Hytalo Santos e marido são denunciados pelo MP por tráfico de pessoas e exploração sexual infantil

Dupla presa desde agosto foi agora formalmente denunciada pelo MP; o órgão pede R$10 milhões por danos morais coletivos e o caso segue para julgamento

15 set, 2025
Hytalo Santos e Israel Nata | Reprodução/X/@PantojaRobivan
Hytalo Santos e Israel Nata | Reprodução/X/@PantojaRobivan

A denúncia formal contra o influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foi protocolada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) nesta segunda-feira (15/9). O casal, que já estava preso preventivamente desde agosto, é acusado de crimes graves como tráfico de pessoas, produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, e exploração sexual de vulneráveis. A gravidade das acusações levou o MP a solicitar uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$10 milhões.

Investigações e prisão

O caso ganhou notoriedade em agosto de 2025, após o youtuber Felca expor publicamente a sexualização de adolescentes em vídeos de Hytalo Santos. Devido a notoriedade, a investigação que inicialmente era conduzida pelas promotorias de Bayeux e João Pessoa, foi transferida para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

No dia 15 de agosto, a Operação Justiça em Ação, coordenada pela Polícia Civil da Paraíba em parceria com o Departamento de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCAA) do Ministério da Justiça, culminou na prisão de Hytalo e Israel em São Paulo.

Detido, o casal foi transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima Desembargador Sílvio Hall de Oliveira, em João Pessoa, onde permanecem presos.

O Gaeco vinha analisando dados de oito dispositivos eletrônicos apreendidos e concluiu que o esquema criminoso era “estruturado e premeditado”, utilizando as redes sociais para aliciamento e exploração de jovens em situação de vulnerabilidade.


Criança sendo gravada para redes sociais (Foto: reprodução/William WEST/AFP/Getty Images Embed)

Detalhamento da denúncia

A denúncia apresentada à 2ª Vara Mista de Bayeux acusa o casal de três crimes principais, com base no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):

Tráfico de pessoas (art. 149-A do CP): o MP aponta que Hytalo e Israel aliciavam adolescentes e suas famílias com falsas promessas de fama e vantagens materiais, visando controlar suas vidas e sua liberdade para fins de exploração sexual.

Produção de material pornográfico infantil (art. 240 do ECA): a acusação descreve que o casal gerava e monetizava conteúdos sexuais em suas redes, expondo as vítimas em poses e ambientes sexualizados, e até mesmo submetendo-as a procedimentos estéticos e tatuagens com conotações sexuais para produzir o material.

Favorecimento da prostituição ou exploração sexual de vulnerável (art. 218-B do CP): o MPB afirma que o casal incentivava as vítimas a participarem de práticas sexuais com terceiros e as submetiam a tratamentos degradantes, mantendo um controle rígido sobre suas rotinas.

O pedido de indenização

Além da condenação penal, o MPPB pediu uma indenização de R$10 milhões por danos morais coletivos. O valor, segundo o órgão, visa reparar o dano causado à sociedade e à proteção integral da infância e adolescência, servindo também como uma medida pedagógica contra crimes que usam a tecnologia para explorar pessoas em situação de vulnerabilidade.

A defesa do casal, representada pelo advogado Felipe Cassimiro, nega as acusações e reforça a inocência de seus clientes. Eles já protocolaram múltiplos pedidos de liberdade provisória, que ainda aguardam decisão da Justiça.

O caso segue em segredo de justiça, e o Judiciário ainda deve decidir se acatará a denúncia e dará prosseguimento ao processo.

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