Brasil e China alinham posição contra medidas tarifárias dos EUA
Em ligação pedida por Lula, Brasil e China defenderam o papel do G20 e do BRICS, trataram da geopolítica global e reforçaram a importância da cooperação

Brasil e China deram início, nesta segunda-feira (11), a uma nova fase de cooperação estratégica, com foco no desenvolvimento regional, na prevenção de desastres e na ampliação das trocas comerciais, xom atenção especial à Amazônia. A iniciativa marca um passo firme rumo à integração entre os dois países em áreas-chaves para o futuro sustentável.
No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma conversa telefônica com o líder chinês Xi Jinping, em meio às tensões comerciais geradas pelas tarifas dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. O Planalto confirmou o diálogo, que sinaliza o fortalecimento das relações diplomáticas entre Brasil e China diante do atual cenário global.
Lula e Xi Jinping celebram avanços
Em comunicado oficial, o governo destacou que o encontro, com duração de aproximadamente uma hora, tratou das relações bilaterais e do contexto geopolítico global. Segundo a nota, Brasil e China alinharam posições sobre a importância do G20 e do BRICS na promoção do multilateralismo.
Os líderes discutiram a parceria estratégica, celebraram avanços nos programas de desenvolvimento e prometeram ampliar a cooperação em áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, informou o governo.
As tarifas norte-americanas e defesa do multilateralismo estiveram no centro da ligação, segundo a mídia estatal chinesa, Xi disse a Lula que Brasil e China podem ser um exemplo de “autossuficiência” e reforçou que é fundamental que todos os países se unam para enfrentar o unilateralismo e o protecionismo, afirmou a agência Xinhua.
Lula e Xi Jinping estreitam laços em uma nova fase (Foto:Reprodução/Ricardo Stuckert/PR/AgenciaBrasil)
Medidas de reciprocidade visam proteger interesses brasileiros
Nessa segunda-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula enfatizou que o Brasil precisa manter firme sua soberania e mirar alto, mesmo diante de um cenário internacional cada vez mais desafiador.
O tema gera controvérsia, pois empresários brasileiros receiam que a aplicação da Lei de Reciprocidade aumente o custo de produtos importados dos EUA ou cause impactos negativos na economia. Setores econômicos temem que a medida afaste as negociações para reverter as tarifas. Por isso, Lula pediu aos ministérios que avaliem ações pontuais, sem adotar medidas amplas.