Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

Conheça as empresas de IA generativa mais promissoras

Com o sucesso do ChatGPT na reta final de 2022, a OpenAI — responsável por criar o chatbot —, parece ter entrado no imaginário de muitos investidores como a opção mais indicada na hora de investir, mas isso não é necessariamente verdade. Desde que o boom da inteligência artificial generativa abalou as fundações do mercado de tecnologia, inúmeras outras empresas começaram a competir entre si em busca do lucro prometido pelas novas oportunidades que essa ferramenta oferece.

As empresas de IA generativa mais valiosas de 2022

Open AI 

Fundada em 2015 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 20 bilhões. Ficou famosa por conta do sucesso do ChatGPT, lançado em 2022, mas antes disso já havia desenvolvido e lançado o Dall-E, que é um programa de inteligência artificial capaz de criar imagens através de sugestões textuais. 

Hugging Face

Fundada em 2016 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 2 bilhões. Sua maior contribuição ao mercado é o desenvolvimento de aplicativos utilizando a tecnologia de machine learning.

Lightricks

Fundada em 2013 e com sede em Israel, têm um valor de mercado de US$ 1,8 bilhões. O foco da empresa está no desenvolvimento de ferramentas que auxiliam na produção de vídeos e fotos animadas. 

Jasper

Fundada em 2021 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 1,5 bilhões. Conquistou um espaço no mercado ao auxiliar outras empresas na criação de material para marketing e mídias sociais. 

Stability.AI

Fundada em 2019 e com sede na Inglaterra, têm um valor de mercado de US$ 1 bilhão. Seu maior sucesso até o momento é o Stable Diffusion, que é um sistema de geração de imagens a base de texto que rivaliza o Dall-E, da OpenAI. 

Glean 

Fundada em 2019 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 1 bilhão. A ferramenta desenvolvida pela empresa é um assistente corporativo de busca que auxilia nas pesquisas realizadas dentro das empresas que contratarem o serviço.

As empresas de IA generativa mais promissoras no primeiro trimestre de 2023

Anthropic

Fundada em 2021 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 4,4 bilhões. A empresa fornece serviços de segurança e pesquisa de inteligência artificial de ponta, conquistando um espaço no mercado através de suas inovações. 

Adept

Fundada em 2021 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 1 bilhão. É uma empresa focada no treinamento de IA para utilizar software empresarial. 

Character.AI 

Fundada em 2021 e com sede nos EUA, têm um valor de mercado de US$ 1 bilhão. Trata-se de uma desenvolvedora de chatbot de IA generativa que simula a personalidade de personagens e celebridades, como Jeff Bezos e Ed Sheeran. 


Exemplo de um dos novos investimentos realizados pela Google para adentrar no campo de IA generativa, ainda em maio deste ano.


E apesar dessas empresas terem conseguido resultados impressionantes desde que foram criadas, o mercado está apenas no começo. As gigantes da tecnologia também já começaram a investir no setor, como a Microsoft, o Google, a Amazon e até mesmo a Meta, de Mark Zuckerberg. 

 

Foto destaque: Representação gráfica de uma mulher gerada através de inteligência artificial. Reprodução/Andrew Lozovyi

Índia caminha em direção ao futuro, investindo no mercado de semicondutores

A Índia, que há alguns anos vêm se transformando em um importante polo de tecnologia, principalmente quanto ao desenvolvimento de smartphones, está lutando para ampliar e fortalecer sua indústria nacional de fabricação de semicondutores, que são um componente essencial para uma miríade de produtos, principalmente placas de vídeo. O governo indiano tomou a iniciativa de entrar em parceria com diversas empresas há mais de um ano e meio para a ampliação no escopo de suas fábricas, mas pouco progresso tem sido feito. 

O desenvolvimento do setor no mercado indiano

Uma das maiores empresas do mercado, a Micron, anunciou que vai investir US$ 3 bilhões em uma fábrica de montagem de chips em Gujarat. Em contrapartida, a Foxconn, que é uma gigante de tecnologia taiwanesa, retirou-se da joint venture no valor de US$ 19,5 bilhões que havia estabelecido anteriormente junto da empresa indiana Vedanta para construir outra fábrica de chips no país. 

E, segundo a imprensa local, os planos de expansão de outras duas empresas importantes parecem ter sido paralisados, ou cancelados. 

Trata-se de um tempo conturbado para o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que continua esperançoso de que os investimentos das grandes fabricantes de chips deem retorno, principalmente após o incentivo capital de US$ 10 bilhões por parte do estado. E nesse meio-tempo, a Índia continua firmando diversas parcerias com empresas de tecnologia para fortalecer a presença desse setor no país. Modi, por exemplo, já havia assinado um acordo com os EUA sobre tecnologias críticas e emergentes que ajudariam a aprimorar a colaboração nas cadeias de suprimento de semicondutores e um acordo parecido foi estabelecido entre a Índia e o Japão na semana passada. 


Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante evento em Nova Delhi (Foto: reprodução/Reuters).


De acordo com Konark Bhandari, membro da Carnegie India, os incentivos generosos por parte do governo sejam de grande ajuda, o processo ainda precisa ser acelerado para que a Índia possa emergir como uma potência na produção de chips.

O comprometimento das grandes empresas de em trazer a tecnologia adequada para a produção depende de vários fatores diferentes, como mercado doméstico, potencial de exportação, clima de negócios, infraestrutura e profissionais talentos”, concluiu. 

Obstáculos que ainda precisam ser superados

A Índia já é responsável por suprir 5% da demanda global por chips. E, de acordo com a consultoria Deloitte, esse número deve dobrar até 2026, em parte por conta da maior adoção de smartphones entre a população, mas também pela popularização de tecnologias mais recentes, como carros autônomos e elétricos, que também utilizam semicondutores em sua produção. 

O país se destaca principalmente na pesquisa e no design dos semicondutores, carecendo de uma infraestrutura forte para a fabricação e montagem do mesmo. Em entrevista à BBC, Kathir Thandavaryan, sócio da Deloitte, disse que “A Índia possui 20% do talento global em desenvolvimento de chips. Há mais de 50 mil indianos trabalhando com isso”.

A presença de grandes empresas fabricantes de semicondutores, como a Intel e a Qualcomm, no país parece corroborar com essa afirmação, já que é na Índia que estão localizados os maiores centros de pesquisa e desenvolvimento de chips. 

Contudo, nem tudo são flores. O maior obstáculo que a Índia enfrenta para expandir sua presença no setor é, sem dúvidas, a infraestrutura para a produção de hardware, que já anda estagnada há anos pela falta de um ecossistema facilitador para auxiliar em seu crescimento. Segundo especialistas, o país irá precisar de uma grande reforma para mudar isso, caso o governo tenha mesmo a intenção de seguir em frente com o objetivo de tornar a pátria indiana em uma gigante na produção de semicondutores.

Foto destaque: Representação da bandeira da índia como um chip semicondutor. Reprodução/Gobindh VB.

Pesquisadores criam robôs-sacerdotes para estudar a reação de fiéis

O futuro — para alguns, bastante distópico — que promete a remoção de seres humanos em diversas atividades do dia-a-dia e no mercado de trabalho se aproxima cada vez mais. Mas, desta vez, parece que nem mesmo a igreja ficou de fora. Será que robôs desempenhando o papel de padres durante o culto seriam bem-sucedidos? Para responder essa indagação, pesquisadores da University of Chicago Booth School of Business, nos EUA, criaram um protótipo de robô capaz de atuar como sacerdotes, de modo a estudar e entender de que maneira os fiéis conseguiriam se relacionar com ele.

O palco para a pesquisa

“Tais máquinas podem realizar diversas atividades, mas ainda carecem da qualidade mais importante: credibilidade”, disse Joshua Conrad Jackson, um dos professores responsáveis pela pesquisa. Segundo o site Scientific American, os cientistas colocaram um robô chamado Mindar, criado a partir de alumínio e silicone, em um templo budista na cidade de Kyoto, no Japão, como parte dos testes. O sacerdote mecanizado foi projetado para ter uma aparência semelhante à divindade budista que representa a misericórdia. 

De acordo com Jackson, os pesquisadores entraram em uma parceria com cultos locais da região, incluindo o Templo Kodai-ji, da escola Rinzai de Budismo e fundado em 1605, para testar se a falta de credibilidade prejudicaria as instituições religiosas fazendo uso de sacerdotes artificiais. Mindar, bem como outros robôs criados para o mesmo propósito, são basicamente um grande espetáculo: eles empregam o uso de vídeos e efeitos sonoros para envolver e cativar os fiéis. Esses robôs até possuem a capacidade de “girar” ao longo dos sermões para fazer contato visual com o público, enquanto une as mãos em oração.


O robô-sacerdote Mindar durante sermão no Templo Kodai-Ji (Foto: Reprodução/Kodai-ji).


O robô parece estar fazendo sucesso, já que visitantes constantemente se aglomeram ao redor dele durante os sermões. 

“Entretanto, mesmo com esses efeitos especiais, duvidamos que tais robôs conseguiriam desempenhar o papel de padres verdadeiros e inspirar os fiéis a se sentirem comprometidos com sua fé”, afirmou Jackson. 

As conclusões dos pesquisadores

O resultado do estudo foi publicado recentemente na APA PsycNet (American Psychological Association), podendo ser acessado sem restrições. No artigo, foi mencionado que as pessoas envolvidas no teste classificaram Mindar como “menos confiável” do que monges humanos trabalhando no templo em Kodai-ji. Também foi averiguado que as pessoas que viram o robô eram 12% menos inclinadas a doar dinheiro para o templo, comparada com aquelas que visitaram o templo, mas não tiveram contato com Mindar. 

Aos pesquisadores, essas descobertas podem indicar os limites da automação no futuro. Manter apenas a avaliação da capacidade das máquinas pode nos deixar cegos para os espaços onde os robôs têm baixo desempenho por não serem confiáveis, conclui o estudo.

Foto destaque: Foto do robô-sacerdote Mindar (Foto: Reprodução/GettyImages).

Telescópio James Webb descobre vapor d”água em estrela distante

A busca por novas descobertas em um “mundo” distante do nosso sempre motivou a curiosidade e o desejo pela exploração que aparenta ser inerente em nossa espécie, sendo em partes algo que motivou as viagens exploratórias pelo oceano à procura de novos continentes e o nosso constante fascínio e temor quanto aos mistérios que residem nas profundezas do oceano, ainda pouquíssimo exploradas por conta da intransponível pressão exercida nos pontos mais fundos. O espaço, por outro lado, aos poucos está se revelando diante de nós, principalmente com os avanços tecnológicos empregados em novas ferramentas de observação, como o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA

A descoberta feita através do infravermelho

O aparelho recentemente detectou vapor d’água em uma distante região de formação de planetas orbitando uma estrela ainda jovem. Essa descoberta foi feita com a ajuda do NIRISS (Near-Infrared Imager and Slitless Spectograph), ou Câmera e Espectrógrafo de Infravermelho Próximo sem Fenda, em tradução. O JWST está equipado com esse aparelho, projetado para detectar as emissões de luz infravermelha pelo universo.

A descoberta foi feita em uma região do espaço a cerca de 100 milhões de anos-luz da Terra. Conhecida como disco protoplanetário, trata-se de uma nuvem de gás e poeira orbitando ao redor de uma estrela recém-formada. O disco protoplanetário é um berço de planetas, pois é através do aglomerado de pequenos grãos de poeira que se colidem e se coalescem é que as formações rochosas que eventualmente se tornarão planetas são formadas. 

O que é um Disco Protoplanetário

A descoberta do vapor d’água no disco protoplanetário, portanto, indica que a formação de planetas está em andamento ao redor da jovem estrela. Sendo um componente essencial para a vida — até onde nosso conhecimentos nos permite saber —, a presença dele na região sugere que planetas semelhantes à Terra podem vir a se formar por lá no futuro.


Imagem do disco planetário captada pelo JWST (Foto: Divulgação/NASA).


É importante ter em mente, também, a diferença de distância. Estando a 100 milhões de anos luz da Terra, temos a capacidade de apenas enxergar o passado do disco protoplanetário, pois a luz emitida por ele demora 100 milhões de anos para fazer o percurso até nós. É possível que, à essa altura, inúmeros planetas já tenham se formado ao redor da estrela, criando um novo sistema de corpos astronômicos no universo.

Foto destaque: Telescópio Espacial James Webb sobre fundo estelar (Foto: Reprodução/Shutterstock).

Logitech supera as expectativas de lucro no trimestre fiscal

O mercado de tecnologia aparenta estar passando por uma alta inesperada desde o começo do ano, com empresas reportando crescimento e desempenho acelerado em relação ao esperado. Não apenas a Alphabet e a Meta, duas gigantes do ramo, cresceram, como também outras empresas fabricantes de periféricos e chips. A Logitech Internacional é uma delas, tendo elevado suas perspectivas de lucro e venda para o primeiro semestre do ano fiscal de 2024 ainda nesta terça-feira (25), o que resultou num crescimento significativo das ações da empresa.

Os ganhos da Logitech

A Logitech, fabricante de periféricos para computadores, teve um aumento de mais de 12% em suas ações, graças ao desempenho além do esperado no primeiro trimestre do ano. 

Embora as vendas da empresa tenham caído cerca de 16% nos últimos três meses, chegando a uma marca de US$ 974 milhões, elas ainda estão acima dos esperados US$ 926 milhões pelos analistas do mercado. O lucro operacional da fabricante, que alcançou o patamar de US$ 109 milhões, também superou as expectativas. 

Insegurança do mercado

De acordo com o diretor financeiro da empresa, Chuck Boynton, isso se dá pois a Logitech ganhou maior participação no mercado, melhorando a lucratividade ao reduzir seus níveis de estoque em fábricas e canais de vendas. 


Chuck Boynton, diretor financeiro da Logitech (Foto: Reprodução/Divulgação/Logitech)


Apesar disso, o diretor admite que a confiança dos consumidores ainda está fragilizada em muitos países. 

“O ano começou com muita incerteza e volatilidade, mas no último semestre reportamos números muito bons em relação às expectativas”, afirmou Boynton durante entrevista com a Reuters. “Mas ainda não estamos satisfeitos”, concluiu.

A Logitech agora tem uma expectativa de vendas de US$ 1,875 bilhão a US$ 1,975 bilhão no primeiro semestre fiscal, um pouco acima da projeção anterior que previa uma máxima de US$ 1,9 bilhão. Os lucros operacionais da empresa também tiveram sua expectativa ajustada para o resto do ano. 

 

Foto destaque: Sede da Logitech em Lausanne, Suíça. Reprodução/Divulgação/Logitech

Lucro da Alphabet sobe e supera expectativas do mercado financeiro

A Alphabet, controladora do conglomerado de empresas pertencentes ao Google, apresentou um lucro considerável no segundo trimestre deste ano, superando as expectativas anteriores de Wall Street, conforme reportado nesta terça-feira (25). O conglomerado também parece estar buscando um novo diretor financeiro, já que Ruth Porat, executiva britânica que até então estava no comando do posto, deve assumir uma nova função na empresa em um futuro próximo. 

Há vários fatores que contribuem para o aumento nos lucros da Alphabet, dentre eles a demanda crescente e contínua pelos serviços em nuvem do conglomerado, bem como uma recuperação de publicidade. No pós-mercado, as ações da Alphabet subiram cerca de 5%. 

A mão de Porat no crescimento do Google

Inicialmente contratada em 2015 para o cargo que ocupa desde então, Porat trata-se de uma das executivas femininas mais bem-sucedidas e proeminentes que já trabalharam no Vale do Silício, sendo uma das grandes responsáveis pelo crescimento e o desenvolvimento da Alphabet nos últimos anos.


Ruth Porat durante entrevista à Fortune (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images)


Depois desse sucesso, ela não aparenta querer deixar a empresa. Porat irá assumir o cargo de diretora de investimentos, bem como de presidente, a partir do dia 1 de setembro, dando início a uma nova etapa em sua carreira. 

Outros fatores importantes

Por outro lado, os anunciantes — que compõem uma grande fatia da receita da Alphabet em tempos recentes — também reduziram os gastos com plataformas não testadas ou desconhecidas, o que beneficia tanto a controladora do conglomerado Google quanto a Meta, que é proprietária do Facebook.

Com o desenvolvimento cada vez mais acelerado das inteligências artificiais generativas, o Google Cloud, que é um dos maiores provedores de serviços em nuvem, também tende a crescer ainda mais. 

No geral, a empresa reportou um lucro líquido de US$ 1,44 por ação entre abril e junho, tendo uma receita trimestral de US$ 74,6 bilhões, contra a estimativa de US$ 72,82 bilhões, pela Refinitiv. 

 

Foto destaque: Logo da Google e da Alphabet, partes do mesmo conglomerado. Reprodução/Neofeed

Os obstáculos por trás do desenvolvimento dos carros voadores

O sonho aparentemente impossível de ter um carro voador estacionado na garagem parece estar mais próximo de ser realizado do que acreditávamos até alguns anos atrás. 

Emitido em 12 de junho de 2023 pela Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), o Certificado Especial de Aeronavegabilidade para um veículo com a capacidade de alçar voo desenvolvido pela Alef Aeronautics parece atestar para um possível futuro próximo que antes só seria viável em ficção. Esse certificado dá a permissão para que a aeronave voe em certos locais limitados para fins de exibição, bem como pesquisa e desenvolvimento do produto. 

A criação e desenvolvimento dos eVTOLs

O veículo é caracterizado como um AAM, da sigla em inglês que significa “Mobilidade Aérea Avançada”, comumente usada para designar aeronaves de carga ou passageiros com alto nível de automação. Também são chamados de “táxis aéreos” e, teoricamente, esses veículos são capazes de fornecer um meio de transporte mais seguro do que métodos tradicionais. 

Já foi anunciado pela Embraer, no Brasil, que a empresa está desenvolvendo eVTOLs em sua fábrica em Taubaté, com produção que pode ser ampliada para atender a demanda recente. Os primeiros modelos estão previstos para serem entregues ao mercado ainda em 2026.


Modelo digital do veículo evTOL sendo desenvolvido pela Embraer (Foto: Divulgação/Embraer)


A principal vantagem oferecida por esses veículos voadores é a capacidade que eles possuem de praticamente ignorar a infraestrutura física de uma cidade, bem como os congestionamentos terrestres que são comuns em ambientes urbanos. Há muitos problemas e desafios tanto técnicos quanto logísticos que ainda precisam ser superados para que tais “carros” voadores se façam presente de maneira tão ubíqua quanto os veículos terrestres, mas é um avanço promissor. 

Um problema que as empresas responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia ainda estão tentando resolver, por exemplo, é o barulho alto e incessante produzido por esses veículos. Uma solução viável ainda não foi apresentada, por enquanto. 

A ideia inovadora da Alef Aeronautics

O conceito do “carro” voador foi inicialmente proposto pelos fundadores da Alef em 2015, que criaram um protótipo inicial em escala de 1:1 com os modelos de teste em 2019. Esse modelo, denominado “A”, é um carro feito para dois passageiros, adequado para locomoção terrestre e com autonomia de 322 km no solo e 177 km no ar. 

Projetado para ter a aparência similar a de um carro tradicional, ele não necessita de pista para decolar e é compacto o bastante para caber em vagas de estacionamento tradicionais. O veículo também conta com uma tecnologia patenteada pela empresa que o permite decolar verticalmente, transformando-se em um bimotor no meio do voo. 

Infelizmente, apenas alguns poucos privilegiados tiveram a oportunidade de ver a tecnologia em ação em 2019. O produto ainda conta com muitas dificuldades técnicas que precisam ser superadas, antes de ser apresentado de maneira oficial ao mercado.

Foto destaque: Protótipo do carro voador desenvolvido pela Alef. Reprodução/Divulgação/Alef Aeronautics

Conheça Andi, manequim capaz de suar e criado para entender os efeitos do calor

Criado com o objetivo de descobrir o que acontece com nosso corpo ao enfrentarmos uma onda extrema de calor, bem como se proteger contra altas na temperatura em um planeta em constante aquecimento, o robô Andi foi criado por cientistas e pesquisadores tendo a capacidade de respirar, tremer e suar. 

Trata-se de um manequim térmico de 1,78 metros de altura, desenvolvido por cientistas da Arizona State University. O robô pode se parecer com um simples boneco de testes feito para estudar a colisão de veículos, mas o interior de sua carcaça contém uma tecnologia verdadeiramente engenhosa. Sob a epiderme de Andi, feita com fibras de carbono, há 35 zonas térmicas independentes e equipadas com sensores interconectados, cujo objetivo é analisar como o calor se espalha pelo corpo humano. 

O manequim ainda conta com um sistema de refrigeração próprio, composto por poros, não dissimilares ao do corpo humano, o que lhe permite transpirar e, portanto, regular a própria temperatura, tal como nós fazemos. Tal como um ser humano normal, Andi tem um índice de transpiração maior nas costas do que nos antebraços ou nas panturrilhas, por exemplo. 

Estudando o efeito da hipertermia em seres humanos

Manequins térmicos já eram usados antes da criação de Andi, principalmente por fabricantes de roupas de esportes radicais para testar seus produtos, mas a criação dos cientistas da Universidade do Arizona é o único capaz de ser usado ao ar livre e, como mencionado, feito com o objetivo de avançar as pesquisas no campo. 

Experimentos que nos dariam uma melhor compreensão do efeito de altas temperaturas no corpo humano são antiéticas e ilegais ao serem aplicadas em pessoas, então temos uma compreensão limitada dos efeitos da hipertermia. Com a criação de Andi, é possível estudar o efeito que altas temperaturas, como as da capital do Arizona, Phoenix, causam em humanos. 


Os sensores internos de Andi, por baixo de sua epiderme (Foto: Divulgação/University of Arizona)


Com a ajuda do manequim, talvez seja possível buscar uma solução para a hipertermia, que é uma doença do século 21 causada em grande parte pelo aquecimento global. 

O efeito do calor em cada indivíduo

De acordo com o professor de engenharia mecânica Konrad Rykaczewski, “por razões éticas, ninguém estuda o aumento da temperatura corporal em alguém sofrendo de insolação”. Com a ajuda de Andi, isso se tornaria possível em condições o mais próximas possível da realidade. Em sua fase inicial de testes, o robô foi acompanhado por Marty, uma estação meteorológica móvel que é capaz de medir o calor refletido pelos edifícios no ambiente de teste, ao caminhar pela primeira vez em maio à uma onda de calor extrema em Phoenix. 

“Se Paris pode vir a ficar parecida com Phoenix de hoje, podemos aprender uma melhor forma de projetar nossos edifícios”, afirma Rykaczewski. “O que podemos mudar? De que forma devemos nos vestir? Como podemos mudar nosso comportamento para nos adaptarmos a temperaturas tão intensas?”, concluiu. 

Ademais, o manequim pode ser ajustado indefinidamente. A equipe de pesquisa projetou Andi com a capacidade de replicar as características físicas de diferentes segmentos da população, segundo Jennifer Vanos, climatologista envolvida no projeto. Jovens, obesos, atletas ou pessoas com saúde frágil, todos são arquétipos que podem ser aplicados aos sensores de Andi para testes mais precisos. 

E ao contrário de seres humanos, Andi consegue sobreviver sob a luz do sol intensa sem transpirar, em casos de experimentos em que esse não é um fator importante. 

Os cientistas pretendem testá-lo em diversas situações. Essas pesquisas serão úteis para planejar roupas adequadas ao calor, ou até mesmo repensar o planejamento urbano de cidades no futuro.

Foto destaque: Andi, junto da equipe de pesquisadores da Universidade do Arizona. Reprodução/Divulgação/University of Arizona

Ataque cibernético de hackers norte-coreanos atinge empresas de Cripto

A guerra digital entre as potências tecnológicas do mundo já acontece há alguns anos, principalmente com o conflito entre a Rússia e os Estados Unidos, que culminou na interferência das eleições estadunidenses de 2016 por parte de um grupo de hackers com ligações ao governo russo. Desta vez, um grupo de hackers apoiados pelo governo norte-coreano invadiu a database de uma empresa norte-americana de Tecnologia de Informação (TI), usando-a como porta de entrada para conseguir atingir empresas envolvidas no mercado de criptoativos, segundo informações fornecidas pela própria companhia e especialistas de cibersegurança, na quinta-feira (20). 

Como ocorreu o ataque

JumpCloud, cuja sede fica em Louisville, no Colorado, foi a empresa inicialmente afetada por esse ataque digital que ocorreu no fim de junho. O grupo de hackers usou as informações e o acesso obtido para então prejudicar ao “menos 5” dos clientes da empresa, pelo que foi divulgado pela JumpCloud em nota. 

A empresa de TI preferiu não identificar publicamente os clientes afetados, mas podemos extrapolar o motivo do ataque em razão das informações fornecidas pelas empresas de segurança cibernética Mandiant — que está auxiliando um dos clientes afetados — e a CrowStrike Holdings — que atualmente está auxiliando a JumpCloud a resolver o caso —, que esclarece que o grupo de hackers envolvido é conhecido por atuar em roubos de criptomoedas. 

Outros dois especialistas com familiaridade no assunto confirmaram que os clientes da JumpCloud atacados pelos hackers eram, sim, empresas de criptoativos. 

Envolvimento da Coreia do Norte

Essa invasão inesperada parece demonstrar que os espiões cibernéticos norte-coreanos, que antes se restringiam ao ataque de empresas de moeda digital num ritmo mais moderado e cauteloso, agora está mais confiante, atacando empresas que podem abrir as portas de acesso para diversas outras companhias atuando no setor, uma tática que é amplamente conhecida como “ataque à cadeia de suprimentos”. 


Em 2022, grupos de hackers da Coréia do Norte roubaram mais de US$ 400 milhões em criptoativos (Foto: reprodução/iStock)


Tom Hegel, que trabalha para a empresa SentinelOne e que confirmou a atuação da Mandiant e da CrowdStrike no caso, acredita que a Coreia do Norte realmente tem a intenção de intensificar seus ataques. 

O porta-voz da Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque preferiu não comentar. Oficialmente, a Coreia do Norte já havia negado envolvimento em roubos de moeda digital que aconteceram anteriormente, apesar das evidências — que incluem relatórios da ONU — apontando o contrário.

Foto destaque: Representação artística de uma versão física de Bitcoin. Reprodução/iStock

Lucro semestral da Nokia cai após baixa no mercado americano

A Nokia, famoso grupo de origem finlandesa e especialista no desenvolvimento de equipamentos de telecomunicações, informou em nota na quinta-feira (20) uma brusca queda no lucro do segundo trimestre de 2023, aparentemente causada por um declínio na margem. Isso acontece pois apesar das vendas de equipamentos 5G terem alavancado em países com mercados de margem baixa, como a Índia, não conseguiram compensar a desaceleração da demanda nos Estados Unidos. 

Desaceleração no mercado

Não apenas a Nokia foi atingida pela desaceleração e o aparente desinteresse dos clientes, como também sua rival, a Ericsson. Tal problema assola principalmente os mercados norte-americanos.


Pekka Lundmark, presidente-executivo da Nokia (Foto: Reprodução/Getty Images)


“Uma desaceleração após um 2021 e 2022 bastante sólidos estava em nossos planos, mas recebemos diversos sinais de operadoras na América do Norte apontando que elas tinham a intenção de diminuir seus investimentos ainda mais do que o estimado anteriormente”, afirmou o presidente-executivo da empresa, Pekka Lundmark, durante entrevista. 

As expectativas da Nokia para o futuro

Esses resultados chegam em um momento de preocupação, com a Nokia já tendo reduzido suas projeções de venda anuais e a margem de lucro na semana passada. A Ericsson também reportou uma queda significativa no lucro trimestral. 

A expectativa da Nokia é que as vendas líquidas no segundo semestre sejam parecidas com as do primeiro semestre, mas que haja alguma melhora no quarto trimestre do ano. Lundmark disse que o impacto na demanda é de “curto prazo” e que a empresa enxerga isso como “uma questão de momento”

Em contrapartida, o lucro operacional comparável caiu para 626 milhões de euros no segundo semestre, uma quantia substancial comparada aos 714 milhões de euros no ano passado, apesar de ter superado as estimativas do mercado. O contrato firmado entre a Nokia e a Apple ajudou a segurar um pouco a queda no lucro.

Infelizmente, a demanda do mercado indiano não foi o suficiente para compensar por completo a queda no mercado norte-americano, com a margem bruta trimestral caindo 180 pontos-base e atingindo 38,8%. 

 

Foto destaque: Escritório norte-americano da Nokia em Dallas. Reprodução/Nokia