Calvin Klein revela o minimalismo sensual nas ruas de Nova York no verão 2026

Nova coleção para o Verão 2026, apresentada em Nova York sob nova direção criativa, reafirma o DNA da marca ao explorar um minimalismo refinado

16 set, 2025
Calvin Klein em Nova York | Reprodução/Instagram/@calvinklein
Calvin Klein em Nova York | Reprodução/Instagram/@calvinklein

Veronica Leoni assume Calvin Klein com confiança e propõe para o Verão 2026 um desfile que celebra liberdade estética e conforto urbano. Apassionada pelo espírito das ruas de Nova York, ela mescla referências intimistas — como peças de underwear, batas e tecidos translúcidos — com a sobriedade da alfaiataria e o rigor do tailoring. Em determinado momento, o desfile parece sussurrar: vestir-se bem é, antes de tudo, saber revelar e ocultar de forma equilibrada.

No desfile realizado na Brant Foundation, em East Village, Leoni demonstra que conhece o pulsar de Nova York: modelos usando loungewear como robes e casacos oversized subvertem a ideia de “look formal”, enquanto elementos como cintura visível de underwear revelam uma estética que ultrapassa o óbvio. A cartela de cores se mantém clássica — bege, preto, branco —, mas encontra pontos de contraste com tecidos transparentes ou franzidos, mostrando que sensualidade pode residir no quase nada.

 Redefinindo minimalismo com toque sensual

Leoni aposta na simplicidade como principal protagonista, mas não abdica de sutilezas sensuais. Os tecidos translúcidos, os recortes inesperados e as cinturas de underwear à mostra funcionam como pequenas provocações estéticas que alteram completamente o ar austero de algumas peças. Essa sensualidade é discreta, trabalhada em sobreposições ou nas bordas, em vez de ser gritante — uma sexualidade refinada, quase íntima, que convida o olhar mais atento.


O conforto palpável e a estrutura visível define muito do que o verão de 2026 promete ter (Foto: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Por outro lado, o minimalismo da coleção não significa falta de textura ou de movimento. Franjas, peças fluídas ou com leve brilho contrastam com formas mais rígidas e cortes arquitetônicos, criando uma tensão agradável entre o natural despreocupado e o visual pensado. Essa dualidade — entre o conforto palpável e a estrutura visível — define muito do que o verão de 2026 promete ser.

A influência urbana e identitária de Nova York

O desfile reflete claramente o estilo de rua nova-iorquino: oversized, relaxado, prático, mas com personalidade. Casacos duplos, blazers fluídos combinados com calças largas ou jeans – tudo isso remete ao East Village, onde a moda cotidiana conversa com arte e atitude. A marca de Calvin Klein dialoga com essas referências, sem perder seu legado de sobriedade.


Looks que brincam com a underwear como acessório externo que permitem diferentes formas de usar (Foto: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Além disso, há um diálogo explícito com a ideia de identidade fluida. Algumas peças parecem transitórias entre gêneros: cortes que se ajustam tanto ao corpo feminino quanto ao masculino, looks que brincam com a underwear como acessório externo, e camadas sobrepostas que permitem diferentes formas de uso. A liberdade — tanto física quanto simbólica — aparece como palavra-chave.

Materiais, cortes e detalhes que contam histórias

Os materiais escolhidos variam entre couro finamente recortado, tecidos leves e translúcidos, malhas confortáveis e peças que lembram loungewear. Esse mix permite contrastes que enriquecem a coleção — o couro expressa estrutura e força, enquanto os tecidos etéreos evocam leveza e fluidez. Os acabamentos mínimos, como costuras aparentes ou bordados discretos, realçam a atenção aos detalhes.


Cada peças parece pensar não só no visual final (Vídeo: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Nos cortes, Leoni trabalha com assimetrias, proporções deliberadamente desconectadas e sobreposições que acrescentam profundidade ao visual. Os vestidos com alças finas e silhuetas esculpidas convivem com trench coats oversized, robes laser-cut e conjuntos que brincam com transparências. Cada peça parece pensar não só no visual final, mas no movimento, no corpo que veste, no espaço que ocupa.

Calvin Klein, sob o comando de Veronica Leoni, inaugura o Verão 2026 reafirmando que menos pode ser muito — quando bem pensado. O desfile em Nova York mostra que sensualidade não depende de exageros, mas de sutileza, de proporção, de jogo entre revelar e ocultar. Essa coleção conversa com uma mulher (e também com um homem) que quer se vestir com autenticidade, conforto e, ao mesmo tempo, com presença. Mais do que lançar tendências, Leoni define um estado de espírito: vestir-se para si, para o agora, sem precisar gritar.

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