Ministério Público prende fundador da Ultrafarma por suspeita de corrupção

Sidney Oliveira da Ultrafarma foi preso em operação do MP-SP por corrupção com auditores da Secretaria da Fazenda nesta terça (12)

12 ago, 2025
Empresário Sidney Oliveira I Reprodução/Guiadafarmacia/Leo Muniz
Empresário Sidney Oliveira I Reprodução/Guiadafarmacia/Leo Muniz

Aparecido Sidney de Oliveira, de 71 anos, fundador da rede de farmácias Ultrafarma nos anos 2000, foi preso na manhã desta terça-feira (12) em São Paulo. Natural de Nova Olímpia, no interior do Paraná, onde nasceu em 15 de novembro de 1953, começou a trabalhar no ramo ainda criança, com 9 anos, fez sucesso com a criação da linha de vitaminas que leva seu nome “Sidney Oliveira”.

O empresário é alvo de uma operação do Ministério Público paulista que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo auditores da Secretaria da Fazenda do Estado. A detenção de Sidney ocorreu em sua residência atual, uma chácara em Santa Isabel, na Grande São Paulo.

Segundo o site da Ultrafarma, os preços competitivos da rede são resultados da atuação direta de seu fundador, Sidney Oliveira, que negocia pessoalmente com fornecedores para garantir acesso aos medicamentos. “Todas as pessoas têm direito a uma vida saudável e cada uma delas está presente em nosso coração”, afirma o texto institucional.

Decisões da Fazenda sob suspeita de beneficiar grandes varejistas

As investigações apontam que o empresário teria pago propina a um auditor da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz) para manipular processos administrativos e facilitar a quitação de débitos tributários da empresa. O esquema, segundo o Ministério Público, era operado por um grupo criminoso estruturado e envolve outras companhias do setor varejista, cujos nomes ainda não foram revelados.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o esquema investigado teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em propinas, favorecendo empresas do setor varejista por meio de decisões fiscais irregulares.

A operação cumpre três mandados de prisão temporária, entre eles, o de um auditor fiscal apontado como o principal articulador do esquema, além de dois empresários que seriam sócios de companhias beneficiadas pelas fraudes.

Os crimes atribuídos aos envolvidos incluem corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A investigação está longe de terminar, e novas ações podem ser deflagradas a qualquer momento.


O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma

Sidney Oliveira é fundador e presidente da Ultrafarma (Foto: Reprodução/Estadão/JoséPatrício)

Auditor fiscal e executivo da Fast Shop são alvos de investigação

O auditor Artur Gomes da Silva Neto, responsável pela fiscalização direta de tributos, também foi preso durante a operação. Segundo nota oficial, a Secretaria da Fazenda do Estado informou que instaurou um processo administrativo para apurar com rigor a conduta do servidor e solicitou formalmente ao Ministério Público o compartilhamento das informações da investigação.

Outro alvo da operação é Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, detido em um apartamento na Zona Norte da capital paulista. A reportagem entrou em contato com a empresa, mas não obteve resposta até o momento.


Pacote de esmeraldas e de dinheiro apreendidos na operação do MP — Foto: Reprodução/TV GloboForam achados pacotes com esmeraldas e muito dinheiro em ação do MP (Foto: Reprodução/TV Globo/G1)

As apreensões evidenciam a dimensão do esquema investigado pelo Ministério Público. Em Alphaville, foram encontrados pacotes de esmeralda e dinheiro vivo. Já em São José dos Campos, um auditor guardava R$ 330 mil, 10 mil dólares e 600 euros. Os valores indicam uma rede de corrupção fiscal altamente articulada. As investigações continuam.

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