Antídoto contra intoxicação por metanol será enviado dos EUA, afirma Padilha
Brasil receberá 2,5 mil ampolas de Fomepizol e 100 frascos doados pelo fabricante, para distribuição aos centros toxicológicos devido ao aumento de casos

O Brasil deve receber nesta semana uma remessa de Fomepizol, antídoto usado no tratamento de intoxicações por metanol. O medicamento, considerado referência internacional, será importado em caráter emergencial, já que ainda não possui registro no país. A carga, enviada pelos Estados Unidos, inclui 2.500 ampolas adquiridas pelo Ministério da Saúde e outras 100 doadas pelo fabricante. O material será recebido em um galpão no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e distribuído aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica dos estados.
Importação emergencial
As doses de Fomepizol foram compradas da farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo, por meio de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que possibilitou a aquisição imediata. Segundo o ministro Alexandre Padilha, cada paciente costuma utilizar de duas a quatro ampolas do medicamento. Até agora, o medicamento ainda não teve solicitação de registro no Brasil.
Antídoto para casos de intoxicação por metanol (Foto: reprodução/Matheus Landim/GOVBA)
Ao comentar a evolução dos casos de intoxicação por metanol no Brasil, o ministro Alexandre Padilha informou que, entre domingo e segunda-feira, não houve novas confirmações, com exceção de São Paulo, que ainda não havia atualizado seus dados até as 17h30.
O país registra 16 casos confirmados de intoxicação por metanol: 14 em São Paulo e 2 no Paraná. Segundo o ministro Alexandre Padilha, entre domingo e segunda-feira não houve novas confirmações, com exceção de São Paulo, que ainda não havia atualizado seus dados até as 17h30. Casos suspeitos na Bahia e no Espírito Santo foram descartados no fim de semana.
O que é o Fomepizol?
O Fomepizol é indicado para tratar intoxicações causadas por metanol e etilenoglicol, e integra a lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Reconhecido internacionalmente, o antídoto tem aprovação da FDA agência reguladora dos Estados Unidos desde 1997. É classificado como uma “droga órfã” possui produção limitada e está indisponível na maioria dos países.
O antídoto bloqueia a enzima ADH, impedindo que o metanol se torne tóxico. É aplicado por via intravenosa e não é indicado para grávidas, lactantes ou pessoas com doença renal. O metanol pode permanecer no corpo por até 71 horas.