Alexandre de Moraes determina depoimento de Bolsonaro em 48 horas após relatório da PF

Moraes manda Bolsonaro depor em 48h após PF apontar crimes e risco de fuga. Relatório cita pressão ao STF e pedido de asilo à Argentina

21 ago, 2025
Ex-presidente Jair Bolsonaro indiciado por STF | reprodução/Ton Molina/STF)
Ex-presidente Jair Bolsonaro indiciado por STF | reprodução/Ton Molina/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento em até 48 horas, após a Polícia Federal apresentar um relatório que aponta indícios de crimes cometidos por ele e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho. A investigação apura tentativas de interferir no julgamento de uma ação penal no STF relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes destaca a necessidade de esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas, a repetição de condutas ilícitas e a possibilidade de fuga. O pastor Silas Malafaia e o comentarista Paulo Figueiredo também são citados por disseminarem desinformação para desestabilizar instituições brasileiras.


Jair Bolsonaro fala à imprensa em Brasília (Foto: reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed/)

Violações de medidas

Ao analisar o celular de Jair Bolsonaro, foi revelado que o ex-presidente violou medidas que o proibiam de usar redes sociais. Ainda segundo a Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscaram apoio nos Estados Unidos para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, alegando perseguição política. Já Malafaia teria propagado narrativas falsas e incentivado iniciativas contra ministros do STF.


Bolsonaro deixa hospital após exames médicos (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Possibilidade de fuga

A PF também levanta a questão de risco de fuga do ex-presidente, já que em seu celular foi encontrado um documento com pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei. Conversas com o advogado norte-americano Martin de Luca, ligado a Trump Media & Technology Group e à plataforma Rumble, indicam que Bolsonaro discutiu ações judiciais nos EUA contra Moraes, sob a acusação de censura.

A decisão de Moraes reforça a urgência de esclarecer as condutas apontadas, enquanto a PF segue apurando as articulações que, segundo o relatório, visavam comprometer a democracia brasileira. As investigações continuam com foco na proteção das instituições e no combate a práticas ilícitas.

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