Casa de criadores celebra afetividade em seu quinto dia

Moda com propósito marcou o quinto dia da Casa de Criadores, com desfiles que uniram identidade, memória, rebeldia estética e consciência ambiental

28 jul, 2025
Desfile do quinto dia da casa de criadores / (Foto:Reprodução/Instagram/@casadecriadores)
Desfile do quinto dia da casa de criadores / (Foto:Reprodução/Instagram/@casadecriadores)

A Casa de Criadores se consolidou como um dos espaços mais potentes da moda brasileira ao valorizar a expressão autoral e a diversidade estética. Mais do que um evento de desfiles, ela se tornou uma plataforma de visibilidade para estilistas que desafiam padrões estabelecidos, trazendo para a passarela discussões urgentes sobre identidade, território, ancestralidade e sustentabilidade. No quinto dia da 56ª edição da Casa de Criadores, realizado no Centro Cultural São Paulo, foi marcado por desfiles que cruzaram moda, identidade e engajamento social.

 

 Nalimo e Beirimbau

A estilista Nalimo abriu a noite com uma coleção que reverencia Chico Mendes e as lutas ambientais da Amazônia. Tecidos como o látex natural e o couro de pirarucu, aliados a silhuetas utilitárias, conectaram saberes ancestrais à sustentabilidade contemporânea. O resultado foi um desfile potente, que propôs um novo olhar para o uso ético e afetivo dos recursos naturais.


Desfile da marca Beirimbau (Foto: reprodução/Instagram/@casadecriadores)

Na sequência, a marca Berimbau mergulhou no universo das quebradeiras de coco babaçu, do Maranhão, para criar uma coleção com forte carga simbólica. A paleta terrosa, os tecidos leves e os volumes orgânicos remetem aos cestos trançados e à força das mulheres que mantêm viva essa tradição. A passarela foi transformada em território de memória, com roupas que valorizam a manualidade e a autonomia das comunidades.

Fkawallyspunkcouture e Le Benites

No segundo bloco de desfiles, a marca Fkawallyspunkcouture levou à passarela uma explosão visual que misturou referências do punk, da cultura árabe e da extravagância dos anos 1970. Com muito dourado, volumes dramáticos e detalhes bordados, a coleção foi marcada por uma teatralidade ousada e uma estética de confrontação. Era como se cada look fosse um grito de independência e um manifesto de estilo.


Deslife da marca Fkawallyspunkcouture (Foto: reprodução/Instagram/@casadecriadores)


Fechando a noite, Le Benites apostou em um desfile poético, inspirado em criaturas fictícias e memórias afetivas. As roupas, com silhuetas suaves e tons neutros pontuados por rosa, evocavam imagens da infância e sentimentos de acolhimento. A coleção propôs uma moda carregada de emoção e simbolismo, reforçando a ideia de que o vestir pode ser também um ato de cura e expressão pessoal.

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