Primeira mulher é nomeada a liderar Igreja Anglicana
Sarah Mullally faz história ao ser nomeada arcebispa de Canterbury, inaugurando um novo capítulo na tradição da Igreja; Mullally será oficialmente empossada em março de 2026

Igreja Anglicana viveu nesta sexta-feira (3) um marco inédito em sua longa história. Sarah Mullally, de 63 anos, foi nomeada arcebispa de Canterbury, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo em mais de 14 séculos. A escolha, aprovada pelo rei Charles III, coloca-a na principal liderança espiritual da Igreja da Inglaterra, responsável por guiar milhões de fiéis em mais de 160 países.
Mudança histórica e novos desafios
Antes de seguir a vida religiosa, Mullally construiu carreira na enfermagem, chegando a ser diretora nacional de enfermagem do governo britânico. Ordenada sacerdotisa em 2002 e bispa de Londres em 2018, destacou-se por sua postura firme diante de temas delicados e por sua capacidade administrativa. Agora, assume a missão de conduzir uma instituição que enfrenta queda no número de fiéis, críticas por falhas na condução de casos de abuso e tensões internas entre alas conservadoras e liberais.
Em seu primeiro discurso após a nomeação, Sarah destacou o espírito de serviço que guiou toda a sua trajetória: “Ao responder ao chamado de Cristo para este novo ministério, faço-o com o mesmo espírito de servir a Deus e aos outros que sempre me motivou”, afirmou. Ela também ressaltou que seu caminho foi marcado pela escuta: “Em cada etapa da minha jornada, aprendi a ouvir — às pessoas e à inspiração de Deus — para buscar união, esperança e cura.”
Sarah Mullally (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ben Stansall)
Entre tradição e renovação
Mullally será oficialmente empossada em março de 2026, tornando-se a 106ª arcebispa desde Santo Agostinho, enviado de Roma no ano 597. Até lá, prepara-se para liderar uma igreja que busca se manter relevante em meio a uma sociedade cada vez mais secularizada.
Sua nomeação representa mais do que uma simples troca de liderança: é um símbolo de renovação dentro de uma instituição marcada pela tradição, além de um convite a repensar o futuro da fé anglicana diante de novos tempos — e, consequentemente, sob uma nova visão para novas possibilidades.