Neste domingo (27) o último grande comício do candidato republicano Donald Trump, em Nova York, ficou marcado por falas agressivas contra latinos e diversas ofensas à candidata democrata Kamala Harris.

Tony Hinchcliffe, comediante convidado pelo ex-presidente para aquecer a plateia, fez ofensas racistas e xenófobas, chegando a chamar Porto Rico de “ilha de lixo flutuante”.

Falas preconceituosas e ofensas a Harris

No palanque, durante seu discurso, Hinchcliffe disse que recebe imigrantes de braços abertos enquanto fazia sinal em contrário. Usou palavrões, piadas preconceituosas e um bombardeio de estereótipos para ofender latinos, judeus e palestinos.

O comediante se referiu a Porto Rico, território dos EUA onde vivem 3,2 milhões de americanos, como “uma ilha de lixo flutuante” e disse que os latinos “amam fazer bebês”. “Tem uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano. Acho que se chama Porto Rico.”

_{Tony Hinchcliffe durante comício de Trump (Foto: reprodução/BBC/Reuters)}

Hinchcliffe chamou os palestinos de atiradores de pedras e os judeus de mesquinhos, e ainda reproduziu uma piada racista, que sugere que negros são preguiçosos e primitivos.

Assim como Hinchcliffe, outros oradores presentes no comício de Trump proferiram diversas ofensas racistas e misóginas contra Kamala Harris, candidata do partido democrata, chamando-a de anticristo e fazendo comparações a uma prostituta.

Turcker Carlson, apresentador de extrema direita, se referiu a candidata como “a primeira ex-promotora da Califórnia samoana-malaia e de baixo QI a ser eleita presidente.”

Durante seu discurso de uma hora e vinte minutos, o candidato republicano acusou mais uma vez imigrantes de serem criminosos, e disse que pretende lançar o maior programa de deportação da América.

Reações negativas

A campanha de Donald Trump se justificou através de um comunicado, assinado pela assessora Danielle Alvarez, afirmando que as falas “não refletem as visões do presidente Trump ou da campanha.”

As falas preconceituosas e agressivas também causaram reações no público, inclusive de celebridades latinas. Em seu Instagram, Ricky Martin escreveu “É isso que eles pensam de nós. Vote em @kamalaharris”. Outros artistas como Bad Bunny, Jennifer Lopez e Luis Fonsi se manifestaram nas redes sociais e declararam apoio a Kamala Harris.

Foto Destaque: Donald Trump durante comício em Nova York no último domingo (Reprodução/UOL/Angela Weiss/AFP)

Nesta quarta-feira (16) a Esportes da Sorte, principal patrocinadora do Corinthians, recebeu autorização para atuar no Brasil até o fim deste ano. A plataforma foi incluída na lista da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda por determinação judicial.

Após essa atualização, a lista de bets autorizadas agora contém 98 empresas, com 215 bets. Além disso, mais 26 empresas foram liberadas para atuar de maneira estadual.

Decisão judicial

O Ministério da Fazenda ainda não se manifestou sobre a decisão e não deixou claro se irá recorrer. Em documento, o ministério afirma que a Esportes Gaming Brasil LTDA foi incluída na lista “em razão de determinação judicial” e, além da Esportes da Sorte, autorizou a empresa a operar também com a Onabet.

Antes dessa decisão, que libera a atuação da bet de forma nacional, a Esportes da Sorte já havia conseguido autorização para operar no estado do Rio de Janeiro através da Loterj, órgão que cuida das loterias fluminenses.

A pasta autorizou também, ainda sob julgamento, as bets Reals, Netpix e UX, da Reals Brasil LTDA, que comemorou a inclusão por meio de uma nota.

Esportes da Sorte

A Esportes da Sorte foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco por suposto esquema de jogo ilegal e lavagem de dinheiro. Por enquanto, a plataforma está autorizada a atuar nacionalmente até dia o 31 de dezembro de 2024. Após essa data, caso não haja mudança na decisão, volta a poder operar apenas no Rio de Janeiro.

_{Esportes da Sorte publica nota comemorando a inclusão (Foto: reprodução/X/@EsportesDaSorte)}

Em nota publicada na rede social X (antigo Twitter), a Esportes da Sorte comemorou a inclusão, afirmando que a trajetória de transparência e responsabilidade da empresa foi novamente reconhecida. “Tudo o que fazemos é e sempre será por vocês e para vocês, que sempre estiveram conosco.”.

Além do Corinthians, a bet é patrocinadora do Athletico-PR, Bahia, Naútico, Grêmio, Santa Cruz, Ceará e do time feminino do Palmeiras.

As bets que não estão na lista divulgada pelo Ministério da Fazenda não podem fornecer jogos de aposta em território nacional até que consigam uma autorização do governo.

Foto Destaque: Esportes da Sorte é a patrocinadora oficial do Corinthians (Reprodução/Danilo Fernandes/Meu Timão)

Nesta quinta-feira (10), as organizações Justiça Global e Terra de Direitos divulgaram uma pesquisa que aponta o crescimento dos casos de violência política em relação ao mesmo período de 2022.

Segundo os dados, durante o primeiro turno das eleições municipais de 2024, período entre 16 de agosto até o último domingo (06), o Brasil registrou sete casos de violência política por dia, totalizando cerca de 373 ocorrências de violência contra políticos ou candidatos(as) em exercício.

No mesmo período de 2022, foram registradas duas ocorrências diárias.

_{Estudo de 2022 da violência política no Brasil (Foto: reprodução/Terra de Direitos)}

Casos de violência

Ainda conforme a pesquisa, dos 373 casos de violência política, 99 foram registrados na véspera das eleições, entre 1 e 6 de outubro, o que resulta uma média de 16 ao dia ou uma a cada 1h30.

No primeiro turno foram registrados 100 atentados, 138 ameaças, 54 agressões, 51 ofensas, 13 criminalizações, 10 assassinatos e 7 invasões. Esse número expressivo de ocorrências corresponde a mais que o dobro do total de casos do período pré-eleitoral, entre janeiro e metade de agosto, que totalizou 145.

A pesquisa

O estudo, intitulado “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, aponta que 2024 é considerado o ano mais violento da série histórica produzida pelas organizações, iniciada em 2020. Ao todo, somando dados do primeiro turno com o período pré-eleitoral, o ano de 2024 acumula 518 ocorrências

A diretora executiva da Justiça Global, Glaucia Marinho, enfatiza que, ao longo da série histórica, o que se tem observado é uma tendência de maior violência nas eleições municipais. “As notícias mostram também situações de intervenção de organizações criminosas no pleito eleitoral, que representa uma ameaça preocupante à democracia.”.

Gisele Barbieri, coordenadora de incidência polícia da Terra de Direitos, enfatiza que vê o Brasil atingir um “limite em termos de violência política”.

Os casos de violência política eleitoral foram registrados em todos os estados no país. São Paulo é o estado com mais ocorrências, com 50 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 38, e Paraíba, com 24. O maior número de registros foram nas regiões Nordeste (132), sudeste (117) e sul (51).

Os partidos com maior registro de casos no primeiro turno de 2024 foram uniões Brasil (46), PT (43) e PL (35).

Foto Destaque: Eleições 2024 apontam maior número de casos de violência (Reprodução/Agência Brasil/Valor Econômico)

Nesta quinta-feira (03), o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou os réus e investigados dos ataques golpistas de 8 de janeiro (2023), que estão com tornozeleira eletrônica, a votarem nas eleições municipais deste domingo (06).

Moraes estabeleceu que eles poderão sair de casa e se deslocar aos colégios eleitorais para votar entre 9h e 11h da manhã. O mesmo horário se aplica em caso de segundo turno (27 de outubro).

_{Ataques golpistas de 8 de janeiro (Foto: reprodução/O Globo/Cristiano Mariz)}

Pedido da DPU

O ministro atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU), visando atender o direito ao voto das pessoas que estão sob medidas cautelares, com horários e áreas específicas para circular.

Segundo a própria defensoria, os réus e investigados em prisão domiciliar temiam que não pudessem ir ao local de votação devido a distância e o horário, indicando que não estariam cumprindo a decisão judicial.

A medida atende somente aqueles que respondem por incitação ao terrorismo e estavam acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Esses réus cumprem medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar.

A decisão de Moraes não abrange aqueles que executaram os atos de vandalismo.

Gustavo Ribeiro, defensor público federal responsável pelo pedido da DPU, ressalta que a medida deve valer para todos os réus e investigados na mesma situação, não somente os assistidos pela defensoria.

Responsável pelo julgamento dos ataques antidemocráticos, Alexandre de Moraes ressalta que a decisão tem caráter provisório e que “não dispensa a requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a elas impostas”.

Atos golpistas de 8 de janeiro

Em 8 de janeiro de 2023, após Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse como presidente do Brasil, extremistas bolsonaristas convocados pelas redes sociais foram até a praça dos Três Poderes e invadiram a sede do executivo, do legislativo e do judiciário e destruíram móveis, vidros, obras de arte e objetos.

A multidão pedia por uma intervenção militar e o fechamento do Congresso, visando a prisão de Lula e a retomada de Bolsonaro à presidência.

Foto Destaque: Ministro Alexandre de Moraes (Reprodução/Nelson Jr./SCO/STF/Conjur)

Nesta quinta-feira (26) a defesa do X solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o desbloqueio da rede social no Brasil, após entregar todos os documentos exigidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

A plataforma tem cumprido com o bloqueio de contas com conteúdos criminosos e antidemocráticos e apresentou uma representante legal da empresa no Brasil.

Agora, cabe ao ministro avaliar a documentação e verificar se cumpre todas as exigências, inclusive sobre o pagamento das multas.

_{Rede social X (Foto: reprodução/Diário do Acre)}

O que falta para o X voltar a funcionar no Brasil

A defesa da plataforma afirma que todos os requisitos impostos pelo STF para que o X voltasse a funcionar no Brasil foram cumpridos.

Sobre a apresentação de um representante legal, o X nomeou a advogada Rachel Villa Nova Conceição, que inclusive já atuou no Brasil em nome da empresa. Toda a documentação necessária para comprovar o vínculo foi entregue ao Supremo.

As multas, acumuladas em R$ 18,3 milhões por descumprimento de decisões judiciais anteriores, foram pagas de maneira compulsória, ou seja, por meio do bloqueio de bens do X e da Starlink, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Os perfis com ordens de suspensão por conter falas criminosas e antidemocráticas tem sido bloqueados desde a última quinta-feira (19).

Na petição, os advogados da plataforma alegam o “integral cumprimento das determinações estabelecidas por Vossa Excelência”, pedindo que seja autorizado o desbloqueio da rede social para acessos dos usuários em território nacional, “com a consequente expedição de ofício à ANATEL, para que cesse as medidas de bloqueio anteriormente adotadas”.

Nova multa aplicada

Na última quarta-feira (18), usuários do X conseguiram acessar a rede social após a plataforma ter burlado o bloqueio e voltado ao ar por cerca de um dia. Dessa forma, Moraes determinou mais uma suspensão, sob pena de multa diária de R$ 5 milhões. Porém, acredita-se que essa multa não chegou a ser formalizada, portanto, há dúvidas se ela de fato será aplicada.

Retorno do X

A rede social foi bloqueada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 30 de agosto, e o fim da sanção imposta não deve ser imediato, apesar do cumprimento das exigências.

É preciso uma nova decisão do STF de suspender o bloqueio e, após isso, a Anatel deve ser formalmente avisada da determinação para que emita a ordem de desbloqueio às operadoras.

Além disso, não há prazo para que o magistrado analise os documentos enviados pelo X e decida sobre o retorno da plataforma.

Foto Destaque: Ministro Alexandre de Moraes e Elon Musk (Reprodução/GettyImages Embed/Ton Molina/GettImages Embed/Marc Piasecki)

Nesta segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma crítica à Organização das Nações Unidas (ONU), afirmando que a organização “não tem coragem” de criar um estado Palestino.

O presidente havia acabado de receber o prêmio pela “Luta Contra a Fome e a Pobreza” durante o evento da iniciativa Goalkeepers, da Fundação Bill e Melinda Gates, nos Estados Unidos. Após a premiação, Lula participou de um “talk show”, ao lado de Bill Gates.

_{Presidente Lula recebe prêmio da Fundação Bill e Melinda Gates (Foto: reprodução/Conexão Planeta/Ricardo Stuckert)}

Falas de Lula

Durante a roda de conversa, o líder brasileiro fez diversas críticas à ONU, alegando que a organização teve força para criar o estado de Israel, em 1948, e hoje “não tem coragem de criar o estado Palestino”.

Lula ainda afirma que a guerra entre Rússia e Ucrânia, o genocídio na Faixa de Gaza, a invasão da Líbia e a Guerra do Iraque poderiam ter sido evitados “se a ONU cumprisse com a sua tarefa de ser uma espécie de governança mundial”. Segundo o presidente, a organização não tem tido capacidade de lidar com os conflitos do mundo.

Sobre o Conselho de Segurança da ONU, o presidente alerta sobre a necessidade de uma maior participação dos países, já que países pobres, como os do continente africano, sul-americano e asiático, não têm essa representação. “O mundo não pode continuar tendo só cinco países permanentes no Conselho de Segurança”, afirma.

Lula também cita alguns acordos para o meio ambiente firmados durante as reuniões da ONU, como o Protocolo de Kyoto, o Acordo de Paris e o Tratado de Copenhague, alegando que nenhum deles foi cumprido.

“Nada é cumprido, porque não tem governança. Porque não tem autoridade governamental mundial, e é preciso ter”, disse.

Assembleia Geral da ONU

As declarações aconteceram um dia antes da 79ª Assembleia Geral da ONU, onde o presidente fará o discurso de abertura.

A Assembleia Geral da ONU (AGNU) é um encontro anual com os governantes e autoridades de todos os 193 países que fazem parte da organização. Tradicionalmente, o presidente do Brasil é o primeiro chefe de Estado a discursar no evento.

Foto Destaque: Lula durante roda de conversa no evento da iniciativa Goalkeepers (Reprodução/Roy Rochlin/GettyImages Embed)