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EUA e Alemanha descartam envio de caças poloneses à Ucrânia

Nesta quarta-feira (9), os Estados Unidos e a Alemanha rejeitaram a proposta da Polônia de transferir aeronaves de guerra, mais especificamente, todos os seus caças MiG-29s de fabricação russa, para a base americana de Rammstein, na Alemanha, para que posteriormente fossem enviadas à Ucrânia com o objetivo de auxiliar na defesa do país durante o conflito com a Rússia.

A oferta da Polônia, feita na terça-feira (8), era muito arriscada, segundo o porta-voz do Pentágono, John Kirby, já que os EUA e a OTAN procuram evitar um conflito direto entre a aliança e a Rússia.

Os serviços de Inteligência dos EUA acreditam que a transferência desses aviões de combate “poderia levar a uma significativa reação russa, que aumentaria a perspectiva de uma escalada militar com a Otan”, afirmou Kirby durante uma coletiva de imprensa. “Portanto, também avaliamos que a transferência dos Mig-29s à Ucrânia representaria um alto risco”, disse.


Porta-voz do Pentágono, John Kirby, em coletiva de imprensa no dia 9 de março de 2022. (Foto: Reprodução/O Globo)


Além disso, Kirby afirmou que os EUA consideram que os caças “representariam um aumento de capacidade muito pequeno e um risco muito grande” e que seriam uma “irritação à Rússia”.

Contudo, ele se mostrou grato ao esforço da Polônia, em nome dos Estados Unidos, e disse que os EUA apoiam o fornecimento de outros tipos de armas.

Anteriormente, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia pedido uma decisão “rápida” dos países ocidentais sobre a proposta polonesa e solicitou às nações que enviassem seus aviões. No mesmo dia, o governo russo alertou que tal medida criaria um “cenário potencialmente perigoso”.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, descartou de forma clara a possibilidade de as aeronaves serem enviadas à Ucrânia através da Alemanha. E afirmou, em uma coletiva com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que a Alemanha forneceu todos os tipos de equipamentos de defesa para a Ucrânia.

Na coletiva com Scholz, Trudeau disse que seu país está enviando à Ucrânia mais de 50 milhões de dólares canadenses (equivalente a 195 milhões de reais) em equipamentos, incluindo câmeras usadas em drones. E afirmou: “ queremos reduzir o conflito”.

 

 

Foto Destaque: Caça Mig-29 de fabricação russa. Reprodução/ Poder Aéreo.

Reunião entre ministros termina sem progresso para um cessar-fogo no conflito Rússia X Ucrânia

Nesta quinta-feira (10), pela manhã, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, se encontraram em Antália, na Turquia, para discutir o atual conflito entre os países que perdura pelo 15° dia. A reunião durou cerca de uma hora e meia.

Segundo o chanceler ucraniano, não houve progresso no encontro para se chegar a um cessar-fogo.

Mencionamos um cessar-fogo, mas não houve avanços nesse sentido“, disse Kuleba à imprensa após o encontro.

Dmytro Kuleba afirmou que não foi fácil ouvir Lavrov durante a runião. Segundo ele, a lista de demandas do ministro russo é, na prática, uma exigência de rendição, mas afirmou que a Ucrânia não vai se render.


Os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba (de costas), e da Rússia, Sergei Lavrov, reúnem-se na cidade turca de Antalya no dia 10 de março de 2022 para discutir a guerra na Ucrânia. (Foto: Cem Ozdel/Ministério das Relações Exteriores da Turquia/AFP)


O ministro russo seguiu com sua retórica tradicional durante o encontro, segundo Kuleba. Para o ministro ucraniano, a narrativa de Sergey Lavrov é que os russos vão continuar com as agressões até que a Ucrânia atenda essas demandas.

Kuleba afirmou ainda que a situação mais difícil no momento é na cidade de Mariupol, no sul do país, onde há acusações de bombardeio russo a um hospital infantil e maternidade. O ministro ucraniano dissse que ele pediu um corredor humanitário na cidade, mas Lavrov não se comprometeu.

Nós não atacamos a Ucrânia. Criou-se uma situação que era uma ameaça para Moscou, fizemos vários apelos, mas ninguém nos escutou“, declarou o ministro russo. Segundo Lavrov, a “operação especial“, como os russo classificam a invasão, está seguindo os planos, e o objetivo da Rússia é que a Ucrânia seja “neutra“.

O chanceler russo disse que a reunião serviu para confirmar que a Rússia “não tem alternativas” e ainda salientou que encontros como o desta quinta-feira “não podem ser usados para substituir as negociações principais” em Belarus, onde já ocorreram três rodadas de conversas com pouco avanço.


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de reunião na Turquia, para discutir opções para o fim da guerra em território ucraniano (Foto: CEM OZDEL/Ministério das Relações Exteriores da Turquia/via AFP Photo)


Já houve três reuniões de comitivas dos dois países desde o começo da invasão da Ucrânia pela Rússia, há duas semanas, que também terminaram sem acordo. Mas, pela primeira vez desde a invasão, dirigentes de alto-escalão dos dois países se encontram cara a cara.

Lavrov está na Turquia para este encontro desde quarta-feira (9), já Kuleba chegou ao país no dia seguinte. A reunião foi organizada pelos governos da Turquia e Israel, com o objetivo de alcançar um acordo para o fim da guerra.

O ministro da Ucrânia afirmou estar pronto para outros encontros nesse formato. 

 

Foto Destaque: Reunião entre ministros da Rússia e Ucrania termina sem acordo. Reprodução/Isto É.

Rússia alega que acusações de bombardeio em maternidade são fake news

Nesta quarta-feira (9), o representante da delegação russa na ONU, Dmitry Polyanskiy, afirmou que a notícia de ataque russo ao hospital infantil da cidade de Mariupol, na Ucrânia, é falsa.

Segundo Polyanskiy, o hospital já havia sido invadido e transformado em objeto militar por radicais ucranianos. Ele ainda afirmou ser “perturbador” que a informação tenha sido divulgada sem verificação, e disse que é assim que nascem as fake news.

A alegação de Polyanskiy foi publicada em sua rede social como uma resposta a publicação do secretário geral da ONU, António Guterres, onde o secretário afirmou: “O ataque de hoje a um hospital em Mariupol, na Ucrânia, onde estão localizadas as maternidades e as alas infantis, é horrível. Os civis estão pagando o preço mais alto por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Essa violência sem sentido deve parar. Acabe com o derramamento de sangue agora”.


Post do representante da Rússia (Foto: Reprodução/Instagram) 


Anteriormente, na mesmo dia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as tropas russas haviam “passado dos limites” ao atacar um hospital infantil e maternidade de Mariupol e afirmou que 17 pessoas ficaram feridas, de acordo com a Câmara Municipal de Mariupol.

Em um vídeo no seu canal do Telegrama, o líder ucraniano pediu que a comunidade europeia condenasse os “crimes de guerra da Rússia”.


Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em pronunciamento em 9 de março de 2022. (Foto: Reprodução/Telegram/Zelensky)


“Europeus, vocês não podem dizer que não viram o que aconteceu com os ucranianos… Vocês viram, vocês sabem, então vocês devem fortalecer as sanções contra a Rússia para que ela não tenha mais a oportunidade de continuar esse genocídio”, disse Zelensky.

A chefe das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, disse em comunicado que ficou “horrorizada” com os relatos do ataque.

“Estou horrorizada com os relatos do ataque em Mariupol, na Ucrânia, reportado hoje – um ataque que teria deixado crianças pequenas e mulheres em trabalho de parto soterradas sob os escombros de prédios destruídos. Ainda não sabemos o numero de vítimas, mas tememos o pior”, escreveu.

Ela ainda atualizou as estimativas do Unicef de que pelo menos 37 crianças morreram e 50 ficaram feridas em duas semanas de conflito.

Segundo o Fundo, mais de 1 milhão de crianças deixaram a Ucrânia.

De acordo com o governo ucraniano, cerca de 1.200 moradores da cidade de Mariupol morreram desde o começo da invasão, em 24 de fevereiro.

 

Foto Destaque: Ucrânia acusa russos de atacarem hospital infantil em Mariupol. Reprodução/G1.

Anvisa recomenda flexibilização das regras sanitárias para entrada de pessoas vindas da Ucrânia

Nesta quinta-feira (3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomendou à Casa Civil da Presidência da República a flexibilização das condições de entrada no Brasil para as pessoas que retornam da Ucrânia, em voos de repatriação ou por outros meios.

A Anvisa diz reconhecer o “estado de guerra em curso” na Ucrânia e que nesse cenário “a prioridade máxima deve se voltar ao acolhimento e ao resgate imediato das pessoas provenientes das regiões de conflito”.

De acordo com as informações divulgadas, a Agência prevê que para facilitar o resgate dos viajantes vindos das áreas de conflito será preciso tornar flexível algumas determinações para a entrada no país, como dispensar as exigências de comprovação de vacinação, testagem pré-embarque e preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV).


 Anvisa recomenda flexibilizar medidas sanitárias de voos para quem retorna da Ucrânia. (Foto: Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil)


“Medidas de contenção e de mitigação de danos à saúde dos viajantes nessas condições podem ser adotadas, contudo, a compreensão mais ampla é de que as pessoas oriundas da região sejam prontamente acolhidas e resgatadas sem a imposição das restrições sanitárias habituais, visando a manutenção da vida”, afirmou a Agência.

Contudo, a Anvisa aprova que devem ser mantidas as medidas preventivas e de proteção contra o Coronavírus, como:

Para os voos de repatriação – o uso de máscaras, que a tripulação esteja com o esquema vacinal completo contra a Covid-19, a realização de quarentena dos não vacinados no seu destino final, além de, em caso do passageiro apresentar sintomas durante o voo ou teste positivo, que ele seja acomodado o mais distante possível das outras pessoas e que os viajantes sigam as orientações dos órgãos de saúde da localidade de destino.

Para voos convencionais – realização de quarentena pelos não vacinados na cidade de destino final, preenchimento da DSV, quando possível, e uso de máscaras e que os viajantes sigam as orientações dos órgãos de saúde da localidade de destino.

Além disso, também é recomendado que a testagem de detecção do Sars-Cov-2 seja feita sempre que possível mesmo que não sendo obrigatória.

 

 

Foto Destaque: Um homem abraça sua filha antes que ela embarque em um trem de evacuação na estação principal de Kiev, capital da Ucrânia. Reprodução/AFP

Boris Johnson e Bolsonaro conversam por telefone e concordam em pedir cessar-fogo na Ucrânia

O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), tiveram uma conversa por telefone nesta quinta-feira (3), para discutir a guerra na Ucrânia, que já dura nove dias até hoje.

De acordo com o porta-voz do gabinete de Johnson, Downing Street, os dois líderes “concordaram em pedir um urgente cessar-fogo e que a paz deve prevalecer”. O Palácio do Planalto não comentou sobre o telefonema até esta última atualização.

Boris Johnson também reforçou a Bolsonaro que as ações das forças russas contra a Ucrânia são “repugnantes” e que o mundo não pode permitir o êxito dessas agressões.

O primeiro-ministro ainda afirmou a Bolsonaro na ligação, segundo o governo britânico, que o Brasil foi um aliado “vital” durante a Segunda Guerra Mundial e que, novamente, a voz do presidente brasileiro se mostra “crucial” nesse momento de crise. “O Reino Unido e o Brasil precisam cobrar o fim da violência”, acrescentou o premiê.


Presidente Jair Bolsonaro e o premiê do Reino Unido, Boris Johnson. (Foto: Reprodução/Flickr Palácio do Planalto)


Ambos os líderes concordaram sobre a importância da “estabilidade global”, e Boris Johnson ainda afirmou que espera trabalhar em cooperação com Bolsonaro em questões bilaterais chaves, como segurança e comércio.

Anteriormente, o presidente Jair Bolsonaro havia declarado “neutralidade” em relação ao conflito Rússia X Ucrânia em outros depoimentos e entrevistas. Contudo, na quarta-feira (2), o Brasil votou em condenação a invasão russa à Ucrânia, na sessão extraordinária da Assembleia-Geral das Nações Unidas, assim como outros 141 países. – Os países que votaram contra foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China se absteve.

Essa votação da resolução da Assembleia-Geral é não vinculante, ou seja, os países não são obrigados a fazer nada. Sua importância política está apenas em mostrar como a maioria dos países vê a invasão promovida pela Rússia.

 

Foto Destaque: Bolsonaro e Johnson em reunião em Nova York (arquivo). Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto

Rússia ataca a maior usina nuclear da Europa

A Rússia incendiou a maior usina nuclear da Europa, a central nuclear de Zaporizhzhia, no sudoeste da Ucrânia, nas primeiras horas desta sexta-feira (4), no horário ucraniano (cerca de 21h desta quinta-feira, 3, no horário de Brasília). Hoje a invasão russa ao território ucraniano chega ao 9° dia consecutivo.

Segundo o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia, o incêndio começou em um prédio de treinamento na área externa do complexo do reator principal.


Usina nuclear de Chernobyl. (Foto: Reprodução/Exame)


Apesar da preocupação inicial e dos primeiros rumores, não foi registrado aumento de radioatividade no local onde a usina está instalada, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, em português).

Em sua rede social, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou imagens que registraram o momento do ataque de sinalizadores à unidade de Zaporizhzhia.

Confira no vídeo abaixo:



O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, acusou a força militar russa de atirar “de todos os lados”, incluindo contra os bombeiros que tentavam controlar o incêndio. Segundo afirmações do ministério da Energia da Ucrânia, após o inicio do incêndio, os bombeiros estavam sendo atrapalhados de controlar o fogo devido ao ataque de tropas russas.

Em uma publicação no Twitter, o ministro Kuleba disse ainda que a radiação na usina é “normal”, mas, caso haja uma explosão o impacto, seria dez vezes maior que o desastre de Chernobyl.

O acidente de 1986, em Chernobyl, ao qual Kuleba se referiu, é considerado o pior desastre nuclear da história, onde foram mortos trinta e um trabalhadores da usina e bombeiros, além de outros milhares que mais tarde sucumbiram a doenças relacionadas à radiação, como o câncer.

Anteriormente, as autoridades ucranianas informaram que a força militar russa tentava intensamente tomar a usina de Zaporizhzhia e que invadiram a cidade vizinha, Energodar, com tangues de guerra. A Agência Internacional de Energia Atômica havia divulgado um comunicado alertando que as tropas russas estavam se aproximando da área da central nuclear e afirmou que qualquer combate próximo à usina poderia ser desastroso.

A mesma Agência, ligada às Nações Unidas, pediu que as tropas russas e ucranianas deixem de combater na área próxima à usina e afirmou que está em contato com autoridades ucranianas para analisar a atual situação.

 

 

Com informações da Reuters.

Foto Destaque: Registro do ataque de sinalizadores a usina nuclear de Zaporizhzhia, na noite desta quinta-feira (3), no horário de Brasília. Reprodução/You Tube/ Poder360.

Pesquisa liderada por brasileira mostra como as mulheres foram mais afetadas pela pandemia

O artigo foi publicado pela revista científica The Lancet nesta quarta-feira (2). Liderada pela doutora brasileira Luísa Sorio Flor da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, a pesquisa aponta os efeitos da pandemia de COVID-19 na igualdade de gênero nos indicadores de saúde, sociais e econômicos.  

Os cientistas analisaram dados de 193 países, no período de março de 2020 a setembro de 2021.

Este estudo fornece a primeira evidência global abrangente sobre disparidades de gênero para uma ampla gama de indicadores de saúde, sociais e econômicos durante a pandemia. As evidências sugerem que a Covid-19 tendeu a exacerbar as disparidades sociais e econômicas existentes anteriormente, em vez de criar novas desigualdades”, afirmou a autora sênior Emmanuela Gakidou, da mesma universidade.

Uma das principais conclusões da pesquisa é de que, desde o início da pandemia, as taxas de perda de emprego têm sido significativamente mais altas entre as mulheres do que entre os homens e com uma tendência de queda constante.

Em setembro de 2021, 26% das mulheres e 20% dos homens relataram perda de emprego durante a pandemia.

Segundo avaliou Luísa Flor, esse impacto foi maior entre as mulheres em alguns países porque “elas tendem a ser empregadas desproporcionalmente em setores mais atingidos pela Covid-19, como a indústria hoteleira ou como trabalhadoras domésticas”.

A perda de renda também foi muito prevalente, relatada por 58,4% dos entrevistados. Embora as taxas gerais fossem muito semelhantes entre mulheres e homens, as diferenças de gênero na perda de renda variaram entre as regiões.

Também concluiu-se que, em todas as regiões, as mulheres foram mais propensas do que os homens a relatar que precisaram abrir mão de um emprego remunerado para cuidar de outras pessoas.

A pesquisa mostrou que a disparidade aumentou ao longo do tempo. Em março de 2020, a cada 1 homem no mundo que disse ter precisado abrir mão do emprego para cuidar de alguém, esse número para as mulheres era 1,8. Em setembro de 2021, a disparidade aumentou para 2,4.

As maiores diferenças de gênero foram observadas em países de alta renda, as mulheres foram 1,1 vez mais propensas a relatar que tiveram que cuidar de outras pessoas. Na Europa Central, na Europa Oriental na Ásia Central, as mulheres tiveram 1,22 vez mais chance de relatar aumento no trabalho doméstico.

Outra conclusão a que chegaram os pesquisadores é de que há menos meninas nas escolas.

Os dados sobre os impactos da pandemia de COVID-19 na escolaridade foram coletados apenas por uma fonte multinacional. No geral, os entrevistados (normalmente um pai) relataram que 6,0% dos alunos abandonaram a escola durante a pandemia de COVID-19.


Menina em sala de aula. (Foto: Repeodução/AFP)


As mulheres e meninas eram 1,21 vezes mais propensas do que os homens e os rapazes a abandonar a escola.

As maiores diferenças de gênero foram observadas na Europa Central, Europa Oriental e Ásia Central, onde quatro vezes mais mulheres do que homens abandonaram a educação.

Entre os alunos que tiveram aulas on-line, apenas 50,4% dos entrevistados relataram ter acesso adequado às tecnologias de aprendizagem virtuais. Já, alunas do sexo feminino tinham 1,11 vez mais probabilidade de relatar um bom acesso do que os alunos do sexo masculino.

Além de tudo isso foi também percebido um aumento na violência de gênero.

No geral, 54% das mulheres e 44% dos homens relataram achar que a violência de gênero aumentou em sua comunidade durante a pandemia. As taxas mais altas foram relatadas por mulheres na América Latina e no Caribe (62%), países de alta renda (60%) e na África Subsaariana (57%).

Segundo os cientistas a pandemia não pode reverter os avanços já conquistados na igualdade de gênero.

Não podemos deixar que as consequências sociais e econômicas da pandemia continuem na era pós-Covid. Ações devem ser tomadas agora para não apenas reverter as disparidades atuais, mas para fechar ainda mais as lacunas presentes antes do início da pandemia”, argumentou Luísa Flor.

Quanto mais avançarmos nessa pandemia, mais sentimos que as desigualdades exacerbadas só vão piorar, e que qualquer progresso pré-pandemia em direção à igualdade de gênero será revertido. Esperamos que esses dados reforcem a necessidade de os tomadores de decisão agirem antes que seja tarde demais“, comentaram, sobre o estudo, a cientista Rosemary Morgan, da Universidade Johns Hopkins, e mais alguns colegas. Ambos não participaram do artigo científico.

 

Foto Destaque: Mulheres usam máscaras de proteção em fila de espera para receber suprimentos alimentares durante distribuição para pessoas necessitadas, em Dacar, Senegal, no dia 28 de abril de 2020. Reprodução/ Zohra Bensemra/Reuters.

‘Vai ter alta nos preços dos alimentos’ no Brasil, como efeito da Guerra, segundo a ministra da agricultura

A ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2), que terá uma alta nos preços dos alimentos no Brasil conforme o andamento da guerra no leste europeu.

Se o (preço do) pãozinho vai subir? Hoje o preço do trigo disparou. Não é o mais alto dos últimos anos, mas o valor foi às alturas na Bolsa de Chicago. Preço [quem faz] é o mercado. O trigo subiu nas alturas porque a Ucrânia é um grande produtor. A soja também já subiu e agora está caindo, o milho também. Hoje o mundo é globalizado. Nos preços [dos alimentos] a gente acha que terá uma alta. Vai depender do momento”, disse Tereza Cristina.

Em todo o mundo, os valores dos alimentos estão aumentando porque a Rússia e a Ucrânia são grandes fornecedores globais de grãos.


O impacto negativo da guerra no custo de produção agrícola, consequentemente, afeta também os preços dos alimentos para o consumidor. (Foto: Reprodução/Pixabay)


Se a guerra durar mais tempo, as consequências serão maiores. Esperamos bom senso e que essa guerra acabe rapidamente”, afirmou a ministra da agricultura.

A escalada da tensão geopolítica também já afeta o preço dos fertilizantes no agronegócio brasileiro, por ser um produto forte na região. Segundo as afirmações da ministra, o setor privado confirmou “estoque de passagem para chegar até a próxima safra, em outubro“. Para evitar a escassez do produto, o governo brasileiro tem discutido sobre aumentar a importação de países como Canadá e Irã.

Contudo, Tereza Cristina afirma que ainda é muito cedo para “pregar catástrofe, ou dificuldade ou facilidade”. E diz que o que deve ser feito são ações imediatas para ter o “mínimo de dano possível. Não só no preço, mas também no abastecimento”. E continuou sua fala afirmando que o Brasil não terá problemas, em relação ao abastecimento, pelo tamanho da agricultura brasileira e por suas novas tecnologias.

Existe uma série de tecnologias, menos fertilizantes, tudo isso vai ser colocado, temos que ter calma, equilíbrio, a agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, mas temos que dar alternativas e condições para continuar trabalhando“, afirmou a ministra.

 

Foto Destaque: Tereza Cristina. Reprodução/Pablo Jacob/Agência O Globo.

Macron afirma que Putin “/escolheu a guerra quando ainda era possível negociar a paz”/

Na madrugada desta sexta-feira (25), no horário local, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, escolheu de forma “deliberada e consciente” iniciar a guerra “quando ainda era possível negociar a paz“. Macron se referiu a uma conversa que teve com Putin, por telefone, pedindo o fim do conflito com a Ucrânia.

Tive uma conversa franca, direta e muito rápida com o presidente Putin, a pedido do presidente [ucraniano] Zelensky, para primeiro pedir-lhe que parasse o combate o mais rápido possível e, especialmente, que se propusesse a discutir com o presidente Zelensky. Foi este o meu pedido, ao qual ele não atendeu“, disse Macron.


Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, se reunem em Moscou em 7 de fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução/ montagem g1)


Essa conversa não teve efeito. Vocês podem ver, uma vez que o Presidente russo escolheu a guerra”, lamentou o presidente da França. “Mas penso que é minha responsabilidade, em primeiro lugar, tomar tais iniciativas, quando são solicitadas pela Ucrânia e, depois, condenando, sancionando, continuando a agir, mas mantendo um caminho aberto para que, no dia em que as condições sejam cumpridas, possamos obter um cessar-fogo para os ucranianos“, continuou.

A conversa aconteceu na noite da última quinta-feira (24), antes de uma reunião com líderes da União Europeia, e a pedido do presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky. Ao telefone, além de Macron pedir a interrupção imediata das ações militares na Ucrânia, ele avisou ao presidente russo que seu país estaria sujeito a “enormes sanções”.

Segundo o governo russo, que também divulgou uma nota sobre a ligação, Putin ofereceu uma “exaustiva explicação” sobre as razões que levaram a Rússia a iniciar a operação contra a Ucrânia. A nota também informou que Macron e Putin concordaram em manter contato.

 

 

Foto Destaque: O presidente da França, Emmanuel Macron, em discurso nesta sexta-feira (25). Reprodução/Eropea Commission.

Repórter testemunhou as primeiras explosões de ataques russos à Kiev em transmissão ao vivo. Veja o vídeo:

O repórter Matthew Chance, correspondente da CNN Internacional em Kiev, na Ucrânia, se assustou ao ouvir o barulho das primeiras explosões do ataque russo à Ucrânia, enquanto fazia uma entrada ao vivo direto do topo de um hotel na capital ucraniana.

O relógio na tela indicava que eram 5h10 da manhã no horário local. O estrondo das explosões vinha de um ataque de mísseis da Rússia ao país. E, apesar de o bombardeio ter ocorrido distante de Kiev, pode ser ouvido claramente.  

O jornalista ficou obviamente assustado com o que presenciou e não pode esconder a apreensão.  

Acabei de ouvir uma grande explosão bem aqui atrás de mim. Eu nunca ouvi nada parecido”, falou Chance ao âncora, que conseguiu contar entre sete e oito explosões naquele momento.

Confira a reprodução da transmissão:



Há grandes explosões acontecendo. Não posso vê-las ou explicar o que são. Mas vou dizer-lhe que os EUA avisaram as autoridades ucranianas que poderia haver ataques aéreos e terrestres também em todo o país, incluindo a capital. Não sei se é isso que está ocorrendo agora, mas é uma coincidência notável que as explosões venham poucos minutos depois de Putin fazer seu discurso“, explicou Chance.

Mediante a tensão o repórter decidiu colocar os equipamentos de segurança disponíveis – um colete à prova de balas e um capacete, pois, ainda não se podia saber o que estava por vir.   


Correspondente da CNN se protege após as primeiras explosões na Ucrânia, nessa madrugada. (Foto: Reprodução/Twitter)


Logo, o jornalista concluiu que as explosões de fato indicavam uma ação militar russa, dizendo que a capital da Ucrânia há semanas estava absolutamente silenciosa, até então.

“Esta é a primeira vez que ouvimos alguma coisa [do tipo]… Tem que ser mais do que apenas uma coincidência”, afirmou Chance. “Estava tão tranquilo na Ucrânia esta noite até aquelas explosões“, continuou. “O que pensávamos ser impensável até algumas horas atrás, agora está em andamento“, lamentou o jornalista.

 

Foto Destaque: Repórter Matthew Chance, correspondente da CNN. Reprodução/Twitter.