irá fundar na cidade. A primeira, nomeada Fab28, foi fundada ainda em 1996.

A Intel também já realizou outros investimentos no país, tendo comprado a Mobileye Global em 2017, cuja sede fica em Israel. Essa empresa, responsável por desenvolver e implantar sistemas avançados de assistência à direção, custou cerca de 15 bilhões de dólares na época. Em 2022, a empresa teve um faturamento de aproximadamente US$ 1.87 bilhões.

Netanyahu realizou o anúncio do acordo fechado entre o governo de Israel e a empresa norte-americana em alto astral, mencionando como a negociação se trata de uma “enorme conquista para a economia israelense”.

Foto destaque: Fachada da fábrica de semicondutores Fab28 fundada pela Intel em Kiryat Gat (Foto: Reprodução/Eyal Izhar).

Mondelez irá parar de investir no mercado russo até o fim do ano, segundo porta-voz

A Mondelez, empresa responsável pela popular Oreo, anunciou na quinta-feira (15) que já reduziu a escala de suas operações em território russo e que planeja transformar seu braço na Rússia em um negócio autônomo que possua uma cadeia de suprimentos autossuficientes até o fim deste ano. Isso acontece após a fabricante de alimentos, que tem sede em Chicago, nos EUA, passar por uma série de boicotes corporativos cada vez mais intensos na região nórdica europeia, graças à sua presença na Rússia. 

Segundo a empresa, ela não fará mais novos investimentos de capital, lançamentos de produtos e tampouco irá gastar com publicidade no país. Em comunicado, a companhia também afirmou que essas ações resultaram numa queda de dois dígitos no volume geral de produtos em transação dentro da Rússia e, similarmente, os volumes de importação e a participação da companhia no mercado também diminuíram de forma significativa.

Essa uma história que tem se tornado cada vez mais comum desde o início da guerra russo-ucraniana, que causou grande rebuliço no mundo ocidental e angariou o apoio de inúmeros indivíduos, nações e até mesmo algumas corporações privadas em prol da Ucrânia, que foi inicialmente invadida em fevereiro de 2022 e ainda sofre pelo conflito que, até então, não parece estar próximo do fim. 

Desde o início da guerra, um grande número de empresas cessou ou diminuiu a escala de suas atividades no território russo. Entre elas está a Logitech International, produtora líder no mercado de periféricos eletrônicos. Outras empresas de tecnologia, como a Nokia e a Dell, também aderiram ao movimento logo em agosto do ano passado. Contudo, nem todas as empresas cumpriram com essa “promessa”. 


Imagem com lista de empresas que deixaram o território russo desde o início da guerra (Foto: Reprodução/Divulgação/Techukraine)


Muitas delas afirmam ter a intenção de deixar o território russo, mas continuam a realizar seus serviços por lá, gerando insatisfação principalmente por parte da região norte da Europa, que conta com os territórios mais afetados por um resultado possivelmente desastroso na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

 

Foto destaque: Biscoitos da marca Oreo, uma das marcas mais populares sob a bandeira da Mondelez. Reprodução/Canaltech

LinkedIn pretende testar nova ferramenta de publicidade para serviços de streaming

Fundado em dezembro de 2002, o LinkedIn é uma plataforma de mídia social voltada ao mundo dos negócios, tratando-se de uma ferramenta que muitas empresas consideram essencial para encontrar novos talentos. É principalmente usada por profissionais como forma de apresentar seus currículos e habilidades, de tal forma que outros profissionais da mesma área e geralmente da mesma empresa, possam endossar suas habilidades, dando credibilidade e embasamento. O site possui uma média de visitantes mensais acima da casa dos 50 milhões e foi adquirida pela Microsoft em junho de 2016, em uma transação de US$ 26 bilhões, a maior feita pela gigante de tecnologia na época. 

A plataforma anunciou na quinta-feira (15) desta semana que está desenvolvendo um produto de publicidade em formato de vídeo com o intuito de auxiliar profissionais de marketing na criação de conteúdo publicitários para usuários de serviços de streaming.

Esse anúncio foi feito logo após o LinkedIn introduzir o uso de novas ferramentas de inteligência artificial para auxiliar os anunciantes na hora de produzir conteúdo publicitário, como parte da estratégia da empresa em expandir o alcance de seu marketing em um momento onde a economia, flutuante e incerta, afetou fortemente o orçamento de propagandas e anúncios. 


À direita, o Vice-Presidente de Soluções de Marketing do Linkedin, Penry Price (Foto: Reprodução/Michael Benabib).


“Anúncios de vídeo dentro das próprias streams podem mudar a forma que marcas e compradores alcançam e engajam com suas audiências”, afirmou Penry Price, vice-presidente de soluções de marketing do LinkedIn, durante entrevista à Reuters

A receita dos últimos doze meses da empresa saltou para um confortável US$ 14 bilhões e, até o presente momento no terceiro trimestre do ano fiscal de 2023, têm subido em uma média de 8% todos os anos. 

O LinkedIn gera receita principalmente através do lucro obtido da venda de propagandas para empresas e serviços de assinatura para recrutadores, pessoas procurando emprego e profissionais de vendas.

Foto destaque: A sede do LinkedIn em Sunnyvale, Califórnia. (Foto: Divulgação/Linkedin)

Aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft é novamente barrada pelo tribunal americano

Uma ordem de restrição temporária foi emitida pelo Tribunal Federal da Califórnia na última terça-feira (13), com o objetivo de restringir temporariamente a aquisição da fabricante de videogames Activision Blizzard pela Microsoft, que custará praticamente U$ 70 bilhões à gigante de tecnologia dos EUA.

Essa medida foi tomada pelo tribunal com base no argumento de que a transação poderia impactar de maneira negativa no mercado de videogames ao suprimir a concorrência e potencialmente criar algo próximo de um monopólio. Uma audiência sobre o caso foi marcada para 22 e 23 de junho. 

Isso pode apresentar um problema para a Microsoft, já que o acordo original de aquisição assinado entre as duas empresas estipula que o prazo para que o negócio seja concluído é 18 de julho. Caso contrário, a gigante de tecnologia terá que pagar uma taxa de rescisão no valor de U$ 3 bilhões à Activision Blizzard.

Por conta disso, a Comissão Federal de Comércio (FTC) expressou preocupação de que as empresas tentem consumar a negociação antes que o tribunal interno possa emitir uma decisão sobre o processo antitruste tomado pela agência.

Além dos órgãos públicos americanos, essa negociação envolve diversas outras agências, como os reguladores antitruste da União Europeia, que deram voto de aprovação à transação depois que a Microsoft concordou em tratar das preocupações da agência em relação à concorrência. Segundo eles, a Microsoft concordou com as soluções levantadas durante discussões, incluindo o compromisso de licenciar jogos da Activision Blizzard para outros provedores de serviço de jogos em nuvem por pelo menos uma década. 

Esse acordo, entretanto, também foi bloqueado pela Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido em abril deste ano, por conta de preocupações que a aquisição poderia vir a sufocar o mercado de jogos em nuvem ainda em seus estágios iniciais. A Microsoft, claro, recorreu dessa decisão. 


Lista de alguns dos jogos e franquias mais importantes que irão entrar para o portfólio da Microsoft, mediante a aquisição (Divulgação/Microsoft).


Os planos da gigante de tecnologia para adquirir a desenvolvedora de jogos foram anunciados em janeiro de 2022, por uma soma exorbitante de US$ 70 bilhões, basicamente a maior transação na história da indústria de jogos. O chefe da Xbox, Phil Spencer, também veio a público para sanar as preocupações de jogadores, afirmando que a empresa não tinha planos de tornar a franquia Call of Duty, da Activision, exclusiva para a plataforma autoral da empresa, o Xbox, prometendo também disponibilizar o jogo em consoles da empresa rival, o Playstation. 

Desde então, a Microsoft se preocupou em assinar acordos com diversos provedores de jogos em nuvem e com a Nintendo, para disponibilizar o jogo de tiro em primeira pessoa, bem como outros títulos, na plataforma Switch. Mesmo assim, essa aquisição encontrou forte oposição da Sony, dona do Playstation, que expressou o receio da Microsoft oferecer apenas uma versão “piorada” dos jogos da Activision Blizzard em outras plataformas.

Foto destaque: Logo da Activision Blizzard junto do Xbox em fundo verde, cor característica do console (Reprodução/Verge).

Premiação do Wimbledon Championships atinge marca de U$ 56 milhões, estabelecendo novo recorde

O Torneio de tênis de Wimbledon (Wimbledon Championships, em inglês), é conhecido por ser o mais antigo torneio de tênis em existência, bem como o mais prestigioso. Foi organizado pela primeira vez em Londres no ano de 1877 através dos esforços do All England Lawn Tennis Croquet Club (AELTC) e na época se tratava de uma competição modesta, contando com apenas 22 participantes. A premiação inicial também parecia ser mais simbólica, recompensando o vencedor com 12 guinéus de ouro, que seria o equivalente a pouco mais de 12 libras na época.

Os anos se passaram e o torneio se tornou cada vez mais popular e prestigioso, trazendo consigo uma recompensa bastante significativa para os vencedores de cada uma das modalidades disponíveis. Contando com mais de trezentos participantes, a premiação total em dinheiro oferecida este ano atingiu um recorde de U$56,52 milhões (R$ 273,76 milhões, em conversão) no campeonato deste ano, que é um aumento de 11,2% em relação ao ano passado, segundo o AELTC em comunicado nesta quarta-feira (14).

Os vencedores e vice-campeões das modalidades simples masculino e feminino irão notar uma mudança significativa em seus prêmios em dinheiro, que voltou aos níveis da premiação de 2019. O respectivo montante atual é de 2,35 milhões de libras (R$ 14,45 milhões) e 1,175 milhões de libras (R$ 7,13 milhões). Isso ocorre após uma queda que ocorreu em 2021, onde a premiação para os vencedores foi reduzida para 1,7 milhões de libras (R$ 10,4 milhões) e novamente ser aumentada no ano passado, chegando a valer 2 milhões de libras (R$ 12,30 milhões). 


Tabela oficial com as premiações da última década, em libras (Reprodução/AELTC).


Além disso, o fundo da premiação do torneio de qualificação teve um aumento aproximado de 14,5% em relação ao ano passado, também assegurando que qualquer jogador que perca alguma partida na primeira rodada receberá 55 mil libras (R$ 337 mil) como prêmio de consolação, um aumento de 10% em comparação com 2022. 

A redução nos prêmios inicialmente ocorreu em razão das dificuldades econômicas causadas pela pandemia do COVID-19.

 

Foto destaque: Estádio onde o Torneio de tênis de Wimbledon costuma ocorrer (Foto: Divulgação/AELTC)

Netflix vê alta em número de assinaturas após medidas restringindo o compartilhamento de contas

Apesar do “boom” no mercado de filmes e séries que a Netflix causou alguns anos atrás junto de sua popularização, o número de assinaturas do serviço de streaming têm decaído significativamente em tempos mais recentes e não é de hoje que a empresa ficou conhecida por cancelar séries autorais por conta da baixa audiência.

Segundo analistas, há vários motivos que podem estar por trás dessa queda de popularidade, mas o principal é o nascimento de outros serviços de streaming oferecidos por companhias que antes disso tinham contrato com a Netflix. Ao fim desses contratos, filmes, séries e desenhos que eram oferecidos no catálogo do serviço de streaming são retirados até que um acordo seja feito. E, com o número cada vez maior de produtoras optando por abrir serviços próprios, o catálogo da Netflix tem decaído bastante em qualidade e quantidade nos últimos anos. 

No entanto, a empresa recentemente começou a tomar medidas para impedir a queda no número de assinaturas. Dentre essas medidas está a repressão no compartilhamento de senhas que a empresa iniciou no dia 23 de maio.Essa medida alavancou as assinaturas diárias da Netflix tão logo foi implementada, segundo os dados da companhia de pesquisa Antenna. Isso ocasionou em um aumento no preço das ações da empresa de mídia subir em 3% no mesmo dia. 


Gráfico demonstrando o número de assinaturas diárias, com o pico do COVID sendo superado pelo pico atingido em maio (Reprodução/Antenna)


Em tempos melhores para a empresa, o serviço da Netflix não tinha nenhuma restrição quanto ao compartilhamento de senhas, sendo que esse “benefício” era até mesmo usado como forma de marketing por ela através do Twitter e outras redes sociais. Mas a difícil situação econômica que vivenciamos ao redor do globo e o mercado extremamente saturado parece não ter dado outra escolha para a empresa.

Segundo a companhia, estima-se que mais de 100 usuários fornecem seu login e senha para terceiros. Mas de acordo com as novas diretrizes da empresa, usuários nos EUA podem adicionar um membro com o IP diferente por um fee adicional de 8 dólares mensais. 

Deixando de lado ressalvas que o público possa ter, a estratégia parece ter sido efetiva, tendo em vista que a empresa teve um número novo de assinaturas que passou da casa dos 100 mil entre os dias 26 e 27 de maio, segundo a Antenna. Essa estratégia já está sendo implementada em mais de 100 países, incluindo o Brasil. 

Curiosamente, esse recente pico no número de assinaturas excede à alta observada durante o período de quarentena no início da pandemia em março e abril de 2020, segundo a empresa de pesquisa.

Foto Destaque: Imagem de monitor enfatizando o serviço de streaming da Netflix. Divulgação/Netflix.

Apple ingressa no mercado de VR, reacendendo rivalidade com Meta

No início deste mês, a Apple revelou seu novo headset de realidade misturada, chamado Vision Pro, junto de uma série de lançamentos de produtos que promete ser a mais ambiciosa em tempos. Tim Crook, que é o CEO da Apple, apresentou o Vision Pro na conferência anual de devs da empresa, estipulando o preço inicial de US$ 3.499 (aproximadamente R$ 17 mil). O produto é capaz de combinar realidade virtual e realidade aumentada, sendo assim um “produto revolucionário”, de acordo com Crook. O headset pode ter a capacidade de mudar a forma como as pessoas interagem com tecnologia daqui pra frente. 

Já se passaram alguns meses desde que a Apple realizou uma mudança em suas configurações de privacidade que apresentou problemas para os esquemas publicitários do Facebook e, desde então, a empresa de redes sociais alterou seu nome oficialmente para Meta e trocou de foco, agora dando mais ênfase na tecnologia de realidade virtual. E agora, cerca de dois anos depois do ocorrido, pode ser que a Apple venha a ameaçar os negócios da Meta novamente, em outro campo. 

Esse novo produto, claro, colocou a Apple novamente em linha de colisão com a Meta, reacendendo a rivalidade existente entre ambas as empresas. A Meta já desenvolve headsets de realidade virtual há anos. 

Mark Zuckerberg, conhecido CEO da Meta, tentou promover o novo produto da empresa, o Meta Quest 3, pouco antes do anúncio já esperado do novo celular da Apple na WWDC (Apple Worldwide Developers Conference). O headset têm um desempenho melhorado, novas funções envolvendo a tecnologia de realidade misturada e um design elegante e confortável, próprio para uso contínuo, com um preço bastante em conta. Em contraste com o produto da Apple, o headset da Meta estará custando US$ 499 (aproximadamente R$ 2.450). 


O headset Meta Quest 3, produto recente da Meta (Foto: Divulgação/Meta) 


É fato que as duas empresas já estão em uma rivalidade acirrada há algum tempo, mesmo entre seus CEOS, que frequentemente discutem a respeito de problemas de privacidade e as políticas de lojas de aplicativos. Ano passado, a Meta até mesmo chegou a dizer que esperava ter um prejuízo de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 48 bilhões) em 2022 por conta das novas limitações que a Apple impôs sobre aplicativos de rede social, tal como o Facebook. Essas limitações restringem a maneira que tais aplicativos podem coletar dados para anúncios personalizados.

Nessa nova disputa, a Meta tem a vantagem por já ter um mercado consolidado na tecnologia de realidade virtual. Entretanto, a realidade aumentada misturada à virtual é um mercado ainda em crescimento, sendo ainda pouco utilizada pelo público. A Apple, por outro lado, possui a vantagem de já ter um mercado consolidado na venda de aparelhos eletrônicos, com diversas lojas físicas espalhadas pelo mundo onde seus consumidores fiéis podem experimentar o novo produto antes de realizar a compra.

Segundo opiniões de analistas, a maior dificuldade em convencer os compradores a adotar essa tecnologia nascente é dar garantias de que o dinheiro investido será recompensado com uma ampla variedade de usos diferentes que possam justificar o preço. O anúncio feito pela Apple na WWDC parece ter sido feito com o objetivo de garantir aos compradores que os desenvolvedores da empresa serão capazes de criar experiências novas e interessantes através do headset, apesar do preço inicial mais proibitivo para o público comum.

Foto destaque: Vision Pro, novo headset de realidade mista da Apple. Divulgação/Apple.

“Sextorsão”: nudes falsos criados por deepfake estão cada vez mais comuns, aponta FBI

Esquemas de extorsão envolvendo nudes falsos criados através do uso de ferramentas de edição de IA têm se tornado cada vez mais comuns e preocupantes, segundo alerta emitido pelo FBI. De acordo com o departamento de investigação estadunidense, a facilidade com que imagens de nudez falsificadas estão aumentando cada vez mais o número de casos reportados em território nacional e, seguindo esse ritmo, é provável que se torne um problema de grandes proporções.

A criação de tais imagens e vídeos falsos é feita através de imagens comuns que a vítima compartilhou em redes sociais. A partir delas, os golpistas então utilizam ferramentas de IA para criar conteúdos realistas das vítimas, nuas ou em outras situações comprometedoras. “Essas fotos são enviadas diretamente para as vítimas por indivíduos maliciosos com o intuito de extorqui-las, ou simplesmente por assédio”, informou o departamento através de comunicado.


Anúncio do FBI a respeito dos deepfakes e extorsão monetária envolvendo nudes falsos (Divulgação)


O crime de extorsão através de imagens comprometedoras é mais comumente chamado de “sextorsão”, caracterizado pela exposição de material íntimo da vítima em troca de ganho pessoal por parte do golpista. Segundo o documento publicado pelo FBI, uma vez que o material entra em circulação, as vítimas terão grande dificuldade para impedir o compartilhamento incessante e contínuo do conteúdo falsificado pela rede; conseguir a remoção do mesmo de maneira permanente é ainda mais difícil, tendo em vista a natureza da web.

A agência de inteligência recomendou ao público que tome cuidado na hora de compartilhar imagens pessoais em redes sociais, por mais tentador que seja. Através do comunicado, o FBI também reiterou que esse tipo de adulteração precisa apenas de alguns poucos vídeos e imagens através da tecnologia avançada dos tempos atuais e que, portanto, ninguém está completamente a salvo de casos parecidos ou piores, desde que não remova completamente todas as imagens, vídeos e mídia de si mesmo(a) da rede. 

Deepfakes são imagens falsas mas com alto grau de fidelidade, muitas vezes sendo facilmente confundidas com a pessoa real. Segundo o The Verge, mídia desse cunho começou a se espalhar pela internet em 2017, através de usuários de fóruns de discussão populares como o Reddit e o 4chan, que começaram a usar novas ferramentas de inteligência artificial que ainda estavam em estados iniciais de desenvolvimento na época para criar conteúdo explícito de celebridades femininas. Exemplos mais inofensivos do uso da tecnologia também existem, como vídeos no Youtube envolvendo famosos. Um dos mais populares é um deepfake de George Lucas, criador da franquia Star Wars, reagindo negativamente aos filmes da nova trilogia. A impersonificação conta até mesmo com voz falsa do diretor de cinema. 

Autoridades governamentais têm tentado regular a criação e a disseminação desse tipo de conteúdo pela rede, mas o avanço na tecnologia tem tornado o deepfake algo cada vez mais fácil de ser feito, dificultando o processo.

Foto destaque: Representação do processo de reconhecimento facial utilizado na criação de Deepfakes, usando o ex-presidente estadunidense Barack Obama como exemplo. (Reprodução/Wired)

Através de processo legal, Binance perde acesso a bancos dos EUA

A Binance.US, que é a filial americana da corretora de criptomoedas Binance, afirmou em comunicado que pretende cortar laços com bancos dos Estados Unidos em represália ao processo aberto contra a empresa na última segunda-feira (5), vindo diretamente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) do país. Essa notícia chega ao mesmo tempo em que as autoridades responsáveis também deram início à busca para descobrir o paradeiro do CEO da empresa, Changpeng Zhao, cujo paradeiro ainda é desconhecido.

Através do e-mail compartilhado com seus clientes na quinta-feira (8), a Binance.US informou que seus parceiros bancários têm a intenção de paralisar canais responsáveis pelo depósito e saque de dólares americanos na próxima terça-feira. Isso, de acordo com a empresa, afetará de maneira significativa a capacidade da corretora em aceitar depósitos e processar retiradas feitas em dólares. A corretora também esclareceu que eles mantêm reservas dos fundos de todos os seus clientes, de modo que eles estejam sempre seguros.


E-mail disponibilizado pela Binance através do Twitter na integra (Divulgação/Binance)


Como resultado dessas medidas, a Binance também informou que estará suspendendo depósitos feitos em dólar pelo futuro próximo, optando por transicionar para um modelo de exchange voltado apenas para criptomoedas. 

Isso acontece devido ao processo iniciado pela SEC no início desta semana, onde a corretora de criptomoedas foi acusada, junto de seu fundador Changpeng Zhao, de manipular fundos de seus clientes, violar regras de valores mobiliários e enganar investidores e reguladores responsáveis. A agência esclareceu que está sendo feita uma tentativa de congelamento dos ativos da Binance.US para proteger os fundos dos clientes; também está sendo feita uma repatriação dos investimentos de usuários no exterior. Em resposta, a Binance declarou que as acusações da SEC são “injustificadas” e que a empresa pretende continuar a “vigorosamente defender seus interesses, os de seus clientes, parceiros e a indústria como um todo”. 

Dado o aparente desaparecimento do CEO da empresa, a SEC solicitou ao tribunal federal dos Estados Unidos para que fossem utilizados meios alternativos na entrega dos documentos à corretora. No momento, a agência está esperando a aprovação federal para entrar em contato com os advogados que representam os interesses da Binance e de Zhao. O problema na hora de contactar a empresa ocorre, em partes, porque a mesma afirma que não há a necessidade de ter uma sede, já que seu quadro de funcionários é internacional. Zhao, nascido na China e posteriormente nacionalizado no Canadá, foi recentemente avistado em Dubai. 

Segundo documento anexado pela empresa ao processo, tanto a Binance quanto seu CEO são entidades e indivíduos estrangeiros típicos, conhecidos por discordarem da ideia de que uma sede seja algo necessário, com Zhao sendo especificamente conhecido por não divulgar seu paradeiro.

Foto destaque: Logotipo da Binance junto de uma representação ilustrada de criptomoedas (Reprodução/Reuters)