Família e equipe de Arlindo Cruz se pronunciam sobre morte do sambista
Comunicado confirma morte do músico e exalta trajetória do cantor, que enfrentava um caso de pneumonia e sequelas decorrentes de um AVC sofrido há oito anos

O cantor Arlindo Cruz, morreu aos 66 anos no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (8). O sambista estava internado há mais de três meses por conta de um quadro de pneumonia, mas já sofria com problemas de saúde em decorrência de um AVC hemorrágico ocorrido em 2017. A família e a equipe do músico se pronunciaram em suas redes sociais, confirmando a morte de Arlindo e agradecendo pelas orações e carinho dos fãs ao longo da trajetória do cantor, considerado um dos maiores sambistas do Brasil.
Nota de falecimento
No texto publicado, a família e a equipe de Arlindo Cruz escreveram:
“Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento. Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho. Sua voz, suas composições e seu sorriso permanecerão vivos na memória e no coração de milhões de admiradores. Agradecemos profundamente todas as mensagens de carinho, orações e gestos de apoio recebidos ao longo de sua trajetória e, especialmente, neste momento de despedida. Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte. Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo.”
Trajetória de Arlindo Cruz
Arlindo Cruz inicia sua jornada na música ainda na infância. Ao ter contato com o samba através de seus pais, que participavam de rodas de samba. Na adolescência, Arlindo vai para Minas Gerais para estudar, mas é quando volta ao Rio de Janeiro que o cantor começa a participar de uma das rodas de samba mais famosas do Brasil, o Cacique de Ramos, onde é apresentado à artistas como Zeca Pagodinho e Jorge Aragão.
Arlindo Cruz, à esquerda, em pé com um banjo, no Cacique de Ramos em 1985 (Foto: reprodução/Antonio Andrade/Agência O Globo)
Nos anos 80, algumas composições do músico foram gravadas por ícones do samba, como Alcione e Beth Carvalho. Arlindo Cruz se consagrou como um grande compositor, possuindo mais de 400 composições suas cantadas por outros artistas. Ainda na década de 80, Arlindo entra para o Fundo de Quintal, por onde permanece por doze anos, e começa sua história como cantor de samba.
Videoclipe de "Meu Lugar" (Vídeo: reprodução/YouTube/Arlindo Cruz)
Em carreira solo, o cantor lançou mais de 20 álbuns e foi indicado a diversos prêmios importantes no mundo da música, como o Grammy Latino. Arlindo também foi responsável por sambas-enredo de Escolas de Samba do Rio de Janeiro, como Império Serrano e Vila Isabel, e sucessos como “Meu Lugar” e “Meu Nome é Favela”. Arlindo Cruz não deixou sua marca somente no cenário do samba, mas deixa uma enorme contribuição à música brasileira.