Trump ameaça impor mais tarifas a países que taxarem big techs
Presidente diz que medida afetará países que utilizam medidas regulamentares contra os mercados digitais das principais empresas de tecnologia americanas

Na noite da última segunda-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, Truth Social, que irá impor tarifas consideráveis aos países que ataquem as empresas de tecnologia americana.
De acordo com Trump, os mercados digitais tem projetado impostos, legislações e regulamentações que prejudicam ou discriminam a tecnologia americana, além de darem liberdade às empresas de tecnologias chinesas.
Caso os países que possuem este tipo de “ação discriminatória” não removam esta prática, ele irá impor “tarifas adicionais substanciais” às importações e aplicará restrições para a exportação da tecnologia e de chips extremamente protegidos dos EUA.
Ameaça e pressão
A publicação de Donald Trump em tom de ameaça torna a colocar pressão no Reino Unido e na União Europeia, onde ambos possuem regulamentações voltadas para a restrição do poder de grandes empresas de tecnologia como, Google, Meta, Amazon e Apple.
A restrição ao poder destas grandes empresas é feita pela Lei de Serviços Digitais. Recentemente houve um acordo entre estes países e Washington para que houvesse uma piora do tarifaço americano.
O imposto sobre os serviços digitais do Reino Unido é de uma taxa de 2% sobre as receitas da big techs que equivale cerca de 800 milhões de libras anuais, bem semelhante ao aplicado aos outros países da UE como, França, Itália e Espanha.
Trump ameaça mais taxações (Vídeo: reprodução/YouTube/Metropoles)
Já o Brasil está implícito de forma central nessa situação. O governo Lula pretende enviar dois projetos de lei ao Congresso, além de discutir a proposta do deputado Guilherme Boulos ( PSOL-SP) que prevê a criação da Contribuição Social Digital (CSD).
Os projetos de lei são: regulação de conteúdo, onde plataformas que não coibirem crimes, fraudes e golpes sofrerão punições; e de regulação econômica que será voltado para as cinco maiores big techs americanas.
Em resposta a ameaça do presidente americano, Lula se manifestou e disse que “Donald Trump tem agido como se fosse o imperador do mundo” e reafirmou que o Brasil irá seguir com os planos para regulamentar as plataformas digitais visto que empresas estrangeiras devem se adequar à legislação local.
O que isso significa
A comunicação do presidente dos Estados Unidos deixa claro que Washington está pretendendo utilizar os semicondutores tecnológicos e chips como uma espécie de arma para provocar pressão em um momento onde empresas como a Nvidia e a AMD, ambas multinacionais americanas de tecnologia, precisam da liberdade de exportação para se manterem ativas na competitividade mundial.
O tema não surgiu despretensiosamente. A estratégia do governo de Trump faz parte do plano para proteger as grandes empresas americanas na disputas comerciais, como já havia sido aplicadas medidas semelhantes ao Canadá neste ano.