Ontem (19) , durante depoimento na Polícia Civil de Taboão da Serra, Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, confessou ter colocado explosivos no caminhão em que estava dirigindo. Durante o depoimento, os investigadores perceberam controvérsias do que Dener tinha dito e o que havia sido apurado pelos investigadores. Os investigadores reuniram imagens de câmeras de segurança e da localização do veículo, apontando que Dener, de alguma forma, estava mentindo.
Após esses apontamentos, o motorista confessou que tinha armado tudo, e na noite anterior fez uma bomba falsa com os materiais que tinha ali na carreta, como fio de um fone, fita crepe, papel alumínio, água e um tubo de gás. E também confessou que se amarrou sozinho na cabine e que jogou uma pedra no para-brisa do veículo para simular um suposto ataque dos criminosos. Essa pedra jogada no para-brisa foi o início da abordagem dos falsos criminosos, segundo o depoimento de Dener.
Porém, em uma imagem das câmeras de segurança flagra Dener parando para fazer xixi e logo em seguida pegando uma pedra e arremessando contra o veículo. Um motorista que estava atrás da carreta, alega que antes de acontecer tudo isso, o veículo fazia manobras arriscadas, mas não viu nenhuma ação criminosa contra ele.
O que disse a Secretaria da Segurança Pública
Em nota emitida pela Secretaria da Segurança Pública, o homem foi indiciado por falsa comunicação de crime, conforme o artigo 340 do Código Penal, após confessar em depoimento que ele próprio produziu o simulacro de bomba. As investigações continuam sob responsabilidade da DISE de Taboão da Serra para o completo esclarecimento dos fatos e a devida responsabilização criminal do indiciado.”
Ao G1, nesta quarta-feira (19), Dener confessou que está passando por acompanhamento psicológico.
“Vou ver isso com a minha esposa [de conversar com a reportagem] porque estou passando no médico. Preciso verificar algumas sessões para passar com o psicólogo“
A pena para falsa comunicação de crime é de detenção de 1 a 6 meses ou multa.
Relembrando o que aconteceu
Dener que tinha saído com sua carreta do Acre, em direção a São Bernardo do Campo-SP, ligou para Centro de Controle Operacional da concessionária SPMAR, que administra esse trecho do Rodoanel, e disse que havia sido vítima de roubo e sequestro e que os criminosos tinham colocado uma bomba no veículo.
Foi chamada a polícia e, após a GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) chegar ao local, verificou que a bomba, supostamente colocada pelos criminosos, era falsa.
O Rodoanel Mário Covas, chegou a ser interditado por quatro horas, causando uma enorme fila de veículos e um congestionamento de 40 km.
