Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

Diesel russo a preço baixo é circunstancial, segundo o diretor da Petrobras

Apesar do aspecto positivo apresentado pela entrada do diesel russo com preços relativamente menores do que o mercado está acostumado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, enxerga o ocorrido sob outra perspectiva. Segundo ele, trata-se de algo circunstancial e que não pode ser considerado como uma solução a longo prazo. A petroleira, portanto, ainda está empregando suas refinarias ao máximo de desempenho para atender o consumo crescente.

A taxa de importação de diesel tornou a crescer no Brasil em junho em relação ao resto do ano, em grande parte motivada pelo petróleo vendido a preços mais baixos vindo da Rússia, cuja participação no total descarregado em portos brasileiros durante o mês passado atingiu uma alta histórica de 64,1%, de acordo com estudo feito pela agência Argus e divulgado pela Reuters. 

Aumento na taxa de importação de diesel no Brasil

“O diesel russo está entrando no país e compra quem quiser. Se está barato, certamente é bom para o Brasil”, afirmou Prates durante entrevista à Reuters na segunda-feira desta semana (17). Mas ele também reiterou que o preço abaixo do esperado é circunstancial e, portanto, não é aconselhável para a Petrobras diminuir o ritmo da extração petrolífera, já que não é algo sustentável. 


Jean Paul Prates, que recentemente assumiu a presidência interina da Petrobras num mandato de dois anos (Foto: Reprodução/Agência Brasil)


Apesar disso, vimos um aumento de 12,5% na importação de diesel no Brasil, atingindo o impressionante valor de 1,08 bilhões de litros trazidos aos país, apesar da baixa apresentada nos meses de abril e maio. 

O motivo por trás na baixa dos preços

A Rússia está exportando o combustível com desconto em relação a outros países por conta das sanções dos países do G7 ao produtos produzidos pelo país em razão da guerra da Ucrânia. Essas limitações forçaram o governo russo a buscar uma diversificação nos compradores de suas exportações.

Nesse cenário de baixa, Prates afirmou que a Petrobras está tendo um bom resultado com o uso máximo de suas refinarias. Desde o início do segundo semestre deste ano, a petroleira aumentou o fator de utilização de suas refinarias em 93%, registrando uma alta histórica desde o mesmo período em 2015, de acordo com os dados divulgados pela própria empresa anteriormente.

Esse aumento da produção da Petrobras veio em boa hora, já que a demanda por combustíveis só cresce no Brasil. A gasolina, por exemplo, teve um aumento em utilização de 16,3% entre janeiro e maio, enquanto o óleo diesel registou um aumento de 1,4% durante os cinco primeiros meses de 2023.

Foto destaque: Fachada da Petrobras na Avenida Chile, no Rio de Janeiro. Reprodução/Divulgação/Petrobras

Antes da implementação, Banco Central anuncia editais públicos para regulamentar criptoativos

Segundo uma nota publicada na última terça-feira (18), o Banco Central estaria preparando editais de consulta pública a respeito da regulamentação de criptoativos em território nacional, com data prevista de lançamento ainda este semestre. A medida está sendo tomada com o intuito de receber sugestões e manifestações tanto de especialistas quanto do público geral antes da implementação formal das novas diretrizes e regulamentações finais. 

As novas regulamentações

O BC também informou que empresas que já atuam no mercado de criptoativos terão cerca de seis meses para adequarem seu funcionamento à legislação assim que o projeto for implementado, a qual deverá exigir licença oficial emitida pelos órgãos responsáveis para que elas possam continuar atuando de maneira legal no país.

“Algumas medidas específicas ainda devem ser tomadas para que possamos, por exemplo, limitar os riscos que acompanham sistemas sem liderança centralizada”, completou em nota. Vale lembrar que cabe ao Banco Central regular a prestação de serviços de criptoativos no Brasil.


Otávio Damaso, diretor do Banco Central, durante entrevista (Foto: Reprodução/Divulgação/O Globo)


De acordo com Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central, a descentralização e a redução de custos de negociação, bem como os ganhos de transparência e a integração entre diferentes tipos de produtos e serviços, possuem um potencial revolucionário para aumentar a eficiência e a inclusão financeira dos usuários. Contudo, como essas inovações também trazem riscos novos ou mais preocupantes, alguns cuidados adicionais são necessários por parte dos reguladores. 

Seguindo as diretrizes internacionais

A autarquia afirmou também que recomendações internacionais sobre o setor também estão sendo estudadas em um processo de análise, podendo ou não ser implementadas. No entanto, dentre os princípios mais importantes a serem observados na nova legislação, estão presentes a livre iniciativa, a proteção e defesa de consumidores e, claro, a livre concorrência de mercado. O órgão ainda destaca que será necessária a coordenação entre vários outros reguladores para que as novas diretrizes sejam apropriadamente implementadas, como a Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

 

Foto destaque: Edifício-sede do Banco Central em Brasília. Reprodução/BC

Aderindo a outro “esporte radical”, Mark Zuckerberg tira carteira de piloto de avião

Mark Zuckerberg nunca realmente desapareceu dos olhos da mídia desde a popularização de sua rede social, o Facebook, mas recentemente a vida do dono da Meta tem chamado bastante atenção. O empresário foi desafiado por uma luta com Elon Musk e demonstrou ter o físico adequado para isso, lançou uma nova rede social (conhecida como Threads, que compete diretamente com o Twitter) e agora aparenta estar oficialmente certificado para pilotar aviões, segundo uma reportagem publicada no The Information ainda esse sábado (15).

O documento emitido pela Federal Aviation Administration, que é o órgão regulador de aviação dos EUA, conquistado pelo empresário no início deste ano, autoriza Zuckerberg a pilotar aviões, unindo-o a uma já não tão seleta lista de outros CEOs e donos de empresas de tecnologia que também podem assumir o posto, dentre eles Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter, Evan Spiegel, presidente do Snapchat e até Sam Altman, fundador da OpenAI e dono do ChatGPT.

Apesar da novidade vir como uma surpresa, ela não é algo inesperado. Zuckerberg têm se dedicado cada vez mais a praticar “esportes radicais” em seu tempo livre. O dono da Meta divulgou ainda em maio suas primeiras medalhas conquistadas em um campeonato de jiu-jitsu que foi sediado em Redwood City, na Califórnia. O empresário também postou semana passada uma foto com o peitoral e o abdômen trincados, após uma sessão de treino de luta junto do campeão de UFC Alexander Volvanovski.


Israel Adesanya, Mark Zuckerberg e Alexander Volkanovski em foto tirada durante treino no qual o empresário participou (Foto: Divulgação/Instagram).


Não há como confirmar se a postagem foi influenciada pelo “desafio” proposto por Elon Musk no final de junho, que queria lutar contra Zuckerberg, em sua rede social. O empresário afirmou que estava “pronto para uma luta na jaula, se ele (Zuckerberg) também estiver”. Esse comentário foi feito após a Meta anunciar o lançamento do Threads, que causou algumas polêmicas e reacendeu a rivalidade entre as megacorporações sob o controle dos dois empresários. 

Foto destaque: Zuckerberg tirando foto usando uma jaqueta de aviador após ser divulgada a obtenção de sua carteira de piloto. Divulgação/Instagram.

Estudo feito pelo MIT analisa o impacto da IA generativa em trabalhadores

O Departamento de Economia do Massachusetts Institute of Techology (MIT) recentemente publicou no site Mashable um estudo realizado com o objetivo de analisar o impacto do ChatGPT, que é um chatbot desenvolvido através do uso do sistema de inteligência artificial generativa GPT3 e GPT4, na produtividade e nas competências técnicas de trabalhadores de alguns setores diferentes. Conforme os resultados divulgados, a maioria dos participantes apresentou um certo aumento na produtividade utilizando o ChatGPT, demonstrando também a vontade de utilizar a ferramenta em outras ocasiões no futuro. Esse resultado pode sugerir que a ferramenta é compatível aos trabalhadores humanos, complementando-os de maneira a desenvolver novas habilidades. Entretanto, a forma em que essa ferramenta será implementada num ambiente real de trabalho ainda é algo bastante incerto. 

Ao contrário de iterações passadas da inteligência artificial, o ChatGPT e seus derivados possui a capacidade de concluir tarefas complexas e/ou de cunho criativo, tal como escrever ou desenvolver projetos. De tal modo, a forma em que a IA generativa será futuramente aplicada ao ambiente de trabalho pode afetar positivamente ou negativamente a desigualdade no mercado.

Segundo os resultados da pesquisa, tal desigualdade pode até vir a diminuir se os indivíduos cujas habilidades forem menos desenvolvidas receberem um auxílio mais amplo do ChatGPT, mas também pode resultar numa disparidade ainda maior caso os trabalhadores com melhor formação saibam usar essa tecnologia ao máximo de seu potencial. 


Claude2, outro chatbot de IA generativa que foi recentemente lançado ao mercado, desta vez de maneira inteiramente gratuita (Foto: Reprodução/Anthropic).


O estudo foi aplicado a profissionais com formação universitária e resultou em uma redução no tempo necessário para concluir tarefas, bem como um aumento geral na qualidade do trabalho feito pelo grupo que recebeu acesso ao ChatGPT.

O lugar que a tecnologia de IA generativa irá ocupar em nossa sociedade ainda é incerto, mesmo com o resultado do estudo. Não há uma opinião concreta que se solidificou na mente dos especialistas, que permanecem divididos no presente momento. Apesar dos benefícios, é impossível negar que o uso de chatbots e os sistemas de inteligência artificial como um todo podem apresentar riscos para os trabalhadores, tanto do presente quanto de um futuro não tão distante.

Foto destaque: Intituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA. Reprodução/MIT.

Após tragédia do Titan, discussão surge a respeito de um eventual resgate no espaço

O acidente fatal do submersível Titan, que ocasionou na morte de cinco pessoas por conta de uma falha técnica do veículo aquático durante uma excursão turística aos destroços do navio Titanic, deixou uma dúvida na mente de muitas pessoas acompanhando o caso: o que aconteceria se um desastre parecido acontecesse durante viagens de turismo espacial patrocinadas por empresas como a SpaceX? O Insider, empresa de mídia americana, buscou responder justamente essa pergunta. 

A longa e complexa missão de resgate em busca do Titan nos dias que sucederam o desaparecimento do submersível nas profundezas do Atlântico, que culminou na descoberta dos destroços do veículo após sua eventual implosão, serve como demonstração do quão penosa e difícil pode ser uma missão de resgate nas águas inclementes de um oceano profundo. Contudo, se uma expedição ao espaço encontrasse problemas, a logística necessária para o resgate poderia apresentar problemas ainda maiores. 

O turismo espacial tem se tornado cada vez mais prolífico nos últimos anos, com grandes corporações oferecendo viagens até os limites do espaço terrestre, no caso da Blue Origin, da Jeff Bezos, ou até a órbita da Terra, como o serviço oferecido pela SpaceX. Até o momento, nenhum acidente ocorreu durante essas expedições, apesar da difícil tarefa de conseguir lançar um ser humano ao espaço, região cujas condições são extremamente hostis à sobrevivência de nossa espécie. 


O foguete New Shepard da Blue Origin em processo de lançamento (Foto: Reprodução/Blue Origin).


Mas, caso algum desastre viesse a ocorrer, a logística de resgate nesse tipo de viagem ainda não é algo quantificado, segundo Leroy Chiao, astronauta da NASA e comandante da Estação Internacional aposentado. “Há perguntas importantes que devem ser feitas. Qual é o plano, caso uma nave perca a capacidade de voltar para a Terra sozinha? Quem vai pagar o resgate? São os cidadãos que irão bancar as despesas com seus próprios impostos?”, indagou em entrevista à CNN.

Chiao, que já foi contratado como consultor de segurança para a SpaceX e a NASA, afirmou que um dos desafios mais difíceis nessa situação seria justamente resgatar a tripulação. Segundo ele, após o desastre da nave espacial Columbia, em 2003, que resultou na morte de sete astronautas, a NASA oficialmente adotou um protocolo de resgate. A agência espacial americana criou um tipo de missão chamado Launch on Need, ou Lançamento por necessidade, que ficaria de prontidão para ir ao espaço com a tarefa de resgatar a tripulação de uma nave que não tivesse mais a capacidade de voltar à Terra de maneira autônoma. 

Até o fim do programa espacial americano em 2011, nenhuma dessas missões foram necessárias. 

Durante entrevista ao Insider, Chiao também explicou que uma situação em que a nave ficasse incapaz de retornar do espaço só teria chances de acontecer durante os voos da SpaceX, já que ela é a única companhia que atualmente presta serviços de turismo à órbita terrestre. O serviço de Blue Origin, por exemplo, trata-se de uma viagem até o limite da atmosfera do planeta, com uma trajetória em arco. Isso significa que a nave está fadada a eventualmente “cair” em direção a superfície do planeta, sem risco de ficar presa na órbita. 

Naves orbitais, por outro lado, correm o risco de ficarem presas no espaço, mas a Estação Espacial Internacional poderia fornecer auxílio em casos como esse, já que missões são regularmente enviadas para a Estação Espacial, ou ao menos no mesmo trajeto orbital. Caso necessário, as naves poderiam manobrar e estacionar na estação, até um possível resgate. “Mas, caso optassem por usar outro plano orbital, essas naves estariam sozinhas no espaço, podendo continuar em órbita indefinidamente”, concluiu Chiao.

Até então, a SpaceX usa o trajeto em direção à estação, segundo Chiao. Mas se houver algum problema durante o percurso, é possível que a trajetória seja alterada, fazendo com que a nave acabe em um plano orbital errado. A parceira da empresa de Elon Musk com a NASA também significa que todas as naves da empresa precisam passar pelos testes de segurança da agência espacial americana, algo que não ocorre com os veículos da Blue Origin ou da Virgin Galactic, que possuem certificações independentes. Isso, no entanto, não significa que as excursões da SpaceX sejam inerentemente mais seguras, já que a companhia também teria dificuldades de realizar um resgate. Por não possuir um protocolo de missão launch on need, ela teria de contar unicamente com a ajuda da NASA. 

Em caso de desastres marítimos, a Guarda Costeira se compromete a auxiliar em missões de resgate sem cobrar qualquer coisa em águas americanas, mas não há um equivalente no espaço, deixando a questão: quem pagaria por uma possível missão de resgate em caso de acidentes? Contactadas pelo Insider, a Blue Origin, Virgin Galactic e a SpaceX se recusaram a comentar.

Foto destaque: Trabalhadores cuidando do lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX em Cabo Canaveral (Foto: Reprodução/Getty Images).

Empresas em recuperação Judicial: vale a pena investir

O termo recuperação judicial (RJ) se refere às empresas negociadas na bolsa de valores que podem estar em processo de falência, mas utilizam meios legais para evitar que isso verdadeiramente aconteça. Alguns exemplos disso são a Oi (OIBR3;OIBR4), empresa de telecomunicação conhecida por prestar serviços como fornecedora de planos de celular, a Americanas (AMER3), holding brasileira que atua no setor de varejo, e a Saraiva (SLED4), vendedora de livros. 

Graças ao processo de RJ, tais empresas costumam ser negociadas a valores muito abaixo do que é esperado no mercado. Por exemplo, a Americanas solicitou a recuperação judicial ainda em janeiro deste ano, após divulgar um rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões. As ações da empresa, que em julho do ano passado eram negociadas a R$ 15,38 caíram, sendo atualmente cotadas a R$ 1,15. 

Essa queda no preço das ações, embora sinalize que os negócios da empresa não estão indo muito bem, também estimula o pensamento de alguns investidores, deixando o questionamento: será que vale a pena investir nessas empresas com a esperança de uma possível valorização futura? 

Ainda que não seja uma aposta absolutamente livre de riscos, algumas empresas conseguem dar a volta por cima. A Eucatex (EUCA4), por exemplo, solicitou recuperação judicial em outubro de 2007 e, cerca de dois anos depois, em novembro de 2009, o processo foi concluído pela justiça. Desde então, a fabricante de produtos de construção doméstica tem apresentado grandes resultados no mercado. As ações da Eucatex, que eram avaliadas a R$08,00 a 16 anos atrás, tiveram sua cotação aumentada para R$11,84 em tempos recentes. 

O mercado internacional também não carece de exemplos de empresas que conseguiram evitar uma crise permanente através da recuperação judicial, como a companhia aérea Delta Airlines e, talvez o exemplo mais famoso, a produtora de filmes e séries de super-heróis Marvel


Painel da Marvel montado no estúdio principal da produtora, em Burbank, Califórnia.


De acordo com Renan Caiado, da InvestSmart, investir em empresas em processo de recuperação judicial pode sim ser uma oportunidade de lucro, já que o valor das ações dessas companhias tendem a cair de maneira significativa durante o processo. Os investidores que optarem por entrar nessa fase podem obter retornos consideráveis, caso a empresa se recupere com sucesso. 

Mas apesar disso, o último levantamento feito pela Serasa Experian denota que apenas uma em cada quatro empresas é capaz de sobreviver no Brasil após dar início ao processo de recuperação judicial, segundo os dados da pesquisa que levou em consideração 3.522 empresas em processo de recuperação judicial entre os anos de 2005 e 2014. 

Ricardo Brasil, da Gava Investimentos, diz que o investimento nessas empresas não é algo recomendado, devido ao alto risco de falência. Segundo ele, mesmo que a companhia saia do processo, ela não voltará a ser a mesma de antes, pois a venda de ativos para a reestruturação de dívidas é algo comum. 

Foto destaque: Representação conceitual de advogado lendo e/ou trabalhando com livro aberto em seu escritório.  Reprodução/Getty Images.

Tinder cria canal de comunicação para lidar com golpes e crimes

Os últimos meses parecem ter sido marcados com uma onda de conscientização a respeito dos riscos apresentados por redes sociais e aplicativos de comunicação pela rede, como evidenciado pelo caso do Discord. Embora o ônus da culpa recaia sobre os detratores que cometeram crimes tão cruéis, é inevitável que a plataforma onde essas barbaridades foram cometidas também acabe sendo tópico de conversa — e com a correta indagação: há algo que poderia ser feito para prevenir tais tragédias? O Tinder, aplicativo de namoro internacional que conta com milhões de usuários ativos todos os dias, já tomou os primeiros passos para criar um ambiente mais seguro e convidativo aos seus usuários aqui em território nacional. 

Através de um acordo entre o aplicativo de paquera e o Grupo de Atuação Especializada do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), foi inaugurado um canal de comunicação em língua portuguesa com funcionamento de 24 horas por dia e sete dias por semana, de modo a atender autoridades policiais, promotores da justiça e juízes de direito. 

Esse canal de comunicação deve entrar em funcionamento pleno na próxima segunda-feira (10). E, segundo o MP, a ferramenta foi criada com o intuito de facilitar a requisição de dados da plataforma, bem como o envio de informações que dizem respeito a ordens judiciais. 

“Nosso objetivo é tornar as respostas mais rápidas a requisições relativas a dados associados à localização de vítimas de crimes com processo em andamento, bem como agentes criminosos responsáveis, tendo em mente os parâmetros fixados no Marco Civil da internet e na legislação relacionada”, afirmou o MP, em nota. 

O Tinder vem sendo usado para que infratores apliquem o chamado “golpe do Tinder”, onde pessoas procurando relacionamentos acabam sendo sequestradas ou extorquidas — muitas vezes ambos. Os suspeitos criam perfis falsos e, ao encontrar uma vítima, marcam encontros em locais apropriados para o crime. Segundo a polícia, esses criminosos mostram mais interesse em usuários com alto poder aquisitivo, abordando-as em ruas desertas. 


Reportagem da Globo evidenciando a gravidade dos casos desde novembro do ano passado (Reprodução/Globo).


Por enquanto, a forma mais fácil de se proteger é evitar a vinculação da conta do Tinder com outras redes sociais, como Facebook e Instagram, bem como não aceitar ir a encontros em locais desertos.

Foto destaque: Logo do Tinder em fundo vermelho (Divulgação/Tinder).

Twitter ameaça entrar com ação judicial contra Meta após lançamento do Threads

A rivalidade entre o Twitter e a Meta já não é mais novidade. Ambas as empresas têm discutido, tanto dentro quanto fora dos tribunais há meses. E, recentemente, o lançamento do aplicativo Threads por parte da dona do Facebook parece ter tornado essa briga ainda mais acalorada, como inicialmente divulgado pela Semafor na quinta-feira (6) desta semana. 

Através de uma carta enviada ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pelo advogado representante do Twitter, Alex Spiro, a empresa foi acusada de cometer ilegalidades, com a contratação de ex-funcionários do Twitter e a apropriação ilegal de segredos comerciais e da propriedade intelectual da empresa. 

“O Twitter pretende fazer o necessário para cumprir de maneira rigorosa com seus direitos de propriedade intelectual e também exige que a Meta tome medidas imediatas para parar de utilizar quaisquer segredos comerciais do Twitter, bem como outras informações altamente confidenciais”, afirmou Spiro, em carta. “Ao Twitter se reserva todos os direitos, incluindo, mas não limitado a, o direito de buscar recurso civil e tomar medidas cautelares sem aviso prévio para evitar a retenção, divulgação ou uso de sua propriedade intelectual pela empresa Meta”, concluiu. 

Spiro, que está atualmente atuando em nome da controladora do Twitter, X Corp, disse que a Meta vem empregando diversos ex-funcionários do Twitter desde o ano passado. Segundo ele, a empresa os contratou justamente para trabalhar no Threads, que apresenta inúmeras similaridades com o aplicativo azul, com a intenção específica de utilizar os segredos comerciais do Twitter, bem como outras propriedades intelectuais da X Corp, para acelerar o desenvolvimento e a popularização do aplicativo concorrente. O argumento por trás da ação judicial é que isso violaria as leis estaduais e federais, bem como a obrigação desses funcionários para com seu antigo empregador. Por fim, Spiro também disse que a Meta está proibida de coletar dados de seguidores dos usuários do Twitter.

A Meta negou todas as acusações. Em nota, o diretor de comunicações da Meta, Andy Stone, disse que “ninguém na equipe de engenharia do Threads é um ex-funcionário do Twitter”.


Tuíte publicado por Elon Musk em relação ao ocorrido (Reprodução).


Elon Musk, o proprietário do Twitter, também se manifestou através do próprio aplicativo, dizendo que “A concorrência é positiva, mas trapacear não”

Foto destaque: Logo do Twitter sobreposto pelo logo do Threads (Reprodução/Reuters).

Ações da Nvidia sobem mais de 160% no primeiro semestre e lidera o setor

O primeiro semestre de 2023 foi marcado por uma alta inesperada no setor de tecnologia do mercado de ações, em grande parte pela tração cada vez maior dos sistemas de inteligência artificial, cujo desenvolvimento vêm sendo capitaneado por empresas como a OpenAI, criadora do ChatGPT. O sucesso do produto parece ter inspirado dezenas de outras empresas e startups a apostar no mercado, atraindo também a atenção de investidores. 

E dentre as principais empresas de tecnologia, a Nvidia consta no S&P 500 deste ano com o melhor desempenho registrado no primeiro trimestre, segundo dados da FactSet. As ações da fabricante de chips subiram impressionantes 166% desde o começo do ano e atingiram uma alta histórica em maio. Comparativamente, os papéis negociados no mercado brasileiro sob o ticker NVDC34 apresentaram uma alta de 158% no primeiro semestre deste ano. 


Alta das ações da Nvidia nos últimos 6 meses (Foto: reprodução/Google)


Claro, não é apenas a Nvidia que está em alta no mercado atual. As companhias fabricantes de chips como a Advanced Micro Devices (com alta de 76%) e a Palo Alto Networks (com alta de 83%) também estão desfrutando do boom tecnológico no mercado, ranqueando no topo do índice de desempenho. 

O valor de mercado das seis grandes empresas de tecnologia americanas subiram significativamente este ano, com uma alta de US$ 4,1 trilhões (R$ 19,6 trilhões, em conversão) no semestre, com a Nvidia ainda na liderança. A Meta teve um crescimento notável, apresentando uma alta de 138%. 

Já no Russell 3000, um índice que representa cerca de 98% do mercado de ações norte-americano, a empresa que teve o melhor desempenho entre as companhias de capitalização menor foi a Ambrx Biopharma, que desenvolve produtos biológicos, com uma alta de 625% em suas ações. Já entre as companhias de capitalização média o destaque vai para a Carvana, uma varejista digital focada na venda de carros usados, contando com uma alta de 452%. O desenvolvedor de software Super Micro Computer lidera o setor de grande capitalização, com alta de 206%. A Nvidia está liderando a lista de empresas de mega-cap. 

Foto destaque: Sede da Nvidia em Sunnyvale, Califórnia (Foto: Divulgação/Nvidia)

Nova foto tirada pelo telescópio James Webb retrata a colisão entre duas galáxias

Inicialmente idealizado na década de 90 e com um histórico de desenvolvimento bastante turbulento — chegado até mesmo a quase ser cancelado em 2011 —, o telescópio espacial James Webb (JWST) foi lançado em 2021 pela NASA em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadiana (CSA), com o objetivo de colocar em órbita no espaço um observatório capaz de captar a radiação infravermelha emitida por corpos celestes distantes, podendo assim observar a formação das primeiras galáxias e estrelas.

Desde seu lançamento, o telescópio já auxiliou na captação de inúmeras imagens de tirar o fôlego. E, recentemente, a NASA novamente divulgou mais uma foto impressionante, retratando a colisão de duas galáxias. 

Oficialmente nomeada NGC 3256 pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo, ela pode parecer apenas uma galáxia espiral normal à primeira vista, mas esse corpo celeste na verdade é o destroço de uma colisão entre duas galáxias espirais que ocorreu há mais de 500 milhões de anos.


Foto da NGC 3256 tirada pelo telescópio JWST e divulgada pela NASA (Foto: Divulgação/NASA).


Essa foto também exemplifica a poderosa capacidade de captação de luz infravermelha que o JWST possui, já que ele foi capaz de tirar uma fotografia detalhando o coração da galáxia, que está localizada a cerca de 120 milhões de anos-luz de distância. 

Seguindo o pensamento tradicional, é esperado que galáxias espirais tenham uma forma mais ordenada, mas a NGC 3256 é particularmente caótica. Há “braços” partindo do centro, bem como nuvens de poeira e estrelas extremamente brilhantes. Isso se dá pois o choque entre as duas galáxias antigas também ocasionou em um impacto entre duas nuvens de gás, que se fundiram violentamente, portanto criando em massa os materiais necessários para a formação de novas estrelas. Segundo a ESA, isso resultou numa enorme cadeia de estrelas sendo formadas em sequência. 

Por serem relativamente novas, essas estrelas ainda irradiam energia exageradamente em comprimentos de onda infravermelhos, que estão claramente visíveis na foto tirada pelo JWST. 

De acordo com a NASA, a foto também mostra que embora grande parte das estrelas pertencentes às duas galáxias tenham sobrevivido ao impacto, algumas delas foram empurradas para fora da galáxia após a fusão. Isso gerou uma “característica de maré”, que pode ser vista no halo cinza escuro envolvendo a poeira estelar alaranjada.

Foto destaque: Foto do telescópio James Webb lançado em 2021 (Divulgação/NASA).