“Som da Liberdade” é, talvez, o filme mais polêmico de 2023, mas isso não tem impedido que o público, em massa, lote as salas de cinema a fim de apreciar a produção que gerou debates acalorados nas redes sociais, dividindo opiniões de adeptos tanto da direita quanto da esquerda.

Nos Estados Unidos, o filme distribuído pela Paris Filmes já arrecadou incríveis 200 milhões de dólares, superando “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” e “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”. No Brasil, os números também são impressionantes, com 1 milhão de espectadores em apenas duas semanas de exibição nos cinemas, de acordo com o Cine Pop. Se você ainda não viu o filme, assista ao trailer dessa produção tão comentada:

_{Trailer Oficial dublado de “Som da Liberdade”. (Vídeo: Reprodução/YouTube/Angel Studios)}

Sinopse e Elenco

“Som da Liberdade” é baseado em eventos reais e conta a história de Tim Ballard, um agente do governo americano dedicado a combater a pedofilia. Após resgatar um menino, Tim descobre que a irmã do garoto também está sendo mantida refém por uma perigosa quadrilha. Ele toma a decisão de deixar seu emprego no governo e parte para a selva colombiana em busca da menina e de outras centenas de crianças sequestradas pelo grupo criminoso.

O elenco do filme inclui Jim Caviezel (“A Paixão de Cristo”) como Tim Ballard; Mira Sorvino (“Poderosa Afrodite”) como Katherine Ballard, esposa de Tim; Eduardo Verastegui (“Bella”) interpretando Paul; Gerardo Taracena (“Narcos: México”) como El Alacrán; e Bill Camp (“O Gambito da Rainha”) como Vampiro. A direção é de Alejandro Monteverde, diretor mexicano de filmes como “Bella” e “Little Boy: Além do Impossível”, que também coescreveu o roteiro com Rod Barr (“Cabrini”).

Polêmicas

O filme tem acentuado debates e divisões que nossa sociedade tem presenciado nos tempos atuais. A obra tem sido alvo de polêmica entre adeptos da direita e da esquerda, dividindo opiniões também entre crítica e público. Enquanto a aprovação da crítica especializada é de apenas 57%, a audiência alcança surpreendentes 99% no Rotten Tomatoes.

A esquerda tem levantado questões sobre as acusações de assédio sexual enfrentadas por Tim Ballard, a pessoa real por trás da história do filme. Eles também têm questionado a distribuição em massa de ingressos pela distribuidora do filme, que permite que qualquer pessoa compre bilhetes online e os disponibilize para outros interessados.

Por outro lado, políticos e adeptos da direita têm feito campanhas para incentivar o público a assistir ao filme nos cinemas, com o objetivo de trazer à tona temas como tráfico de pessoas e pedofilia na grande mídia e também no setor cultural. Alguns deles acusam a esquerda de se omitir ou até mesmo de ser conivente com pessoas ligadas ao abuso infantil.

Vale destacar que, de acordo com a Child Foundation, o Brasil ocupa o 2° lugar no ranking de exploração sexual de crianças e adolescentes, com cerca de 500 mil vítimas por ano, ficando atrás apenas da Tailândia.

Foto Destaque: Jim Caviezel como Tim Ballard no filme “Som da Liberdade”. Reprodução/The Telegraph/Sound of Freedom.

A adaptação de “Toda Luz que Não Podemos Ver”, uma minissérie composta por quatro episódios baseada no livro homônimo de Anthony Doerr, lançou um novo trailer no último dia 3 de outubro. O trailer, com duração de 3 minutos e 25 segundos, é intenso e dramático. Assista:

_{Trailer Oficial de “Toda Luz que Não Podemos Ver”. (Vídeo: reprodução/YouTube/Netflix Brasil)}

Sobre “Toda Luz que Não Podemos Ver”

De acordo com a Netflix, “Toda Luz que Não Podemos Ver” narra a história de Marie-Laure Leblanc (interpretada por Aria Mia Loberti), uma jovem francesa cega que, junto com seu pai e tio, busca refúgio em Saint-Malo durante a Segunda Guerra Mundial. Paralelamente, acompanhamos a trajetória de Werner Pfenning (interpretado por Louis Hofmann), um adolescente alemão com um talento excepcional para reparar rádios, que é recrutado pelo exército de Hitler.

O romance de Anthony Doerr foi lançado em 2014 e conquistou o Prêmio Pulitzer de Ficção, bem como a Medalha Andrew Carnegie para a Excelência na Ficção, ambos em 2015. O livro também figurou na lista dos 10 melhores romances do New York Times e foi finalista do National Book Award.

Elenco e produção

Além da estreante Aria Mia Loberti e do jovem Louis Hofmann (conhecido por sua participação em “Dark“) interpretando a dupla de protagonistas, o elenco inclui Mark Ruffalo (O Hulk/Dr. Bruce Banner da franquia “Os Vingadores”) como Daniel LeBlanc, pai de Marie-Laure; Hugh Laurie (O Dr. House da série “House, M.D.”) no papel de Etienne LeBlanc, tio da protagonista; Lars Eidinger (“Babylon Berlin“), como Reinhold Von Rumpel; e Andrea Deck (“Homeland“) interpretando Sandrina.

A minissérie foi dirigida por Shawn Levy (conhecido por “Stranger Things” e pela trilogia “Uma Noite no Museu”) e tem roteiro de Steven Knight (da série “Peaky Blinders“).

“Toda Luz que Não Podemos Ver” estará disponível na Netflix a partir de 2 de novembro de 2023.

Foto destaque: Aria Mia Loberti interpretando Marie-Laure Leblanc na minissérie “Toda Luz que Não Podemos Ver”, da Netflix. Reprodução/Netflix/All the Light We Cannot See.

O clássico da Disney, o filme animado “Bambi” de 1942, está prestes a passar por uma “modernização” em sua próxima versão em live-action, que ainda não tem data de estreia confirmada.

Quem traz essa informação é a roteirista Lindsey Anderson Beer (“Cemitério Maldito: A Origem”, de 2023), que recentemente deixou o projeto do live-action.

Em uma entrevista recente ao Collider, Lindsey menciona que muitas crianças de hoje não assistiram ao clássico de 1942, e que buscava uma maneira de conectar as crianças de hoje à história do cervo. Embora não tenha entrado em detalhes sobre o roteiro, Lindsey dá a entender que essa mudança está relacionada à forma como Bambi lida com a morte de sua mãe, um evento causado por um caçador na história original. Essa cena é considerada “pesada” para os padrões atuais, já que tanto as crianças quanto os pais são mais sensíveis nos dias de hoje, de acordo com Beer. Confira a entrevista na íntegra, em inglês:

_{Entrevista da roteirista Lindsey Anderson Beer ao Collider. (Vídeo: Reprodução/YouTube/Collider Interviews)}

Vale ressaltar que a Disney fez alterações nas adaptações mais recentes de seus clássicos, como “Peter Pan” e “Branca de Neve e os Sete Anões”, que ainda nem foi lançada, mas já enfrenta críticas do público nas redes sociais.

Produção

Sarah Polley, vencedora do Oscar de “Melhor Roteiro Adaptado” por “Entre Mulheres” (2022), está em negociações para assumir a direção do projeto, de acordo com o Deadline. Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster, conhecidos por filmes como “Um Lindo Dia na Vizinhança” (2019) e “Malévola: Dona do Mal” (2019), já escreveram uma versão preliminar do roteiro, que também passou pelas mãos de Lindsey Anderson Beer e Robertson-Dworet (“Capitã Marvel”, 2019). Os irmãos Chris Weitz e Paul Weitz (franquia “American Pie”) serão os produtores.

A trilha sonora do filme será composta por Kacey Musgraves, cantora e compositora vencedora de seis prêmios Grammy.

Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o elenco e a data de início das filmagens.

Sobre “Bambi”

“Bambi” é uma história de amadurecimento que segue as experiências de um jovem cervo após uma tragédia, destacando a amizade com outros habitantes da floresta. Lançado em 1942 pela RKO Radio Pictures, o filme é uma adaptação do romance de Felix Salten, intitulado “Bambi, A Life in the Woods“, de 1923. Dirigido por David Hand, o filme arrecadou mais de 267 milhões de dólares em bilheteria em todo o mundo. Embora não tenha sido um sucesso de bilheteria, devido ao seu lançamento durante a Segunda Guerra Mundial, ao longo dos anos, ele se tornou um clássico, recebendo indicações ao Oscar nas categorias de “Melhor Som”, “Melhor Canção” e “Melhor Trilha Sonora Original”.

Foto destaque: Lindsey Anderson Beer fala sobre a adaptação em live-action de “Bambi”. Reprodução/IMDb/Disney.

“Alice in Borderland”, uma série japonesa de suspense, ação e ficção científica que é um sucesso na Netflix, será renovada para a terceira temporada. A própria Netflix confirmou a notícia ao divulgar um teaser inédito de 21 segundos da terceira temporada, com a frase “o jogo vai começar agora“, mas ainda não oficializou a data de lançamento. Confira:

_{Teaser trailer da terceira temporada de “Alice in Borderland” (Vídeo: reprodução/Twitter/X/@NetflixBrasil)}

Sobre “Alice in Borderland”

“Alice in Borderland” é uma série live-action japonesa baseada no mangá homônimo do autor Haro Aso. A sinopse oficial da Netflix descreve que o jogador Arisu e seus amigos Usagi e Chishiya são transportados para uma versão paralela de Tóquio, onde precisam participar de diversos jogos mortais para sobreviver.

A produção recebeu importantes prêmios na Ásia, tendo vencido o Asian Academy Creative Awards nas categorias “Melhor Direção”, “Melhores Efeitos Visuais” e “Melhor Fotografia”. Essa premiação destaca as produções de 16 nações asiáticas.

A série é composta por 16 episódios divididos em duas temporadas, já disponíveis na Netflix.

O mangá, lançado entre 2010 e 2016, possui 18 volumes e vendeu mais de 1 milhão de cópias.

Elenco

O elenco da produção é estrelado por Kento Yamazaki, que interpreta Ryohei Arisu, o ator é conhecido por seus papéis na franquia “Kingdom” e no live-action japonês de “Death Note” (2015); Tao Tsuchiya, atriz que participou de “Samurai-X – O Filme” (2012), interpreta Yuzuha Usagi; e Nijiro Murakami, que atuou em produções como “O Segredo das Águas” (2014) e “Tokyo Revengers” (2021), desempenha o papel de Shuntaro Chishiya na série.

A direção da série é de Shinsuke Sato, famoso por suas adaptações live-action de mangás e animes, como “I Am A Hero” (2015) e “Bleach” (2018). A série é escrita por Yoshiki Watabe, Yasuko Kuramitsu e também por Haro Aso, o criador do mangá.

Foto destaque: Cena da série live-action “Alice in Borderland”. Reprodução/The Hollywood Reporter/Netflix

O sindicato que representa os roteiristas de Hollywood, o “/Writers Guild of America”/ (WGA), ou Associação de Escritores da América em português, anunciou um acordo com a “/Alliance of Motion Picture and Television Producers“/ (AMPTP), instituição que reúne estúdios e plataformas de streaming, para suspender a greve a partir das 00h01, no horário de Los Angeles, nesta quarta-feira (27). O anúncio foi feito após o acordo ter sido efetivado no último domingo (24).

Entretanto, isso não significa que os roteiristas de Hollywood retornarão ao trabalho imediatamente, cada caso será analisado individualemente. Durante esse período, os roteiristas são incentivados a apoiar e participar da greve dos atores de Hollywood, que ainda está em andamento. Os atores, por sua vez, também apoiaram os roteiristas no início de sua greve.

Para que os trabalhadores voltem às suas atividades junto aos grandes estúdios, o acordo precisa ser legitimado, previsto para ocorrer entre 2 e 9 de outubro. Um novo contrato será assinado, incorporando os termos do novo acordo.

_{Postagem do WGA nas redes-sociais anunciando a suspensão da greve. (Foto: reprodução/People/Instagram/WGA West/WGA East)}

Os termos do novo acordo

A suspensão da greve acontece após 148 dias de paralisação, com tentativas de negociação fracassadas durante o mês de agosto. O WGA expressou satisfação com os novos termos propostos pelos representantes do AMPTP, enviados por um e-mail em 24 de setembro.

No comunicado, os representantes do WGA afirmaram que o acordo alcançado proporcionou ganhos significativos, com proteções  para os roteiristas em todos os setores filiados ao sindicato. Os novos termos incluem a definição de requisitos mínimos de contratação para equipes de roteiristas, uma revisão na estrutura dos pagamentos de royalties provenientes das plataformas de streaming e medidas de proteção contra o uso de inteligência artificial no processo criativo.

É importante lembrar que o sindicato dos roteiristas iniciou a greve em 1º de maio, alegando a necessidade de várias revisões em seu contrato com os grandes estúdios de Hollywood. Suas demandas incluíam alterações na fórmula de cálculo dos pagamentos residuais para roteiristas, especialmente relacionados à exibição contínua de suas obras na TV e streaming. Além disso, buscaram regulamentações na estrutura das equipes de roteiristas em produções televisivas e, sobretudo, medidas de proteção contra o uso de inteligência artificial na criação de filmes e séries.

Para que a greve seja oficialmente encerrada e definitiva, o sindicato dos atores realizará reuniões presenciais e virtuais com seus membros para detalhar o acordo que, espera-se, seja aprovado sem maiores obstáculos. Um novo contrato de três anos será assinado.

Greve dos Atores de Hollywood

Enquanto isso, o sindicato dos atores de Hollywood, conhecido como SAG-AFTRA (Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists), aguarda sua vez para negociar com os estúdios após 75 dias de paralisação. As demandas dos atores apotam aumento nas taxas de pagamento, contando com pagamentos residuais pelo conteúdo de streaming, e o desenvolvimento de regras e proteções relacionadas ao uso de inteligência artificial na indústria televisiva e cinematográfica.

Foto destaque: Manifestação conjunta entre os membros do sindicato dos roteiristas e do sindicato dos atores em frente aos estúdios Paramount em Los Angeles, Califórnia, no dia 18 de setembro. Reprodução/CNBC/Mario Tama.