Meta dá novo passo rumo à superinteligência com criação de laboratório exclusivo de IA
Meta avança com aposta ambiciosa para pesquisas em laboratórios para fazer uma superinteligência com sua IA

A Meta anunciou a criação de um novo braço de pesquisa voltado exclusivamente para inteligência artificial avançada, batizado de Meta Superintelligence. O movimento reforça a intenção da empresa de acelerar o desenvolvimento de sistemas de IA com capacidades comparáveis, ou superiores, às humanas.
Uma aposta ambiciosa
A nova divisão foi estruturada para centralizar os esforços da companhia na corrida pela chamada Inteligência Artificial Geral (AGI). O objetivo é claro: sair da retaguarda e posicionar a Meta como uma das protagonistas globais no desenvolvimento de tecnologias de IA mais autônomas, adaptativas e abrangentes.
Segundo fontes próximas ao projeto, a Meta reuniu um time de elite para liderar a iniciativa. À frente do laboratório estará Alexandr Wang, fundador da Scale AI, que assume como Chief AI Officer. Ele será acompanhado por Nat Friedman, ex-CEO do GitHub, que cuidará da frente de produtos e aplicações práticas.
Também fazem parte do time nomes influentes no setor de IA, como Daniel Gross, cofundador da Safe Superintelligence, e pesquisadores que passaram por empresas como OpenAI, DeepMind e Anthropic.
Podcast falando sobre avanço da Ia da meta (Vídeo: reprodução/YouTube/IAhoje)
Recrutamento de ponta e investimento bilionário
A formação da equipe tem sido feita com agressividade no mercado. De acordo com fontes do setor, executivos da Meta vêm oferecendo pacotes milionários para atrair talentos de empresas concorrentes. Algumas propostas estariam sendo conduzidas diretamente por Mark Zuckerberg, por meio de contatos pessoais.
O laboratório surge na esteira de um investimento robusto na Scale AI. A Meta desembolsou cerca de US$ 14,8 bilhões para adquirir uma participação de 49% na empresa, especializada em rotulagem de dados para IA. A aproximação com a Scale é vista como uma tentativa de integrar infraestrutura, dados e talentos sob uma mesma estratégia.
Produtos, metas e o cenário competitivo
Entre os planos da Meta, estão o aprimoramento do assistente Meta AI, o desenvolvimento de ferramentas publicitárias mais inteligentes, como anúncios em vídeo gerados por IA, e a integração de IA em óculos inteligentes, uma das apostas da empresa para o futuro da computação pessoal.
O anúncio ocorre em meio à intensificação da concorrência com Google, OpenAI e startups asiáticas que vêm ganhando espaço, como a DeepSeek. Com o novo laboratório, a Meta busca reposicionar-se no cenário global de IA, após uma recepção moderada dos modelos Llama 4 e uma série de saídas de executivos nos últimos meses.
Entre promessas e prudência
Apesar da movimentação ousada, o histórico recente da empresa com grandes apostas tecnológicas, como o Reality Labs, que acumulou mais de US$ 60 bilhões em perdas, levanta alerta no setor. Além disso, especialistas como Yann LeCun, cientista-chefe da Meta, alertam que ainda estamos longe de alcançar a AGI com as abordagens atuais.
A Meta, no entanto, parece disposta a encurtar esse caminho, nem que isso signifique redefinir sua estratégia mais uma vez.