Lula emite comunicado sobre morte de brasileira na Indonésia

O Presidente expressou pesar pela tragédia que tirou a vida da niteroiense Juliana Marins após quatro dias de buscas e reforçou que estenderá apoio à família

24 jun, 2025
Juliana Marins em viagem à Asia | Foto/reprodução: Instagram/@ajulianamarins
Juliana Marins em viagem à Asia | Foto/reprodução: Instagram/@ajulianamarins

A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, na Indonésia, gerou uma onda de comoção no Brasil e levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se manifestar. Lula afirmou que recebeu “com muita tristeza” a notícia de que Juliana foi encontrada sem vida na manhã desta terça (24), após passar quatro dias desaparecida em um penhasco no Monte Rinjani, um vulcão ativo na ilha de Lombok.




Presidente Lula manifesta condolências à Juliana Marins e família (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Acidente de Juliana e seus desdobramentos

Nascida em Niterói, formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuante como dançarina de pole dance, Juliana estava em uma viagem pela Ásia e realizava uma trilha guiada no Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude e ao seu redor tem um lago, um destino popular entre aventureiros.

Na madrugada de sábado (21) a jovem se desequilibrou e caiu em uma área de difícil acesso, a centenas de metros da borda da cratera. Testemunhas relataram que, após a queda, Juliana ainda apresentava sinais de vida, conseguindo mover os braços e olhar para cima, tendo ainda registrado a cena em vídeo de drone. A notícia do acidente chegou à família no Brasil cerca de três horas depois do ocorrido.

As operações de busca e salvamento enfrentaram desafios, incluindo o terreno acidentado, as condições climáticas adversas com neblina intensa e quedas bruscas de temperatura, além da falta de equipamentos adequados.

Durante os quatro dias de buscas, a família de Juliana viveu momentos de angústia e expectativa, acompanhando o caso à distância e mobilizando esforços para pressionar as autoridades indonésias a intensificarem o resgate.

As reclamações da família e as suspeitas de negligência




Deputada Federal Erika Hilton (PSOL) denuncia negligência do Estado indonésio (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Desde o início das buscas, a família de Juliana Marins tem levantado sérias questões sobre a condução do resgate, apontando indícios de negligência por parte das autoridades indonésias e do guia turístico.

Logo no início das operações de resgate, começaram a surgir relatos e vídeos que afirmavam que ela já havia sido localizada e, inclusive, que havia recebido água, alimentos e agasalhos. A irmã de Juliana, Mariana, precisou vir a público diversas vezes para corrigir as informações, esclarecendo que as equipes de resgate ainda não haviam conseguido chegar até ela, e chegou a relatar que até mesmo vídeos “forjados” foram enviados à família, aumentando a confusão e a dor.

Outro ponto levantado foi a falta de equipamentos adequados, com relatos da irmã de Juliana, Mariana, indicando que as cordas utilizadas nas tentativas de resgate não eram longas o suficiente para alcançar a jovem. Além disso, surgiram contradições nos relatos sobre a atuação do guia, com a família afirmando que ele teria sugerido que Juliana “descansasse” e seguisse viagem, versão negada pelo profissional.

Advogados e juristas apontam que pode haver responsabilidade do Estado indonésio e da agência de turismo/guia local. Em situações semelhantes, no Brasil, prestadores de serviço teriam uma “responsabilização enorme”. Para que o Estado brasileiro atue formalmente, é necessário esgotar os recursos internos na Indonésia e fazer uma solicitação formal.

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