Metroviários de SP podem entrar em greve nesta terça-feira

Funcionários do metrô de São Paulo estão cogitando greve em protesto a privatização dos transportes públicos. “Diferente do que o governo diz, não economiza dinheiro do Estado”, afirma a presidente do Sindicato dos Metroviários.

14 ago, 2023

Os funcionários do metrô de São Paulo irão se reunir em uma assembleia hoje (14) às 18h30 para decidir se entrarão em greve na terça-feira (15). De acordo com o Sindicato dos Metroviários, o ato seria feito para reivindicar a privatização das linhas de metrô e trem, além da terceirização da manutenção da Linha 15.

Reinvindicações dos funcionários

A possível greve dos metroviários acontece em manifestação ao edital que prevê a privatização dos metrôs e trens. Os funcionários desaprovam esta ação do governo de Tarcísio de Freitas, pois argumentam que – diferente do que o governador afirma – a desestatização aumentou os custos dos transportes públicos, além precarizar o serviço.

“Diferente do que o governo diz, não economiza dinheiro do Estado, ao contrário, tem mais gasto porque esses contratos têm garantia de lucro por 30 anos. Além disso, preveem a existência de uma câmara de compensação que permite a retirada de dinheiro do metrô público e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pública para colocar nessas empresas privadas”, afirma a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.

Lisboa ainda citou como exemplo as Linhas 8 e 9, comandadas pela Via Mobilidade. Estas linhas, segundo a Folha de São Paulo, chegaram a apresentar em torno de 166 falhas, somente no primeiro ano da privatização.


Trem da Linha 8 descarrilhou em março deste ano.

Trem da Linha 8 descarrilhou em março deste ano. (Foto: Reprodução/William Moreira/Folhapress.)


Os metroviários também protestam contra a terceirização dos serviços de manutenção da Linha 15 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Multa e condições

Apesar de uma possível paralisação, os funcionários do metrô concordaram em trabalhar normalmente, contanto que as catracas sejam liberadas para o uso gratuitos dos transportes.

De acordo com decisão da desembargadora Ivani Contini Bramante, do Tribunal Regional do %Trabalho da 2.ª Região (TRT-2), os metroviários devem manter 70% dos serviços nos horários de pico e 30% nos outros períodos. Caso a ordem não seja cumprida, o Sindicato dos Metroviários deverá pagar multa de R$ 100 mil.

Foto destaque: Trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil. 

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