Sobre Giovanni Saccilotto

Jornalista no site Lorena R7.

Joe Biden veta investimentos dos EUA em setor tecnológico da China

Joe Biden, o presidente norte-americano, assinou na quarta-feira (09) um decreto que proíbe a realização de certos investimentos dos EUA em tecnologia sensível no território chinês e também exigirá a notificação ao governo de financiamentos em outros setores.

O decreto, que já está sendo aguardado há algum tempo, também autoriza a Secretaria do Tesouro dos EUA a restringir investimentos norte-americanos em órgãos chineses em três setores tecnológicos bastante importantes: semicondutores e microeletrônicos, computação quântica e certos sistemas de inteligência artificial.

A tensão entre os EUA e a China continua a todo vapor.

Em um carta direcionada ao Congresso, Biden declarou estado de emergência nacional para lidar com o possível avanço de países tais como a China em “tecnologias de cunho sensível e produtos que são críticos para as capacidades militares, de vigilância, inteligência e cibernéticas do país”

É esperado que a medida possa tornar a situação entre os dois países ainda mais tensas e possivelmente acabe afetando outras nações no processo. Apesar disso, as autoridades norte-americanas afirmam que as novas regulamentações foram feitas com a intenção de lidar com os riscos mais proeminentes à segurança nacional dos EUA e não com a intenção de separar as economias dos dois países, que são altamente interdependentes. 

A reação do Senado norte-americano

Chuck Schumer, líder do bloco democrata no Senado, aprovou o decreto sancionado por Biden, afirmando que “o dinheiro norte-americano ajudou a alimentar o crescimento militar da China por tempo demais. Agora, os EUA estão tomando a iniciativa para garantir que o investimento norte-americano não continue a financiar o avanço militar chinês”. Em conclusão, ele também disse que o Congresso ainda precisa refinar as restrições impostas e consagrar-las por lei. 

O principal foco do decreto é impedir que capital monetário e de conhecimento vindos dos EUA ajude a desenvolver tecnologias que auxiliem a modernização do braço militar da China, algo que pode vir a ameaçar a segurança nacional norte-americana. As restrições devem atuar principalmente em investimentos como capital de risco e de joint venture.


O presidente da China Xi Jinping ao lado do presidente dos EUA Joe Biden (Foto: Reprodução/Saul Loeb)


A maior parte dos investimentos dentro do escopo da nova regulamentação precisará ser notificado ao governo, com algumas transações sendo passíveis de proibição. O Tesouro norte-americano acredita que haverá alguma exceção para certas transações, principalmente aquelas negociadas publicamente e transferências entre empresas nos EUA para subsidiárias. 

O porta-voz da embaixada chinesa em Washington preferiu não comentar quanto às restrições impostas pelo presidente ainda em primeiro momento, mas a embaixada chinesa já havia afirmado na sexta-feira que os EUA têm o costume de “politizar tecnologia e questões comerciais, usando-as como ferramentas e armas em nome da segurança nacional”.

Em nota à Reuters, as autoridades informaram que a regulamentação irá valer apenas para investimentos futuros e que os atuais continuarão intactos.

 

Foto destaque: O presidente Joe Biden no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC. Reprodução/Jim Watson

Pesquisadores da Nasa descobrem que a aceleração de Marte está aumentando

A ideia de levar a humanidade até Marte e eventualmente colonizar o árido planeta vermelho já é antiga, mas esse possível segundo lar para a nossa espécie ainda está repleto de mistérios que os cientistas não conseguiram solucionar com o escopo da tecnologia e do investimento atual. Dentre esses mistérios e curiosidades, uma equipe de pesquisadores da Nasa recentemente descobriu — através dos dados enviados pelo extinto InSight Mars Lander, cuja missão concluiu em dezembro do ano passado — que a taxa de rotação de Marte, responsável por determinar o giro que o planeta dá em volta de seu próprio eixo, está acelerando gradualmente. 

A missão, que durou cerca de quatro anos, permitiu que a Nasa usasse sua Deep Space Network, que é basicamente uma rede de antenas internacionais criadas com o intuito de facilitar a comunicação e o monitoramento de naves no espaço, para rastrear os movimentos do lander InSight conforme ele se movia junto do planeta. Ao transmitir sinais de rádio da Terra ao módulo de aterrissagem em Marte, a equipe de pesquisadores mediu as alterações nos sinais de retorno refletidos por ele. Essas medições permitiram que os cientistas pudessem determinar, através de cálculos, a velocidade na qual Marte está girando. 

Tais medições são cerca de cinco vezes mais precisas do que as feitas através dos dados enviados pelas sondas Viking Mars da Nasa na década de 70. Graças a isso, os pesquisadores conseguiram descobrir que a rotação de Marte está acelerando alguns centímetros todo ano, antes do lander Insight ficar sem energia no fim do ano passado. Mais precisamente, o Experimento de Rotação e Estrutura Interior da InSight (RISE) determinou que a rotação do planeta está acelerando em cerca de 4 miliarcosegundos todo ano. Segundo a agência, isso significa que a duração do dia marciano diminui em uma fração de milissegundo por ano. 

Uma descrição mais detalhada do estudo feito pelos pesquisadores foi publicada em um artigo na revista Nature

A razão por trás da rotação acelerada

De acordo com os pesquisadores, há três motivos principais que podem estar causando essa aceleração: 

  • Movimentos já de longo prazo no material presente dentro do planeta e em seu núcleo;
  • Uma tendência de longo prazo que se dá por conta de sua circulação atmosférica, provocada pela força rotacional no planeta;
  • Um acúmulo de gelo nas calotas polares durante um longo período de tempo, ou uma recuperação pós-glacial, que faz com que as massas de terra do planeta subam depois de serem enterradas por camadas de gelo. Segundo a Nasa, uma alteração na massa do planeta pode fazer com que ele apresente um pequeno grau de aceleração. 

Marte não está apenas acelerando

Através dos dados fornecidos pelo RISE, os pesquisadores também mediram a oscilação de Marte, causada pelo derramamento em seu núcleo líquido. Surpreendendo a equipe, o núcleo do planeta vermelho é maior do que o esperado, tendo cerca de 150km de diâmetro. Ao contrário do que se acreditava anteriormente, o núcleo de Marte é menos denso, contendo muito menos ferro em sua composição, bem como quase até 20% mais de enxofre. E, sendo líquido, ele tem uma capacidade de movimento própria e independente da casca rochosa externa de Marte. Esse movimento no núcleo interno causa oscilações periódicas no planeta. 


Ilustração do lander InSight sobre solo marciano (Foto: Reprodução/Nasa)


Tanto a Terra quanto Marte são dotados de um núcleo rico em ferro, mas o planeta vermelho tem uma quantidade de elementos leves mais de duas vezes maior, informou a equipe. Não apenas isso, pois a quantidade de enxofre no núcleo do planeta também é dez vez maior do que o da Terra. 

Marte não tem um campo magnético atualmente, mas a ciência já determinou que o planeta já teve um campo magnético em algum ponto de seu passado geológico. O enxofre no núcleo do planeta, segundo Bruce Banerdt — principal investigador da InSight —, provavelmente permitiu que o núcleo permanecesse líquido e suportasse um campo magnético. 

Os dados obtidos pelo lander InSight são inestimáveis para a continuidade das pesquisas sobre Marte, já que pela primeira vez temos um mapa do interior do planeta. Agora sabemos a espessura da crosta, o tamanho do núcleo e os detalhes de sua composição. Isso permitirá que os cientistas possam comparar Marte com outros planetas no futuro, segundo Banerdt. E, mais importante ainda, nos permite estudar o passado e o presente de Marte ao longo dos últimos quatro bilhões de anos.

 

Foto destaque: Ilustração do solo marciano. Reprodução/Shutterstock & Jurik Peter

Nvidia anuncia nova configuração de chips de IA generativa

Seguindo com o desenvolvimento acelerado das inteligências artificiais, a Nvidia anunciou o lançamento de uma nova configuração para seus chips avançados. Desenvolvidos pensando justamente nessa tecnologia emergente, esses chips superpotentes prometem acelerar o processamento de aplicativos que dependem da IA generativa para funcionar. 

O novo produto da Nvidia

A nova versão, ainda com o nome público de Grace Hopper Superchip, teve sua largura de banda de memória aumentada, permitindo que o microprocessador consiga executar modelos de IA maiores e mais complexos, segundo Ian Buck, o vice-presidente do departamento de “Hyperscale e HPC” da Nvidia. A nova configuração dos chips foi otimizada para executar funções de inferência executadas por inteligências artificiais, que são responsáveis por alimentar aplicativos como o ChatGPT


O Superchip Grace Hopper da Nvidia (Foto: divulgação/Nvidia).


Um grande feito de engenharia e desenvolvimento, o Grace Hopper junta uma das melhores unidades de processamento gráfico (GPU) da empresa, a H100, com um núcleo de processador central projetado pela Nvidia. 

“Ter uma capacidade de memória maior permite que o modelo utilize apenas uma única GPU, sem a necessidade de vários sistemas para ser executado”, informou Buck em entrevista. 

Os benefícios do novo Chip

O processo de desenvolvimento de uma nova tecnologia já é conhecido no mercado, com a alta demanda e as intenções cada vez mais complexas dos desenvolvedores pedindo por hardware cada vez mais potente para ser suprido. O mesmo está ocorrendo com os aplicativos de IA generativa capazes de produzir textos e imagens semelhantes aos produzidos por humanos. Esse crescimento gradual torna necessário a criação de sistemas e chips mais robustos, já que a quantidade de memória usada por eles é maior, o que pode prejudicar o desempenho.

De acordo com Buck, a memória adicional dessa nova configuração de chips simplesmente aumenta o desempenho da GPU. Denominada GH200, essa nova linha estará disponível no segundo trimestre do próximo ano, confirmou o vice-presidente. 

Até o momento, a Nvidia planeja vender duas versões distintas do chip: uma versão contendo dois microprocessadores que os compradores podem usar para integrar aos seus próprios sistemas e um sistema de servidor completo combinando os dois designs de chip Grace Hopper.

 

Foto Destaque: homem segurando uma embalagem contendo o superchip da Nvidia. Reprodução/Ann Wang

Especialistas da Apple recebem recompensa por hackear o Google

Em nota, o Google confirmou a existência de uma vulnerabilidade de alta periculosidade em seu navegador proprietário, o Chrome. A descoberta foi feita, surpreendentemente, pela SEAR, a equipe de engenharia e arquitetura de segurança da Apple. Como recompensa pela importante descoberta, os membros do grupo receberam US$ 15 mil do Google. Efetivamente, isso significa que a Apple foi “paga” para invadir o sistema de uma importante gigante da tecnologia global. Em um mundo cada vez mais conectado e dependente da internet e da tecnologia, isso pode ser algo bastante positivo.

A respeito da SEAR

A equipe de arquitetura de segurança foi criada pela Apple com o intuito de desenvolver e aprimorar a segurança do sistema operacional utilizado em todas as linhas de produto comercializadas pela empresa. Os pesquisadores envolvidos com a mesma atuam no papel de “hackers do bem”, detectando vulnerabilidades em dispositivos de ponta como o iOS. Ocasionalmente, é possível que eles detectem uma falha ou vulnerabilidade em sistemas de terceiros e a informação é divulgada por canais oficiais para a empresa afetada, como ocorreu com o Google. Essa série de falhas no Chrome foi divulgada aos usuários através de uma atualização feita no dia 2 de agosto, que contou com 11 correções de segurança por conta das vulnerabilidades encontradas. 


Ivan Krstic, lider da equipe de Engenharia e Arquitetura de Segurança da Apple (Foto: Reprodução/Divulgação/Apple)


Estando aparentemente fora do alcance ou da habilidade do time de segurança empregado pelo Google para cuidar de seu navegador, a gigante de tecnologia ainda não revelou mais detalhes a respeito do ocorrido, optando por aguardar até que a grande maioria de seus usuários tenham adotado o update. Contudo, segundo a plataforma de inteligência de ameaças Vulnerability Database, trata-se de uma falha sistemática que pode afetar a confidencialidade, integridade e a disponibilidade dos usuários utilizando o navegador. 

Google não poupa gastos na resolução de falhas no sistema

Levando a segurança de seus sistemas e aplicativos bastante a sério, o Google não mediu esforços e tampouco gastos para se assegurar que essas vulnerabilidades detectadas e divulgadas na última nota de atualização fossem corrigidas, chegando a desembolsar um valor de US$ 123 mil em consideração de todas as falhas reportadas por especialistas do ramo. Aos usuários do navegador, vale ressaltar que as atualizações são feitas de maneira automática e o Google já começou o processo de aplicá-las no Chrome. Caso a atualização não ocorra de maneira automática em seu navegador por algum motivo, basta acessar a opção Ajuda|Sobre, que ela será baixada. Por fim, não se esqueça de reiniciar o navegador para que a atualização seja aplicada corretamente.

 

Foto destaque: Logo da Google ao lado do logo da Apple. Reprodução/Robert Scoble & Matcuz

Barbie atinge grande marco de bilheteria na história do cinema

Atingindo grande popularidade e fama antes mesmo de seu lançamento, em partes por conta da “competição” saudável contra Oppenheimer, criação do grande cineasta Nolan, que dividiu a internet, o filme da Barbie ultrapassou o marco de US$ 1,03 bilhão em bilheteria com apenas três semanas de exibição, conferindo a ele um lugar na exclusiva lista de apenas 50 obras cinematográficas que já tiveram essa honra. E não é apenas isso. 

O filme que marca um sucesso histórico para as mulheres no Cinema

Esse sucesso espetacular também trouxe consigo uma grande vitória para as profissionais femininas do setor, já que esta é a primeira vez em que uma mulher dirigiu um filme que arrecadou mais de US$ bilhão. A honra vai para a diretora Greta Gerwig, que já havia dirigido títulos como Lady Bird em 2017 e Little Women em 2019. As estimativas foram fornecidas pela Warner Bros, responsável pela distribuição do filme. No total, estima-se que o estúdio investiu cerca de US$ 145 milhões na produção do filme. 

O acontecimento também impressionou outros profissionais do mercado. Paul Dergarabedian, analista sênior de mídia pela Comscore, com mais de 30 anos de experiência no mercado de produções audiovisuais, disse em entrevista à CNN Internacional que esse é um “fenômeno sem precedentes”.

Ele também ressaltou que a bilheteria do filme foi “imprevisível” por conta de seu tamanho, que nesse ritmo irá tomar proporções significativas o bastante para deixar Barbie marcado como um dos maiores sucessos financeiros na história do cinema.

Alcançou grande popularidade até mesmo no Oriente

Segundo os dados fornecidos pelo site Box Office Mojo, a obra tomou primeiro lugar em diversos países conhecidos por serem ávidos consumidores de cinema, tais como a Austrália, o México e até mesmo o Reino Unido. Barbie também foi um sucesso de vendas na China, um dos mercados mais difíceis de ganhar tração. 

O diretor Michael Berry, responsável pelo Centro de Estudos Chineses da Universidade de Los Angeles, afirmou que é surpreendente ver um filme com raízes tão ocidentais fazendo sucesso em um país como a China, em que a Barbie não faz parte da cultura local de forma significativa. 


O filme Barbie sendo exibido na China (Foto: reprodução/Greg Baker).


E conforme divulgado pela revista norte-americana Variety, Greta Gerwig também teve a honra de bater o recorde de maior bilheteria na estreia de um filme dirigido por uma mulher. Anteriormente, esse recorde era da Capitã Marvel, dirigido por Anna Boden e tendo arrecadado US$ 153 milhões no primeiro fim de semana de exibição, em 2019. O filme da Barbie, por outro lado, alcançou o marco de US$ 161 milhões em bilheteria apenas nos EUA, com mais US$ 182 milhões vindo de outros países.

 

Foto Destaque: Margot Robbie e Ryan Gosling no lançamento do filme Barbie. Reprodução/AFP.

A importância da tecnologia moderna para desvendar o passado do Egito

Não é segredo que as paredes das tumbas dos grandes faraós egípcios podem nos ensinar muito a respeito da vida desses antigos reis e do cenário político e religioso da época, mas com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, ela é capaz de nos auxiliar a desvendar esses mistérios, também. 

O que as pinturas revelam sobre o passado

Em geral, as pinturas das tumbas retratam o falecido junto de seus familiares próximos participando de atividades de cunho religioso, desfrutando de banquetes suntuosos ou caçando nas margens do Nilo. 

Infelizmente, muitos dos túmulos que poderiam conter pistas importantes sobre o passado foram saqueados ao longo da história e irreparavelmente danificados pela falta de cuidado tanto dos caçadores de tesouro estrangeiros quanto dos primeiros arqueólogos, quando a ocupação ainda era nova e inexplorada. Como resultado, grande parte das pinturas milenares foram danificadas no processo, apesar do auxílio oferecido pelo ambiente árido em sua preservação.

Essas seções danificadas das pinturas, muitas vezes irreconhecíveis, são reconstruídas, em sua maioria, através de palpites educados por parte dos profissionais. Mas um novo estudo, publicado no site Plos One, revelou que uma técnica baseada na fluorescência de raios-X portátil (cuja sigla é pXRF, em inglês), pode ser utilizada para analisar materiais antigos e identificar os resquícios das decorações e pinturas apagadas com o tempo, mesmo as que já estão completamente invisíveis ao olho humano. 

Como as pinturas eram feitas?

As luxuosas decorações em tumbas, que foram concebidas para refletir o poder e o apreço nutrido pela pessoa falecida, atingiram seu ápice de extravagância na 18º dinastia egípcia, por volta de 1550 a.C. na cidade de Tebas (atualmente Luxor). A realeza egípcia passou a ser enterrada, em sua grande maioria, no Vale dos Reis e no Vale das Rainhas, como uma forma de proteger os corpos dos falecidos de saqueadores de tumba.

Os membros da corte, por outro lado, eram enterrados ao longo das margens do Nilo, ao oeste, próximo aos templos mortuários dos faraós que serviram enquanto estavam vivos. E embora seus túmulos carecessem do esplendor dos grandes reis, eles ainda eram cuidadosamente escavados a partir da rocha, criando câmaras funerárias que mais tarde seriam cobertas com reboco, de modo que os artistas pudessem enfeitá-las com pinturas decorativas e de propósito ritualístico.


O faraó caçando às margens do Nilo (Foto: reprodução/Uol).


Uma curiosidade interessante é o fato de que os pigmentos egípcios eram feitos à base mineral, algo que nos permite identificar marcados químicos específicos que indicam seus resquícios com o uso da fluorescência de raios-X, permitindo a reconstrução das áreas danificadas. 

 

Foto destaque: Arte encontrada em murais egípcios, retratando o faraó e seus deuses. Reprodução/Uol

Meta anuncia nova ferramenta de IA para a criação de músicas

O ritmo de desenvolvimento das tecnologias de inteligência artificial está passando por uma aceleração incomparável com o que já presenciamos no passado próximo, desde a popularização do ChatGPT, criado pela OpenAI, e inicialmente disponibilizado ao mercado em novembro do ano passado. Ainda há dúvidas entre os especialistas do ramo se a tecnologia irá vingar no futuro e se é aconselhável para a humanidade como um todo continuar seguindo nesse caminho, mas as invenções e possibilidades curiosas que a IA generativa proporciona são inegáveis. Recentemente, a Meta também entrou na corrida pelo aperfeiçoamento das inteligências artificiais e vêm mostrando resultados palpáveis. 

Os diferenciais do novo produto

A companhia de Mark Zuckerberg lançou na quarta-feira (2) uma ferramenta de inteligência artificial que dá ao usuário a capacidade de criar músicas e sons do zero, baseando-se inteiramente em prompts por texto. A ferramenta foi batizada de AudioCraft e está disponível para ser usada por todos os usuários do Facebook. Com a divulgação da funcionalidade, a Meta principalmente convidou pesquisadores e profissionais de música para testar a novidade. 

De acordo com informações divulgadas pela Meta, a ferramenta é um amálgama de três modelos de IA generativa diferentes: MusicGen, que consegue receber prompts de texto para criar músicas e melodias; AudioGen, que tem a mesma funcionalidade, mas com o diferencial de ser focado em sons mais generalizados, como o barulho de cães latindo, pássaros piando ou até mesmo o som de passos; e, por fim, a EnCodec, que foi implementada para ajudar a melhorar a qualidade dos sons gerados pelos outros dois modelos. 


O twitter oficial do braço de IA da Meta divulgou o novo produto na quarta-feira (2), com algumas explicações a respeito de seu funcionamento


Para garantir a autenticidade e tornar as produções mais variadas, o MusicGen foi treinado usando mais de 20 mil horas de música licenciada de propriedade da Meta, enquanto o AudioGen foi treinado usando databases de efeitos sonoros públicos. Já o EnCodec está em circulação desde outubro de 2022, quando a Meta apresentou a proposta de uma ferramenta de inteligência artificial capaz de compactar e descompactar arquivos de áudio sem ocasionar na perda de qualidade, permitindo o compartilhamento fácil e rápido de arquivos. A ideia original do projeto era auxiliar em chamadas de voz, principalmente quando realizadas em uma situação de conexão fraca.

Com os avanços na tecnologia recente, os três modelos evoluíram e hoje são colocados em conjunto no novo produto da Meta, que auxiliará na criação de sons sintéticos e músicas que parecem reais. 

A reação mista dos artistas

Claro, como tudo no campo de IA generativa, essa ferramenta surgiu acompanhada de uma nova rodada de críticas, já que apesar de alguns artistas terem a enxergado de maneira positiva, outros não estão tão felizes. O famoso rapper Drake, por exemplo, expressou sua insatisfação ao ter sua voz imitada através de um deepfake feito por inteligência artificial em um clipe viral do tiktok. Já outros, como Paul McCartney, mostraram-se entusiasmados com as possibilidades apresentadas por essa ferramenta — McCartney, inclusive, afirmou que pretende recriar uma das muitas icônicas músicas dos Beatles de 1969 com a ajuda de IA, usando até mesmo a voz finado do John Lennon.

Foto destaque: Logo da empresa Meta junto de alguns de seus produtos, como o Facebook e o Instagram. Reprodução/Meta

Console de nova geração da Nintendo pode ser lançado até 2024

O Switch, console de mesa híbrido da Nintendo, chegou ao mercado em março de 2017, sendo um sucesso de vendas praticamente imediato. A ideia inovadora da empresa, junto de lançamentos de peso para franquias populares, assegurou o espaço da gigante japonesa em um mercado bastante concorrido; uma surpresa agradável, depois do comparável fracasso comercial do Wii e seu sucessor, o Wii U.

De lá pra cá, já se passaram 6 anos e uma nova geração de consoles foi desenvolvida e lançada pelas principais concorrentes da Nintendo. O Xbox Series X/S da Microsoft e o Playstation 5 da Sony. 

A esperança de num novo console para concorrer no mercado

A maior dúvida na mente dos fãs, no entanto, é a possível data de lançamento para o próximo console da Nintendo e quais serão as inovações que ele trará ao mercado. Muitos estão esperançosos de que a dualidade de um console portátil misturada a um console de mesa será mantido no próximo produto, com um hardware mais potente e que dê espaço para jogos mais bonitos e pesados no console. Afinal, até hoje a maior fraqueza do Switch como produto é a baixa potência de seu hardware, mesmo se comparado a um smartphone de médio-custo. 


O Steam Deck da Valve é um exemplo de um console portátil que oferece a possibilidade de jogar games com alta fidelidade gráfica. (Foto: Divulgação/Valve).


Ainda não temos certeza de nenhuma informação concreta a respeito de um possível sucessor da próxima geração, mas um relatório recente emitido pela Nintendo parece nos deixar com algumas pistas. Nele, há a informação de que os kits de desenvolvimento para o novo sistema já foram disponibilizados aos estúdios parceiros da empresa.

Vazamento de informações da VGC

Essa informação veio do site VGC, cujas fontes também dizem que o novo console está para ser lançado no final de 2024. 

O novo sistema aparentemente terá uma tela LCD ao invés de OLED para manter os custos baixos, principalmente porque um espaço maior de armazenamento será essencial para guardar jogos com maior fidelidade gráfica. E, de acordo com os rumores, o novo console também irá funcionar da mesma forma que o Switch, com um modo híbrido entre portátil e de mesa. 

Fica apenas a questão da potência do hardware desse novo sistema e se ele será capaz de se comparar com seus competidores, mesmo que não os ultrapasse.

Foto destaque: Nintendo Switch, o console mais recente da Nintendo, sobre uma mesa. Reprodução/Pixabay

Cotação do dólar à vista fecha com alta de 1,31% no Brasil

Desapontando aos que apostaram numa possível queda consecutiva do dólar após anos em cotações absurdamente altas, o dólar à vista fechou em alta considerável ante ao real nesta terça-feira (1), após a divulgação decepcionante de dados industriais nada promissores por parte de países como a Ásia e a Europa, resultando em uma preocupação elevada quanto ao estado da atividade econômica global por parte dos investidores. 

O dólar à vista fechou o dia em cotação de R$ 4,7910 na venda, com uma alta de 1,31%. Trata-se da maior alta apresentada pela moeda norte-americana desde o dia 6 de julho, quando ela subiu cerca de 1,62%. 

Resultados preocupantes no mercado industrial do mundo

A alta ocorreu em vista dos resultados divulgados por alguns países ao redor do globo, em especial a China. O PMI (Índice Geral de Compras) de indústria do Caixin global caiu para 49,2 em julho em relação aos 50,5 em junho, bastante abaixo da previsão de 50,3 anteriormente proposta por analistas. É o primeiro declínio na atividade chinesa desde abril deste ano. 

O PMI de manufatura do Japão também apresentou uma queda, mas mais moderada. De 49,8 em junho, caiu para 49,6 em julho. Alguns países da Europa, como a França, Alemanha e o Reino Unido, também apresentaram fracos resultados de mercado. Isso acabou aumentando o receio em torno de uma possível desaceleração na economia global.

Isso pode acabar afetando exportadores de commodities, mercado amplamente popular na China, como o Brasil. Por conta disso, o Real acabou perdendo força ante o dólar. Antes do fechamento, a moeda dos EUA já apresentava um aumento moderado R$ 4,73 (alta de 0,02%) durante a manhã, mas o grosso do crescimento ocorreu durante a tarde, em meio à debandada em massa de mercados de alto risco por parte de investidores, atingindo um pico de R$ 4,8012 (alta de 1,52%) às 15h37 do mesmo dia. 

A opinião de especialistas quanto ao aumento

De acordo com Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital, isso acontece pois o mercado entende que há uma contração econômica tanto na China quanto na Europa, ocasionando na queda do valor de commodities, que estavam em alta até então, conforme os investidores buscam proteger seus ativos. 


Fernando Bergallo, especialista em câmbio da FB Capital (Foto: reprodução/Daniel Cancini)


Para Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, o dia foi marcado por uma fuga de riscos nos mercados mundiais. 

“O que está ocorrendo são que os dados que saíram de ontem (segunda-feira) para hoje (terça) de alguns PMIs de atividade industrial chegaram bem fracos. Esses dados ruins geram uma sensação de risk-off, afirmou Izac.

O operador entrevistado pela Reuters disse que, a despeito da alta forte nas cotações da terça-feira, isso não ocorreu de forma brusca. A moeda norte-americana teve uma alta consistente e gradativa durante todo o dia. 

Foto destaque: Representação do dólar atrelado ao mercado financeiro. Reprodução/iStock

Cielo apresenta crescimento pelo oitavo semestre consecutivo

A Cielo, que já foi conhecida como Visanet Brasil, é uma empresa brasileira que oferece serviços financeiros, dentre eles o desenvolvimento e a comercialização de maquininhas de cartão de crédito. A empresa é tão prolífica no país que se você for ao mercado para fazer as compras do mês, por exemplo, é bem capaz que a máquina que o caixa irá te oferecer  para passar o cartão terá sido produzida pela Cielo. E, como se isso não bastasse, a empresa vem experienciando um crescimento considerável de ano a ano e nesse trimestre não foi diferente.

Crescimento da Cielo no mercado atual

Já no oitavo trimestre consecutivo em uma progressão de crescimento estável, a Cielo apresenta uma expansão anual de 27% no fechamento do mercado, apresentando um lucro líquido de R$ 708 milhões, que é uma alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume total processado (TPV), tendo intensificado a desaceleração experienciada pela empresa no trimestre anterior, ocasionou em um lucro também impulsionado pela reprecificação de taxas, maior disseminação de produtos e eficiência aumentada. 


Uma das muitas variações da maquininha de cartão da Cielo (Foto: reprodução/Divulgação/Cielo)


O yield (percentual do TPV que será transformado em receita) da empresa também cresceu, em partes por conta dos esforços da Cielo para com a reprecificação e o aumento da participação do cartão de crédito no TPV. O novo limite na tarifa de intercâmbio do cartão também ajudou nesse crescimento, que mesmo sendo algo ruim para os emissores do cartão, é bom para que o adquirem, pois permite que um maior percentual da taxa vá para o dono da maquininha. Isso ergueu a receita líquida da empresa para R$ 2,6 bilhões, com uma alta anual de 4%.

Lucro líquido apresenta alta em comparação ao ano passado

Apesar de ter recentemente expandido sua equipe comercial e tendo passado por um acordo salarial coletivo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) fechou em R$ 1,0 bilhão, que é um aumento de 20% na base anual da empresa, principalmente por conta de custos menores de transação e a racionalização do atendimento, que acabou ajudando a diminuir as despesas.

Os produtos de prazo oferecidos pela Cielo aos comerciantes (Antecipação de Recebíveis e Receba Rápido) permanecem populares no mercado. 

Apesar dessa notícia positiva, o TPV apresenta uma tendência negativa, o que coloca em questionamento o potencial de crescimento da companhia no médio prazo, tendo em vista a fraca atividade de varejo no Brasil.

Foto destaque: Prédio da Cielo em Barueri, São Paulo. Reprodução/Cielo