Prada transforma desfile em manifesto visual na Milão Fashion Week
A grife italiana apresentou uma coleção que rompe com padrões estéticos e aposta em formas mutáveis para oferecer liberdade e protagonismo para quem as veste

Durante o terceiro dia da Semana de Moda de Milão na última quinta-feira (25), a Prada apresentou sua coleção primavera/verão 2026, intitulada Body of Composition, que trouxe para a passarela uma forte crítica estética à rigidez da moda tradicional, explorando cores vibrantes, tecidos contrastantes e silhuetas em constante mudança.
Coleção Primavera/Verão
Com direção criativa da estilista italiana Miuccia Prada e do designer belga Raf Simons, a coleção Body of Composition (corpo de composição) surge na passarela da Milão Fashion Week, como um manifesto visual sobre o vestir, como forma de se expressar. A proposta da marca foi contrariar normas preestabelecidas, apostando em composições visuais que desafiam a simetria e a harmonia clássica. A coleção é marcada por peças em movimento constante, que parecem mudar de forma conforme as modelos se movem. Reafirmando o conceito proposto pela grife, da moda como extensão do corpo e das emoções.
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Coleção primavera/verão 2026, Prada (Foto: reprodução/Instagram/@fashionweek)
A estética da coleção chama a atenção para calças amplas com estrutura de macacão, salopetes em recortes geométricos, saias feitas de patchwork com sobreposição de diferentes tecidos, contrastantes entre si, tops com estrutura solta, luvas coloridas e saltos brancos. As combinações inesperadas e vibrantes de cores que compuseram os looks, muitas vezes não complementares, criaram uma atmosfera que permeava entre o futurístico e o distópico, apontando para uma moda mais livre e menos comprometida com a rigidez visual.
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Desfile da Prada na Milão Fashion Week (Vídeo: reprodução/Instagram/@prada)
Moda como crítica e expressão cultural
Segundo a grife italiana, a coleção é uma resposta direta à “sobrecarga da cultura contemporânea”, uma época marcada por estímulos constantes, aceleração e excesso de informação. Ao desconstruir peças clássicas e reinventá-las, como sutiãs sem estrutura ou saias suspensas nos ombros, a Prada questiona os fundamentos das roupas e seu papel na sociedade.
A proposta de Miuccia e Raf é que as peças possam “flutuar”, mudar e se adaptar ao corpo e ao momento, refletindo as mudanças e transformações internas de cada indivíduo. As roupas apresentadas por eles para a coleção primavera/verão, não é apenas sobre estética, mas também sobre linguagem. Cada composição se transforma em tempo real na passarela, rejeitando a ideia de rigidez e propondo elegância mais fluida, despojada e sobretudo humana.