Corinthians resiste como último brasileiro a derrotar um europeu no Mundial
Desde o triunfo sobre o Chelsea em 2012, clubes do Brasil acumulam empates ou derrotas diante de rivais da Europa no torneio da Fifa

Os times brasileiros continuam sem conseguir vencer representantes da Europa no Mundial de Clubes da Fifa. Na rodada de abertura da edição atual, Palmeiras e Fluminense até mostraram solidez, mas ficaram no empate por 0 a 0 contra Porto e Borussia Dortmund. Com isso, o tabu permanece: desde 2012, quando o Corinthians derrotou o Chelsea e levantou o troféu, nenhuma equipe do Brasil conseguiu repetir o feito diante dos gigantes europeus.
Fracassos recentes e esperança nos novos confrontos
Desde o título corintiano, os clubes brasileiros vêm colecionando decepções no Mundial de Clubes. Em diversas edições, a chance de encarar um europeu sequer existiu: Atlético-MG, em 2013, Palmeiras, em 2020, Flamengo, em 2022, e mais recentemente o Botafogo, em 2024, foram eliminados antes da final. Em outras oportunidades, o desafio foi completo, mas o resultado, amargo: o Grêmio foi superado pelo Real Madrid em 2017, o Flamengo caiu diante do Liverpool em 2019, e o Palmeiras voltou a perder, desta vez para o Chelsea, na final de 2022.
O desempenho oscilante dos representantes brasileiros mostra o quanto o abismo técnico e estrutural entre América do Sul e Europa se tornou evidente nos últimos anos. Ainda assim, há expectativa por uma reviravolta em 2025. Nesta edição, Botafogo e Flamengo terão novamente a chance de enfrentar clubes da elite europeia. O time carioca alvinegro encara PSG e Atlético de Madrid logo na fase de grupos, enquanto o rubro-negro reencontrará o Chelsea, em duelo que promete ser recheado de simbolismo e rivalidade. Se avançarem, outros confrontos contra gigantes da Europa poderão acontecer no mata-mata, e o tão aguardado fim do tabu pode, enfim, estar ao alcance.
Cássio com o troféu do Mundial (Foto:reprodução/Kazuhiro Nogi/Getty Imagens Embed)
O jogo que entrou para a história do Mundial
No dia 16 de dezembro de 2012, o Corinthians escreveu um dos capítulos mais marcantes de sua história ao derrotar o Chelsea por 1 a 0 e conquistar o bicampeonato mundial. O palco da decisão foi o Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, o mesmo onde o clube havia vencido o Vasco na final da primeira edição do torneio, em 2000.
Comandado por Tite, o Corinthians entrou em campo com uma formação sólida e experiente: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Jorge Henrique, Danilo e Emerson Sheik (depois substituído por Wallace); e Paolo Guerrero (substituído por Martínez). Do outro lado, o Chelsea, campeão europeu daquele ano, contava com estrelas do futebol mundial, como Petr Cech, David Luiz, Ramires, Frank Lampard, Fernando Torres e Eden Hazard.
A partida foi equilibrada, com momentos de tensão dos dois lados. O goleiro Cássio teve uma atuação impecável e garantiu o placar zerado até que, aos 23 minutos do segundo tempo, Paolo Guerrero aproveitou uma sobra dentro da área e, de cabeça, mandou para o fundo das redes. O gol solitário foi suficiente para garantir a vitória e selar o segundo título mundial do clube paulista.
A conquista reforçou a imagem de um Corinthians competitivo, que se destacou pela organização tática, força defensiva e entrega coletiva. Desde então, nenhum outro time brasileiro conseguiu repetir o feito diante de um adversário europeu no Mundial de Clubes, o que transformou aquela campanha em um símbolo de resistência sul-americana em tempos de domínio europeu na competição.