McQueen revisita sua rebeldia e redefine o sexy em Paris

Na passarela de Paris, Seán McGirr revive o espírito provocador da McQueen com franjas, couro e cinturas baixas que celebram a ousadia e a vulnerabilidade

07 out, 2025
McQueen apresentou seu verão 2026 | Reprodução/Instagram/@catwalkmodelsss
McQueen apresentou seu verão 2026 | Reprodução/Instagram/@catwalkmodelsss

A Alexander McQueen apresentou seu verão 2026 neste domingo (05), durante a Paris Fashion Week, e confirmou: Seán McGirr não teme o desconforto. Em seu segundo desfile à frente da grife britânica, o diretor criativo mergulhou nas raízes provocativas da marca e trouxe de volta a sensualidade áspera, quase agressiva, que sempre foi marca registrada de seu fundador.

Na passarela, corpos expostos, cinturas ultrabaixas e transparências desafiaram convenções. O couro apareceu desconstruído, o tule ganhou aspecto destruído, e as franjas, em tiras de tecido e cordas, criaram movimento e tensão. A coleção, que flerta com o erotismo e a vulnerabilidade, revisita ícones da McQueen dos anos 1990, especialmente a polêmica “Highland Rape”  sem cair na simples nostalgia.

A cintura baixa volta com nova atitude

McGirr explorou a silhueta de forma quase anatômica: saias e calças que revelam o quadril, vestidos colados ao corpo e tops que mais sugerem do que cobrem. A chamada “cintura cofrinho”, um dos temas mais comentados do desfile, se tornou metáfora de ousadia, um gesto de exposição e poder.


Modelo em desfile McQueen (Foto: reprodução/Instagram/@catwalkmodelsss)

A cartela de cores oscilou entre o vermelho intenso, o preto e o branco, com texturas que remetem à pele, ao sangue e ao metal. O contraste entre o artesanal e o industrial se fez presente: flores tridimensionais conviviam com zíperes aparentes e tecidos rasgados. Era como se cada look trouxesse uma história de resistência e reconstrução.

Entre fragilidade e força

Ao lado da provocação visual, o desfile também abordou um diálogo contemporâneo sobre identidade e corporeidade. As modelos, diversas em forma e presença, desfilavam com um ar de desafio silencioso, uma espécie de manifesto visual que coloca a vulnerabilidade como força.


Modelo em desfile McQueen (Foto: reprodução/Instagram/@catwalkmodelsss)

Seán McGirr, ao reinterpretar o legado de Lee Alexander McQueen, demonstra que entende o espírito da casa: a beleza que nasce do caos. E, nesta temporada, o caos veste franjas, couro e coragem. Sua abordagem é menos sobre provocar choque gratuito e mais sobre provocar reflexão  sobre o que o corpo pode comunicar quando é libertado das regras de proporção, pudor e forma.

Matéria do portal InMagazine por Jullya Rocha.

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