Crise com Trump não impede Gonet de concluir parecer por condenação de Bolsonaro
O procurador-geral da República Paulo Gonet concluirá esse mês seu parecer final no processo que acusa Jair Bolsonaro de liderar uma trama golpista

A finalização do parecer pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro ocorre em plena turbulência diplomática, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, em retaliação ao processo penal em curso contra o ex-chefe de Estado. Apesar do cenário externo adverso, fontes da PGR afirmam que o parecer, que pode solicitar penas de 20 a 30 anos de prisão, será apresentado com independência entre os dias 11 e 14 de julho, preservando os prazos legais e deixando claro que interferências políticas externas não afetarão o curso da ação penal. A PGR afirma que a crise diplomática não influenciará a recomendação jurídica.
A crise diplomática e o parecer de Gonet
Conforme noticiado pelo Diário do Centro do Mundo, Gonet deve entregar nas próximas horas seu parecer ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal, dentro do prazo final de 14 de julho. A conclusão coincide com a imposição das tarifas de 50% pelos EUA, anunciadas de forma pública por Trump e consideradas retaliações diretas ao processo em que Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado.
Paulo Gonet e Ministro Alexandre de Morais no STF sobre trama golpista de Bolsonaro (Foto: Reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed)
Apesar da tensão internacional, fontes internas da PGR garantem que a atuação do procurador seguirá com firmeza. Uma figura próxima ao gabinete declarou: “Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada” — em referência à tentativa de interferência diplomática no andamento do caso.
Expectativa de penas e independência jurídica
Analistas que acompanham os desdobramentos indicam que o parecer será rigoroso e poderá recomendar uma pena entre 20 e 30 anos de prisão ao ex-presidente Bolsonaro, considerado líder de uma organização criminosa envolvida com a trama golpista. Segundo advogados ouvidos pela imprensa, o julgamento do chamado “núcleo 1” deve ocorrer na Primeira Turma do STF até setembro.
A coluna Farol da Bahia destaca que, mesmo com a elevada pressão da crise externa, não há indício de que o procurador aceitará recuar ou adiar suas conclusões no documento final.