Corinthians resiste como último brasileiro a derrotar um europeu no Mundial

Desde o triunfo sobre o Chelsea em 2012, clubes do Brasil acumulam empates ou derrotas diante de rivais da Europa no torneio da Fifa

18 jun, 2025
Elenco do Corinthians com a taça do Mundial de Clubes | Reprodução/Lintao Zhang/Getty Imagens Embed
Elenco do Corinthians com a taça do Mundial de Clubes | Reprodução/Lintao Zhang/Getty Imagens Embed

Os times brasileiros continuam sem conseguir vencer representantes da Europa no Mundial de Clubes da Fifa. Na rodada de abertura da edição atual, Palmeiras e Fluminense até mostraram solidez, mas ficaram no empate por 0 a 0 contra Porto e Borussia Dortmund. Com isso, o tabu permanece: desde 2012, quando o Corinthians derrotou o Chelsea e levantou o troféu, nenhuma equipe do Brasil conseguiu repetir o feito diante dos gigantes europeus.

Fracassos recentes e esperança nos novos confrontos

Desde o título corintiano, os clubes brasileiros vêm colecionando decepções no Mundial de Clubes. Em diversas edições, a chance de encarar um europeu sequer existiu: Atlético-MG, em 2013, Palmeiras, em 2020, Flamengo, em 2022, e mais recentemente o Botafogo, em 2024, foram eliminados antes da final. Em outras oportunidades, o desafio foi completo, mas o resultado, amargo: o Grêmio foi superado pelo Real Madrid em 2017, o Flamengo caiu diante do Liverpool em 2019, e o Palmeiras voltou a perder, desta vez para o Chelsea, na final de 2022.

O desempenho oscilante dos representantes brasileiros mostra o quanto o abismo técnico e estrutural entre América do Sul e Europa se tornou evidente nos últimos anos. Ainda assim, há expectativa por uma reviravolta em 2025. Nesta edição, Botafogo e Flamengo terão novamente a chance de enfrentar clubes da elite europeia. O time carioca alvinegro encara PSG e Atlético de Madrid logo na fase de grupos, enquanto o rubro-negro reencontrará o Chelsea, em duelo que promete ser recheado de simbolismo e rivalidade. Se avançarem, outros confrontos contra gigantes da Europa poderão acontecer no mata-mata, e o tão aguardado fim do tabu pode, enfim, estar ao alcance.


Cássio com o troféu do Mundial (Foto:reprodução/Kazuhiro Nogi/Getty Imagens Embed)

O jogo que entrou para a história do Mundial

No dia 16 de dezembro de 2012, o Corinthians escreveu um dos capítulos mais marcantes de sua história ao derrotar o Chelsea por 1 a 0 e conquistar o bicampeonato mundial. O palco da decisão foi o Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, o mesmo onde o clube havia vencido o Vasco na final da primeira edição do torneio, em 2000.

Comandado por Tite, o Corinthians entrou em campo com uma formação sólida e experiente: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Jorge Henrique, Danilo e Emerson Sheik (depois substituído por Wallace); e Paolo Guerrero (substituído por Martínez). Do outro lado, o Chelsea, campeão europeu daquele ano, contava com estrelas do futebol mundial, como Petr Cech, David Luiz, Ramires, Frank Lampard, Fernando Torres e Eden Hazard.

A partida foi equilibrada, com momentos de tensão dos dois lados. O goleiro Cássio teve uma atuação impecável e garantiu o placar zerado até que, aos 23 minutos do segundo tempo, Paolo Guerrero aproveitou uma sobra dentro da área e, de cabeça, mandou para o fundo das redes. O gol solitário foi suficiente para garantir a vitória e selar o segundo título mundial do clube paulista.

A conquista reforçou a imagem de um Corinthians competitivo, que se destacou pela organização tática, força defensiva e entrega coletiva. Desde então, nenhum outro time brasileiro conseguiu repetir o feito diante de um adversário europeu no Mundial de Clubes, o que transformou aquela campanha em um símbolo de resistência sul-americana em tempos de domínio europeu na competição.

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