Master tem liquidação avançada após decisão do Banco Central
Banco Master inicia apuração de ativos e pagamentos pelo FGC, credores acima do limite garantido terão de aguardar os próximos desdobramentos
IO Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e iniciou um processo que deve se estender por meses, envolvendo levantamento detalhado de ativos, definição da lista de credores e pagamentos por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
A medida interrompe de vez as operações da instituição, marca o início de um período de fiscalização intensa e reorganiza o caminho para o encerramento definitivo das atividades.
BC nomeia responsável por liquidação
Com a intervenção, o BC nomeou a EFB Regimes Especiais como liquidante, responsável por administrar a massa falida, proteger o interesse dos credores e verificar a situação financeira real da instituição. A empresa assume funções administrativas, jurídicas e operacionais do banco para garantir que nenhuma etapa seja comprometida.
O Regime de Administração Especial Temporária (RAET) também foi instaurado em outras partes do conglomerado, permitindo que algumas operações sejam mantidas enquanto o restante do processo avança.
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Banco Master (Foto: reprodução/Instagram/@bancomaster)
Clientes serão protegidos pelo FGC
Os clientes com valores de até R$ 250 mil terão direito ao ressarcimento por meio do FGC. Para isso, precisam realizar cadastro no aplicativo oficial e aguardar a validação dos dados pelo liquidante, que confirma o saldo e autoriza o pagamento. Esse processo tende a ser mais rápido, já que depende apenas da compatibilidade de informações.
Já investidores com valores acima do limite garantido entram na lista geral de credores do banco e poderão ser ressarcidos somente após o levantamento completo dos ativos. Em casos de disputas, a solução pode envolver negociações administrativas ou até ações judiciais, tornando o processo mais lento e incerto.
Liquidez vem após investigação da PF
A liquidação foi decretada após o avanço de investigações sobre a gestão da instituição e a prisão do fundador, Daniel Vorcaro. O BC identificou deterioração de liquidez e fortes indícios de irregularidades, o que eliminou a possibilidade de recuperação interna e levou à intervenção direta.
Negociações anteriores de venda — como a tratativa envolvendo o BRB — já haviam levantado dúvidas sobre a capacidade do banco de honrar seus compromissos. Com a decisão de liquidação, qualquer operação de compra perde validade e dá lugar à reorganização completa do passivo.
Processo ainda deve demorar a ser concluído
Agora, o liquidante deverá identificar os bens disponíveis, avaliar créditos a receber, negociar ativos e definir a ordem de pagamento dos credores, seguindo a legislação vigente. Parte desses ativos poderá ser vendida para empresas especializadas, especialmente itens considerados de difícil recuperação.
O processo pode se estender por anos, dependendo do volume de dívidas, da complexidade dos contratos e da viabilidade de transformar ativos problemáticos em recursos reais. A liquidação do Master também se torna um marco no mercado financeiro, reacendendo discussões sobre supervisão, risco bancário e proteção ao investidor em períodos de instabilidade.
