Louise Trotter estreia na Bottega Veneta com sofisticação e frescor em Milão
Louise Trotter estreia na Bottega Veneta em Milão com coleção que une quiet luxury, alfaiataria moderna e experimentações artesanais

A temporada de Primavera/Verão 2026 da Semana de Moda de Milão marcou um momento histórico para a Bottega Veneta: a estreia de Louise Trotter como diretora criativa da maison italiana. A britânica assume o comando após a saída de Matthieu Blazy e já chega com um recado claro: preservar a herança artesanal da grife enquanto abre espaço para novas interpretações de luxo.
Na passarela, Trotter apresentou um equilíbrio elegante entre tradição e inovação. As referências ao quiet luxury, já consolidadas pela Bottega, ganharam novo fôlego com a aplicação de técnicas artesanais em peças de impacto. O couro intrecciato — assinatura da marca — expandiu-se para jaquetas, calças e trench coats com um caimento surpreendentemente leve, transformando o material rígido em extensão natural do corpo.
Entre o clássico e a experimentação
A alfaiataria, ponto forte do trabalho de Trotter ao longo da carreira, apareceu em proporções modernas: ombros marcados, sobreposições bem construídas e shapes oversized que reforçam a imagem de força e independência feminina. Ao mesmo tempo, a estilista não abriu mão da experimentação: casacos e saias com franjas cintilantes trouxeram dinamismo ao desfile, criando jogos de movimento a cada passo.
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Desfile de estreia da Louise Trotter para a Bottega Veneta (Vídeo: reprodução/Instagram/@ffw)
Os acessórios, sempre protagonistas da Bottega Veneta, mantiveram a tradição com a reinterpretação de modelos icônicos, como a clutch Lauren 1980, agora repaginada em novas texturas. Sandálias intrecciato e tamancos de bico fino completaram os looks, reafirmando a proposta de Trotter de unir usabilidade a sofisticação.
Um novo capítulo para a maison
Ao assumir uma das cadeiras mais disputadas da indústria, Louise Trotter também carrega um símbolo importante: é a única mulher a estrear no circuito de grandes casas europeias nesta temporada. Sua visão, ancorada na vida real e no desejo de criar peças que acompanhem a mulher contemporânea, sinaliza uma Bottega Veneta menos espetacularizada e mais próxima da funcionalidade sofisticada.
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Desfile de estreia da Louise Trotter para a Bottega Veneta (Foto: reprodução/Instagram/@newbottega)
O debut da designer reforça que o futuro da grife italiana deve seguir fiel ao DNA artesanal, mas com a leveza de quem entende que vestir é, antes de tudo, uma experiência de liberdade e autoconfiança. Mais do que apresentar uma coleção, Trotter inaugurou um capítulo que reafirma a Bottega Veneta como uma marca que traduz a tradição em modernidade, equilibrando consistência e frescor. Sua estreia mostrou que o luxo pode ser silencioso e, ao mesmo tempo, profundamente transformador — revelando uma moda que não dita apenas tendências, mas constrói diálogos duradouros entre criação e identidade.